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ATENDIMENTO ADEQUADO

2.3. Crescimento urbano, metropolização e planejamento no Distrito Federal

2.3.2 Distrito Federal – O Planejamento Urbano da Capital e suas Facetas

O planejamento urbano do Distrito Federal inicia-se com a proposta vencedora de Lúcio Costa para o Plano Piloto da Nova Capital, em 1956, caracterizado pela setorização urbana, segregando os espaços conforme os usos residencial, comercial, institucional, de circulação, entre outros. Apesar de ter a previsão de serem implantadas cidades-satélites ao Plano Piloto de Brasília, apenas quando a Capital atingisse 500.000 habitantes, ainda em sua construção, com a necessidade de abrigar os imigrantes e operários, surgiriam as cidades de Taguatinga (1958), Gama (1960), Núcleo Bandeirante (1961), Guará (1966) e Ceilândia (1970).

O primeiro documento de zoneamento foi o Decreto Federal nº 163/1962, referência do primeiro Plano Diretor do Distrito Federal, dividindo as terras em área metropolitana, área rural e área das cidades satélites. Já se tinha uma proposta de segregação nítida nesta época.

O Código Sanitário do DF foi aprovado em 1966 e, em 1970, o Plano Diretor de Água, Esgoto e Controle da Poluição (Planidro), restringindo a ocupação na bacia do Paranoá, bem como a beira do lago e rios.

Em 1992, surgiu o primeiro Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT/92) (Figura 12 – PDOT/92), por meio da Lei nº 353/1992, onde se consolidam

as diretrizes traçadas nos planos anteriores – PEOT, POT, Pouso (Figuras 13 a 15 –

PEOT/77, POT/85, Pouso/90) e Brasília Revisitada, reforçando a tendência polinuclear e a bipolaridade de dois grandes centros – Plano Piloto e Taguatinga.

FIGURA 10 – PDOT/DF – 92 Fonte: Seduh, 2000.

Em 1992, surgiu o primeiro Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT/92) (Figura 12 – PDOT/92), por meio da Lei nº 353/1992, onde se consolidam

as diretrizes traçadas nos planos anteriores – PEOT, POT, Pouso (Figuras 13 a 15 –

PEOT/77, POT/85, Pouso/90) e Brasília Revisitada, reforçando a tendência polinuclear e a bipolaridade de dois grandes centros – Plano Piloto e Taguatinga.

FIGURA 11 – PEOT/DF - 1977 Fonte: Seduh, 2000.

FIGURA 12 – POT/DF – 1985 Fonte: Seduh, 2000.

FIGURA 13 – POUSO/DF – 1980 Fonte: Seduh, 2000.

No final da década de 1990, para definição do macrozoneamento do PDOT/1997, foram avaliados os aspectos ambientais, a dinâmica demográfica e a disponibilidade de infraestrutura, equipamentos de uso público e capacidade dos principais eixos de transporte, além da situação fundiária e os problemas de habitação. Criaram-se, assim, três grandes categorias de zonas: urbanas (de consolidação, de uso controlado e de dinamização), rurais (de dinamização, de uso controlado e de uso diversificado) e de conservação ambiental, como o Parque Nacional de Brasília e a Estação Ecológica de Águas Emendadas. Além das zonas mencionadas, foram estabelecidas Áreas Especiais de Proteção (de mananciais, rurais remanescentes, próximas de unidades de conservação e de lazer ecológico), as Áreas de Monitoramento Prioritário (rurais e urbanas onde ocorrem parcelamentos irregulares) e a Área do Centro Regional, localizada na confluência das cidades de Taguatinga, Ceilândia e Samambaia.

Percebe-se que durante o período anterior a 2007, quando da formulação do

PDOT/DF – 2009 vigente, as áreas mais densas abrangeram o eixo oeste –

Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo I/II e Recanto das Emas, e o eixo sudoeste com as cidades Gama e Santa Maria, consolidando os eixos previstos nos planos de ordenamento territorial anteriores. No limite goiano a oeste, a expansão

urbana em direção ao lago formado pela barragem de Corumbá IV e a cidade de Santo Antônio do Descoberto em Goiás confirma tal tendência.

A estrutura urbana do DF até então, apesar de continuar polinucleada, tende a uma compactação a partir do preenchimento dos vazios urbanos existentes.

Segundo diagnóstico do Governo do Distrito Federal, grande parte das diretrizes do PDOT/1997 não foi implantada, entre elas a falta de rebatimento dos programas com os instrumentos de planejamento como o plano plurianual, a lei de diretrizes orçamentárias e o plano de desenvolvimento econômico e social.

Além disso, observou-se que a falta de fiscalização sobre ocupações irregulares no DF e a grilagem de terras em conjunto com a distribuição de lotes contribuíram para o crescimento desordenado do território.

Após dez anos de irregularidades na expansão urbana da Capital, em 2007, o Ministério Público e demais órgãos de controle constataram a ineficiência do Estado no combate ao parcelamento irregular do solo e ofereceram à população um Termo

de Ajustamento de Conduta – TAC nº 02/2007, que ditou procedimentos e princípios

que nortearam e ainda norteiam a regularização dos parcelamentos do solo em todo o território do DF, corrigindo questões fundiária, ecológica, urbanística e social.

O Plano de Ordenamento Territorial do Distrito Federal – PDOT/DF – 2009 traz em seu art. 37 diretrizes da urbanização, do uso e da ocupação do solo, entre eles:

Art. 37. São diretrizes da urbanização, do uso e da ocupação do solo: I – o estabelecimento de áreas urbanizadas mais compactas no território; II – a urbanização estruturada ao longo das principais infraestruturas de conexão; III – a expansão do solo urbano em continuidade com os núcleos urbanos existentes; IV – evitar a segregação de usos, promovendo-se a sua flexibilização; V – promover a integração dos parcelamentos residenciais; VI – estimular a ocupação dos vazios residuais das áreas urbanizadas dotadas de serviços, infraestrutura e equipamentos, preferencialmente à criação de novas áreas urbanas; VII – propor e admitir novas formas de urbanização; VIII – possibilitar a ocorrência de tipologias arquitetônicas diferenciadas e facilitar a adaptação das edificações para novos usos; IX – reduzir progressivamente o déficit social urbano representado pela carência de infraestrutura urbana, de serviços sociais e de moradia, por meio de investimentos e da aplicação dos instrumentos jurídicos, tributários e financeiros previstos nesta Lei Complementar. (PDOT-2009/DF, p. 16-17).

O macrozoneamento do território do DF apresenta a mesma lógica do plano anterior de 2007, com macrozonas urbanas, rurais e proteção integral. (Ver Figura 16).

Art. 60. A Macrozona Urbana se divide nas seguintes zonas: I – Zona Urbana do Conjunto Tombado;

II – Zona Urbana de Uso Controlado I; III – Zona Urbana de Uso Controlado II;

IV – Zona Urbana Consolidada;

V – Zona Urbana de Expansão e Qualificação; VI – Zona de Contenção Urbana.

Art. 61. A Macrozona Rural é dividida nas seguintes zonas: I – Zona Rural de Uso Diversificado; I

I – Zona Rural de Uso Controlado. (PDOT-2009/DF, p. 25-26).

FIGURA 14– Macrozoneamento do PDOT/DF – 1997 Fonte: Lei Complementar nº 17, de 28 de janeiro de 1997. www.sedhab.df.gov.br

FIGURA 15 – Macrozoneamento do PDOT/DF – 2009 Fonte: Seduma/GDF. 2009 www.sedhab.df.gov.br

Vale considerar que, segundo o artigo 75 do PDOT/2009, a Zona Urbana de Expansão e Qualificação (Figura 17) apresenta-se como a que deve ser planejada e ordenada para o desenvolvimento da função social da cidade e da propriedade, segundo diretrizes apresentadas.

Art. 75. Esta Zona deve ser a que deve ser planejada e ordenada para o desenvolvimento equilibrado das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, de acordo com as seguintes diretrizes: I – estruturar e articular a malha urbana de forma a integrar e conectar as localidades existentes; II – aplicar o conjunto de instrumentos de política urbana adequado para qualificação, ocupação e regularização do solo; III – qualificar as áreas ocupadas para reversão dos danos ambientais e recuperação das áreas degradadas; IV – constituir áreas para atender às demandas habitacionais; V – consolidar a permanência das chácaras preservadas com uso rural, utilizando tecnologias adequadas de preservação, excetuando-se as áreas previstas para instalação de equipamentos públicos; VI – vetado; VII – planejar previamente a infraestrutura de saneamento ambiental para a ocupação, considerando-se a capacidade de suporte socioambiental da bacia hidrográfica de contribuição do lago Paranoá. (PDOT-2009/DF, p. 25-26).

2.4 A Unidade de Planejamento Territorial Oeste (UPT) do DF e os municípios