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DISPOSITIVOS ELÉCTRICOS IMPLANTÁVEIS

CO 85. TÉCNICA DE PISANA EXTRAÇÃO DE ELÉCTRODOS EM PORTADORES DE DISPOSITIVOS CARDÍACOS IMPLANTADOS – RESULTADOS INICIAIS

CO 88. IMPACTO HEMODINÂMICO E NA DURAÇÃO DO QRS DO PACING VENTRICULAR DIREITO SEPTAL VERSUS PACING BIVENTRICULAR: UM ESTUDO PROSPECTIVO OBSERVACIONAL COM AVALIAÇÃO HEMODINÂMICA MINIMAMENTE INVASIVA

Miguel Nobre Menezes, Pedro Marques, Gustavo Lima da Silva, Ana Bernardes, Andreia Magalhães, Nuno Cortez-Dias, Luís Carpinteiro, João de Sousa, Fausto J. Pinto

Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria.

Introdução: As indicações da terapêutica de ressincronização cardíaca (TRC) têm vindo a ser alargadas. Uma das novas indicações prende-se com a utilidade de implantar um dispositivo biventricular (BiV) em doentes com compromisso signiicativo de função sistólica global, nos quais se preveja elevada percentagem de pacing, a im de evitar que a dissincronia induzida pelo pacing ventricular direito apical clássico possa precipitar insuiciência cardíaca. Por outro lado, vários estudos sugerem que o pacing ventricular direito septal possa ser menos indutor de dissincronia, podendo ser uma alternativa nos casos supra-referidos. Esta hipótese foi muito pouco estudada.

Objectivos: Comparar o impacto hemodinâmico e na duração do QRS da terapêutica de ressincronização cardíaca biventricular com o pacing ventricular direito septal.

Métodos: Estudo observacional prospectivo em doentes consecutivos com

ibrilhação auricular permanente, fracção de ejecção inferior a 40% e indicação para TRC. Todos os doentes foram submetidos a implantação de 2 eletrocateteres no ventrículo direito (VD) - ápex (VDA) e parede septal do trato de saída do VD (VDS) - e 1 eletrocateter no ventrículo esquerdo (VE) através do seio coronário em posição convencional para TRC. Após a implantação, efectuou-se avaliação hemodinâmica minimamente invasiva utilizando o sistema Vigileo™/Flotrac III™ (Edwards Lifesciences, Irvine, USA) para a determinação do débito cardíaco e índice cardíaco em pacing BiV VDA-VE e pacing VDS apenas. Realizou-se ainda ECG com determinação da duração do QRS em cada coniguração. Para análise estatística utilizou-se o teste de Wilcoxon.

Resultados: Foram incluídos 28 doentes (90,6% do sexo masculino, 73 ± 11 anos). O IC, DC e duração do QRS estão representados na tabela. Na análise emparelhada o IC e DC em BiV VDA-VE não diferiu de forma estatisticamente significativa quando comparado com a configuração VDS. A duração média de QRS foi menor em coniguração BiV VDA-VE, sendo a diferença estatisticamente signiicativa (p < 0,001).

VDS BIV VDA-VE

Indice cardíaco (L/min/m2;mediana, IQ) 2,40 ± 0,56 2,49 ± 0,51

Débito cardíaco (L/min; mediana, IQ) 4,61 ± 0,97 4,67 ± 1,26

QRS (média, ms) 158 ± 20 147 ± 20

Conclusões: O impacto hemodinâmico da TRC BiV convencional (VDA-VE)

não diferiu de forma signiicativa relativamente ao pacing no tracto de saída ventricular direito (parede septal). Apesar do QRS ser mais estreito em BiV relativamente a pacing VDS, a diferença média foi de apenas 10 ms. Deste modo, é possível que o pacing ventricular direito septal seja uma alternativa à TRC, nos casos em que a implantação desta está indicada para evitar a indução de dissincronia provocada por pacing ventricular direito apical clássico com consequente risco de insuiciência cardíaca.

CO 89. REMODELAGEM INVERSA E RISCO DE ARRITMIAS VENTRICULARES A LONGO-PRAZO APÓS TERAPÊUTICA DE RESSÍNCRONIZAÇÃO CARDÍACA

Samuel Almeida1, Pedro Silva Cunha2, Bruno Tereno Valente2,

Ana Lousinha2, Luísa Moura Branco2, Ana Galrinho2, Guilherme Portugal2,

Manuel Braz2, Ana Soia Delgado2, Ricardo Pimenta2,

Mário Martins Oliveira2, Rui Cruz Ferreira2

1Hospital de Vila Franca de Xira. 2Centro Hospitalar de Lisboa Central,

EPE Hospital de Santa Marta. novembro/2014 foram incluídos nesta análise (n = 51, 73% sexo masculino,

idade média 24 ± 8 anos, o doente mais jovem com 10). As principais indicações foram miocardiopatia hipertróica (35,3%, n = 18), miocardiopatia idiopática ou pós-miocardite (13,7%, n = 7), síndrome de Brugada (13,7%, n = 7) e não-compactação do VE (11,8%, n = 6). 78,4% dos dispositivos foram implantados em prevenção primária. 13 dts (25,5%) tiveram choques apropriados (FV n = 8, TV n = 5). Foram implantados S-ICDs em 18 dts. Aos restantes foram implantados CDIs convencionais. O tempo mediano de seguimento foi 29 [14-41] meses. Não houve diferença signiicativa na incidência de complicações tais como infecção (n = 1, 5,6% no grupo do S-ICD versus n = 2, 6,0%, p = ns) ou choques inapropriados (n = 4, 22,2% no grupo S-ICD versus n = 7, 21,2%, p = ns). Não se veriicaram arritmias fatais não detectadas nem complicações relacionadas com a inserção dos eléctrodos transvenosos (pneumotórax ou hemotórax e perforação cardíaca). Não houve deslocamento nem fractura de eléctrodos em nenhum dos grupos. Nenhum doente era dependente de pacemaker.

Conclusões: Na nossa população de doentes candidatos a S-ICD (doentes não

dependentes de pacemaker), não se observaram diferenças na eicácia ou segurança do CDI subcutâneo versus convencional.

CO 87. CARDIOVERSOR-DESFIBRILHADOR IMPLANTÁVEL SUBCUTÂNEO – 5 ANOS DE EXPERIÊNCIA

Pedro Galvão Santos, Diogo Cavaco, Pedro Adragão, Pedro Carmo, Francisco Bello Morgado, Francisco Costa, Pedro Freitas, Maria Salomé Carvalho, Ricardo Bernardo, Miguel Abecasis, José Pedro Neves, Miguel Mendes

Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz.

Introdução: Os cardioversores-desfribilhadores implantáveis (CDI) são

ferramentas essenciais na prevenção de morte súbita. Os cardioversores- desibrilhadores totalmente subcutâneos (CDI-SC), que não necessitam de acesso vascular, pode prevenir algumas das complicações associadas aos modelos convencionais.

Objectivos: Descrever 5 anos de experiência de um centro na implantação

de CDI-SC e avaliar a ocorrência de terapêuticas pelo aparelho e de complicações associadas ao sistema.

Métodos: A população era constituída por doentes com idade média 36 ±

18 anos, sendo 88% do sexo masculino. As indicações para colocação de CDI-SC foram problemas com acesso vascular diicultando a implantação de CDI convencional, risco de infecção aumentado ou doentes jovens com previsão de prolongado tempo de seguimento. O dispositivo foi implantado em doentes com cardiopatia isquémica (insuicientes renais crónicos em hemodiálise ou com trombose da veia subclávia), cardiopatia congénita (ventrículo único e transposição dos grandes vasos) e numa população jovem com os diagnósticos de ventrículo esquerdo não compactado, síndrome de Brugada, taquicardia ventricular e ibrilhação ventricular idiopáticas, miocardiopatia arritmogénica do ventrículo direito, miocardiopatia dilatada e miocardiopatia hipertróica.

Resultados: Entre novembro de 2009 e julho de 2014 foram implantados 36

CDI-SC. O tempo médio de implantação foi 67 ± 18 minutos, tendo decorrido sem complicações. No inal foi efectuado teste de desibrilhação, tendo sido necessário reposicionar o gerador para obter um limiar aceitável num dos doentes. Num seguimento médio de 16 meses, 11 (33%) doentes apresentaram choques [sendo que em 5 doentes (45%) foram inapropriados por taquicardia supraventricular e principalmente por oversensing da onda T], 1 teve necessidade substituição precoce por perda de telemetria (substituição por sistema convencional), 2 doentes apresentaram infecção do sistema com necessidade de substituição (reimplantação de sistema subcutâneo novamente), nenhum gerador atingiu o limite da bateria e 3 doentes morreram (causa não cardíaca e insuiciência cardíaca).

Conclusões: Num registo de 5 anos de implantação de CDI-SC, 1/3 dos

doentes apresentou terapias, nenhum gerador atingiu o limite da bateria e em 3 doentes foi necessária substituição do sistema sendo o principal motivo a infecção.

147 ms, p < 0,001; 123 ms versus 144 ms, p < 0,001, respetivamente). Não se veriicou diferença signiicativa na duração do QRS quando comparadas ambas as conigurações BIV. Com a redução da duração do QRS veriicou-se uma redução do volume telediastólico (R = 0,246; p = 0,033) e do volume telessistólico (R = 0,263; p = 0,022) e um aumento da fracção de ejecção (Rho = - 0,237; p = 0,04).

Conclusões: A duração do QRS foi signiicativamente inferior em TRC TRIV em relação a TRC BiV. O mesmo não se veriica para ambas as conigurações BIV. Por outro lado, com a redução do QRS veriica-se uma redução dos volumes telediastólico e telessistólico e um aumento fracção de ejecção. Deste modo, a redução da duração do QRS em TRC TRIV pode ser um preditor precoce e de baixo custo de resposta a TRC multi-site.

Segunda-feira, 20 Abril de 2015 | 14H30-16H00

PORTIMÃO | CARDIOPNEUMOLOGIA - DA