Qual a distribuição de responsabilidade a cada ente federado considerando a capacidade de intervir ou de influenciar de cada um na concepção de produtos mais

ecológicos?

No gráfico 11 (página 95) verifica-se que cerca de 67% dos especialistas consideraram que ao Governo Federal compete a responsabilidade de intervir ou influenciar na concepção de produtos mais ecológicos. De acordo com critérios estabelecidos, o Governo Federal abarcaria essa questão produzindo resultados satisfatórios e a atuação dos demais entes federados se daria de forma complementar, pois isoladamente teriam pouca contribuição a dar nesse sentido.

Pode-se dizer que o setor produtivo e principalmente o consumidor são os grandes responsáveis pela concepção de produtos mais ecológicos. Os governos atuam basicamente com medidas indutoras e de incentivo. Entre as medidas para influenciar na concepção de produtos mais ecológicos vislumbra-se: a formação do consumidor com responsabilidade socioambiental e de sistemas de informação para que os usuários tenham parâmetros na escolha de seus produtos; investimento em pesquisa ou isenção fiscal para as empresas que invistam em pesquisa na obtenção de produtos e processos limpos; construções de indicadores e estrutura administrativa para levantar dados no intuído de acompanhar os investimentos realizados em pesquisa com recursos diretos ou pela isenção fiscal; desenvolvimento de centros tecnológicos de referência; mestrados e doutorados no campo das tecnologias apropriadas a realidade local, tecnologias limpas, e eco-designer; impostos sobre produtos

considerando a massa de bem material produzido e os seus componentes (se tem elementos tóxicos ou nocivos que interfiram na sua destinação final, se contém materiais que possam ser recuperados, recicláveis ou não), e maior condição para o seu reaproveitamento ou recuperação (considerando o tempo de garantida de funcionamento dada pelo fabricante ao seu produto, bem como a oferta de peças de reposição no mercado e de assistência técnica ao produto).

Verifica-se que a formação do consumidor responsável se dá em todas as esferas de governo, tanto no ensino fundamental, como no colegial e principalmente no ensino superior na formação dos profissionais educadores, para inserir o tema como proposta pedagógica de forma transversal. A formação dos consumidores é a principal forma de induzir o mercado interno e a relação comercial do país com demais nações. Porém, deve-se considerar também que a formação do consumidor apenas numa localidade não será suficiente para servir como promovedor de alterações do sistema produtivo, do Estado talvez adapte o mercado Nacional para o atendimento ao mercado daquele estado, porém, se grande parcela da população brasileiro tiver a postura de atuar como consumidor responsável o peso sobre o mercado brasileiro será consideravelmente significativo e poderá influir inclusive no mercado externo que desejando obter consumidores brasileiros teriam que se adaptar para vender seus produtos aqui. Logo a formação do consumidor responsável deve ser sobretudo um projeto nacional, porém deve incluir os sistemas educacionais dos municípios e estados, além da formação superior e técnica.

A máquina pública também pode exercer o consumo responsável. Para tanto, deve pesquisar como incorporar nos editais licitatórios os valores sociais e ambientais com vistas a favorecer produtos e a prestação de serviços mais limpos. Essa contribuição tem de ser desenvolvida pelas três esferas de governo.

Os investimentos em pesquisa pode se dar principalmente nos âmbitos federais e estaduais, por meio de suas instituições universitárias e fundações de fomento a pesquisa. A isenção parcial de tributos fiscal pode ser um instrumento motivador as iniciativas privadas, porém, defende-se aqui que os resultados pretendidos com a pesquisa sejam monitorados e devem necessariamente trazer benefícios diretos a sociedade. Para exemplificar: se no contrato

previa-se reduzir o consumo de água, por exemplo, essa redução tem que ser medida e o beneficio será o quanto de recursos hídricos tornou-se disponível a outros usos.

Também, pode ocorrer no âmbito das administrações estaduais e federal o desenvolvimento de centros tecnológicos de referência; mestrados e doutorados no campo das tecnologias apropriadas a realidade local, tecnologias limpas, e eco-designer.

Já o uso de instrumentos econômicos como forma de influenciar a opção por produtos mais ecológicos, como discutido anteriormente na questão 01 (paginas 105 a 109), vislumbra-se que tal instrumento, dificilmente pode ser incorporado por outra esfera administrativa que não seja a federal, com as limitações anteriormente expostas.

Na discussão exposta, pode-se considerar de certa forma pertinente o resultado obtido. É o Governo Federal o principal protagonista na concepção de produtos mais ecológicos. O mesmo não só deve induzir a melhoria de concepção de produtos no setor produtivo como também deve induzir os estados e municípios a atenderem a Lei Federal 9.795/99 que regulamenta a educação ambiental.

O Governo Federal e Estadual podem e devem intervir no volume da produção técnico cientifica e criar Cursos de Mestrado e Doutorado, tornando-os mais atrativos inclusive a dedicação exclusiva nas elaborações de teses e dissertações. E devem criar sistemas de informação para que o cidadão conheça os efeitos oriundos do processo de fabricação de um produto, o histórico das empresas quanto os benefícios sociais produzidos e comprometidos nas licenças, bem como sobre as notificações e infrações recebidas pelas empresas.

Como sistema de informação o ideal seria conceber um rótulo com indicador correspondente a pegada ecológica a ser colocado em cada produto. O indicador deve indicar o impacto ambiental considerando todo ciclo de vida do material. Também deveria ser contidas no rótulo, o quanto do valor do produto será socializado, ou seja, será revertido em pagamento de contribuições sociais e impostos.

de que o setor produtivo conceba produtos mais ecológicos. Provavelmente isso se deva à capacidade e adoção de recursos a serem aplicados em desenvolvimento tecnológico ou por utilizar instrumentos econômicos para influenciar o comportamento do mercado. Os governos estaduais e municipais atuariam complementarmente, pois isoladamente não produziram resultados satisfatórios nesse intuito.

Questão 03: Qual a distribuição de responsabilidade a cada ente federado considerando