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3. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA E MODELO DE INVESTIGAÇÃO

4.3 R ECOLHA DE D ADOS

Esta investigação assume um carácter eminentemente analítico, pretendendo-se recolher informação de uma amostra retirada de uma população de dimensão considerável, pelo que se justificou a utilização do inquérito por questionário. Desta forma, a recolha de dados foi realizada por questionário online, enviado por e-mail pelo coordenador geral da UDIPSS Porto para os colaboradores das 285 IPSS que a compõem. O questionário foi colocado online no dia 7 de Junho de 2012 e a última resposta considerada foi obtida no dia 11 de Julho de 2012.

A utilização do questionário online, permitiu usufruir das suas vantagens como o são a rápida e fácil difusão a baixos custos, que permitiu também uma forte agilidade no controlo e seguimento das respostas, uma maior facilidade na recolha e tratamento dos resultados obtidos, num período de tempo reduzido. No entanto, este método tem também desvantagens, como estar limitado aos colaboradores com acesso à Internet e/ou com os conhecimentos necessários para o manuseamento do computador, ou ser visto como invasão de privacidade ou lixo eletrónico, podendo adulterar a representatividade da amostra (Vasconcellos e Guedes, 2007). Neste contexto, é de especial relevo, a divulgação do questionário ter sido feita pela própria UDIPSS Porto.

4.3.1 Construção do Questionário

Segundo Malhotra (2009), o questionário é uma das fases mais importantes de uma investigação, uma vez que é a partir dele que vamos obter as informações que

pretendemos. Neste sentido, é importante que este seja desenhado cautelosamente e de forma congruente com os objetivos definidos e a literatura revista, envolvendo uma decisão quanto à sua estrutura, às questões a colocar e como colocar e à ordem em que são colocadas.

O questionário (Anexo 1), foi desenvolvido com a ferramenta GoogleDocs e foi composto por perguntas fechadas, com exceção da questão referente ao vínculo contratual que concedia a possibilidade de resposta aberta – Outro, que pré-determinam as respostas possíveis e que por isso simplificam a resposta por parte do inquirido e o posterior tratamento dos dados (Malhotra, 2009). No cabeçalho do questionário foi mencionado o propósito da realização do mesmo e o tema da dissertação, esclarecendo e encorajando assim o inquirido a responder (Malhotra, 2009). Antes da sua divulgação aos colaboradores das IPSS, o questionário foi respondido por 6 pessoas, escolhidas por conveniência a fim de evidenciar eventuais incorreções, falta de clareza ou outras lacunas. As únicas alterações feitas cingiram-se às variáveis sociodemográficas e profissionais, nomeadamente no tipo e vínculo contratual e no nível de escolaridade.

No que respeita à estrutura do questionário, este foi composto em 4 partes. Na primeira parte foram apurados os dados sociodemográficos e profissionais: género, idade, nível de escolaridade, antiguidade na organização, vínculo contratual e tipo de contrato.

A segunda parte do questionário pretendeu apurar o grau de motivação do respondente, tendo em conta os seis tipos ou estados motivacionais definidos pela TAD e que fazem parte do modelo teórico desta investigação: Motivação Intrínseca, Regulação Integrada ou Integração, Regulação Identificada ou Identificação, Regulação Introjetada ou Introjeção, Regulação Externa e Amotivação. Neste sentido foi feita uma tradução fiel, revista por uma professora de inglês especializada em tradução1, da escala desenvolvida por Tremblay et al. (2009) e esta foi a escala utilizada. Esta escala, denominada de WEIMS – Work Extrinsic and Intrinsic Motivation Scale, é constituída por 18 itens que pretendem medir a motivação no trabalho e foi construída com base teórica no

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As restantes escalas utilizadas passaram pela mesma exigência na tradução e foram revistas pela mesma tradutora.

desenvolvimento da teoria da Autodeterminação apresentado por Deci e Ryan (2000). Os autores testaram e validaram a escala, em duas amostras distintas no que respeita ao tipo de trabalho tendo sido encontrada consistência interna2. No quadro 4.1 podem ser vistos os 18 itens já traduzidos e o tipo de motivação correspondente.

Quadro 4.1 - Composição da escala WEIMS

Os 18 itens foram dispostos alternadamente no questionário, tal como no realizado por Trembley et al. (2009) e foi pedido aos respondentes que, usando uma escala de likert de 1 a 7, em que 1=”Não corresponde de todo” e 7=”Corresponde exatamente”, os classificassem quanto ao grau em que correspondem à razão pela qual se encontram, envolvidos no seu trabalho.

Na terceira parte do questionário, referente à Intenção de Permanência na organização, foi utilizada a seguinte escala de 3-item: “Se eu tivesse completa possibilidade de escolha, eu preferia continuar a trabalhar nesta organização.”, “Eu gostaria de

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Consistência interna encontrada a partir do alpha de Cronbach: Motivação Intrínseca=0,80; Integração=0,83; Identificação=0,67; Introjeção=0,70; Regulação Externa=0,77 e Amotivação=0,64.

permanecer nesta organização durante muito tempo.”, “Se tivesse que abandonar o trabalho por algum tempo (por exemplo por motivos pessoais/familiares), gostaria de voltar a esta organização.”. Estes itens correspondem à tradução da adaptação da escala de propensão à saída de Lyons (1981), realizada por Zeytinoglu et al. (2010). Estes itens foram classificados numa escala de likert de 1 a 7 (1=”Discordo Totalmente”; 7=”Concordo Totalmente”) e a sua consistência interna foi encontrada (Alpha de

Cronbach=0,92).

A quarta parte do questionário destinou-se à medição da identificação do colaborador com a organização. Nesta parte foi solicitado aos respondentes que, numa escala de

likert de 1 a 7, em que 1 corresponde a “Discordo Totalmente” e 7 a “Concordo

Totalmente”, avaliassem os seguintes itens: “Quando alguém critica a minha organização, sinto-o como um insulto pessoal.”, “Interesso-me bastante no que os outros pensam sobre a minha organização.”, “Quando falo sobre a minha organização com os outros, eu costumo dizer “nós” ao invés de “eles”.” e “Os sucessos da minha organização, são os meus sucessos.”. Estes quatro itens formam a escala de Mael (1988), na sua versão adaptada por Tidwell (2005) no contexto do terceiro setor e encontrou consistência interna com um Alpha de Cronbach de 0,77.

5 RESULTADOS

Neste capítulo apresentar-se-ão os resultados obtidos através do estudo empírico. Os dados foram tratados e analisados recorrendo à utilização do programa Statistical

Package Social Science for Windows versão 20.0 (SPSS 20.0) e do seu suplemento para

modelos de equações estruturais – AMOS 20.

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