• Nenhum resultado encontrado

Duas Propostas Originais Que Devem Ser Mantidas

No documento luizcarlosdeoliveira (páginas 90-93)

3. ALGUMAS PROPOSTAS PARA O LA/EMACF

3.3. Duas Propostas Originais Que Devem Ser Mantidas

Na proposta inicial do projeto “Buscando Soluções”, duas proposições possuíam maior destaque e, posteriormente, tornaram-se singulares no LA/EMACF. Esse item irá apresentar essas duas proposições no intuito de se preservar as características do LA/EMACF. A preocupação em preservar as características do LA/EMACF justifica-se pela importância de que o mesmo continue como um projeto da escola para que não seja enquadrado como um LA convencional da rede municipal de ensino. Caso isso aconteça, a escola perde sua autonomia em redefinir e planejar ações diferenciadas para o LA/EMACF e ainda pode passar a atuar somente com duas professoras. A seguir serão apresentadas as propostas com suas devidas justificativas para continuidade.

3.3.1. Presença da Professora do LA/EMACF em Sala de Aula

Uma das propostas originais do LA/EMACF que constava no documento escrito do projeto “Buscando Soluções” era a presença de duas professoras na mesma sala de aula para desenvolverem juntas o mesmo trabalho. Na ocasião, previa-se a dificuldade de uma só professora dar conta de ensinar a um número maior de alunos com dificuldades de aprendizado. A presença de duas professoras em uma mesma sala de aula é um dos pontos diferenciados que identificam o

LA/EMACF e apresenta-se como um forte argumento de defesa frente a SE/JF para a continuidade das quatro professoras atuando no LA/EMACF.

Além do fato da maior facilidade de trabalho com mais uma professora em sala, outro ponto muito importante está na articulação do trabalho através convívio direto entre as duas professoras. Santiago (2011) através de seus estudos realizados sobre os LAs da rede municipal de ensino de Juiz de Fora chega a seguinte conclusão:

Ressaltamos que o LA ocorre no contra turno escolar, como medida complementar à escolarização, o que dificulta o encontro e a troca de informação entre os professores. Os portfólios demonstram diferentes concepções de aprendizagem, de relacionamento professor-estudantes, de currículo, de avaliação, enfim, os atores do LA não partilham de uma filosofia comum no que se refere aos valores e práticas desenvolvidos no LA (SANTIAGO, 201, p. 155). A autora destaca pontos importantes em relação à articulação do trabalho da professora do LA com a professora regente de sala do aluno. Essa falta de articulação pode-se entender que está na ausência de troca de informações sobre as dificuldades de cada aluno, na criação conjunta de novas práticas e metodologias aplicadas à realidade específica da sala e no desconhecimento, por parte da regente do LA, de como o aluno se comporta em seu horário regular de aula. Esse mesmo ponto é reforçado novamente pela autora:

Reforçamos que o isolamento pedagógico destinado ao professor do LA, que trabalha no turno oposto ao que o aluno está matriculado, é um fator que precisa ser reconsiderado na organização da escola, pois um trabalho de intervenção que busque promover maior participação e aprendizagem do aluno necessita ser articulado com toda a escola (SANTIAGO, 2011, p. 176).

Esses pontos, sem dúvida, interferem em muito para o desenvolvimento de um bom trabalho das professoras de um LA e para o sucesso do aluno com dificuldades de aprendizado. Dentro desse aspecto o LA/EMACF ao propor o trabalho simultâneo em sala de aula, diminui essas dificuldades e aumenta as possibilidades de articulação do trabalho docente.

A enturmação dos alunos do LA/EMACF seguindo os critérios de dificuldades de aprendizado, também foi uma das propostas originais do projeto “Buscando Soluções”. Na verdade, foi a primeira proposta que surgiu, como visto anteriormente, da reunião dos professores dos anos iniciais em busca de novas ações para diminuir as diferenças de aprendizado entre os alunos.

Assim como a presença simultânea de duas professoras em sala de aula, o agrupamento dos alunos com maiores dificuldades de aprendizado em uma mesma turma é outro grande diferencial do LA/EMACF. Enquanto os alunos dos LAs das outras escolas do município se agrupam somente no contra turno para as aulas específicas do LA, as turmas do LA/EMACF permanecem as mesmas tanto no contra turno como no horário regular de aula. Vale lembrar que as aulas do LA/EMACF no contra turno não atende a todos os alunos da turma, existe um atendimento com cerca de dez a doze alunos nesse período.

Na ocasião, o projeto de LA/EMACF propunha a enturmação dos alunos com maiores dificuldades de aprendizado exatamente como uma saída para as angústias da época. Embora, tenha-se passado cinco anos, é importante frisar que foi uma decisão que se caracterizou como uma proposta diferenciada que, como tal, diferencia o LA/EMACF dos LAs da rede municipal e justifica sua continuidade frente a SE/JF.

Nos questionários respondidos existem muitas insatisfações sobre a enturmação, porém, como explicado anteriormente (item 3.1.2.) não se deve pensar que a enturmação de todas as turmas dos anos iniciais é proposta do LA/EMACF. A enturmação por dificuldades de aprendizado de outras turmas seguindo critérios de classificação do aluno como bom, regular e fraco é outra proposta pedagógica que não tem relação direta com o LA/EMACF. As propostas a que o LA/EMACF defende é o agrupamento dos alunos que apresentam maiores dificuldades de aprendizado para serem tratados de forma diferenciada com metodologias e didáticas adequadas ao nível de desenvolvimento cognitivo do aluno.

Tratando a enturmação dos alunos por dificuldades de aprendizados no LA/EMACF como uma proposta diferenciada e como sendo um meio de se dar mais atenção a quem necessita seguindo princípios de equidade, a enturmação pode trazer ganhos para os alunos.

No documento luizcarlosdeoliveira (páginas 90-93)