• Nenhum resultado encontrado

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.5 DIRETRIZES PARA UTILIZAÇÃO DO SISTEMA

5.5.1 Discussões com Especialistas 203 5.5.2 Proposição de Diretrizes

6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ... 213 6.1 CONCLUSÕES ... 213 6.2 RECOMENDAÇÕES ... 216 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 219 APÊNDICES ... 229

APÊNDICE A – Dados de Operação do Irrigâmetro na Propriedade A ... 231 APÊNDICE B – Dados de Operação do Irrigâmetro na Propriedade B ... 232 APÊNDICE C – Dados de Operação do Irrigâmetro na Propriedade C ... 233 APÊNDICE D – Dados de Operação do Irrigâmetro na Propriedade D ... 234 APÊNDICE E – Dados de Operação do Irrigâmetro na Propriedade E ... 235 APÊNDICE F – Análise de Especialistas em Outorga e Outorga Coletiva ... 236 APÊNDICE G – Análise de Especialistas em Manejo de Irrigação ... 240 APÊNDICE H – Análise de Especialistas em Meteorologia ... 243 APÊNDICE I – Análise de Especialistas com Atuação Local ... 246 APÊNDICE J – Modelo de Dados do Módulo Cadastro de Pessoas ... 249 APÊNDICE K – Modelo de Dados do Módulo Cadastro de Empreendimentos .. 250 APÊNDICE L – Modelo de Dados do Módulo Organização da Área de Drenagem ... 252 APÊNDICE M – Modelo de Dados do Módulo Organização Territorial ... 253 APÊNDICE N – Modelo de Dados do Módulo Gestão de Outorgas ... 254 APÊNDICE O – Modelo de Dados do Módulo Cadastro de Atividades de Uso da Água ... 256 APÊNDICE P – Modelo de Dados do Módulo Cadastro de Irrigâmetros ... 257 APÊNDICE Q – Modelo de Dados do Módulo Cadastro de Atividades de Irrigação ... 259 APÊNDICE R – Modelo de Dados do Módulo Manejo de Irrigação ... 260 APÊNDICE S – Modelo de Dados do Módulo Gestão Hidrológica ... 261 APÊNDICE T – Modelo de Dados do Módulo Gestão Meteorológica ... 263

APÊNDICE U – Modelo de Dados do Módulo Cadastro de Intervenções Hídricas ... 264 APÊNDICE V – Código Fonte da Rotina de Otimização ... 266 APÊNDICE W – Resultados Sumarizados da Simulação do Cenário 1 ... 269 APÊNDICE X – Resultados Sumarizados da Simulação do Cenário 2 ... 270 APÊNDICE Y – Resultados Sumarizados da Simulação do Cenário 3 ... 271 APÊNDICE Z – Relatório de Atividades Gerado por Simulação ... 272 APÊNDICE AA – Relatório de Fluviômetros Gerado por Simulação ... 273 APÊNDICE AB – Relatório de Reservatórios Gerado por Simulação ... 274 APÊNDICE AC – Relatório de Intervenções Gerado por Simulação ... 275 APÊNDICE AD – Fluxograma de Implantação do SAD ... 276 APÊNDICE AE – Fluxograma de Operação do SAD ... 277

ANEXOS ... 279

ANEXO A – Formulário de Cadastro de Usuários para Fins de Outorga Coletiva Utilizado pelo IEMA ... 281

1 INTRODUÇÃO

O aumento das pressões antrópicas, como o crescimento populacional, a dinâmica econômica e a intensificação da agricultura e da industrialização, aliados a condicionantes naturais, como a dinâmica espacial e temporal da disponibilidade hídrica, provocam a atual situação mundial onde duas em cada dez pessoas não têm acesso à água potável (FAO, 2007). As previsões para os próximos anos são ainda piores. De acordo com o relatório das Nações Unidas “Water for people, water

for life” estima-se que cerca de dois terços da população mundial poderão estar

vivendo em condições de escassez hídrica até 2025 (GWP, 2000).

Com a crescente demanda pela água, aumentam também os conflitos entre usuários em diversas bacias hidrográficas do Brasil, exigindo maior eficiência na proteção e administração de modo a garantir a sustentabilidade do recurso às gerações futuras (PNUD, 2006). A agricultura é de grande importância no desenvolvimento socioeconômico de regiões, principalmente pela necessidade da produção de alimentos para atender a uma população crescente e para a redução da fome em alguns países (FAO, 2008). E, por concentrar a maior demanda por água doce no mundo, o setor agrícola muitas vezes está inserido nos conflitos pela água.

Como forma de resolver o problema, a busca pelo uso racional da água na agricultura irrigada com foco apenas na adoção de equipamentos mais eficientes e infraestruturas de reservação hídrica, pode estar excluindo e comprometendo grupos mais fragilizados (ex.: camponeses, agricultura familiar, etc.), principalmente pelas limitações financeiras e de capacitação geralmente associadas a estes (LOPES, 2011). Em seu trabalho, Lopes (2011, p. 272) recomenda, na área de gestão de águas agrícolas, a realização de estudos que busquem ferramentas e mecanismos de distribuição dos recursos em microbacias, incluindo regras de gestão acordadas localmente e técnicas de irrigação e de alocação de água apropriadas à região. Além de considerar a água como um bem de domínio público e adotar a bacia hidrográfica como unidade de planejamento, a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), norteadora da gestão de recursos hídricos no país, aponta que o gerenciamento deve ser descentralizado e contar com a participação conjunta do

Poder Público, usuários e sociedade. Dentre seus objetivos também enfatiza a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, com vistas ao desenvolvimento sustentável, através do uso de seus instrumentos legais (BRASIL, 1997).

Entre os instrumentos da PNRH, a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos e o sistema de informações sobre recursos hídricos têm grande potencial de integração, podendo apoiar o planejamento e a gestão do uso da água pelos órgãos gestores (MARQUES, 2010). A outorga visa assegurar o controle quantitativo e qualitativo das águas, bem como o efetivo exercício dos direitos de acesso aos usuários da água. Já o sistema de informações tem por objetivos: (1) armazenar e divulgar informações sobre a situação qualitativa e quantitativa dos recursos hídricos; e (2) atualizar permanentemente as informações sobre disponibilidade e demanda (BRASIL, 1997).

A alocação negociada da água, também chamada de outorga coletiva, pode ser considerada como uma recente evolução do instrumento outorga. Esta modalidade aperfeiçoada de outorga trata-se de uma autorização concedida a um conjunto de usuários, elaborado a partir de um único processo, que organiza as captações e estabelece regras claras para o uso da água, definidas com forte participação dos próprios interessados (LORENTZ e MENDES, 2010). A outorga coletiva vem sendo comumente utilizada em microbacias onde o conflito pelo uso da água já está decretado. Neste contexto, a quantidade de processos de outorga a serem analisados e acompanhados pelos órgãos gestores diminui e os usuários da água passam a ser os principais decisores para a distribuição dos recursos outorgados. Para que os usuários de uma outorga coletiva possam distribuir a água outorgada de forma justa e consensual é necessário, primeiramente, conhecer a demanda hídrica de cada produtor. A Universidade Federal de Viçosa (UFV) desenvolveu, recentemente, uma ferramenta de auxílio ao manejo da irrigação chamada Irrigâmetro. Em função do baixo custo do equipamento e de sua facilidade de uso, o manejo de irrigação torna-se amplamente acessível ao produtor rural, especialmente o de base familiar, sem conhecimento especializado em irrigação (OLIVEIRA e RAMOS, 2008). Depois de ajustada à propriedade agrícola e à cultura, o irrigâmetro oferece a informação direta de quando e quanto irrigar, as duas questões básicas

sobre o manejo de irrigação que também podem ser traduzidas como a demanda hídrica do produtor num dado momento.

Devido à complexidade da gestão de recursos hídricos, o uso de ferramentas de modelagem computacional também se torna fundamental, principalmente no auxílio à tomada de decisões e na tentativa de conciliar interesses conflitantes. Os sistemas de apoio a decisões podem auxiliar na compreensão do comportamento dos sistemas de recursos hídricos, tornando possível analisar um número maior de alternativas, conhecer melhor os problemas e suas possíveis soluções e avaliar de modo mais preciso as consequências das decisões (BRIGAGÃO, 2006).

Diversas pesquisas têm sido realizadas com o irrigâmetro e outras ferramentas de manejo de irrigação em nível de propriedade rural. A literatura também relata pesquisas sobre sistemas de apoio à decisão para gestão de recursos hídricos que permitem suportar os órgãos gestores nas avaliações dos processos de outorgas, apoiar a decisão sobre o planejamento de irrigação em propriedades e auxiliar a escolha entre variados projetos de uso da água. Entretanto, ainda existe a demanda por contribuições científicas para o tema cogestão e autogestão de microbacias, mais especificamente na integração e aperfeiçoamento de instrumentos de gestão e manejo agrícola que viabilizem a gestão local e participativa, auxiliando na alocação justa da água entre pequenos produtores rurais de base agrícola familiar.

A regulação do uso da água outorgada, de forma justa e consensual, entre pequenos produtores rurais de base agrícola familiar, em uma microbacia com conflitos devido à escassez hídrica, é o grande problema que motivou a realização desta pesquisa. Um problema de gestão de recursos hídricos, em nível local, intensificado pela carência de instrumentos e ferramentas especializadas que promovam a participação e a colaboração dos atores na definição de regras e ações que minimizem os conflitos pela água e garantam o desempenho da produção agrícola na região, com foco no desenvolvimento sustentável. Visando contribuir para a minimização deste problema, foram definidos os objetivos do presente trabalho, que são apresentados no capítulo a seguir.

2 OBJETIVOS