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3 CONEXÕES TEÓRICAS ENTRE PARTICIPAÇÃO, GOVERNANÇA E

4.6 DIVERSIDADE DOS PARQUES URBANOS DE BELÉM

A gestão de parques pode ser realizada tanto pela esfera pública, quando administrados e manejados diretamente por órgãos governamentais ou por instituições credenciadas como Organizações Não-Governamentais (ONG’s) e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP’s) ou por entidades particulares, quando geridas diretamente pelos proprietários da área, contudo, com fiscalização e monitoramento dos órgãos públicos competentes (BRITO, 2010).

A cidade de Belém possui 09 parques urbanos em funcionamento, conforme mostra o Quadro 1. São 03 parques privados e 06 parques gerenciados por órgãos governamentais (ver carta-imagem 02, p.73).

Quadro 1: Diversidade dos Parques Urbanos de Belém

Fonte: Elaboração própria (2012)

Os parques particulares, a exemplos dos Parques dos Igarapés e Bioparque Amazônia Crocodilo Safari são áreas destinadas à preservação ambiental e/ou de exploração comercial por iniciativa de pessoa física ou jurídica. Apesar da legitimidade de sua existência, o uso da nomenclatura

NOMENCLATURA GESTÃO FUNÇÃO ANO DE

CRIAÇÃO

Parque dos Igarapés Particular atividades culturais e de aventura visitação, hospedagem 1986 Bioparque Amazônia

Crocodilo Safari Particular visitação, pesquisa preservação 1989

Tatoo Park Particular parque temático 2004

Parque Estadual do Utinga

(PEUt) Estadual visitação, pesquisa, preservação 1993 Parque da Residência Estadual atividades culturais, preservação visitação, pesquisa, 1998 Parque Ecológico Mangal

das Garças Estadual visitação, pesquisa, preservação 2005 Parque Zoobotânico

Museu Paraense Emilio

Goeldi Estadual visitação, pesquisa, preservação 1866 Jardim Botânico Bosque

Rodrigues Alves Municipal visitação, pesquisa, preservação 1903 Parque Ecológico do

Município de Belém Gunnar Vingren (PEGV)

‘parque’ não tem amparo legal, porque estes espaços não estão licenciados pelos órgãos responsáveis pela fiscalização desses espaços. Esses parques precisam ter licença ambiental expedida pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovavéis (IBAMA) e pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA) para funcionarem legalmente (BRITO, 2009).

O parque temático, Tatoo Park é uma empresa legalmente constituída, inaugurada em 22 de abril de 2004 (www.tatoopark.com.br). O órgão responsável pela fiscalização deste espaço é a SEMMA. Devido sua função e uso, o parque temático oferece lazer e recreação aos seus visitantes.

O Parque Estadual do Utinga (PEUt) foi criado pelo Decreto estadual nº 1.551, de 3 de maio de 1993, em uma área de interesse social, com objetivo de preservar os lagos Água Preta e Bolonha. O parque está inserido na Área de

Proteção Ambiental dos Mananciais de Água de Belém (APA-Belém)8, É

permitida visitação pública previamente agendada. No PEU’t podem ser

realizadas caminhadas nas trilhas ecológicas e pesquisas (BRITO, 2009). O Parque da Residência, criado em 1998, era antiga residência oficial dos governadores do Estado - Magalhães Barata (1934), Enéas Martins (1913- 1917) e Lauro Sodré (1917-1921). Atualmente é sede da Secretaria Executiva de Cultura do Estado do Pará (SECULT). Abriga um orquidário com aproximadamente 400 espécies. Possui um anfiteatro, denominado Estação Gasômetro, um vagão de trem trazido da cidade de Bragança-Pará, transformado em sorveteria e um restaurante (www.paraturismo.pa.gov).

O Parque Ecológico Mangal das Garças foi criado em 2005, com 400 ha e está localizado no Centro Histórico de Belém. No parque há a reprodução em cativeiro de espécies da fauna amazônica como: guarás, colhereiros, beija- flores e cisnes negros. O ecossistema do parque é formado por matas de terra firme, matas de várzea e campos. Possui ainda, um borboletário que abriga aproximadamente mil borboletas, além de viveiros de pássaros com cerca de 150 espécies diversificadas da região amazônica, um mirante com 47 metros

8 Alterada pelo Decreto nº 1.329, de 02 de outubro de 2008. A APA-Belém passou a ser

denominada de Área de Proteção Ambiental da Região Metropolitana de Belém (APA – Metropolitana de Belém) (BRITO, 2009).

de altura, quiosques com vendas de comidas típicas e um restaurante (REVISTA DIGITAL ECOTURISMO, 2010).

O Parque Zoobotânico Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG) foi criado em 1866, com uma área de 5,2 ha. É importante espaço para pesquisa da flora, da fauna e do homem da Amazônia (MACEDO; SAKATA, 2002). Além da biodiversidade amazônica, o parque concentra atividades educativas com laboratório para aulas práticas aos visitantes (www.museu-goeldi.br).

O Jardim Botânico Bosque Rodrigues Alves (JBBRA), criado em 1903, também abriga diversas espécies da fauna e flora amazônica. No bosque são desenvolvidas atividades de pesquisa, lazer, educação ambiental com foco na preservação da área verde, caminhadas em trilhas ecológicas e atividades culturais (www.belem.pa.gov.br/semma).

O Parque Ecológico do Município de Belém Gunnar Vingren (PEGV), objeto desta pesquisa, como já mencionado, ocupa uma área de interesse social remanescente dos conjuntos habitacionais Presidente Médici II e Bela Vista. Localiza-se entre os bairros Val-de-Cans e Marambaia. Tem por finalidade a preservação, manutenção e restauração da área (BELÉM, 1991). A visitação pública neste espaço é realizada através de agendamentos antecipados. No PEGV podem ser realizadas caminhadas nas trilhas ecológicas em estivas e pesquisas (www.belem.pa.gov.br/semma).

Além dos parques urbanos apresentados, Brito (2009) destaca em seu estudo que estão em fase de criação, o Parque Guajará, com 120 ha, localizado ao sul do bairro do Paracuri, no Distrito de Icoaraci e o Parque Rio Ariri, com 10 ha, remanescente da construção do Conjunto Habitacional Satélite, ambos pertencentes ao mosaico urbano da cidade de Belém, conforme demonstrado na carta-imagem 03, p. 75 (BRITO, 2009).

Carta-imagem 03: Localização dos parques: Guajará e Ariri - Belém/Pará Fonte: Levantamento Aerofotogramétrico de Belém - 1998 (CODEM, 2012)

5 O PEGV: CRIAÇÃO, GESTÃO E PARTICIPAÇÃO

Este capítulo realiza um resgate histórico de criação e institucionalização do Parque Ecológico do Município de Belém Gunnar Vingren (PEGV) e revela a importância da sua preservação para a cidade de Belém. O estudo apresenta os divergentes modelos de gestão ambiental implantados em Belém em diferentes períodos e as implicações na gestão do PEGV. Aborda as ações antrópicas ocorridas no parque, reflexo da intervenção de dois projetos governamentais: Macrodrenagem da Bacia do Una e Extensão da Avenida Centenário. Permite entender, ainda, as convergências e divergências de interesses através da rede de relações existente entre os atores sociais que atuam de forma direta e indireta com o PEGV e como esta influencia na gestão do parque. Aborda também, os mecanismos de conciliação dos interesses entre os stakeholders.

5.1 O PEGV: DA CRIAÇÃO À INSTITUCIONALIZAÇÃO