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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.4.3. Documentação fotográfica

Com a intenção de ilustrar o desenvolvimento das mudas ao término do experimento (mudas com idade de 38 DAP), foram tiradas fotos de cada tratamento e o resultado é exibido na Figura 36. Após 21 dias de subirrigação, observa-se que para todos os tratamentos o crescimento das mudas foi menor durante o ciclo de inverno. Nesse ciclo as mudas passaram por déficit hídrico durante a primeira semana, e os três cultivares apresentaram desenvolvimento similar da parte aérea no termino do experimento. Já no ciclo de verão observa-se que o cultivar IAC91-1099 foi o que mais cresceu e que apresentou maior valor de altura.

Figura 36. Foto das mudas pré-brotadas de cana-de-açúcar com 38 DAP, após cultivo durante 21 dias nas mesas de subirrigação.

5.5. Eficiência do uso da agua

A eficiência do uso da água (EUA) é definida como a relação entre o acúmulo de biomassa pela cultura e o consumo de água (SINCLAIR et al., 1984), sendo, portanto, indicativo da quantidade de água necessária para produzir determinada cultura. Diante da crescente demanda por água, o aumento do valor da EUA é uma necessidade (SHARMA et al., 2015) e de acordo com De Pascale et al. (2011) pode ser conseguido reduzindo-se as perdas de agua ou utilizando-se práticas agronômicas que aumentem a produtividade da cultura.

A utilização da subirrigação permite reduzir o consumo de água, pois trabalha com ciclo fechado, com reaproveitamento da SN (DUMROESE et al., 2006). Assim, estudando diferentes culturas e diferentes sistemas de irrigação, alguns autores observaram aumento da EUA com o uso da subirrigação (BOUCHAABA et al., 2015; INCROCCI et al., 2006; ROUPHAEL e COLLA, 2005)

No presente trabalho, os valores de eficiência do uso da água para produção de mudas- pré-brotadas de cana de açúcar em mesas de subrrigação são exibidos na Tabela 23. O volume consumido (VC) representa o volume de SN contabilizado para reabastecer os reservatórios, e, portanto, representa o volume evapotranspirado pela cultura e evaporado nas mesas. O volume total utilizado (VT) representa a somatória do VC com o volume de SN que sobrou nos reservatórios após o termino do experimento. Dessa forma foram realizados dois cálculos de eficiência de uso da água, o EUAplanta, utilizando o VC e o EUAsistema, utilizando o VT.

No ciclo de verão, as maiores temperaturas e maior radiação incidente resultaram em maior demanda por água, e consequentemente maior valor de VC. No final desse ciclo as mudas apresentaram maior valor de massa seca do que as mudas produzidas durante o ciclo de inverno. Dessa forma, apesar de maior consumo de agua durante o ciclo de verão, ambos os ciclos apresentaram valores similares de EUAplanta.

O valor do EUAsistema também foi similar para os dois ciclos de cultivo, e inferior ao

valor do EUAplanta, devido a contabilização de maior volume de água (volume que sobrou no

reservatório). No entanto, esse volume de SN que restou no reservatório e foi descartado ao termino do experimento ainda poderia ser reaproveitado em um novo ciclo. Ao longo dos 21 dias de experimento, a SN apresentou pequena alteração de CE e pH (Figura 30). Dessa forma, se fosse considerada uma produção comercial, esse volume poderia ser reutilizado em um ciclo subsequente de produção das mudas, o que elevaria o valor de EUAsistema.

Tabela 23. Valores do volume total consumido (VC), do volume total utilizado (VT), da massa seca total das plantas (MST), da eficiência do uso da água pela planta (EUAplanta) e da eficiência do uso da água pelo sistema (EUAsistema) ao final do experimento com mudas pré-brotadas de cana

de açucar com idade de 38 DAP, durante os ciclos de verão e de inverno. Média ± desvio padrão de 2 repetições Ciclo Tratamento VC (L) VT (L) MST (g planta-1) EUA

planta (g L-1) EUAsistema (g L-1)

Verão 33,3% SN 404,0 ± 16,3 a 752,3 ± 12,4 a 1,38 ± 0,01 a 3,32 ± 0,15 a 1,78 ± 0,02 a 66,6% SN 413,7 ± 1,1 a 812,5 ± 6,4 a 1,53 ± 0,03 a 3,60 ± 0,07 a 1,83 ± 0,02 a

Inverno 33,3% SN 236,0* 555,0* 0,95* 3,92* 1,67*

66,6% SN 251,0 ± 53,7 630,3 ± 18,7 0,89 ± 0,00 3,52 ± 0,74 1,37 ± 0,03 Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade

Em relação aos diferentes tratamentos (diferentes concentrações de SN), os valores de EUA também foram próximos, dentro de cada ciclo. A análise estatística dos parâmetros exibidos na Tabela 23 não foi realizada durante o ciclo de inverno devido a um problema de vazamento. Foi detectado um furo em uma das mesas do tratamento 33,3% SN, o que resultou em perda de SN. Descartando os valores dessa mesa (VC = 648,5 L e VT = 908,5 L) não foi possível realizar a análise estatística, pois restou informação de apenas uma repetição. Mesmo durante o ciclo de verão, em que a análise estatística foi realizada, esta pode ter sido prejudicada pelo baixo número de repetições do experimento. O baixo número de graus de liberdade afeta o poder do teste, ou seja, a capacidade de detectar evidencia do efeito do tratamento.

A comparação com dados da literatura é dificultada pelo fato de existirem poucos trabalhos que calcularam a EUA para produção de mudas pré-brotadas de cana-de-açúcar. O ineditismo do cálculo de EUA para MPB é citado no trabalho de Ohashi et al. (2016) que utilizaram irrigação por aspersão e diferentes substratos para produção do cultivar IACSP95- 5000. Nesse trabalho citado foi observado EUA variando de 5,69 a 10,44 g L-1 para as mudas

com idade de 60 DAP. Esses valores são bem superiores aos encontrados no presente trabalho (EUA variando de 3,32 até 3,92 g L-1). Essa diferença é devida principalmente ao maior valor de massa seca total encontrada por Ohashi et al. (2016). Enquanto que no trabalho citado a MST variou de 1,47 g a 3,71 g, no presente trabalho o valor médio de MST foi de 1,46 g para o ciclo de verão e de 0,91 g para o ciclo de inverno. Essa diferença de massa pode ser explicada por fatores como idade de avaliação da muda (60 DAP x 38 DAP), tamanho do tubete (180 ml x 130 ml), avaliação de diferentes cultivares (IACSP95-5000 x IACSP95- 5000, IACSP95-5094 e IAC91-1099) e prática de poda no início da fase 1 de aclimatação (não x sim). Além disso Ohashi et al. (2016) não contabilizaram o volume decorrente de precipitações naturais na fase 2 de aclimatação nem o volume percolado pela aplicação da aspersão em ambas as fases de aclimatação.

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