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Nesta seção do estudo, serão expostos os valores obtidos através dos indicadores de manutenção de tempo médio entre falhas, tempo médio para reparo e disponibilidade. Primeiramente será feito uma classificação analítica das máquinas que mais tiveram falhas em seu histórico, as que mais necessitaram de tempo para reparo, sempre relacionando com o tipo de intervenção realizada. Nesse primeiro momento, os valores dos indicadores de manutenção serão considerados levando em conta o serviço da equipe de colaboradores do turno noturno. Além disso, também será classificada as turbinas que obtiveram maiores valores de taxa de disponibilidade, para que, dessa forma, seja obtida uma base que permita a comparação da disponibilidade total do parque em duas situações:

i) Disponibilidade do parque caso somente a fabricante estivesse à frente da operação nos turnos matutino e vespertino.

ii) Disponibilidade do parque com a adição de uma equipe de serviço operando no turno noturno.

A Tabela 7 está organizada da seguinte forma: As turbinas 1 e 2, correspondem as que obtiveram o maior e menor número de falhas, respectivamente. As turbinas 3 e 4, correspondem as que obtiveram maior e menor valor do tempo médio entre falhas (MTBF), respectivamente. As turbinas 5 e 6, correspondem as que obtiveram maior e menor valor de tempo de reparo (MTTR), respectivamente. As turbinas 7 e 8, correspondem as que obtiveram maior e menor taxa de disponibilidade, respectivamente.

Partindo para a análise dos dados, a primeira observação interessante que pode ser inferida, se trata do grande intervalo entre o menor valor (219:08:23) para o tempo médio entre falhas e seu maior valor (955:19:20). Essa grande diferença é explicada pelo fato de que não existe uma regra para que ocorra uma falha em uma máquina, de forma que, em um determinado período de tempo, uma máquina pode falhar nenhuma vez como 100 vezes. Outra explicação, é

34 que o tempo em que foi preciso para recolocar a turbina em operação varia de falha para falha, dependendo de sua natureza e complexidade. Portanto, o tempo médio entre falhas está diretamente ligado a quantidade de falhas ocorridas e o tempo necessário para corrigi-las, já que as horas disponíveis para operação são iguais para os dois casos. Isso pode ser percebido facilmente quando checamos o número de falhas das duas, onde em uma turbina ocorram 13 falhas e na outra, apenas 3.

Tabela 7 - Turbinas com indicadores com valores mais altos e mais baixos

Turbina Total de falhas MTBF MTTR Disponibilidade

1 13 219:37:51 0:52:28 99,60% 2 3 954:34:40 0:56:40 99,90% 3 3 955:19:20 0:12:00 99,98% 4 13 219:08:23 1:21:55 99,38% 5 9 312:24:07 6:06:20 98,08% 6 4 716:34:30 0:04:00 99,99% 7 4 716:34:30 0:04:00 99,99% 8 12 234:18:05 4:34:45 98,08%

Fonte: Elaborada pelo autor

Quando o MTTR é analisado, também é notório a grande diferença do menor valor (00:04:00) para o maior (06:06:20). Esse fato é explicado também pela natureza e complexidade da falha ocorrida, já que a equipe pode necessitar de muito mais tempo de serviço em determinados casos. Se filtrarmos todos os tipos de falhas ocorridas na turbina 6, iremos notar que todas as intervenções foram feitas de maneira remota, o que explica o pequeno tempo para reparos nessa turbina, já que não há a necessidade da equipe se descolar até a máquina, eventualmente subi-la e realizar a atividade. Esse pequeno tempo de reparo ocasiona em uma grande taxa de disponibilidade para a turbina, a qual pode ser vista na tabela como quase 100%.

Outro detalhe importante que pode ser extraído da Tabela 7, é que a diferença entre a turbina com a menor taxa de disponibilidade e a maior fica em torno de 2%. Dessa forma, pode- se concluir que, nesse estudo, não há um aerogerador muito mais problemático do que os demais, de maneira que se chegue a ser necessário uma preocupação em especial. Caso fosse visto um

35 valor abrupto em relação aos demais, o gestor do parque teria em suas mãos um excelente indicador para mostrar que essa tal máquina de seu complexo provavelmente está apresentando problemas mais sérios e merece uma intervenção especial, como uma inspeção mais detalhada ou um serviço de troubleshooting para tentar descobrir o que está acontecendo em sua estrutura.

Nesta seção, até agora, vem sido mostrado os principais valores dos indicadores de manutenção calculados considerando a equipe noturna de manutenção operando no complexo. Após termos esses dados conhecidos e de uma análise da situação ter sido realizada, é possível, a partir de agora, pleitear uma comparação entre as duas situações, já citadas anteriormente, que consideram:

i) Disponibilidade do parque caso somente a fabricante estivesse à frente da operação nos turnos matutino e vespertino.

ii) Disponibilidade do parque com a adição de uma equipe de serviço operando no turno noturno.

A Figura 9 mostra os valores dos indicadores nela citados considerando as 40 turbinas analisadas neste presente trabalho, sendo cada valor representado, o total de um somatório dos indicadores calculados individualmente por turbina.

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Figura 9 - Comparação: Indicadores de manutenção.

Fonte: Elaborada pelo autor

Tendo essas informações em vista, é possível perceber, ao observarmos a Figura 9, que a taxa de disponibilidade total do parque foi aumentada em quase 2% devido as ações corretivas realizadas pela equipe contratada para operar no turno noturno. Esse aumento, já indica um importante ganho para o gestor do parque, já que ao ver a disponibilidade de suas máquinas aumentar, significa que elas estão trabalhando mais e, nesse caso, gerando mais energia e, consequentemente, um maior retorno financeiro.

Para explicar o fato dessa taxa de disponibilidade ter sido aumentada, é necessário avaliar os outros indicadores inferidos na tabela fazendo-se uso da comparação entre os dois cenários expostos. Dessa maneira, ao analisar, primeiramente, a quantidade de horas paradas, nota-se que as que ficariam paradas apenas com a fabricante operando no parque seria mais do que 7 vezes maior do que as horas paradas com a equipe noturna também operando. Como já foi ciado anteriormente neste trabalho, a equipe da fabricante começa a operar no parque apenas às 07:30 diariamente de segundas a sexta. Portanto, esse fato explica essa quantidade maior, já que a equipe de O&M noturna está sempre de prontidão durante a noite e a madrugada, além do que, essa equipe trabalha de domingo a domingo.

37 A quantidade de horas paradas influi diretamente nas horas de funcionamento, pois quantos menos horas paradas, a máquina terá, consequentemente, mais horas em funcionamento. Essa diferença pode ser observada na Figura 9, onde, com a atuação da equipe noturna, as máquinas do complexo somam mais de 2.000 horas em funcionamento em relação ao outro cenário descrito na tabela.

Para um conjunto de máquinas, é bastante interessante que o MTBF seja o maior possível, já que esse indicador mostra o tempo entre as falhas. Ou seja, quanto maior for o MTBF, significa que as máquinas estão tendo falhas em um maior espaço de tempo. Também é interessante que o MTTR seja o menor possível, pois, assim, significa que está se perdendo menos tempo durante o reparo. Pode-se observar essas vantagens agora citadas, ao comparar-se os valores destes indicadores na Figura 9. o MTTR, por exemplo, chega a ser quase 9 vezes maior para o segundo cenário descrito na figura, o que reflete diretamente na taxa de disponibilidade geral do complexo.

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