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O LA/EMACF e o Projeto Político Pedagógico da E M Antônio Carlos

No documento luizcarlosdeoliveira (páginas 40-45)

1. O PROJETO BUSCANDO SOLUÇÕES DA ESCOLA MUNICIPAL ANTÔNIO

1.4. Caracterização da Escola Municipal Antônio Carlos Fagundes

1.4.1 O LA/EMACF e o Projeto Político Pedagógico da E M Antônio Carlos

O Projeto Político pedagógico da E. M. Antônio Carlos Fagundes para o ano letivo de 2012 (PPP/EMACF/2012) apresenta três objetivos gerais:

 Oportunizar a formação de cidadãos capazes de responder com eficiência, de modo crítico e criativo, às exigências da sociedade;

 Estimular o desenvolvimento de habilidades mentais necessárias à formação do cidadão crítico e atuante;

 Minimizar a repetência na escola, transformando em sucesso a cultura do fracasso (PPP/EMACF/2012).

As propostas defendidas pelo LA/EMACF procuram atender aos objetivos gerais enunciados no PPP da escola ao buscar formas adicionais aos processos metodológicos e didáticos em curso nas salas de aula para estimular o desenvolvimento das habilidades mentais e para facilitar a formação do cidadão crítico e criativo. Buscam, ainda, contribuir para minimizar a repetência através do sucesso dos alunos. No intuito de alcançar êxito no desenvolvimento de tais propostas, o LA/EMACF desenvolve uma metodologia diferenciada através da enturmação dos alunos e do trabalho simultâneo de duas professoras em uma mesma sala de aula, sempre com a mesma turma.

O projeto desenvolvido pela escola torna-se ímpar na rede municipal de ensino de Juiz de Fora. A primeira diferença está na seleção dos alunos: a escola, através do seu corpo docente, seleciona os alunos com maiores dificuldades na aprendizagem e os reúne em uma única sala. A seleção dos alunos e feita a cada final de ano em que as professoras, levando em conta o rendimento de cada aluno nas atividades de sala e nas avaliações, organizam uma lista dos alunos de sua turma classificando-os em bom, regular e fraco. A partir dessa listagem os alunos considerados “fracos” são encaminhados, pelas professoras e coordenadora, para

as turmas do LA/EMACF. Esse processo de agrupamento dos alunos através do nível de aprendizado, a escola denomina de enturmação por dificuldade de aprendizado. Os alunos são agrupados dessa forma não só no contra turno onde acontecem especificamente as aulas do LA, mas, também no momento regular das aulas, no turno em que o aluno estuda.

A professora do LA acompanha esses alunos, de segunda a sexta-feira, três horas por dia em dois tempos divididos igualmente: um no contra turno com as aulas do LA e outro em sala junto com a professora regente. A enturmação por dificuldade de aprendizado acontece a partir do 2º ano do ensino fundamental quando a alfabetização começa a ser mais trabalhada e continua até o 5º ano. Assim, a partir do segundo ano, existe uma turma do LA/EMACF para cada ano.

Porém, algumas questões, identificadas no questionário respondido pelo corpo docente no âmbito do presente trabalho de pesquisa, o qual será analisado posteriormente, são levantadas com relação à praticidade e aplicabilidade do LA/EMACF. A questão da montagem de turmas através da enturmação por dificuldade de aprendizado parece, para algumas professoras, retornar aos antigos moldes das turmas homogêneas, enquanto para outras, parece ser uma ação necessária. A presença de duas professoras em sala desenvolvendo o mesmo trabalho pode ser interpretada, por algumas professoras, como quebra da autonomia individual da professora regente, mas, também é interpretada como um momento que propicia a troca de informações entre ambas e a oportunidade da professora do LA observar como cada aluno procede dentro de sala e como surgem suas dificuldades nesses momentos.

Outro aspecto a ser considerado envolve as atuais politicas públicas de educação voltadas para a responsabilização que levantam mais questionamentos quanto à qualidade do ensino e sobre as ações administrativas e pedagógicas geridas pela equipe diretiva e pedagógica da instituição escolar. Assim, podemos perguntar: O projeto atende seus reais objetivos de melhoria do rendimento e fluxo dos alunos? Auxilia na qualidade do ensino? É viável, no âmbito escolar, nos aspectos administrativos e pedagógicos?

No intuito de responder a tais questionamentos, será feita uma análise das percepções dos docentes envolvidos no projeto, abordando a viabilidade das práticas pedagógicas e seu benefício, ou não, para o aprendizado.

Paralelo a isso, para uma avaliação da eficácia do LA/EMACF, é necessário observar os índices de aprovação fornecidos pela SE/JF desde 2005, o resultado das avaliações externas do Programa de Avaliação da Alfabetização (PROALFA) e o Índice da Educação Básica (IDEB). Os quadros que se seguem com os respectivos resultados e índices serão analisados separadamente em item específico. O primeiro quadro a ser apresentado contém os índices de aprovação da escola:

QUADRO 3 – ÍNDICE DE APROVAÇÃO (%) – 2º AO 5º ANO DA EMACF

Ano Total 2005 - 89 85 89 79 85,5 2006 - 69 74 64 83 72,5 2007 - 71 86 83 93 83 2008 100 87 95 94 85 90 2009 100 90 93 85 96 91 2010 100 94 96 99 97 96,5 2011 100 100 100 100 100 100 2012 100 100 100 74 93 83,58

Fonte: SE/JF 2012 – EMACF/2013

Somente no ano de 2008 as turmas de 1º ano começaram a ser atendidas pela escola e a aprovação sempre foi automática para esses alunos, não havendo, portanto, retenção. A partir do ano de 2011 as turmas de 2° e 3º anos também passam a ter aprovação automática devido à resolução CNE/CEB Nº 7, de 14 de dezembro de 2010 que instituiu o “Bloco Pedagógico” que não permite a retenção dos alunos até o 3º ano do ensino fundamental. A reprovação, ou retenção dos alunos só podem acontecer a partir do 4º ano. Dessa forma, as reprovações só podem acontecer do 4º ao 9º ano do ensino fundamental.

O quadro apresenta um aumento nos índices de aprovação, nos anos em que a reprovação é uma possibilidade, a partir do ano em que começa o LA/EMACF (2008). Em 2011, com o “Bloco Pedagógico” resultando na aprovação automática dos alunos do 1º ao 3º ano, a escola chega a 100% de aprovação nos anos iniciais ao não reter nenhum aluno no 4º e 5º ano. Porém, para o ano letivo de 2012, o índice diminui e chega a 84%. Para o cálculo do total de aprovações para os anos

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Total calculado através da média dos índices de aprovação do 4º e 5º anos, pois, do 1º ao 3º ano as aprovações são automáticas em função do “Bloco Pedagógico”.

de 2011 e 2012, foram levados em consideração somente os 4º e 5º anos. Vale lembrar que em 2012 houve retenção dos alunos no 4º e 5º ano, pois, somente a partir desses anos é que os alunos podem ser reprovados. Os índices de aprovação dos anos finais são apresentados no próximo quadro:

QUADRO 4 – ÍNDICE DE APROVAÇÃO (%) - 6º AO 9º ANO DA EMACF

Ano Total 2005 77 77 73 91 77 2006 68 55 89 86 74,5 2007 68 66 75 79 69,5 2008 74 70 83 76 74 2009 80 87 94 99 90 2010 85 95 100 91 93 2011 75 70 85 91 80 2012 62,5 75,5 86 85 77,5

Fonte: SE/2012 - EMACF/ 2013.

Os índices de aprovação dos anos finais, em geral, apresentam-se menores do que os índices dos anos iniciais. Também, observa-se um aumento nas aprovações a partir do ano de 2008. Em 2010 percebe-se um bom desempenho da escola com 93% de aprovação dos alunos do 6º ao 9º ano. Porém, em 2011 retorna a valores menores de aprovação com um crescimento das reprovações. No ano de 2012 as aprovações diminuem ainda mais, retornando aos valores do ano de 2005.

Outros dados importantes a serem analisados são os resultados do Programa de Avaliação da Alfabetização (PROALFA). Ao contrário dos dados apresentados anteriormente, os dados do PROALFA não são apresentados em percentuais, mas, em termos de proficiência média dos estudantes da escola nos testes aplicados para avaliação da alfabetização. Abaixo o quadro com os índices alcançados pela escola de 2009 a 2012:

QUADRO 5 – PROALFA (PROFICIÊNCIA MÉDIA)

PROALFA 2009 2010 2011 2012

MUNICIPIO 463,4 477,17 504,77 498,7

Fonte: SE/MG/20139

A proficiência média da escola nas provas do PROALFA cresceu nos anos de 2010 e 2011 superando a média do município apresentando um resultado que pode ser considerado razoável. O nível recomendado pelo PROALFA é acima de 500. A despeito dos bons resultados obtidos no período apresentado no quadro, no ano de 2012, a média de proficiência da escola diminuiu e retornou aos valores próximos do ano de 2009. Em seguida, continuando com a apresentação dos dados da escola, será apresentado o resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação (IDEB) para os anos iniciais e finais do ensino fundamental:

QUADRO 6 – IDEB OBSERVADO NA EMACF (5º E 9º ANO)

IDEB 2005 2007 2009 2011

5° ano 3,9 4,2 5,2 6,1

9º ano 2,9 3,7 5,2 4,2

Fonte: INEP, 2011

O Índice da Educação Básica (IDEB) do 5º ano esteve sempre crescendo desde a primeira avaliação em 2005. Em 2007 teve um aumento discreto e nos anos de 2009 e 2011aumentou consideravelmente chegando, nesse último resultado, ao índice mínimo desejável para as escolas que é de 6. O crescimento dos índices para os anos finais (9º ano) em 2007 e 2009 foi considerável, chegando, em termos de crescimento percentual, a ser maior do que os percentuais do 5º ano. Esse crescimento no IDEB nos anos finais é importante ser observado, pois, nesse segmento o LA/EMACF não atua. Contudo, a despeito do crescimento progressivo nos anos de 2005 e 2009, em 2011, apresenta uma queda brusca chegando ao índice de 4,2.

As análises comparativas dos dados, anteriormente apresentados - os índices de aprovação apresentados na escola, às médias obtidas nas provas do Programa de Avaliação da Alfabetização (PROALFA) e os Índices da Educação Básica (IDEB) - após o ano de 2008, quando o projeto foi implantado na escola pretendem contribuir para identificar se houve uma contribuição do projeto do LA para que os alunos com dificuldades de aprendizagem vencessem suas barreiras.

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Disponível em: http://www.simave.caedufjf.net/proalfa/resultadosescala/ acesso em 22 de junho de 2013.

Com esses dados podemos inferir se houve ou não alguma influência do LA/EMACF na melhoria desses resultados e verificar sua validade como um todo ou em partes, apontando o que deve continuar, ser excluído ou melhorar para que se torne mais eficaz dentro da escola ou ainda, para ser proposto para a rede municipal de ensino. Pretende-se, ao final, salientar as possíveis práticas necessárias ao gestor/diretor capaz de estimular a construção coletiva de propostas para o projeto estabelecendo as estratégias mais adequadas para a qualidade do ensino na escola.

No documento luizcarlosdeoliveira (páginas 40-45)