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CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO ISABELLA KLAHN PRATES JESSICA POSSOLLI MONICA GABRIEL PAES PATRÍCIA VON DENTZ

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

ISABELLA KLAHN PRATES JESSICA POSSOLLI MONICA GABRIEL PAES

PATRÍCIA VON DENTZ

AQUAPONIA COMO CONTRIBUIÇÃO NA BUSCA DA

SUSTENTABILIDADE DA POUSADA AGROECOLÓGICA GUATA

PORÃ EM FOZ DO IGUAÇU – PR

Foz do Iguaçu (PR) 2017

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ISABELLA KLAHN PRATES JESSICA POSSOLLI MONICA GABRIEL PAES

PATRÍCIA VON DENTZ

AQUAPONIA COMO CONTRIBUIÇÃO NA BUSCA DA SUSTENTABILIDADE DA POUSADA AGROECOLÓGICA GUATA PORÃ EM FOZ DO IGUAÇU – PR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao programa de Graduação em Administração do Centro Universitário Dinâmica das Cataratas, como requisito para obtenção de título de Bacharel em Administração.

Orientador: Prof. Me. Aécio Flávio de Paula Fiho

Foz do Iguaçu - PR 2017

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TERMO DE APROVAÇÃO

ISABELLA KLAHN PRATES JESSICA POSSOLLI MONICA GABRIEL PAES

PATRÍCIA VON DENTZ

AQUAPONIA COMO CONTRIBUIÇÃO NA BUSCA DA SUSTENTABILIDADE DA POUSADA AGROECOLÓGICA GUATA PORÃ EM FOZ DO IGUAÇU – PR

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Administração do Centro Universitário Dinâmica das Cataratas, para obtenção do grau de Bacharel em Administração.

Foz do Iguaçu (PR), em 05 de Julho de 2017.

Banca Examinadora:

_____________________________________ Orientador: Prof. Me. Aécio Flávio de Paula Filho

_____________________________________ Prof. Esp. Sinara Lúcia Barbosa

_____________________________________ Prof. Esp. Helmar Andrade

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus, por ter permitido que chegássemos até aqui com saúde e inteligência para superarmos as dificuldades e obstáculos. Aos nossos pais, que sempre nos apoiaram nesta caminhada, nos ajudando em tudo que lhes foi possível. À UDC e aos nossos professores, por todo o apoio e dedicação durante esses anos de estudo. Ao nosso orientador, pelo suporte e incentivo nas orientações, sempre nos auxiliando em todas as dúvidas e disponibilizando seu tempo para ajudar-nos a tornar possível este projeto. Agradecemos também ao Guilherme Custódio, quem gentilmente abriu as portas de sua empresa e nos concedeu a entrevista e as informações necessárias para a elaboração deste trabalho. E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte desta conquista, nosso muito obrigado.

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Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades. Lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível.

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RESUMO

A aquaponia é um sistema de cultivo de alimentos recente e que vem se expandindo gradativamente. Apesar de o termo aquaponia ser novo no Brasil, trata-se de uma tecnologia testada e validada em vários países e comprovadamente realizável, do ponto de vista técnico e econômico. O foco desta pesquisa é contribuir para a sustentabilidade de uma pousada, com objetivo de avaliar a técnica como modelo sustentável de produção de alimentos orgânicos, preferencialmente para fornecimento aos clientes da Pousada Agroecológica Guata Porã e também para a comercialização externa. Este sistema preconiza a reutilização total da água, evitando seu desperdício e diminuindo a liberação do efluentes no meio ambiente. O volume de água necessário para um sistema de aquaponia é mais baixo, se comparado aos sistemas tradicionais existentes em outras técnicas. O embasamento da sustentabilidade atende a três vértices: o desenvolvimento econômico, a responsabilidade social e a gestão ambiental, com fornecimento de uma alimentação saudável e o uso do marketing ambiental. A metodologia tem como estudo de natureza aplicada o objetivo exploratório. O problema que busca compreender é de caráter qualitativo, com estratégia do estudo de caso, associada a técnicas de pesquisa de campo, bibliográfica, documental e a observação local. Os instrumentos de coleta de dados utilizados foram a entrevista e a observação local. Os resultados alcançados sugerem a viabilidade ambiental, social e econômica, com uma rentabilidade de 35,6% a.a., lucro mensal de R$ 1.931,10 e payback de sete meses, beneficiando a sustentabilidade da empresa estudada. No entanto, isso só será possível se a empresa produzir alimentos orgânicos em larga escala (aproximadamente 1,8 mil pés de alface e/ou rúcula a.m., e 1 mil tilápias a.m., tanto para o consumo dos clientes que frequentam a pousada quanto para as vendas a clientes externos.

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ABSTRACT

Aquaponics is a recent and expanding food culture system. Although the term aquaponics is new in Brazil, it is a technology tested and validated in several countries and proven technically and economically feasible. The focus of this technique is the contribution for the sustainability of a hostel case, with the objective of evaluating the technique as a sustainable model of organic food production, preferably for supplying the clients of the Agroecological Guata Porã Inn and also for the external commercialization. This system recommends the total reuse of the water, avoiding waste, and reducing the release of the effluent into the environment. The volume of water required for an aquaponics system is lower compared to traditional systems in other techniques. The foundation of sustainability addresses three aspects of it: economic development, social responsibility and environmental management with the provision of healthy food and the use of environmental marketing. The methodology has as an applied nature the exploratory objective. The problem is seeks to understand is a qualitative one with a case study strategy associated to field, bibliographic, documentary and local observation techniques. The instruments of data collection used were the interview and the local observation. The results that were achieved suggests environmental, social and economic viability, with profitability of 35.6% pa, profit of R $ 1.931,10 monthly and payback of 7 months, benefiting the sustainability of the company studied. This will only be possible if the company produces large-scale organic foods (approximately 1,8 thousand a.m. of lettuce and / or arugula and one thousand a.m. tilapia) for both the consumption of customers who visit the inn and sales to external customers.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Açude onde são criados os peixes ... 37

Figura 2 – Área interna da pousada ... 38

Figura 3 – Escoamento da água drenada do terreno da pousada ... 40

Figura 4 – A agrofloresta ... 41

Figura 5 – Espaço de área verde nativa ... 42

Figura 6 – Hortas adubadas com dejetos dos animais ... 43

Figura 7 – Lixeiras destinadas para a separação dos resíduos ... 44

Figura 8 – Café da manhã na pousada ... 48

Figura 9 – Animais para consumo humano, criados na pousada... 49

Figura 10 – Frutas e sucos produzidos na pousada ... 50

Figura 11 – A recuperação de um ambiente que estava degradado ... 52

Figura 12 – A melhora do local integrada ao interesse pela vida e pela natureza ... 54

Figura 13 – Página inicial do site da pousada ... 56

Figura 14 – Página inicial da pousada, que explica a ecologia do local ... 58

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Investimento Fixo ... 60

Tabela 2 – Custos Fixos ... 61

Tabela 3 – Prazos e estoques ... 61

Tabela 4 – Custos com a mão de obra ... 62

Tabela 5 – Estimativa de faturamento mensal ... 63

Tabela 6 – Financiamento ... 64

Tabela 7 – Demonstração de resultados do exercício ... 65

Tabela 8 – Indicadores financeiros ... 66

Tabela 9 – Sazonalidade ... 68

Tabela 10 – Plano de ação 5W2H com utilização de placas solares ... 70

Tabela 11 – Plano de ação 5W2H com utilização de esterco ... 71

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 11 1.1CONTEXTUALIZAÇÃODOPROBLEMA ... 12 1.2OBJETIVOS ... 12 1.2.1 Objetivo geral ... 12 1.2.2 Objetivos específicos ... 13 1.3JUSTIFICATIVA ... 13 1.4ESTRUTURADEPESQUISA ... 14 2 PESQUISA CIENTÍFICA ... 15

2.1VANTAGENSEDESVANTAGENSDAAQUAPONIA ... 15

3 REFERÊNCIAL TEÓRICO ... 17

3.1ECONOMIA ... 17

3.2DESENVOLVIMENTOSUSTENTÁVEL ... 18

3.3MARKETINGVERDE ... 20

3.4AQUAPONIA ... 23

3.5VIABILIDADEDEIMPLANTAÇÃODOSISTEMADEAQUAPONIA ... 24

3.6CUSTOSDEIMPLANTAÇÃODOSISTEMADEAQUAPONIA ... 27

3.7SUSTENTABILIDADEAMBIENTALEQUALIDADEDEVIDASUSTENTÁVEL ... 27

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS... 30

4.1TIPOLOGIADEPESQUISA ... 30

4.2MÉTODODEPESQUISA ... 31

4.3ESTUDODECAMPO ... 31

4.4TÉCNICADECOLETADEDADOS ... 32

4.4.1 Pesquisa bibliográfica ... 32

4.4.2 Entrevista... 33

4.4.3 Observação pessoal... 33

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 35

5.1IMPORTÂNCIADAAQUAPONIA ... 35 5.2SUSTENTABILIDADEAMBIENTAL... 38 5.3PRESERVAÇÃOAMBIENTAL... 43 5.3.1 Matéria orgânica ... 45 5.4RESPONSABILIDADESOCIAL ... 46 5.4.1 Alimentos orgânicos ... 47

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5.5ECONOMIAVERDE ... 51

5.6MARKETINGVERDE ... 55

5.7ANÁLISEDAVIABILIDADETÉCNICA,ECONÔMICAEFINANCEIRA ... 59

6 PROPOSTAS DE MELHORIAS ... 70

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 72

7.1LIMITAÇÕESDOMETÓDO ... 75

7.2SUGESTÕESPARAPESQUISASFUTURAS ... 75

REFERÊNCIAS ... 76

SITES CONSULTADOS ... 81

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ... 82

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO PARA ENTREVISTA COM O PROPRIETÁRIO 84 APÊNDICE B – ROTEIRO PARA OBSERVAÇÃO PESSOAL DO LOCAL ... 85

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1 INTRODUÇÃO

A sustentabilidade é um conceito que vem se tornando cada vez mais importante e que a sociedade está aprendendo a cultivar e respeitar. Nesse sentido, as pessoas estão buscando por alimentos saudáveis e práticas que não agridam o meio ambiente. Como essa busca vem aumentando gradativamente, as empresas precisam se adaptar e agir para atender aos desejos dos seus clientes.

Algumas empresas já estão começando a entender a importância de se adquirir hábitos sustentáveis, tanto para o planeta, como para a sobrevivência de todos, ou, ainda, para o próprio marketing da organização. As empresas que adotam práticas sustentáveis no seu dia a dia adquirem uma vantagem competitiva em relação aos concorrentes que não a fazem, fora o ganho com a sustentabilidade.

Pensando nisso, foi decidido estudar um método de produção de alimentos orgânicos que não agredisse o meio ambiente e que trouxesse um diferencial competitivo para a empresa estudada.

O método que apresentaremos no trabalho é relativamente novo no Brasil, pois ainda há poucos estudos sobre ele, sendo mais difundido em outros países. Mas, aos poucos ele está entrando no nosso país e sendo mais estudado. Esse método é a Aquaponia, que é a junção do sistema da piscicultura – cultivo de peixes – com o sistema da hidroponia – que é o cultivo de plantas sem a utilização do solo, ou seja, as plantas ficam com as raízes submersas na água. Essa técnica visa a reutilização da água e um alto aproveitamento dos resíduos orgânicos, tornando a aquaponia menos impactante ao meio ambiente. (HUSSAIN et al., 2014)

Neste processo de aquaponia não são utilizados agroquímicos ou adubos para o desenvolvimento das plantas. A água presente no tanque dos peixes é bombeada para as plantas e estas se alimentam dos dejetos dos peixes presentes na água, assim, as plantas filtram a água e esta é devolvida limpa aos peixes novamente, com isso, não se faz necessária a troca da água do tanque, o que gera uma grande economia de água, se comparado a outras técnicas de cultivo.

Foi estudado a implantação da aquaponia na Pousada Agroecológica Guata Porã, situada no município de Foz do Iguaçu, pois esta é uma das poucas pousadas na região que vem buscando a sustentabilidade e se preocupando com os danos que causa ao meio ambiente. A pousada já pratica alguns hábitos sustentáveis, mas vem buscando evoluir. Como os proprietários produzem o próprio alimento e de forma orgânica, acreditamos que a técnica será bem aproveitada, auxiliando na redução de consumo de água e trazendo maiores

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vantagens competitivas para a pousada, visto que muitos de seus clientes a procuram pelo seu diferencial sustentável e como o proprietário nos afirmou: “toda a técnica sustentável que não exige insumos externos [...] é bem-vinda aqui, porque esse projeto não parou, ele não acabou [...] minha ideia é ter um espaço autossustentável.”.

Dessa forma, a pergunta que se faz nesta pesquisa é a seguinte: Existe viabilidade

sustentável na implantação da técnica de Aquaponia na pousada Guata Porã da cidade de Foz do Iguaçu?

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA

Hundley e Navarro (2013) afirmam que a sustentabilidade passou a ser uma necessidade e deixou de ser uma bandeira política. No setor alimentício das pousadas existe uma grande preocupação nesse sentido, pois os clientes exigem alimentos saudáveis, de boa procedência e um preparo higiênico.

“A aquaponia produz hortaliças e peixes saudáveis para o consumo. Em vários países essa técnica está sendo usada por não existir mais solo (espaço) para fazer o plantio de alimentos, além da escassez de água que atinge esses países” (HUNDLEY; NAVARRO, 2013, p.54). Hundley e Navarro (2013) afirmam que, em países onde a água é escassa, a aquaponia é mais difundida. Além de existir uma gama enorme de material sobre o assunto, ainda existe um incentivo para que a aquaponia seja realizada no quintal de casa, para racionalizar o uso da água e ter alimentos mais saudáveis para o consumo. No entanto, o Brasil adotou a técnica há pouco tempo e ainda está em fase de conhecimento por parte dos empresários e da sociedade.

1.2 OBJETIVOS

Os objetivos são resultados que se pretende alcançar com a pesquisa realizada. Para podermos responder à pergunta de pesquisa, foram delineados o objetivo geral e os objetivos específicos.

1.2.1 Objetivo geral

Avaliar a técnica de aquaponia como contribuição na busca da sustentabilidade da pousada Agroecológica Guata Porã, situada em Foz do Igauçu (PR).

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1.2.2 Objetivos específicos

a) Estudar a importância do uso da aquaponia como técnica sustentável para a produção de alimentos saudáveis.

b) Avaliar a sustentabilidade nos campos econômicos, ambiental e social da aquaponia na pousada Guata Porã.

c) Analisar a viabilidade econômica e técnica de aquaponia no caso estudado.

1.3 JUSTIFICATIVA

Os hábitos alimentares das pessoas vêm mudando com o passar do tempo. Elas estão procurando por alimentos mais saudáveis e, por esse motivo, os produtores estão correndo atrás de técnicas inovadoras para suprir as exigências dos consumidores, juntamente com a conscientização de que devem ser economizados água e espaço, pois a cada dia isso fica mais escasso (FRANÇA et al., 2005).

As extensões de terras destinadas para o plantio não têm expansão territorial significativa por diversos motivos, e os produtores estão procurando por novas técnicas de plantio que sejam mais compactas e inovadoras. A aquaponia é uma das propostas de produção compacta e ao mesmo tempo inovadora, pois ali o produtor terá duas produções diferentes simultaneamente, permitindo a criação de peixes e de hortaliças no mesmo tanque, um ajudando no processo de crescimento e desenvolvimento do outro, formando um ciclo entre eles (CARNEIRO et al., 2015).

Dessa forma, a técnica da aquaponia permite que, além dos produtores, os consumidores também possam ter uma pequena horta e criar peixes até mesmo no quintal de sua residência, que poderão servir para consumo próprio ou até mesmo para uma pequena comercialização, devido à facilidade nos processos de execução apresentados (CARNEIRO et al., 2015).

Segundo Carneiro et al. (2015) essa técnica de cultivo reduz em cerca de 90% o uso da água em relação a outras técnicas como, por exemplo, a hidroponia – cultivo de plantas sem o uso do solo - não desgasta o solo, pois não precisa de terra para cultivar o alimento não utilizando agroquímicos. Sendo assim, a aquaponia ajuda na sustentabilidade, os alimentos produzidos são mais saudáveis, e quem se utiliza essa técnica pode usufruir das hortaliças cultivadas e dos peixes que são criados nos tanques para nutrir as plantas.

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Segundo Souza (2013), na administração, a aquaponia tem um papel importante dentro da gestão da organização, que é prover melhorias dentro das empresas, pois essa técnica é ligada à sustentabilidade que pode ser um diferencial para agregar valor à imagem das empresas. A sustentabilidade está cada vez mais inserida no ambiente organizacional, pressionando o gestor a aplicá-la em sua empresa, para que esta seja vista como referência de preocupação ambiental, conforme Decreto nº7.746, datado de 5 de junho de 2012, referência ao Decreto regulamenta o art. 3o da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.

1.4 ESTRUTURA DE PESQUISA

Este trabalho está dividido em seis capítulos. No primeiro consta a introdução, em que apresentamos o tema de pesquisa, a contextualização do problema, os objetivos e a justificativa. No segundo capítulo contextualizamos o caso pesquisado.

No capítulo 3 apresentamos o referencial teórico relacionado à pergunta de pesquisa e ao tema estudado. O capítulo 4 aborda o método utilizado na analise de dados e a tipologia da pesquisa.

No quinto capítulo mostramos a análise dos dados coletados e sua relação com os objetivos do estudo. Por fim, no capítulo 6 apresentamos as conclusões, com as respostas aos objetivos propostos e à pergunta de pesquisa, além das limitações encontradas e das sugestões para pesquisas futuras.

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2 PESQUISA CIENTÍFICA

Com o aumento acelerado do crescimento populacional, é necessário uma maior produção de alimentos para suprir essa demanda. Cada vez mais se busca meios que diminuam os impactos sobre o meio ambiente e aproximem a população de uma alimentação mais saudável, afirma Kinkartz (2011).

Como exemplo de uma alimentação mais saudável, podemos citar a aquaponia, um sistema que integra o cultivo de peixes e plantas (piscicultura e hidroponia), visando a utilização eficiente da água (HUSSAIN et al., 2014). A água utilizada na criação dos peixes é bombeada para as plantas de tal forma que estas absorvam todos os nutrientes gerados pela criação dos peixes. O sistema é composto basicamente por três tanques: o de peixes, de filtração e de hidroponia (RAKOCY; MASSER; LOSORDO, 2006).

Conforme Carneiro et al. (2015) os peixes são alimentados com uma ração que inclui todos os nutrientes necessários para seu bom desenvolvimento. A água com os dejetos dos peixes é bombeada para o primeiro tanque, onde se encontram as bactérias que transformam a amônia contida nos dejetos em nitrito. No mesmo tanque, há outro grupo de bactérias, que transformam o nitrito em nitrato, que é bombeado para as plantas como alimento. Após este processo, a água retorna limpa e filtrada para o tanque dos peixes, e com isso tem-se uma redução significativa do consumo de água, pois não é necessário que ela seja trocada.

Ainda o mesmo autor afirma que neste processo não é necessária a utilização de terra, pois o cultivo das plantas é feito apenas em água, utilizando-se apenas alguns meios de sustentação, como britas, argila e canos de PVC. Este meio proporciona economia, preservação ambiental e saúde. Dessa forma, essa técnica pode ser usada também em pequenos locais como varandas, quintais, lajes de casas ou hotéis. Por esse motivo, a implantação de tal sistema nos hotéis pode ser vista, de maneira geral, como uma tecnologia para a sustentabilidade do meio ambiente.

2.1 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA AQUAPONIA

A aquaponia é uma alternativa viável para se produzir alimentos saudáveis de maneira sustentável. Segundo Braz Filho (2000), as principais vantagens deste tipo de produção são:

a) aproveitamento total dos insumos da água e ração; b) utilização mínima de água;

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c) possibilidade de se produzir em ambientes urbanos próximos dos centros de consumo;

d) produtos de alta qualidade, sem agrotóxicos e antibióticos; e) licenciamento facilitado para se produzir;

f) produção diversificada, que permite renda contínua ao produtor.

As principais desvantagens neste tipo de produção são: a) limitação ao uso de agrotóxicos;

b) o uso de energia elétrica se torna uma dependência;

c) necessidade de conhecimentos em diversas áreas, como engenharia, veterinária, zootecnia, olericultura, hidráulica etc.;

d) poucos estudos e tecnologias sobre a área no Brasil.

O local da pesquisa foi a pousada Agroecológica Guata Porã, localizada na cidade de Foz do Iguaçu, Rodovia das Cataratas, Av. Nacional, 21, Parque Nacional do Iguaçu. Esta pousada foi escolhida devido à sua grande e exuberante área verde, também pelo grande fluxo de clientes que lá se hospedam, principalmente por oferecer alimentos orgânicos se encaixando dentro dos parâmetros da nossa pesquisa.

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3 REFERÊNCIAL TEÓRICO

Neste capítulo abordamos o referencial teórico utilizado para a pesquisa, que trata dos temas relacionados à pergunta de pesquisa e aos objetivos propostos.

3.1 ECONOMIA

Segundo Lemos (2005, p. 46-47) a economia não se desvincula de uma concepção de mundo do próprio investigador, cujos interesses e valores interferem, conscientemente ou não, nas conclusões do seu trabalho científico.

A economia configura-se como uma ciência social, utilizando a argumentação e o debate de ideias, sendo, portanto, uma ciência aberta; por sua própria natureza, sujeita a contínuas reinterpretações polêmicas, o que dificulta o consenso de seus postulados e conclusões. Assim, a economia formou uma história de pensamento baseada em escolas, que se sustentam em proposições metodológicas muitas vezes conflitantes. Segundo Troster e Mochón (2002, p. 5):

A economia estuda a forma pela qual os indivíduos e a sociedade fazem suas escolhas e tomam decisões, para que os recursos disponíveis, sempre escassos, possam contribuir da melhor maneira para satisfazer as necessidades individuais e coletivas da sociedade.

Ainda segundo Troster e Mochon (2002) a economia procura uma forma de administrar os recursos escassos, com o principal objetivo de produzir bens e serviços e distribuí-los para a sociedade, para seu consumo. O sistema econômico é um conjunto de relações técnicas, empresariais e simples, que caracterizam a organização econômica de uma comunidade social. Essas relações mantêm o sentido geral das decisões importantes em todo o conjunto social e nas áreas de extrema importância para suas funções.

Tribe (2003, p. 87-88) afirma que o crescimento econômico é promovido por um aumento na qualidade ou quantidade de insumos na economia. Portanto, esse crescimento pode ser examinado sob os tópicos de terra, trabalho, capital e tecnologia. As políticas de promoção de crescimento tendem a se dividir em aquelas que precisam de intervenção do governo e as que contam com a liberação pelo mercado livre.

Segundo Pinho e Vasconcellos (2006, p. 2) de uma forma bem geral a economia pode ser definida como uma ciência social, que pesquisa como a sociedade e o indivíduo

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escolhem alocar recursos produtivos que estão em falta na produção, além de serviços e bens, de forma a distribuí-los entre a maioria dos grupos e pessoas da sociedade, com o propósito de satisfazer as necessidades humanas de uma maneira que agrade a todos.

Segundo Ortega (2010) cada vez mais a população enxerga com clareza que a econômia convencional causa impactos negativos no meio ambiente, destruindo assim a base de abastecimento de materiais e energias renováveis do planeta. O resultado desta atitude antiecológica volta com força para a população, e hoje a diminuição do poder de recuperação da natureza está colocando em risco a vida de bilhões de seres humanos e animais. Cria-se, então, uma necessidade urgente de utilizar novos métodos científicos para se compreender como trabalha o sistema ecológico-econômico.

Ainda segundo Ortega (2010), é necessário que a população entenda que o problema da sustentabilidade é uma questão que deve envolver a todos, e que a resolução deste problema deve ser realizada em conjunto por todos os países. Além disso, o problema da sustentabilidade é um desafio certo e improrrogável, pois os recursos que não são renováveis estão se esgotando e causando danos ao meio ambiente. O futuro do planeta requer um novo modelo de economia, apoiado na redução do consumo per capita, na utilização renovável dos recursos que são naturais etc.

“As pessoas que entendem o fenômeno que está ocorrendo podem ajudar no processo de esclarecimento da população e participar dos processos de formulação de políticas públicas adequadas para a transição a uma economia ecológica sustentável” (ORTEGA, 2010, p.10).

Segundo Oliveira (2011, p.7) “o conceito de economia verde poderia ser tirado dos avanços de cada setor econômico. Para tanto, é fundamental o engajamento e a inclusão de todos os atores públicos e privados, em seus direitos e responsabilidades, para que haja um resultado satisfatório.”

Nesse contexto também foi analisado o desenvolvimento sustentável que busca melhorar a qualidade de vidas dos habitantes da Terra sem aumentar o uso de suas riquezas naturais além da capacidade do planeta. Este conceito foi apresentado na Cúpula Mundial, em 2002, por Sequinel.

3.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

A palavra sustentável se origina do latim “sus-tenere”, que quer dizer sustentar, manter ou suportar. Começou a ser utilizada na língua inglesa por volta do século XIII, porém, o termo “sustentável” começou a ser utilizado com mais frequência somente a partir

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do ano de 1980 (KAMIYAMA, 2011, p.16). Segundo Rodrigues (2009, p. 03) sustentabilidade quer dizer sobrevivência, longevidade dos projetos humanos e do planeta.

Já para Cabestré, Graziade e Polesel Filho (2008, p.30) sustentabilidade é a ligação entre os processos econômicos e os processos ecológicos, em que a vida humana permaneceria indefinidamente e os resultados das atividades humanas continuariam dentro de limites, sem arruinar a diversidade, complexidade e a utilidade do processo ecológico de apoio à vida.

Segundo Mikhailova:

É provável que, nos anos recentes, nenhum conceito tenha sido citado tantas vezes, discutido e empregado em tantas pesquisas, como o conceito de desenvolvimento sustentável e de sustentabilidade. Existem hoje várias visões de sustentabilidade. Diversas interpretações desse conceito foram elaboradas, de acordo com a área e os objetivos dos estudos desenvolvidos, o que levou à ampliação excessiva de seu significado. Concorda-se com a opinião dominante de que o conceito da sustentabilidade pode e tem que ser considerado à luz da abordagem transdisciplinar. Pois, nos dias, reconhece-se que as ciências disciplinares não conseguiram lidar bem com os muitos conceitos ambientais, inclusive o mais importante deles – a sustentabilidade. (MIKHAILOVA, 2004, p. 22-23)

Segundo Oliveira e Sampaio (2011), a ideia de desenvolvimento sustentável é usada para explicar políticas públicas tanto quanto para motivar as pessoas a zelarem pelo planeta em que vivem. O termo tem uma grande força comercial. O problema surge quando se trata de garantir direitos, de acrescentar a atuação das pessoas e de implantar políticas que desejam ligar os tópicos ambientais, econômicos e sociais. A consequência é que o propósito de se conservar o ambiente agora para assegurar a existência das futuras gerações não está sabendo sustentar a presente geração.

Dessa forma, o desenvolvimento sustentável “pode ter um sentido radicalmente profundo, de justiça e igualdade social, de diversidade cultural, de preservação, porém, pode ser também uma concepção conservadora e percebida dentro de um marco habitual de teoria econômica”, sinônimo de crescimento sustentável, que leva à desigualdade (HERCULANO 1992, p.34).

É necessário, portanto, preparar o homem como um cidadão do mundo (IANNI, 1993, p. 86). Nesse sentido, Sachs (2006) foi quem usou o conceito de ecodesenvolvimento pela primeira vez, em 1972, ao formular os princípios básicos desta nova visão. Segundo Brüsecke (apud GALLO, 2007, p. 41-46) integrou seis tópicos básicos que devem orientar o crescimento econômico:

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b) participação de toda a população que está envolvida; c) ser solidário com as gerações futuras;

d) preservar o meio ambiente e seus recursos naturais;

e) estruturar um sistema social que garanta segurança social, emprego e respeito às outras culturas;

f) bons programas de educação.

Conforme Gallo (2007, p. 21) para obter o desenvolvimento sustentável, faz-se necessário considerar os aspectos ecológicos e econômicos para a tomada de decisões, pois a economia e a ecologia estão ajustadas às nossas atividades no dia a dia. Sendo assim, é preciso mudanças nas atitudes e objetivos e a adoção de novas disposições institucionais em todos os níveis: municipal, estadual e federal. A melhor maneira de realizar isso é a descentralização administrativa dos recursos que as comunidades locais precisam, dando voz a estas sobre o seu uso, através do estímulo às iniciativas dos cidadãos, das empresas populares e através da consolidação da democracia local (GALLO, 2007, p. 21).

Segundo Hundley e Navarro (2013, p. 15) a sustentabilidade deixou de ser uma questão política e moral e passou a ser uma necessidade. Com isso, a produção de alimentos com economia de recursos naturais, como: água e nutrientes também passou a ser uma necessidade, e a aquaponia é uma das alternativas nesse sentido.

Nesse sentido foi analisado que o marketing tem como função principal reconhecer as necessidades não atendidas dos consumidores em geral, assim como o marketing verde que possui a mesma característica com o diferencial de que o mesmo é voltado para a sustentabilidade (COBRA, 1992).

3.3 MARKETING VERDE

“Marketing é mais do que uma forma de sentir o mercado e adaptar produtos ou

serviços – é um compromisso com a busca da melhoria da qualidade de vida das pessoas…” (COBRA, 1992, p. 29).

Segundo o autor, na busca pela sobrevivência, as empresas descobrem o quão é importante se orientar pelas exigências e necessidades do mercado. A definição de marketing tem sido utilizada como uma ferramenta de salvação para expansão ou permanência em mercados em constante transformação.

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necessidades não atendidas dos consumidores em geral, de maneira a inserir no mercado serviços e produtos que tragam satisfação aos clientes, ajudando a melhorar sua qualidade de vida, e que acarretem em bons resultados aos sócios.

Las Casas (2006) define marketing como o ramo do conhecimento que envolve todas as práticas pertinentes às relações de troca, voltadas para satisfazer as necessidades e os desejos dos clientes, procurando atingir os objetivos da empresa ou das pessoas, levando em conta o ambiente em que atuam e a repercusão que este relacionamento provoca na satisfação da sociedade. Já para Mc Daniel e Gates:

Marketing é o processo de planejar e executar a concepção, o apreçamento, a promoção e a distribuição de ideias, bens e serviços para criar trocas que satisfaçam os objetivos indivíduais e organizacionais. O potencial para troca existe quando há pelo menos duas partes e cada uma delas tem algo de valor potencial para ofercer à outra. Quando as duas partes podem se comunicar e entregar os bens e serviços desejados, a troca pode ocorrer […]. (MC DANIEL; GATES, 2003, p. 6)

Ainda segundo Las Casas (2006) as empresas sofrem ações de vários aspectos, como o da concorrência, tecnologia, econômicas e do ambiente político/legal, que são denominadas como variáveis incontroláveis, ocorrendo enquanto as empresas procuram criar um plano de

marketing apropriado a seus consumidores.

Lima et al. analisam que:

A questão básica da gestão de marketing é identificar ou desenvolver as melhores ofertas aos seus diferentes mercados. Assim, pode-se pensar em termos de um processo de marketing com três objetivos, que são: criar ou identificar valor, desenvolver e entregar valor e alinhar pessoas aos valores. Porém, não é fácil atender a esses objetivos, pois a sociedade e o ambiente de negócios estão em constante mudança, o que se justifica pela rapidez dos avanços tecnológicos, pelo processo de globalização, pela nova ordem econômica e pelo novo comportamento do comprador. (LIMA et al., 2005, p. 13)

“Estratégia de marketing de serviços refere-se à posição que a empresa deseja alcançar no futuro e o que ela deve fazer para consegui-la, considerando determinados ambientes de atuação” (LAS CASAS, 2006, p. 53).

Segundo Dias (2007, p.18) por um lado a questão ambiental vem se tornando cada vez mais essencial nas relações de permuta entre empresas e consumidores, por outro, a sociedade e o setor público, em especial, necessitam da prática do marketing para auxiliar no crescimento dessas relações. Existem vários pontos importantes que podem ser apresentados e que geram a necessidade da utilização do marketing associado a fatores ambientais, dentre os quais se destacam:

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a) a expansão da utilização de matérias-primas naturais ocorreu devido ao crescimento do consumo e da produção de bens;

b) com o aumento da produção de bens, aumentou o crescimento dos resíduos resultantes das sobras geradas pelos bens consumidos e suas embalagens;

c) houve um aumento de informações ecológicas na sociedade, acarretando em uma maior exigência de bens ambientalmente corretos;

d) os consumidores passaram a exigir produtos que não agridem o meio ambiente; e) grande aumento de pessoas que buscam alimentos orgânicos e que são produzidos

sem o uso de agroquímicos;

f) a legislação ambiental tornou-se mais rigorosa;

g) cada vez mais as empresas estão sendo obrigadas a terem uma postura de responsabilidade social no ambiente onde atuam, tornando-se mais importante a postura ambiental correta.

A sustentabilidade do marketing significa que toda a sua organização está voltada para a diminuição dos impactos negativos sobre os ecossistemas, ao mesmo tempo que continua atendendo às necessidades dos consumidores, fornecendo-lhes os produtos que os beneficiem e à sociedade como um todo. (DIAS, 2007, p. 19).

Segundo Guimarães, Viana e Costa (2015) uma empresa é considerada “verde” quando utiliza, em todo o seu ambiente, investimentos e ações ambientais a partir da fabricação e a produção de bens, até seu contato com clientes, funcionários e fornecedores. Para isso, é essencial projetar uma estratégia de marketing ambiental de acordo com os três “Rs” da sustentabilidade: reciclar, reduzir e reutilizar, em todos os setores da empresa, com o objetivo de promover a conscientização dos funcionários e determinar a sustentabilidade como um dos valores da empresa, e inspirar clientes e forncedores e a sociedade a realizarem as práticas ecologicamente viáveis.

No entanto, o conceito de marketing verde não contempla apenas uma propaganda da empresa para vender seus produtos. Para as pessoas leigas, falar de marketing verde significa falar apenas da promoção ou propaganda de produtos com atributos ecológicos. Associa-se ao

marketing verde os termos “reciclável”, “uso de refil”, “livre de fosfato”, “não afeta a camada

de ozônio” e “ecologicamente correto”. É inegável que estes termos têm forte apelo para

marketing verde, porém, o conceito de é muito mais amplo, podendo ser aplicado a bens de

consumo, bens industriais e serviços (TROUMBIS, 1991 apud XAVIER; CHICONATTO, 2014; MAY, 1991 apud BAISCH, 2008, p. 27).

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processos inclusos na sua elaboração, ao longo de toda sua vida, a partir das matérias-primas que o integram, até os processos produtivos abrangidos em seu todo, sua aplicação pelos clientes, os resíduos produzidos por sua distribuição e transporte e pela sua eliminação. Um produto ecológico pode ser caracterizado pela sua evolução técnica frequente e o anseio de contínuas melhorias.

3.4 AQUAPONIA

Carneiro et al. (2015, p. 21) apontam que, apesar de o termo aquaponia ser novo no Brasil, ela é uma tecnologia testada e validada em vários países nos últimos 20 anos e hoje comprovadamente realizável do ponto de vista técnico e econômico.

Ainda segundo os autores, a aquaponia, seja para fins comerciais ou domésticos, envolve conhecimentos específicos para seu pleno funcionamento, e o sucesso de sua aplicação requer a compreensão dos elementos biológicos envolvidos no sistema. A aquaponia preconiza a reutilização total da água, evitando seu desperdício e diminuindo a liberação do efluente no meio ambiente. O volume de água necessário para um sistema de aquaponia é mais baixo, se comparado aos sistemas tradicionais existentes, de agricultura e aquicultura.

Carneiro et al. (2015, p. 46) afirmam que a aquaponia fornece uma série de benefícios, por ser uma categoria de cultivo integrado, em que sua segunda cultura utiliza os subprodutos de uma primeira cultura, em seu benefício e em benefício do meio.

Aquaponia é um sistema compacto de água recirculante, no qual os peixes fornecem adubos para as plantas, que retornam água limpa para os peixes. Bactérias presentes no ar decompõem a amônia em nitritos e nitratos férteis para as plantas. (CARNEIRO et al., 2015, p.12)

Hundley e Navarro (2013, p. 15) relatam que a literatura brasileira é bastante escassa em relação à aquaponia. Já no exterior, artigos e estudos sobre o tema são abundantes e os países com mais estudos são: Austrália, Estados Unidos, Israel e México. Isso acontece porque esses países mencionados têm alguns problemas com a oferta de água, sendo assim, são obrigados a buscar alternativas para produzirem alimentos com o máximo de economia possível de água.

Dessa forma, a aquaponia nos oferta muitos benefícios, por ser uma alternativa de cultivo integrada, em que uma das técnicas aproveita os subprodutos da outra, para benefício

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próprio e do meio (RAKOCY, MASSER; LOSORDO, 2006, p. 30).

O sistema de produção de aquaponia utiliza apenas 10 % da água de um sistema convencional de cultivo de peixes, que pode se tornar uma alternativa de produção sustentável no Brasil, em locais com acesso a pouca água. Por utilizar sistema de hidroponia, ele não requer a utilização do solo para o cultivo de plantas. Assim, ele pode ser utilizado também em locais onde não há solos férteis para a produção de plantas, tais como, regiões áridas e semiáridas, como no centro-oeste e nordeste. (SOMERVILLE et al., 2014, p.50-52)

Para Braz Filho (2000, p. 65), a aquaponia é um sistema de criação de peixes super intensivo, com recirculação de água, sendo que suas maiores vantagens são o controle da qualidade da água, redução da multiplicação de fungos e algas, que podem dar um sabor ruim aos peixes, a diminuição dos resíduos orgânicos consecutivos da aquicultura, revisão das condições ambientais favoráveis para a criação por todo o ano, oportunidade de obter diversas safras durante o ano e oportunidade de manuseamento intensivo, para se obter produtos mais homogêneos.

Braz Filho (2000, p. 29) lembra que o aumento dos custos e restrições quanto à utilização da água vem obrigando os produtores rurais em alguns países a pesquisarem meios mais econômicos para o uso da água na produção de alimentos.

3.5 VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE AQUAPONIA

Para que seja comprovada a viabilidade financeira na implantação da Aquaponia, é preciso identificar o maior número possível de variáveis relacionadas ao projeto e assim estimar alguns indicadores financeiros, sem a mensuração dos indicadores financeiros, o empreendimento torna-se vulnerável a qualquer influência externa. Além disso, é indispensável fazer a avaliação financeira antes da implementação, para que o capital investido seja melhor aproveitado (SILVA, 2008. p.03).

Segundo Rakocy, Masser e Losordo (2006, p. 48-60) o sistema de aquaponia requer um custo um pouco mais elevado para a implantação, pois os componentes necessários, tais como a bomba e o tanque de peixes, são equipamentos caros, e isso pode encarecer a receita do projeto quando se tem a finalidade comercial. Dessa forma, deve-se avaliar se o sistema apresentado neste estudo pode ser viável financeiramente, a ponto de ser atraente para os investidores e agricultores interessados.

O sistema é basicamente composto por três compartimentos: tanque de peixes; tanque de hidroponia e tanque de filtração.

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O tanque de peixes geralmente é circular, com capacidade variando de 1m³ a 3 m³. Para melhor otimização do espaço da área coberta, os tanques são dispostos paralelamente ao tanque de hidroponia. A saída de água é localizada no meio do tanque, para gerar o vórtex ou vórtice, funcionando como uma corrente que centraliza os materiais em suspensão em direção à saída de água. Dessa forma, ela funciona como um sistema autolimpante de restos de comidas e até mesmo da mortalidade que vai se acumulando no fundo (MASALÓ et al, 2008, p. 12-29).

Nesse sistema, há uma atuação de microrganismos, que desempenham o importante papel de intermediação no ciclo de nutrientes, em um processo conhecido como biofiltração. Basicamente consiste em um processo de nitrificação, que transforma a amônia excretada pelos peixes em um produto mais tóxico, o nitrito. Por sua vez, o nitrito é transformado em nitrato, um produto relativamente menos tóxico. Os principais atores desse processo são as bactérias Nitrossomonas e Nitrobacter, encontradas naturalmente no ambiente (RAKOCY; MASSER; LOSORDO, 2006, p. 40-43).

A etapa de nitrificação é um processo natural do ciclo de amônia no ambiente aquático (AMAL, 2008, p. 50), porém, no sistema de circulação fechado, é essencial para o bom funcionamento desse processo, por reutilizar a água em que a concentração de peixes é alta e, consequentemente, em que também existe grande concentração de amônia (SIMEONIDOU et al., 2012, p. 96).

Existem três sistemas para implantação da aquaponia (KODAMA, 2015, p.07): a) sistema de produção em placas flutuantes;

b) sistema de produção com técnica de fluxo laminar de nutrientes; e c) sistema de produção com substrato.

O sistema produção em placas flutuantes foi desenvolvido pela University of the Virgin Islands, U.S.A., que tem aprimorado seu sistema e difundido sua tecnologia através de cursos e palestras realizadas pela equipe instruída pelo pesquisador James Rakocy. Diferentemente de outros sistemas de hidroponia, este tem como principal característica o tanque de hidroponia colocado a céu aberto, mas coberto pela placa flutuante, que tem as funções de servir como suporte para as plantas e dificultar a perda de água por evaporação (RAKOCY; MASSER; LOSORDO, 2006, p.26). Além disso, protege a água dos raios solares, evitando assim o crescimento indesejável de microalgas. Nesse canal poderão ser colocados peixes ornamentais, que são úteis para o controle biológico de caramujos. Pode-se também cultivar camarão de água doce, para aumentar a produção e fazer o melhor

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aproveitamento do espaço, sem prejudicar o crescimento das plantas (RAKOCY; MASSER; LOSORDO, 2006, p. 35). Para Tokunaga et al.:

Esse sistema possui uma vantagem técnica de aliar a simplicidade operacional de colheita ao plantio das mudas, que são colocadas na placa flutuante como cartuchos, demandando pouco tempo e esforço para a atividade de plantio e colheita. Contribuindo significativamente para economia de tempo e esforço no campo, que pode ser direcionado para a comercialização e transporte dos produtos, garantindo melhor qualidade aos produtos, que poderão ser comercializados no mesmo dia de colheita. (TOKUNAGA et al., 2015, p. 15-26).

O volume de água e a área de cultivo são relativamente menores que em outros sistemas, por utilizarem apenas o nível de fluxo laminar, e a área pode ser otimizada se utilizada na forma vertical ou em forma de cascata (RAKOCY; MASSER; LOSORDO, 2006; SOMERVILLE et al., 2014, p.18).

Por utilizar pouca quantidade de água, esse sistema permite a instalação do suporte facilmente e com menos material (RAKOCY; MASSER; LOSORDO, 2006).

Nesse sistema, Rakocy, Masser e Losordo (2006, p. 26) recomendam o uso do biofiltro separadamente, para que o sólido em suspensão não obstrua as raízes nem dificulte a absorção dos nutrientes, e também para que não haja acúmulo de materiais orgânicos que impeçam a oxigenação necessária para a nitrificação. No entanto, na pesquisa de Love et al. (2014, p. 46) os autores chegaram à conclusão de que: “Apesar de ser o sistema de produção mais utilizado pelos produtores de hidroponia, em aquaponia é o terceiro mais utilizado dos seis tipos de sistemas de produção de vegetais em sistema de aquaponia, com 29% dos entrevistados.”

Dessa forma, o sistema de produção com substrato é um método mais popular entre os produtores de aquaponia em escala pequena. Por ser um método simples, eficiente no uso do espaço e relativamente de custo baixo, é recomendável para os iniciantes da atividade (SOMERVILLE et al., 2014, p.41-58).

Esse sistema utiliza os substratos do tipo argila expandida, seixo rolado e areia, para ajudar na fixação das raízes e a colonização das bactérias nitrificantes. A área onde são plantadas as mudas geralmente é inundada com a água da piscicultura e serve como filtro biológico e mecânico (SOMERVILLE et al., 2014, p.42). Segundo os autores:

O tanque de substrato não só serve como filtro biológico e mecânico, mas também como um local onde ocorrerá a mineralização dos nutrientes. Quando há dimensionamento subestimado do sistema, pode favorecer o entupimento dos substratos, criando assim pontos anaeróbicos que podem reduzir a função como filtro biológico. (SOMERVILLE et al., 2014, p. 92)

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3.6 CUSTOS DE IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE AQUAPONIA

Ainda que a aquaponia tenha um sistema de menor porte, este pode ser considerado um investimento inicialmente mais caro, pois haverá a necessidade de se investir em tanques, galpão, bomba de água, soprador de ar, forros e placas flutuantes (RAKOCY; MASSER; LOSORDO, 2000, p. 46). Nesse sentido, Kodama (2015, p. 22) afirma que os custos com energia podem se tornar um gargalo que inviabilizará o sistema de aquaponia, pois, se o fornecimento de energia for interrompido por queda de postes ou por tempestades, essa demanda deverá ser suprida de outra forma, para que o sistema continue funcionando e mantendo os peixes vivos. Nesses casos, a aquisição de um gerador de energia implica em um alto custo de investimento inicial.

De acordo com Lapere (2010, p. 25-27) em áreas rurais é necessário haver também opções mais baratas, como o uso de fonte renovável, tais como madeira e biogás, para o aquecimento de água e como combustível para gerar energia.

Segundo Mello e Ambrosano (2006, p. 07) a dificuldade em ampliar o setor da aquaponia está na consequente aquisição de uma “ração orgânica” em proporções comerciais. Através do segmento industrial produtor de dietas animais, hoje em dia é muito difícil obter matéria-prima adequada e necessária à produção da aquaponia. Essa dificuldade é maior quando se trata de ingredientes feitos conforme as normas específicas para a agricultura orgânica. É de suma importância citar que a matéria-prima orgânica possui um valor mais elevado que a comum, aumentando, dessa forma, o custo final das dietas comercias e, consequentemente, dos organismos produzidos.

No entanto, em sistema de aquaponia, o custo com a ração é relativamente menor se comparado ao sistema de piscicultura, representando uma economia em torno de 40 a 50% (KODAMA, 2015, p. 18).

3.7 SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL E QUALIDADE DE VIDA SUSTENTÁVEL

Segundo Pelicioni (2004, p. 14) sustentabilidade e a qualidade de vida são dois aspectos que se tornaram amplamente difundidos entre os diversos meios de comunicação. Aonde quer que vamos, encontramos diversas propagandas prometendo e informando a receita de sucesso para se ter uma boa qualidade de vida. Porém, são poucas as pessoas que identificam a relação entre a sustentabilidade e a qualidade de vida. A qualidade de vida não

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tem necessariamente uma definição, pois se trata mais de uma resposta pessoal e subjetiva. Já a sustentabilidade quer dizer aquilo que se sustenta no decorrer do tempo e espaço.

Ainda segundo Pelicioni (2004), a qualidade de vida engloba a saúde pessoal, as relações sociais e afetivas, sono, lazer etc. Ao procurar a preservação física, as pessoas acabam desejando melhorar a qualidade de suas vidas.

Para Pelicioni (2004, p. 16-18), distintos ecossistemas têm a tendência de se conservarem ao longo do tempo, pois todas as espécias de vida ali presentes se utilizam do solo, do ar, da energia, da água etc., beneficiando, assim, todos os seres vivos. A natureza é o contrário do que os seres humanos fazem com o ambiente natural e com as cidades: ela não é pobre, desarmônica, desorganizada nem cinza.

No meio da confusão urbana, a sociedade está apenas conectada, pois o desenvolvimento da tecnologia incapacitou os seres humanos de se conectarem com o próprio coração, apenas os habilita para a conexão virtual. Como consequência, é observado um mundo cinza, da mesma forma que a natureza vem sendo tratada pelos humanos. As pessoas passaram a odiar a segunda-feira, trabalham com coisas que não são de seu agrado e, com a chegada de algum feriado, fogem da cidade. As pessoas se tornam off-line de si mesmas, o que faz com que nesses feriados procurem áreas verdes, mar, montanhas e céu azul, numa tentativa de voltar a ter uma vida normal (PELICIONI, 2004, p.18-20).

Louette (2009, p.8) lembra que é o aumento da percepção das relações entre a saúde do planeta e a saúde da nossa mente e corpo que ajuda as pessoas a enxergar que devem fazer uma mudança radical e urgente no seu estilo de vida. Como consequência das várias escolhas que todos fazem no seu dia a dia, as pessoas vivem um duelo interno entre conciliar uma vida saúdavel com os desejos do corpo e mente. Trabalhar apenas por status ou então condição financeira não mantém as pessoas saudáveis.

Segundo Dias (1994, p 10) a educação ambiental tem a característica de englobar os aspectos culturais, sociais, econômicos, ecológicos, éticos e políticos. Então, quando se trata de qualquer problema ambiental, devem ser considerados todos esses aspectos. O autor ainda fala que “a maior parte dos problemas ambientais tem suas raízes na miséria, que, por sua vez, é gerada por políticas e problemas econômicos concentradores de riqueza e responsáveis pelo desemprego e degradação ambiental”.

Souza e Benevides (2005 p. 3) destacam que a educação ambiental deve levar em consideração o meio ambiente como um todo, tanto nos aspectos naturais ou criados pelo homem. A educação ambiental deve observar as questões ambientais em todos os pontos de

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vista, internacional, nacional, regional e local, observando suas causas, resultados e as dificuldades.

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4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este capítulo aborda a os procedimentos metodológicos, a amostragem e a técnica de análise de dados para melhor compreensão do estudo.

“A metodologia são regras estabelecidas para o método científico, por exemplo: a necessidade de observar, a necessidade de formular hipóteses, a elaboração de instrumentos etc.” (RICHARDSON, 1999, p. 22).

4.1 TIPOLOGIA DE PESQUISA

A pesquisa científica pode ser classificada em três tipos: exploratória, descritiva e explicativa. Segundo Gil (2002, p. 41) as pesquisas exploratórias visam proporcionar mais conhecimento sobre o problema, com o objetivo de torná-lo mais evidente, ou para formular hipóteses. Já as pesquisas descritivas têm como objetivo principal descrever as características de certa população ou fenômeno, ou então realizar associação entre as variáveis. As pesquisas explicativas são a que mais detalham o conhecimento da realidade, pois relatam a razão e o porquê das coisas.

A pesquisa exploratória realiza descrições precisas da situação e quer descobrir as relações existentes entre seus elementos componentes. Esse tipo de pesquisa requer um planejamento bastante flexível, para possibilitar a consideração dos mais diversos aspectos de um problema ou de uma situação. Recomenda-se a pesquisa exploratória quando há pouco conhecimento sobre o problema a ser estudado. (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007, p. 63)

Segundo Marconi e Lakatos (2003, p. 224), nenhuma pesquisa começa sem alguma informação ou algum conhecimento, por menor que seja. Mesmo sendo uma pesquisa nomeada como exploratória, isto é, de avaliação de uma situação concreta desconhecida, já devem existir, em um determinado local, alguma pessoa ou um grupo, em algum lugar no mundo, pesquisas iguais ou semelhantes, ou então, pelo menos uma que fale sobre o assunto, ou mesmo assuntos complementares a certos aspectos da pesquisa pretendida. Assim, uma procura em fontes, bibliografia ou livros torna-se essencial para a realização da pesquisa.

A pesquisa exploratória tem como objetivo localizar as informações, já tendo conhecimento da sua existência. Marconi e Lakatos (2003, p.21) alertam para partir do princípio de que um capítulo ou tópico trata de assunto que nos interessa, mas pode omitir o aspecto relacionado diretamente com o problema que nos preocupa.

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4.2 MÉTODO DE PESQUISA

Em uma pesquisa, pode haver dois tipos de abordagem: a qualitativa e a quantitativa. Neste trabalho será usada a abordagem qualitativa.

Oliveira (1999, p. 116) afirma que a abordagem qualitativa não utiliza dados estatísticos para análise do problema. Nessa abordagem, segundo Chizzotti (2000, p.79) “o conhecimento não se reduz a dados isolados, ligados por uma teoria” para ele, o sujeito (observador) faz parte do processo de conhecimento, interpretando e atribuindo significados aos fenômenos.

Já quanto à pesquisa quantitativa, para Lima (2004, p.26) “corresponde a uma abordagem do fenômeno investigado envolvendo a realização de uma pesquisa de campo, na qual a coleta de dados é feita por meio da aplicação de questionário e/ou formulário junto à população alvo da pesquisa.”

Por ser uma técnica relativamente nova no Brasil, não existem muitos estudos no Brasil, que abordam a aquaponia no país. Porém, existem muitos artigos e pesquisas sobre o tema, porém nenhuma com o foco no tema estudado pois, além de inovadora, a aquaponia é uma técnica que está “revolucionando” a maneira de cultivar vegetais, hortaliças ou plantas e também peixes. Isso se deve ao fato de que essa técnica ajuda a cuidar do meio ambiente e a não mais poluir o solo com agroquímicos, além de manter os alimentos saudáveis. E a criação de peixes pode trazer uma renda extra a quem os cultivar utilizando essa técnica (CARNEIRO et al., 2015).

4.3 ESTUDO DE CAMPO

O estudo de campo foca na especialização das indagações propostas. O planejamento deste estudo apresenta uma flexibilidade maior, podendo acontecer mesmo que os objetivos sejam revisados no decorrer da pesquisa (GIL, 2002, p.53):

Tipicamente, o estudo de campo focaliza uma comunidade, que não é necessariamente geográfica, já que pode ser uma comunidade de trabalho, de estudo, de lazer ou voltada para qualquer outra atividade humana. Basicamente, a pesquisa é desenvolvida por meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes, para captar suas explicações e interpretações do que ocorre no grupo. Esses procedimentos são geralmente conjugados com muitos outros, tais como a análise de documentos, filmagens e fotografias. (GIL, 2002, p.53)

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No estudo de campo, o pesquisador efetua a maior parte das atividades pessoalmente, pois é destacada a importância de ele ter vivenciado a situação de estudo. Outro ponto exigido do pesquisador é que ele passe um vasto tempo na comunidade de estudo, pois só assim ele poderá entender as regras e os costumes do grupo (GIL, 2002, p.53).

As vantagens que o estudo de campo oferece é o fato de que ele pode ser realizado no local onde ocorrem os fenômenos, assim, seus resultados tendem a ser mais confiáveis. Nesse sentido, este trabalho foi realizado na Pousada Agroecológica Guata Porã, situada no município de Foz do Iguaçu (PR).

Este estudo visa ser mais econômico, pois não exige equipamentos específicos para a coleta de dados (GIL, 2002, p.53).

4.4 TÉCNICA DE COLETA DE DADOS

As técnicas de coleta de dados utilizadas neste estudo foram a pesquisa bibliográfica, a entrevista e o método de observação, que serão definidos nas próximas seções.

4.4.1 Pesquisa bibliográfica

A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em materiais já existentes, principalmente constituídos por artigos científicos e livros. A maioria dos estudos de cunho exploratório pode ser caracterizada como pesquisa bibliográfica (GIL, 2002).

Uma das principais vantagens da pesquisa bibliográfica é que ela permite ao pesquisador uma cobertura mais ampla de fenômenos, do que aqueles que são pesquisados diretamente (GIL, 2002, p.45).

Em contrapartida, as vantagens deste método de pesquisa podem afetar em grande parte a sua qualidade, pois as fontes secundárias podem apresentar dados processados ou coletados erroneamente. Para diminuir os erros, é necessário que os pesquisadores garantam a veracidade dos dados coletados, avaliando profundamente as informações, para que sejam descartados quaisquer erros ou possíveis discrepâncias (GIL, 2002, p.45).

Na pesquisa bibliográfica, foi feita uma busca na internet e na biblioteca fisíca por artigos e livros publicados sobre o assunto “aquaponia”, pois ela é baseada em materiais que já existem e que têm como objetivo conhecer mais a fundo essa técnica de cultivo no Brasil.

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4.4.2 Entrevista

A entrevista pode caracterizar-se como informal quando ela se diferencia da conversação apenas por ter como objetivo básico a coleta de dados.

A entrevista aplicada neste trabalho foi a estruturada, em que o entrevistador segue um roteiro previamente estabelecido (GIL, 2002). O autor afirma que a entrevista:

[...] pode ser entendida como a técnica que envolve duas pessoas numa situação “face a face” e em que uma delas formula questões e a outra responde. A entrevista é aplicável a um número maior de pessoas, inclusive as que não sabem ler ou escrever. Entre todas as técnicas, a entrevista é a que apresenta maior flexibilidade. (GIL, 2002, p.115-117)

Nesta pesquisa, foi realizada uma entrevista com o proprietário da Pousada, por meio de questionário estruturado (Apêndice A), pois este conhece a rotina e os dados do local, o que facilitou as respostas. Também foi realizada a observação pessoal.

4.4.3 Observação pessoal

Também foi realizada uma observação do local (Apêndice B) onde foi possível observar sobre as áreas da pousada assim como os processos que ocorrem dentro da mesma, como por exemplo, o processo de produção de vegatais e frutas para consumo dos clientes da pousada.

A observação pessoal é a técnica principal na elaboração de hipóteses. Estudos de observação se integram unicamente de hipóteses desta origem. Entretanto, essas hipóteses têm poucas chances de levar a um conhecimento geral e explicativo por si só (GIL, 2002, p.35).

Para Marconi e Lakatos (2003, p. 190), a observação pessoal nada mais é do que utilizar a coleta de dados e os sentidos, para obter determinados fatos da realidade. Constitui-se de ver, ouvir e inspecionar os fatos ou fenômenos:

A observação ajuda o pesquisador a identificar e a obter provas a respeito de objetivos sobre os quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam seu comportamento. Desempenha papel importante nos processos observacionais, no contexto da descoberta, e obriga o investigador a um contato mais direto com a realidade. É o ponto de partida da investigação social. (MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 191).

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Segundo Marconi e Lakatos (2003, p.191), este tipo de observação nos fornece vantagens e desvantagens.

As vantagens são:

 proporciona, ao pesquisador, meios diretos e aceitáveis para se avaliar uma grande gama de fenômenos;

 demanda menos do pesquisador se comparada a outras técnicas;

 possibilita a coleta de informações sobre um grupo de atitudes de comportamentos típicos;

 necessita menos da reflexão ou da introspecção;

 possibilita descobrir dados que não foram expostos durante o roteiro de entrevistas ou questionários.

As desvantagens são:

 a pessoa entrevistada tende a gerar impressões boas ou ruins sobre o entrevistador;

 não se tem previsão das ocorrências espontâneas, o que faz o entrevistador perder a oportunidade de presenciar um fato;

 imprevistos podem atrapalhar o trabalho do entrevistador;

 a duração das observações varia muito, podendo ser rápida ou demorada, ou podendo ocorrer simultaneamente, atrapalhando, assim, a coleta das informações;

 alguns fatores da vida, no dia a dia ou particulares, tendem a não ser acessíveis ao entrevistador.

Nesta pesquisa, essa observação foi realizada em toda a organização, primeiramente nas áreas necessárias para a realização deste trabalho, com a aplicação de um roteiro de observação (Apêndice B).

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5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Neste capítulo, faremos a análise dos dados da pesquisa, abordando a importância da Aquaponia, e respondendo à questão de pesquisa proposta, assim como aos seus objetivos específicos.

5.1 IMPORTÂNCIA DA AQUAPONIA

Segundo Carneiro et al. (2015), a aquaponia envolve vários conhecimentos específicos para seu pleno funcionamento, seja para fins comerciais ou domésticos, e, para sua aplicação ser um sucesso, ela requer a compreensão dos elementos biológicos envolvidos no sistema. Evitando o desperdício da água, a aquaponia preconiza a sua reutilização total, diminuindo, dessa forma, a liberação do efluente no meio ambiente. Segundo Carneiro et al.:

Apesar de o termo aquaponia ser novo no Brasil, ela é uma tecnologia testada e validada em vários países nos últimos 20 anos e, hoje, comprovadamente realizável do ponto de vista técnico e econômico. O volume de água necessário para um sistema de aquaponia é mais baixo, se comparado aos sistemas tradicionais existentes de agricultura e aquicultura. (CARNEIRO et al., 2015, p. 21)

Conforme consta no referencial teórico, Hundley e Navarro (2013) afirmam que a literatura brasileira é bastante escassa em relação à aquaponia. Já no exterior, artigos e estudos sobre o tema são abundantes, e os países com mais estudos são: Austrália, Estados Unidos, Israel e México. Os países mencionados têm alguns problemas com a oferta de água, sendo assim são obrigados a buscar alternativas praticáveis para produzir alimentos com o máximo de economia de água.

A aquaponia, por ser uma alternativa de cultivo integrado, nos oferta muitos benefícios, em que uma das técnicas aproveita os subprodutos da outra, para seu benefício próprio e do meio (RAKOCY; MASSER; LOSORDO, 2006):

O sistema de produção de aquaponia utiliza apenas 10% da água de um sistema convencional de cultivo de peixes, que pode se tornar uma alternativa de produção sustentável no Brasil, em locais com acesso a pouca água. Por utilizar sistema de hidroponia, ele não requer a utilização do solo para o cultivo de plantas. Assim, ele pode ser utilizado também em locais onde não há solos férteis para a produção de plantas, tais como regiões áridas e semiáridas, como no Centro-Oeste e Nordeste. (SOMERVILLE et al., 2014, p.50)

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Segundo o Entrevistado nesta pesquisa, o sistema de aquaponia será bem-vindo em sua pousada, pois tudo o que é sustentável e não usa insumos externos, como por exemplo, agroquímicos, é um sistema apropriado para a sua empresa, que visa produzir alimentos orgânicos. A ideia dele é ter um espaço autossustentável, e, para isso acontecer, ele ainda precisa inserir em sua empresa alguns equipamentos e implementar processos ainda não utilizados pela pousada, para a fabricação de alimentos orgânicos:

Toda técnica sustentável que não exige insumos externos, que não usa químico, ela é bem-vinda aqui, porque esse projeto não parou, ele não acabou, tem muitas outras coisas que eu ainda quero implementar, um biodigestor funcional… Eu tenho uma série de coisas pra correr atrás ainda, entendeu, que minha ideia é ter um espaço autossustentável. (Entrevistado).

Analisando o que os autores citados e o entrevistado sugerem, podemos perceber que a aquaponia é uma técnica favorável para ser utilizada em espaços que visam ser autossustentáveis e procuram oferecer alimentos orgânicos, de modo que seus clientes reconheçam o local por seu cuidado com o meio ambiente.

Ainda foi análisado que, segundo os autores, o sistema de aquaponia proporciona uma maior economia de água por ser uma técnica autossustentável e que necessita somente da colaboração das plantas e dos peixes de dentro do tanque. Porém, surge uma curiosidade em meio a tantas coisas boas: aqui no Brasil essa técnica é relativamente desconhecida por muitas pessoas, portanto, não há tantos estudos sobre o tema como na Europa, onde essa maneira de produzir é bastante difundida, pelo fato de nesses países haver uma grande escassez de água e eles precisam economizá-la.

Ao ser questionado sobre a economia que a aquaponia lhe traria na compra de alimentos e peixes, o Entrevistado afirmou o seguinte:

Vai economizar mais ainda, tá, mas eu acredito que não seja uma grande, por exemplo, um grande impacto financeiro, porque a gente já tem esse sistema autossustentável, entendeu. Só seria uma modernização da nossa técnica. Instalar o seu sistema aqui seria uma modernização da nossa técnica, melhorar o que a gente já tem, que a gente tem um sistema meio autssuficiente. O teu sistema traria, por exemplo, a redução do custo com ração, e o custo com ração, meu, tá em média uns R$ 600,00, R$ 700,00 por mês. Então, ela viria colaborar com esse custo [...] (Entrevistado)

Analisando o que foi citado pelos autores, podemos afirmar que o sistema da aquaponia requer um alto custo para sua implantação na pousada, porém, trará vantagens após sua instalação. Essas vantagens se resumem a um sistema autossustentável de produção de

Referências

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