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Capítulo II – Farmácia Hospitalar

4.5 Distribuição a Doentes em Ambulatório

ambulatório, o documento tem um intuito meramente informativo de modo a que o stock possa ser ajustado a mais uma solicitação. Quando o medicamento não faz parte do FHNM ou não tem suporte legal é necessária uma autorização prévia.

Na ULSCB a dispensa em ambulatório funciona de 2ª a 5ª feira, das 9 às 16h, e à 6ª feira, das 9 às 14h. Este horário foi estabelecido com base nos recursos humanos disponíveis e as necessidades dos doentes.

Para que a dispensa se possa efetuar é necessária uma prescrição médica válida, emitida por um médico da ULSCB. De referir que uma exceção a esta situação são os medicamentos autorizados pelo Despacho n.º 18419/2010, de 2 de dezembro, cuja prescrição pode ser realizada em consultas especializadas, noutros hospitais ou consultórios privados [12]. De salientar que todas as receitas têm, obrigatoriamente, de estar identificadas com a respetiva etiqueta da consulta ou hospital de dia e, quando necessário, o despacho em cumprimento dos requisitos legais. Durante a dispensa é fundamental conferir os dados do utente, nome do médico, fármaco, forma farmacêutica, dose e quantidade de embalagens dispensadas.

Na ULSCB a medicação é cedida normalmente para um mês. Nos casos em que a duração de ação de um dos medicamentos é superior a um mês, é cedida a medicação na totalidade (exemplo: urologia oncológica). Antes de cada dispensa confirma-se sempre o conteúdo da embalagem cedida, o seu correto embalamento e identificação. A dispensa é, também, sempre acompanhada de informação verbal e/ou escrita, com vista ao esclarecimento de eventuais dúvidas que o doente possa ter, à promoção da adesão à terapêutica e confirmação de que esta é mantida. A entrega da medicação é validada por meio da assinatura do utente ou do seu representante. Nos doentes com terapêutica de maior impacto económico, e/ou doentes autorizados caso a caso pelo CA, é feito o registo das cedências nas fichas individualizadas. Com vista a dar cumprimento ao despacho n.º 18419/2010, de 2 de dezembro é enviado para o INFARMED o formulário com o registo mínimo e dados de cedência mensal de medicação aos doentes [12].

O lançamento do receituário aviado é feito posteriormente pela FH no software Sonho®. A FH responsável entrega o receituário para arquivo ou faturação e os administrativos procedem à sua organização e verificação das receitas que podem ser faturadas. São os SF que procedem à faturação.

Aspetos particulares da dispensa a referir são: os estimulantes de eritropoiese, em que a primeira cedência deve ser acompanhada do relatório médico; os medicamentos biológicos, em que na primeira cedência é necessário confirmar a certificação da consulta pela DGS (Direção-Geral da Saúde); a dispensa de medicamentos de controlo restrito, como é o caso das epoetinas, medicamentos biológicos e interferões em que tem de ser registada a quantidade dispensada e o lote.

Durante o meu estágio tive oportunidade de colaborar nas atividades desenvolvidas pelas FH nesta área: acompanhei todo o processo da dispensa de medicação, cedência de informação e promoção da adesão à terapêutica; realizei a reposição do stock do armário do ambulatório e fiz a contagem do número de receitas dispensadas por patologia.

Presenciei ainda a venda de um medicamento ao público, numa situação de emergência. A dispensa ao público de medicamentos que não sejam de uso exclusivo hospitalar é regulada pelo Regulamento Geral da Farmácia Hospitalar, DL n.º 44 204 de 2 de fevereiro de 1962 e DL n.º 206/2000, de 1 de setembro [1, 13]. Dando cumprimento à legislação, procedeu-se à dispensa do medicamento por o mesmo não estar disponível no mercado local. Para tal, o utente teve de fazer prova da inexistência do medicamento confirmada pelo carimbo de duas farmácias. O preço cobrado foi o preço de custo do medicamento e o pagamento foi realizado na tesouraria da ULSCB [5]. O abate foi realizado mediante o lançamento do receituário na aplicação Sonho®, pela farmacêutica de serviço.

As características especiais de alguns medicamentos determinam que não possam ser distribuídos por nenhum dos sistemas de distribuição mais comuns, encontrando-se a sua distribuição legislada [14].

Durante o meu estágio tomei conhecimento da legislação vigente e contactei com o circuito de requisição, registo e distribuição.

Os psicofármacos possuem propriedades ansiolíticas, sedativas e hipnóticas, uma vez que causam depressão das funções do Sistema Nervoso Central (SNC), sendo o grau de ação da sua atividade depressora dependente da dose administrada. Os estupefacientes usados em meio hospitalar são usados como analgésicos para aliviar dores intensas, podendo causar tolerância e dependência, e serem alvo de uso indevido e abusivo. Neste sentido, por imposição legal e pelas características do medicamento é necessário um circuito especial de distribuição [15].

A distribuição de medicamentos estupefacientes e psicotrópicos (MEP) é realizada de acordo com a legislação em vigor, o DL n.º 15/93, de 22 de janeiro, Decreto-Regulamentar n.º 61/94, de 12 de outubro, (alterado pelo Decreto Regulamentar n.º 28/2009, de 12 de outubro) e Portaria n.º 981/98, de 8 de junho, sendo que as requisições destes medicamentos (aos fornecedores) implicam o preenchimento do Anexo VII e a sua dispensa aos serviços clínicos implica o preenchimento do anexo X [16-19]. Na ULSCB existe um FH que tem a seu cargo esta área e que procede ao controlo dos stocks, elabora os pedidos e responsabiliza-se pela adequada receção, armazenamento e conservação destes medicamentos. Este mesmo FH procede também ao arquivo de toda a documentação relativa à entrada, dispensa e devolução destes medicamentos e regista informaticamente todos os movimentos. A dispensa destes medicamentos é, obrigatoriamente, realizada por um FH, normalmente a farmacêutica responsável pela área.

Sempre que é necessário realizar a aquisição de um MEP o FH faz um pedido de compra. Para que a compra se efetive é necessário elaborar uma nota de encomenda que é enviada juntamente com o respetivo anexo VII. Este mesmo anexo possui vários campos de preenchimento obrigatório, entre os quais, a identificação da substância que está a ser

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