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A partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, tornou-se obrigatório, para municípios com mais de 20 mil habitantes, a elaboração do plano diretor, que promove o adequado ordenamento territorial e o controle de uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano, que tem pó objetivo ordenar o plano desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes (Inciso VII, art. 30 e art. 182 da Constituição Federal de 1988).

Dessa forma, à medida que os títulos minerários são liberados, sem a anuência do poder público municipal, o plano diretor elaborado pela municipalidade deixa de cumprir seu papel social.

O titulo minerário seja uma autorização de pesquisa ou uma concessão de lavra, por um documento proveniente de uma autoridade federal, inibi, seja por força da lei, ou por cultura de submissão, a autoridade municipal.

Assim, é possível que em certos casos o zoneamento municipal, descrito no plano diretor, seja alterado, apesar de a base legal (constituição Federal de 1988) estar acima do Código de Mineração.

Enquanto o Código de Mineração mantiver a prioridade protocolar como principal ponto para a liberação de uma área dentro do DNPM, diversos municípios terão uma grande área de seu território bloqueada, por títulos minerários.

CONCLUSÃO

A mineração representa nesse caso pela indústria de água mineral, embora continue bastante importante, não é mais algo prioritário, como o foi nas décadas de 60, 70 e 80 do século XX.

Hoje, a visão de todo o conjunto, das diversas formas de aproveitamento de um mesmo bem, é levada em conta, através da gestão integrada.

Para que isso seja possível também, na exploração da água mineral, é necessário que a parte de análise de todo o processo de instalação da indústria, desde a captação até o produto embalado seja realizada pelos diversos organismos administrativos do Estado. Permanecendo numa única instância (estadual), não só reduzirá o tempo de analise do processo, como será a base para a integração dos recursos (hídricos e minerais).

Cabe ao DNPM, nessa nova estrutura proposta, a posição de grande gerenciador da exploração e aproveitamento mineral no país.

Da mesma forma que as Agencias Reguladoras da Água da Vigilância Sanitária e do IBAMA, caberá ao DNPM elaborar o grande cadastro de uso de água mineral no país, delineando posturas e deliberando normas que visem ao melhor aproveitamento desse bem mineral em todo o país. Enfim, regulando o setor.

A partir do momento em que o DNPM assumisse que sua função é a gestão mineral e não ambiental (FEEMA/IBAM), nem de higiene e saúde (Vigilância Sanitária Estadual/ANVISA), nem de medicamentos ((Vigilância Sanitária Estadual/ANVISA), nem de recursos hídricos (SERLA/ANA) nem cobrador de impostos (Secretarias Municipais e Estaduais de Fazenda e Ministério da Fazenda) e nem dos direitos e condições dos trabalhadores na

mineração (Corpo de Bombeiros/DRT/TEM), voltaria a existir, no país, um órgão exclusivamente voltado para o setor mineral.

Dessa forma, a tão preocupante burocracia seria desarticulada. O entrave burocrático ao setor de águas minerais deixaria de existir, sendo substituído pela análise de disponibilidade hídrica, integrada aos diversos usos de água na bacia.

Todo o trabalho de legalização da indústria de água mineral seria executado pelo Estado onde, para o setor mineral, há o Departamento de Recursos Minerais (DRM), com condições técnicas de uma forma objetiva e compartilhada com os demais responsáveis pelo setor no Rio de Janeiro (SERLA, FEEMA, IEF) e com as prefeituras municipais.

Dessa forma o setor empresarial estaria sendo atendido na reivindicação maior de diminuição do Estado Burocrático e da divisão clara entre os poderes e, ainda a sociedade seria atendida na luta que vem travando por um processo de integração das águas.

A qualidade da água mineral brasileira é, de uma maneira genérica, especialmente pobre em sólidos totais dissolvidos, o que permite que seja utilizada para varias finalidades.

A ação medicamentosa estabelecida como condição, pelo Código de Águas Minerais, para definir uma água mineral, não tem podido se confirmar na maioria dos casos das águas brasileiras, há muito tempo.

Portanto, sugere-se que por todos os motivos acima descritos, o processo burocrático da água mineral deixe de ser executado por órgãos da União e passe a ser executado por Órgãos do Estado e do Município.

A União cabe, em todos os seus aspectos a regulamentação de todo o processo através da formulação de propostas de normas relativas a cada um dos assuntos.

Qualquer que seja a base legal para essa ou aquela tomada de posição em relação à política da água mineral, a discussão ficará apenas sediada nas cabeças e atitudes do Homem que ainda tem a competência e responsabilidade de gerenciar os bens naturais à subsistência da sua espécie.

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ANEXO 1

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