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ESTRATÉGIA PARA ABORDAR OS PRINCIPAIS DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE NA REGIÃO AFRICANA (documento AFR/RC60/3)

R ELATÓRIO DO C OMITÉ R EGIONAL

ESTRATÉGIA PARA ABORDAR OS PRINCIPAIS DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE NA REGIÃO AFRICANA (documento AFR/RC60/3)

61. O Presidente do Subcomité do Programa referiu que a Região Africana estava atrasada em relação a outras regiões da OMS, no que se refere aos sucessos globais da saúde. Muitos países não estão em vias de alcançar os ODM. A Região confronta- se com enormes desafios, incluindo a pobreza, e a insegurança alimentar, o VIH/SIDA, a destruição e degradação do meio-ambiente e o desemprego crescente. Os progressos na sobrevivência infantil não se traduziram em maior esperança de vida, porque os ganhos foram destruídos pelo VIH/SIDA. Notam-se desigualdades generalizadas entre os países e dentro de cada um deles, em relação a alguns indicadores, nomeadamente a nível da mortalidade infanto-juvenil e materna, raquitismo infantil e também quanto ao acesso a serviços de saúde. Trata-se, muitas vezes, de diferenças dramáticas entre ricos e pobres e o fosso está a alargar-se em alguns países.

62. O objectivo desta estratégia é apoiar os Estados-Membros nas medidas para reduzir as iniquidades na saúde, graças a políticas e planos intersectoriais para enfrentar com eficácia os principais determinantes da saúde, em harmonia com as recomendações gerais da Comissão dos Determinantes Sociais da Saúde e a Resolução WHA62.14 da Assembleia Mundial da Saúde. Entre as intervenções específicas do sector da saúde, contam-se o reforço do papel da administração geral

e de liderança do ministério da saúde, o reforço das capacidades para a formulação de políticas, a liderança e a advocacia para abordar os determinantes sociais da saúde; a advocacia em favor de legislação e normas que garantam um nível elevado de protecção à população em geral; a garantia de que os sistemas de saúde se apoiam na universalidade e qualidade dos cuidados de saúde e a garantia de equidade no financiamento da saúde e na afectação dos recursos.

63. As intervenções em sectores externos à saúde, incluindo as acções transectoriais, foram as seguintes: assegurar a protecção social a título vitalício; criar ou promover políticas para ambientes e pessoas saudáveis, incluindo a abordagem às alterações climáticas e à degradação ambiental; garantir a igualdade na saúde em todas as políticas; avaliar e mitigar os efeitos adversos do comércio internacional e da globalização; melhorar a boa governação no domínio da saúde e da igualdade na saúde; investir no desenvolvimento da primeira infância; promover o justo emprego e trabalho decente, integrando a promoção da saúde; integrar e promover a igualdade dos sexos; resolver a exclusão e a discriminação social; melhorar a capacitação política; proteger ou melhorar os determinantes sociais da saúde em situações de conflito; e assegurar a monitorização de rotina, a investigação e a formação.

64. O Comité Regional louvou a estratégia, visto que ela ajudará a abordar alguns dos problemas relacionados com os determinantes da saúde, incluindo factores associados à mudança de comportamentos. Observou-se que a Região está a enfrentar uma situação de pobreza crescente e um pesado fardo de doenças, as condições de vida são más, especialmente nos bairros urbanos pobres e nas zonas rurais, o acesso à água e ao saneamento é inadequado e os progressos para os ODM são lentos. Salientou-se que a implementação da estratégia contribuirá para a consecução dos ODM.

65. Os delegados partilharam as suas experiências sobre as abordagens que estão a adoptar em relação aos determinantes da saúde. Entre essas experiências contam-se a revisão das políticas e planos de saúde já existentes; a formulação de estratégias nacionais de crescimento e desenvolvimento; o aumento do investimento na habitação social; a melhoria do acesso à água e ao saneamento; a oferta de serviços gratuitos aos grupos vulneráveis, incluindo crianças, mulheres grávidas e mães que amamentam; a melhoria do acesso das raparigas à educação; e criação de actividades geradoras de rendimento para os pobres das zonas rurais.

66. Observou-se que são necessários um empenhamento político de alto nível e recursos adequados para implementar a estratégia. Os delegados recomendaram que a implementação da abordagem dos Cuidados de Saúde Primários seja coordenada ao mais alto nível. As condições de vida, tanto nas zonas rurais como nas urbanas, devem ser abordadas através da capacitação das comunidades e da acção intersectorial, incluindo a participação activa de organizações da sociedade civil. Os Estados-Membros devem ser encorajados a documentar e partilhar as suas experiências e a aplicar as lições aprendidas com o uso da abordagem multissectorial na luta contra o VIH/SIDA, incluindo a Iniciativa 3 by 5 para reforçar as acções intersectoriais. Os Estados-Membros solicitaram ao Secretariado que prestasse apoio à formulação de políticas para abordar os determinantes sociais da saúde e apresente, de dois em dois anos, relatórios dos progressos sobre os determinantes da saúde.

67. O Secretariado informou os delegados que, em resposta à resolução WHA62.14 da Assembleia Mundial da Saúde, a OMS organizaria uma reunião sobre os determinantes sociais da saúde, no Brasil, em Outubro de 2011, e convidou os Estados-Membros a participarem nessa reunião. Os Ministros da Saúde foram encorajados a desempenharem um papel de liderança e a prestarem o apoio fundamental necessário a outros sectores, com o fim de adoptarem a abordagem de "globalidade do governo ". O Secretariado expressou o seu compromisso em prestar o apoio técnico aos Estados-Membros na implementação da estratégia.

68. O Comité Regional aprovou com alterações o documento AFR/RC60/3: Estratégia para abordar os principais determinantes da saúde na Região Africana e a correspondente Resolução AFR/RC60/R1.

REDUÇÃO DO USO NOCIVO DO ÁLCOOL: ESTRATÉGIA PARA A REGIÃO

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