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87,5 1 12,5 8 50 Dragon Ball (G1); Maggie Simpson (G2); Bonecas Regionais

APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Concordo 7 87,5 1 12,5 8 50 Dragon Ball (G1); Maggie Simpson (G2); Bonecas Regionais

(E4); Minnie (G4); Lisa Simpson (G3); Cinderela (G6); Branca de Neve (G7); e Pantera cor-de-rosa (G8).

Concordo Totalmente

0 0 2 25 2 12,5 Amália Rodrigues (E1); Cristiano Ronaldo (E2).

TOTAL 8 100 8 100 16 100

Dez professores (63%), sendo eles sete generalistas e três especialistas, “concordam ou concordam totalmente”, que o PO I tem uma grande importância para a comunidade de Rabo de Peixe, pelo facto de existir, por parte dos alunos, falta de expectativas, em relação à escola e ao seu futuro. O POI, enquanto programa específico de recuperação da escolaridade,

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tem como objectivo permitir o sucesso escolar/educativo a alunos que tenham percursos irregulares decorrentes de desmotivação, falta de expectativas relativamente ao seu futuro e à sua aprendizagem; elevado índice de absentismo escolar; baixa auto-estima e um desencontro entre a cultura escolar e a cultura da sua comunidade de origem. Quatro especialistas (25%) estão indecisos (E3, E5, E7, E8) e um discorda (E6), assim como, apenas um generalista discorda totalmente (6%) com a relevância do programa para a comunidade local (G5). Deste ponto de vista, também dois especialistas (E1 e E2), têm uma posição mais positiva e concordam totalmente na importância deste programa, para a comunidade de Rabo de Peixe.

Procedemos a um estudo comparativo entre professores generalistas e especialistas, relativamente a esta questão – “a importância do POI para a comunidade de Rabo de Peixe”, utilizando a análise de variância (ANOVA) e detectámos que existe uma diferença significativa quanto à opinião destes dois grupos de professores (F= 9,821, a p < 0,001). Denotamos por parte dos especialistas, professores das áreas da música, da educação física e expressão plástica, um maior cepticismo quanto ao impacto comunitário deste tipo de programa de adaptação curricular, havendo um grupo expressivo de professores (50%) como o Deco (E3), o Nuno Gomes (E5), o Mozart (E8), o Bordados e Rendas (E6) que crêem este tipo de adaptação curricular não traz impacto para a comunidade. Esta perspectiva articula-se plenamente com o facto destes professores apresentarem uma concepção desfavorável quanto à sua importância no combate ao insucesso e abandono escolar. Por este motivo, parece-nos não acreditarem ainda, neste programa como uma adaptação do currículo que visa uma pedagogia inovadora e orientada para o sucesso dos alunos com maiores dificuldades.

Das entrevistas realizadas verificámos que existiu um par pedagógico, da área da expressão musical, que teve um discurso favorável à implementação do programa (G1 e E1); outro, da área da educação física, que teve um discurso menos favorável à sua implementação (G5 e E5); um terceiro par, da área da expressão plástica, que não obteve concordância interna (G6 e E6).

Dos entrevistados, para além dos professores da área vocacional de expressão musical (G1 e E1) e da área da educação física (G5 e E5) observámos alguma dissonância entre o outro par pedagógico, da área da expressão plástica (G6 e E6).

Enquanto o par pedagógico Dragon Ball (G1) e Amália Rodrigues (E1) consideram este programa como mais um “instrumento” para educar a comunidade de Rabo de Peixe e o professor especialista (E1) reforçou mais este sentido, dizendo ainda que este programa é

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oportunidade de terminarem um ciclo que, de outra forma, não conseguiriam. No entanto, é uma medida que requer ainda de muito trabalho no sentido de se tornar rentável e mais verdadeira”.

Com opinião contrária, está o par pedagógico E5 e G5, ao considerem que “(…) este programa é mais um “instrumento” que não vai resolver o problema de educação desta comunidade pode é disfarçá-lo”, (E5) e o generalista deixa realçado que “Só o futuro o dirá. Mas tenho as minhas dúvidas”(G5).

Com o mesmo parecer está o especialista Bordados e Rendas (E6), que este programa “(…) não está de acordo com as necessidades de cada turma”,mas já o seu par pedagógico não tem a mesma opinião, ao referir “com toda a certeza uma mais-valia para educar esta comunidade” (G6).

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SÍNTESE FINAL

A maioria dos professores é de opinião favorável quanto à implementação do Subprograma Oportunidade I, crendo que este cria mecanismos de diversificação curricular, de acordo, com as características da escola envolvente.

Mais de metade dos professores (57%) concorda que o Subprograma Oportunidade I assume características inovadoras sobretudo nos conteúdos que tratam e nas estratégias que pressupõem. Na entrevista, esta questão foi aplicada existindo opiniões distintas entre os pares pedagógicos, nomeadamente E1 e G1; e E6 e G6. Mas, em concordância está o E5 e G5, ao referirem que discordam que este programa seja inovador, pelo facto de ainda não existir um melhoramento, no que respeita à assiduidade, ao absentismo e mesmo ao comportamento. Referiram ainda, que os conteúdos podem ser inovadores, mas na aplicação da sua prática, fica aquém do esperado.

Apesar de, a maioria dos professores estarem convictos de que, as medidas implementadas no Subprograma Oportunidade I sejam eficazes, no combate ao insucesso e ao abandono escolar dos alunos, encontramos outros, indecisos, quanto aos seus benefícios.

Embora este projecto tenha incidido com grande importância, na comunidade de Rabo de Peixe e assim permitindo o sucesso escolar/educativo, a alunos com percursos irregulares, verificámos, mesmo assim, a existência de uma diferença significativa de discurso, entre os professores generalistas e especialistas, o que se reflectiu, na falta de concordância entre os elementos do mesmo par pedagógico.

De todos os professores entrevistados, encontramos o par pedagógico E1 e G1, quem mais acreditou que este programa é considerado um “instrumento” importante, para a comunidade. Deste modo, consideraram-no, apenas, como um recurso de sucesso, facultando a estes alunos, a conclusão de ciclo, de uma forma mais simplificada. Com opinião contrária, está o par pedagógico E5 e G5, em que referiram que este programa é mais um “instrumento” que não irá educar esta comunidade, pode apenas disfarçá-lo, mas só o tempo o dirá. Por último, e com opinião divergente está o par pedagógico E6 e G6, em que um refere que este programa é uma mais - valia para esta comunidade, mas o especialista (E6) referiu que não está de acordo com as necessidades dos alunos, de forma a promover uma aprendizagem mais eficaz e aprofundada aos mesmos, no sentido, encarem a escola como algo imprescindível para a sua vida futura.

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2.2. A PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES SOBRE AS “MUDANÇAS”

QUE O POI – ÁREA DAS EXPRESSÕES – PRODUZ NOS SEUS