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Segundo Troster e Mochón (2002) sistema econômico é um grupo de relações técnicas, simples e empresariais, que definem a organização econômica de um grupo social. Essas relações conservam o sentido geral das decisões essenciais que acontecem em todo grupo social e nas áreas indispensáveis à sua função.

Troster e Mochón (2002) relatam que a economia investiga a maneira pela qual a sociedade e os indivíduos exercem suas alternativas e tomam providências para que os meios disponíveis, sempre insuficientes, possam colaborar da melhor maneira para atender as necessidades pessoais e comuns da sociedade: “A economia se ocupa das questões relativas à satisfação das necessidades dos indivíduos e da sociedade” (TROSTER; MOCHÓN, 2002, p. 4).

Ainda segundo os autores, a economia pesquisa uma forma de administrar os recursos escassos, com o propósito de gerar bens e serviços e dividi-los para uso dos membros da sociedade. “A economia é a ciência da escassez ou das escolhas” (MENDES, 2004, p. 3). Ainda segundo Pinho e Vasconcellos:

[…] de forma bem geral, podemos definer a Economia como uma ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem (escolhem) empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas da melhor maneira possível. (PINHO; VASCONCELLOS, 2006, p. 2)

Para Mendes (2004) a economia é uma ciência social, que pode ser caracterizada como a destinação dos recursos limitados no processo de produção de bens e serviços, para

satisfazer os desejos e necessidades da sociedade, assim como é ilustrado na figura 11, que mostra como foi recuperado um recurso limitado, no caso, a água que brotava da terra que antes era um banhado. Essa água foi redirecionada ao açude criado no local, para a criação de peixes e futuramente também poderá ser utilizada para a Aquaponia.

(Figura 11 – A recuperação de um ambiente que estava degradado)

Fonte: Site da Pousada Guata Porã.

Assim, a função primordial da economia é perceber como o mundo econômico atua, sendo assim, ela examina o funcionamento do sistema econômico. O problema básico em qualquer sociedade é dividir os recursos fixos e variáveis para satisfazer os desejos coletivos e individuais. Nos locais em que os recursos são numerosos, a divisão é simples, já nos locais em que eles são insuficientes, ela é de grande importância.

Nesse sentido surge, então, a chamada “economia verde”. Zeller e Ryan (2012) definem economia verde como a que proporciona maior bem-estar à sociedade e a igualdade social, além de diminuir os perigos ambientais e a ausência ecológica. O principal objetivo da economia verde é favorecer o desenvolvimento econômico e o investimento, e aprimorar a

qualidade ambiental e a integração social. Nessa lógica, ela não é obrigatoriamente fundamentada em um corredor ecológico, mas no progresso por meio de inovações tecnológicas que diminuam a emissão de poluentes, por exemplo.

No entendimento de Jacobi e Sinisgalli, a economia verde é baseada em diferentes características de sustentabilidade:

O tema tem despertado muitos questionamentos e polêmicas e a visão do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente enfatiza aspectos que concebem a Economia Verde sustentada em três pilares: pouca intensidade em carbono, a eficiência no uso dos recursos naturais e a ênfase na inclusão social. A temática é recente e a palavra chave transição abre espaço para um debate sobre os padrões de produção e consumo e a necessidade de rever o modelo de desenvolvimento ainda prevalecente, e seus impactos diretos na saúde. A relação entre saúde e economia verde pode ser associada com os efeitos provocados pelas alterações climáticas nos diversos setores – habitação, transporte, fontes de energia e saneamento básico sobre a saúde, e notadamente dos setores mais excluídos da sociedade. (JACOBI, SINISGALLI, 2012, p. 1473).

Ainda segundo os autores, os processos sociais surgem, no contexto, com nova aparência para o sistema econômico, que até provocaria melhoras em lugares com eficiência intensa e gerenciamento dos recursos naturais (como mostrado na figura 12), através de sua precificação, mas que não adulteraria a coerência econômica principal em suas características. Acima de tudo, se aproxima da maximização do lucro, à diminuição dos custos de produção e, principalmente, ao interesse pela vida e pela natureza.

(Figura 12 – A melhora do local integrada ao interesse pela vida e pela natureza)

Fonte: Site da Pousada Guata Porã.

Dessa forma, segundo os autores citados acima, a economia, sendo ela verde ou não, tende a utilizar recursos limitados no processo de produção de bens e serviços.

Conclui-se, então, em nossa observação realizada na Pousada Guata Porã, que o entrevistado tem um custo mais elevado no consumo de energia e na produção dos alimentos, pelo fato de estes serem todos orgânicos, pois não são usados agroquímicos em seu processo de desenvolvimento. O proprietário também utiliza bastante energia, pois faz o tratamento da água e sua reutilização, utilizando bombas para esse processo, além de proporcionar aos clientes da pousada o uso de ar condicionado, pois o clima da cidade não permite que apenas o ar que entra pela janela seja suficiente para refrescar os hóspedes. Sendo assim, seu custo com a energia excede aos custos gerais, porém, o equipamento de ar condicionado emite gases que prejudicam o meio ambiente, o que vai contra os preceitos da pousada.

Observamos também que os alimentos produzidos na propriedade não são suficientes em determinados períodos do ano em que ocorre uma sazonalidade, pois a produção dos alimentos orgânicos demanda mais tempo do que a produção que se utiliza de agroquímicos. Além disso, o entrevistado cita que ele também deixa a terra “descansar” por um período, para que ela possa se recuperar e produzir alimentos de boa qualidade no próximo período. Porém, mesmo que esses alimentos exijam esse maior tempo para a sua colheita, o proprietário

prefere usar essa técnica para fornecer a qualidade exigida pelos seus clientes, que reconhecem a pousada por seus alimentos ecologicamente corretos.

5.6 MARKETING VERDE

Para Las Casas, o marketing:

[...] pode ser definido como: a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar determinados objetivos da organização ou indivíduo, e considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que estas relações causam no bem-estar da sociedade. (LAS CASAS, 2006, p. 15)

Segundo McDaniel e Gates (2003) o marketing é um metódo de praticar e planejar a concepção, o apreçamento, a organização de ideias, e a promoção de bens e serviços, para gerar trocas que atendam aos propósitos individuais e organizacionais. A troca existe quando há pelo menos duas partes, e cada uma tem algo de valor para disponibilizar à outra. Assim, a troca ocorre quando as duas partes podem comunicar e oferecer os bens e serviços desejados. Dessa forma, os gerentes de marketing tentam incentivar a troca seguindo um princípio de oferecer bens ou serviços certos, na hora certa e no lugar certo, para os clientes certos, usando os meios de promoção certos.

Segundo Cobra (1992) é necessário entender o que o consumidor necessita ou quer, para poder orientar uma produção mais simplificada. Sendo assim, o aspecto central do

marketing é conhecer as principais necessidades dos consumidores, atendendo a seus pedidos

(Figura 13 – Página inicial do site da pousada)

Fonte: Site da Pousada Guata Porã

Conforme consta no referencial teórico, Dias (2007) diz que um produto ecológico pode ser caracterizado em atribuição aos processos inclusos na sua elaboração ao longo de toda sua vida, a partir das matérias-primas que o integram, até os processos produtivos abrangidos em seu todo, sua aplicação pelos clientes, os resíduos produzidos por sua distribuição e transporte e pelo seu reúso ou eliminação. Um produto ecológico pode ser caracterizado como a criação de uma evolução técnica frequente e o anseio de contínuas melhorias. Dessa forma, o marketing verde valoriza esses atributos.

O marketing ambiental tem dois aspectos a serem considerados. Trata-se, ao mesmo tempo, de um marketing de causa social e de um dos aspectos do marketing comercial. Do ponto de vista de causa social, o marketing verde está voltado para o incremento de novos valores na sociedade como um todo e nos consumidores do modo particular, incorporando a ideia de preservação do meio ambiente e voltado para a proteção concreta do ambiente natural. (DIAS, 2007, p. 74)

Segundo o Entrevistado, “todo marketing de alimentos feitos de forma sustentável natural é positivo pro marketing da empresa”. Para Dias (2007) assim como para o Entrevistado, o marketing tem de ser realizado de forma que seus clientes se sintam satisfeitos com os produtos e serviços oferecidos.

No marketing verde, isso não é diferente, o cliente busca a satisfação em produtos que sejam ecologicamente corretos e que não agridam ao meio ambiente. Nesse sentido, observamos que o marketing da empresa não precisa ser muito divulgado, pois quem procura por um local ecológico na cidade vai encontrar a pousada facilmente, através de buscas na internet.

Concluimos, também, que a pousada é a única agroecológica, sustentável e de alimentação orgânica que existe nas redondezas de Foz do Iguaçu, e que ela cumpre bem seu papel, pois oferece alimentos de produção própria e que são servidos ainda fresquinhos, buscando atender aos clientes da melhor forma, satisfazendo as suas necessidades, seguindo o conceito de marketing, como ilustrado na figura 14.

(Figura 14 – Página inicial da pousada, que explica a ecologia do local)

Fonte: Site da Pousada Guata Porã.

Com isso, concluí-se que a pousada procura uma maneira de oferecer aos seus clientes alimentos sem o uso de agroquímicos, para que estes não agridam o meio ambiente, assim causando menos impacto no local onde são cultivados, e, ao mesmo tempo, oferecendo aos clientes uma alimentação mais saudável, de acordo com suas necessidades e suas exigências. Desse modo, o proprietário procura oferecer esse diferencial no marketing da sua empresa para atrair ainda mais clientes.

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