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3.1 Dos benefícios por incapacidade

3.1.1 Do auxílio doença

Neste tópico, é necessário fazer a diferenciação de duas subespécies, o auxílio doença

comum e o auxílio doença acidentário.

O auxílio doença comum, ocorre quando é desenvolvida pelo trabalhador uma

enfermidade dando resultado à sua incapacitação, sem que esta tenha ligação direta com a

atividade exercida, mas mesmo assim, fica impossibilitado de exercer normalmente suas

funções.

Auxilio-doença Previdenciário (Espécie-31): É pago pelo INSS ao trabalhador que devido a algum problema de saúde não tenha condições de trabalho, nesse caso, entende o INSS que o problema de saúde não tem ligação alguma com o local de trabalho. A carência exigida é de 12 meses consecutivos de contribuição e o teto do valor pago é igual à média dos últimos 12 salários de contribuição. Neste caso a empresa não precisa recolher o FGTS enquanto permanecer o afastamento, a estabilidade no emprego, prevista na convenção coletiva de trabalho é de 45 dias, caso haja convênio médico esse será mantido até o limite de 36 meses de afastamento, podendo a empresa cortar o convênio após esse período e o PLR é pago de acordo com os meses trabalhado (proporcional). Auxílio-doença Acidentário (Espécie-91): É pago pelo INSS ao trabalhador que devido a algum problema de saúde não tenha condições de trabalho, portanto nesse caso o INSS entende haver relação com o trabalho, tenha ele ocorrido dentro da empresa ou no trajeto. Não há necessidade da carência, a empresa deve continuar a recolher o FGTS, a estabilidade no emprego é de 1 ano, a contar da data da alta, se houver convênio médico, este deve ser mantido até aposentadoria definitiva se a situação de afastamento assim permanecer, o PLR deve ser pago integralmente e a empresa deve fornecer gratuitamente o medicamento prescrito pelo médico, necessários ao tratamento, assim como reembolsará as despesas com locomoção, no valor equivalente ao do vale transporte diário. (DIAS, 2016, disponível em: https://bit.ly/2BKlsml).

Os dois tipos de auxílio doença serão pagos pela Previdência, mas há diferenças

mínimas à salientar. Quanto ao comum, o nexo de causalidade com o local de trabalho é

dispensado, com carência mínima de 12 meses de contribuição e a empresa não será obrigada

a recolher o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) enquanto o segurado

permanecer afastado.

Já o acidentário, haverá concausalidade com a atividade manuseada pelo empregado,

devido acidente de trabalho, será também insento do período de carência, (não precisará ter

contribuído com a autarquia para sua concessão), o empregador será obrigado a recolher o

FGTS enquanto perdurar o afastamento, com estabilidade de 1 (um) ano a contar da data da

alta.

Ainda sobre o auxílio doença acidentário:

O auxílio-doença acidentário será devido ao acidentado que ficar incapacitado para seu trabalho por mais de 15 dias consecutivos. Em relação ao trabalhador avulso, o auxílio-doença ficará a cargo da Previdência Social a contar do dia seguinte ao do acidente. A renda mensal do auxílio-doença acidentário é de 91% do salário-de- benefício (art. 61 da Lei 8.213). Nota-se que o porcentual não mais se aplica em relação ao que for mais favorável ao segurado, mas sobre o salário-de-benefício. O auxílio-doença será devido a contar do 16º dia seguinte ao do afastamento do trabalho em conseqüência do acidente. Os 15 primeiros dias seguintes ao acidente serão pagos pela empresa, inclusive o dia do acidente. Quando o acidentado não se afastar do trabalho no dia do acidente, os 15 dias de responsabilidade da empresa pela sua remuneração integral são contados a partir da data de afastamento. (MARTINS, 2010, p. 417-418).

Será concedido em caso de acidente, devendo o beneficiário ficar incapacitado de

exercer seu trabalho ou atividade habitual por um decurso maior de 15 (quinze) dias seguidos

Importante ainda destacar o caso do trabalhador avulso, pois não havendo vinculo de

subordinação, a Previdência será a encarregada imediata do auxílio-doença, logo no dia

subseqüente ao acidente. E no caso de empregado os quinze primeiros dias serão pagos pelo

empregador, contando também o dia do ocorrido, a partir do décimo sexto dia do afastamento

de suas funções habituais, será de responsabilidade previdenciária. Ainda que o acidentado

não se afaste no dia do acidente, a empresa será responsável pelos quinze primeiros dias a

partir da data de seu afastamento.

A renda deste auxílio é feita com base no salário-de-benefício, tornando-se necessária

a sua conceituação e explicação.

Salário de benefício corresponde à base de cálculo do valor dos benefícios previdenciários. Conforme já salientado, não pode haver confusão entre os conceitos de salário de benefício e salário de contribuição, já que, enquanto o segundo corresponde à base de cálculo das contribuições devidas pelos segura- dos do RGPS, o primeiro é a base de cálculo do valor dos benefícios previdenciários (embora, como se verá a seguir, o salário de contribuição influencie diretamente no cálculo do salário de benefício). Assim, sobre o salário de benefício (SB) será aplicado percentual, resultando-se na renda inicial de benefício (RMI — Renda Mensal Inicial) — a qual, após as devidas atualizações, corresponderá à renda mensal de benefício (i.e., valor mensal que o beneficiário receberá da Previdência Social — RMB). O percentual a ser multiplicado pelo salário de benefício é indicado por lei em relação a cada um dos benefícios previdenciários, conforme se verá a seguir. O valor do salário de benefício não será inferior ao de um salário mínimo, nem superior ao do limite máximo do salário de contribuição na data de início do benefício (art. 32, § 3o, do RPS). (BULGUERONI, 2012, p.283-284).

Esta expressão (salário-de-benefício), nada mais é que uma base cuja qual, irá

corresponder ao cálculo dos benefícios, não podendo-se confundir com salário contribuição,

pois esta já é uma base de cálculo advinda das contribuições devidas pelos segurados, porém,

um seja influenciado pelo outro, sem contribuições não haverá benefícios.

Aplicando o porcentual da renda inicial de benefício, que após atualizações

corresponderá à renda mental de benefício. Essa porcentagem será ainda multiplicada pelo

salário de benefício indicado por lei em cada um dos benefícios previdenciários, não podendo

ser inferior à um salário mínimo, nem superior ao limite do salário de contribuição, ou teto

previdenciário.

Como não é exigida a carência no auxílio doença acidentário, essa média será feita

somente com o auxílio comum.

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