• Nenhum resultado encontrado

DOCUMENTO-QUADRO DO FUNDO AFRICANO PARA AS EMERGÊNCIAS DE SAÚDE PÚBLICA (documento AFR/RC60/13)

R ELATÓRIO DO C OMITÉ R EGIONAL

DOCUMENTO-QUADRO DO FUNDO AFRICANO PARA AS EMERGÊNCIAS DE SAÚDE PÚBLICA (documento AFR/RC60/13)

141. O presidente do Subcomité do Programa lembrou que, em reconhecimento dos insuficientes recursos disponíveis aos Estados-Membros para combater as epidemias e outras emergências de saúde pública na Região Africana, a quinquagésima nona sessão do Comité Regional Africano da OMS adoptou a Resolução AFR/RC59/R5, intitulada "Reforçar a preparação e resposta para os surtos na Região Africana, no contexto da actual pandemia de gripe". Essa resolução solicitava ao Director Regional que facilitasse a criação de um "Fundo Africano para as Emergências de Saúde Pública" que apoiasse a investigação e resposta às epidemias e outras emergências de saúde pública. O documento estabeleceu o quadro para a sua criação.

142. Esclareceu que a ideia fundamental para a criação do fundo era a falta de recursos adequados para dar resposta às frequentes epidemias e intervenções correlacionadas de saúde pública na Região Africana. Foi proposto que o nome do fundo seria "Fundo Africano para as Emergências de Saúde Pública" (APHEF). O

Fundo seria criado como uma iniciativa intergovernamental regional destinada a mobilizar recursos adicionais para a preparação e resposta aos surtos de doenças e outras emergências de saúde pública, nos termos do Artigo 50º, alínea f) da Constituição da OMS, complementando os actuais esforços dos governos e parceiros, e promoveria a solidariedade entre os Estados-Membros na resolução das emergências de saúde pública.

143. O Fundo seria financiado por contribuições acordadas e contribuições voluntárias dos Estados-Membros, nos termos do Artigo 50 alínea f) da Constituição da OMS. As contribuições anuais mínimas dos Estados-Membros foram determinadas como percentagem do PIB de cada país, em função do PIB total dos países da Região Africana. No total, as contribuições anuais propostas para o Fundo atingiriam os 100 milhões de dólares. Foram propostas as contribuições mínimas de cada Estado-Membro. A OMS seria responsável pelo desembolso e pelos relatórios sobre a utilização dos fundos, através dos seus mecanismos financeiros. O Banco Africano de Desenvolvimento seria designado como gestor do Fundo, enquanto um fundo renovável, com um limite de 20 milhões de dólares, seria criado no Escritório Regional da OMS. Os reforços do fundo renovável seriam feitos pelo BAD, com base em critérios e procedimentos previamente acordados.

144. As estruturas nucleares propostas para o Fundo seriam uma Comissão Consultiva Rotativa, um Grupo Técnico de Análise e um Secretariado. A Comissão Consultiva Rotativa, constituída pelo Director Regional, três ministros da saúde e um representante do Banco Africano de Desenvolvimento, forneceria o aconselhamento necessário e tomaria decisões sobre a orientação estratégica do Fundo. O Grupo Técnico de Análise, constituído por peritos da OMS, analisaria as propostas e pedidos, com base em critérios técnicos, e submeteria as recomendações de financiamento à aprovação do Director Regional da OMS. O Secretariado do Fundo, que ficaria sediado no Escritório Regional, seria o gestor do Fundo. Para apoiar uma administração eficaz do Fundo, seriam aplicados custos de apoio ao programa sobre todas as verbas recebidas pelo Fundo, a uma taxa de 13% de acordo com a resolução WHA34.17.

145. Para garantir a responsabilidade, o Fundo usaria os actuais sistemas administrativos internos da OMS (mecanismos, normas e regulamentos) e sistemas de gestão financeira para receber, desembolsar, justificar, auditar e reportar sobre a utilização dos fundos. Um relatório anual técnico e financeiro certificado sobre as operações do Fundo seria apresentado em todas as reuniões do Comité Regional.

146. O Comité Regional recebeu com agrado o Quadro e felicitou o Director Regional por executar o mandato que lhe foi conferido pela quinquagésima nona sessão do Comité Regional, de facilitar o processo de criação do APHEF. Os delegados reiteraram, unanimemente, a necessidade de criar o Fundo como uma oportunidade para os Estados-Membros se apoiarem uns aos outros, em tempo oportuno, durante situações de emergência imprevistas. Observaram que a formulação do Quadro era ainda um trabalho em curso e facilitaria as discussões sobre as modalidades de funcionamento do Fundo.

147. Os delegados pediram esclarecimentos sobre os critérios usados para as contribuições anuais propostas, incluindo outras opções usadas por outros organismos e organizações; o prazo para receber as contribuições; os critérios para aceder aos fundos; o intervalo entre a apresentação das propostas e a recepção dos fundos; o nível dos custos administrativos; e o papel da Comissão Consultiva Rotativa. Realçaram também a necessidade de explorar a possibilidade de alargar as contribuições para o Fundo a sectores extra-governamentais, para se ter uma distribuição equitativa das contribuições e para explorar cenários diferentes para as contribuições. Os delegados recomendaram que as discussões subsequentes sobre o critério e modalidades de contribuição financeira para o Fundo envolvessem os ministros das finanças, o Banco Africano de Desenvolvimento, a União Africana e as comunidades económicas regionais.

148. O Director Regional agradeceu aos delegados pela sua contribuição a fim de melhorar o Quadro para a criação do Fundo e a correspondente Resolução. Informou, em seguida, os delegados sobre os passos dados para cumprir o mandato de facilitar a criação do Fundo que lhe tinha sido conferido pela quinquagésima nona sessão do Comité Regional. Esses passos incluiram advocacia com os Chefes de Estado dos Estados-Membros; interacções com a União Africana e o Banco Africano de Desenvolvimento; e consultas com a Organização Pan-Americana da Saúde, que está a implementar o artigo 50 alínea f) da constituição da OMS.

149. Foram dados esclarecimentos sobre algumas das opções para determinar as contribuições, incluindo as questões relacionadas com a equidade, o tamanho da população, o nível económico e o valor da dívida nacional, que estavam a ser usados por outras organizações e agências das Nações Unidas. Os delegados receberam também a informação de que a cobrança administrativa de 13% de custos de apoio ao programa era uma decisão da Assembleia Mundial da Saúde. Sugeriu-se que a próxima reunião interministerial dos ministros das finanças e da saúde, organizada

sob os auspícios da Comissão Económica das Nações Unidas para África, será uma oportunidade para obter os pontos de vista dos ministros de finanças.

150. O Comité Regional concordou em adiar a discussão sobre as modalidades de funcionamento do Fundo para a sexagésima primeira sessão do Comité Regional e criar um grupo de trabalho técnico (GTT) para preparar deliberações para o próximo ano. As recomendações do GTT serão incorporadas na versão corrente do Documento-Quadro do Fundo Africano para as Emergências de Saúde Pública (documento AFR/RC60/13) que será posteriormente emendado e submetido ao Comité Regional para consideração durante a sexagésima primeira sessão.

151. O Comité Regional aprovou a Resolução AFR/RC60/R5 sobre a criação do Fundo Africano para as Emergências de Saúde Pública.

Outline

Documentos relacionados