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1 Aluno 3 /.../ rosa, amarelo, essas coisas. Que a menina geralmente tem que ser rosa (+) e o menino tem que ser outra cor (+) sem rosa, essas coisas.

2 Aluno1 Ser um espelho pro filho. /.../

3 MPGE 2 Quando a gente fala de educação (+),familiar (+) o que seria ser um espelho pro seu filho, enquanto pai, enquanto mãe?

4 Aluno 1 É vocês ser o que você quer que seu filho seja, entendeu? Você quer que ele faça uma coisa, você faz, pra ensinar a ele que é pra ele fazer essa coisa. 5 MPGE 2 Se eu dou livre escolha ao (+) aos / as crianças, aos filhos, aqueles que enquanto

sujeitos se desenvolvam na sociedade, possam (+) tenham a possibilidade de se descobrirem enquanto homem, enquanto mulher. Simone de Beauvoir, vocês lembram de alguém? Não se nasce mulher, torna-se mulher. Basicamente. Mais imagens? /.../ entraria (+) aqui? Masculino ou feminino?

6 Aluno 1 O IMPORTANTE É QUE O HOMEM SE MANTENHA FIEL A SUA ESSÊNCIA. É :: assim (+) muitas pessoas (+) é falam você não é homem por causa disso, isso, isso, isso (+), mas você sabe que você é homem, você continua. Eu acho que :: você tem que (+) feito fala, continuar insistindo de que você . Ai (+) HOJE HÁ CASOS DE HOMENS QUE SE DEDICAM A CUIDAR DA CASA E DOS FILHOS ENQUANTO A MULHER ASSUME O PAPEL DE PROVEDORA TRABALHANDO FORA E TRAZENDO DINHEIRO PARA CASA. Se ele está feliz com isso, se (+) é sua essência, sem problemas, então eu não tenho nada a ver (+) porque você pode trabalhar e trazer o sustento, mas também pode trazer / pode cuidar dos seus filhos. Meu pai também já teve uma época (+) de fazer isso e nunca deixou de ser homem. 7 MPGE 2 Concordas, então com essa /

8 Aluno 1 Concordo.

9 MPGE 2 mudança de papéis sociais, esses papéis sociais.

10 Aluna 1 Tipo (+) muita gente julga (+) ah meu Deus do céu, faz as coisas dentro de casa então não é homem (++) só porque ele tá lavando prato, varrendo uma casa. /.../

Tem nada a ver. ((risos)).

11 Aluno 1 Ano retrasado meu pai tava assim, passou o ano todindo cuidando de mim (++) e minha mãe só (+) trabalhando lá no shopping/.../

12 MPGE 2 Interessante né? O cuidado está sempre atrelado a mulher. Sempre é a mãe que cuida dos filhos e o pai precisa (++) cuidar das questões financeiras /

13 Aluno 1 E se brincar deixava a casa mais arrumada do que mainha ((risos).

14 Aluno 1 Eu acho que :: um homem ou uma mulher ter um (+) ou ter uma relação de gênero oposto não vai tornar ela menos homem ou menos mulher e sim :: abrir a sua mente de acordo com a sociedade.

15 Aluna 1 NA NOSSA SOCIEDADE DUAS FORMAS CLÁSSICAS DE RESPOSTA, SÃO ELOGIO E CRÍTICA. AMBOS EXTREMAMENTE CULTOS QUANDO BEM APLICADOS E MUITO PREJUDICIAIS. QUANDO USAMOS DEVIDAMENTE AS CRÍTICAS E ELOGIOS DOS PAIS SÃO OS MELHORES MEIOS DE PRODUZIR ESTIMULOS OU CONCENTRAÇÃO DE CONTROLES. Seria como se fosse de se esperar dos né, seus pais, dos filhos (++) que tipo (+) tem muita gente que se espelha não nos pais (+) em outras pessoas que não. Como é que eu posso dizer? Não é pessoas do bem entre aspas, se espelham, ah (+) só porque ela faz isso, então eu vou fazer. Mas eu acho que assim (+) a gente tem que se espelhar nos seus pais porque se seu pai fez aquilo pra lhe dar aquilo, você também pode lutar pra conseguir o que você quer como eles lutam (+) por você (+) pra você e dar as coisas quando você merece e quando não (+) vai pro castigo.

Nesta cena do terceiro encontro, observamos que os discursos sobre ser homem e ser mulher não são homogêneos e que os(as) alunos(as) apresentaram várias possibilidades de sentido diante dos papeis de gênero. Os alunos 1 e 3, apresentam discursos que são contraditórios entre si, pois enquanto o discurso do aluno 3 (na fala 1) apresenta a lógica da marcação binária homem X mulher, falando da separação das cores para cada sexo; o do aluno 1, apresenta um discurso que, primeiramente, parece conservador (fala 2), mas que vai se revelando (fala 6) subversivo em relação aos papéis sociais. Este aluno, toma como exemplo, inclusive, a experiência pessoal dos pais dele, apontando nesse momento, para diferentes vivências da masculinidade pela mesma pessoa. O mesmo aluno 1, ao inverter a lógica dos papeis sócias, acaba ressaltando que o cuidado também é coisa de homem (fala11).

O diálogo foi tomado por declarações pessoais, demostrando que os(as) alunos(as) não só recepcionaram bem a temática, mas também, que não houve mais resistência e que agora, naquele grupo já existia confiança, maturidade e seriedade ao falar de questões sobre gênero.

4ª Cena Enunciativa: “Debate e interpretação de músicas”

No quarto encontro, a oficina foi realizada com a dupla de monitores(as) e com 7 alunos(as), sendo 4 meninos e 3 meninas. Foram entregues aos(às) alunos(as) duas letras de música: “Pagu”, de Rita Lee e “Mulheres de Atenas”, de Chico Buarque. Depois de ser apresentadas as músicas, foi solicitado que os alunos falassem sobre o que entenderam e o que acharam de cada música, considerando o que já tinha sido trabalhado sobre gênero até o momento.

Pagu (Rita Lee)

Mexo, remexo na inquisição Só quem já morreu na fogueira Sabe o que é ser carvão Hum! Hum!

Eu sou pau pra toda obra Deus dá asas à minha cobra Hum! Hum! Hum! Hum! Minha força não é bruta Não sou freira, nem sou puta

Porque nem toda feiticeira é corcunda Nem toda brasileira é bunda

Meu peito não é de silicone Sou mais macho que muito homem

Ratatá! Ratatá! Ratatá! Taratá! Taratá!

Sou rainha do meu tanque Sou Pagu indignada no palanque Hanhan! Ah! Hanran!

Fama de porra louca, tudo bem! Minha mãe é Maria Ninguém Hanhan! Ah! Hanran!

Não sou atriz, modelo, dançarina Meu buraco é mais em cima

Porque nem toda feiticeira é corcunda Nem toda brasileira é bunda

Meu peito não é de silicone Sou mais macho que muito homem Ratatá! Ratatatá

Hiii! Ratatá Taratá! Taratá!