• Nenhum resultado encontrado

Segundo Carneiro et al. (2015), a aquaponia envolve vários conhecimentos específicos para seu pleno funcionamento, seja para fins comerciais ou domésticos, e, para sua aplicação ser um sucesso, ela requer a compreensão dos elementos biológicos envolvidos no sistema. Evitando o desperdício da água, a aquaponia preconiza a sua reutilização total, diminuindo, dessa forma, a liberação do efluente no meio ambiente. Segundo Carneiro et al.:

Apesar de o termo aquaponia ser novo no Brasil, ela é uma tecnologia testada e validada em vários países nos últimos 20 anos e, hoje, comprovadamente realizável do ponto de vista técnico e econômico. O volume de água necessário para um sistema de aquaponia é mais baixo, se comparado aos sistemas tradicionais existentes de agricultura e aquicultura. (CARNEIRO et al., 2015, p. 21)

Conforme consta no referencial teórico, Hundley e Navarro (2013) afirmam que a literatura brasileira é bastante escassa em relação à aquaponia. Já no exterior, artigos e estudos sobre o tema são abundantes, e os países com mais estudos são: Austrália, Estados Unidos, Israel e México. Os países mencionados têm alguns problemas com a oferta de água, sendo assim são obrigados a buscar alternativas praticáveis para produzir alimentos com o máximo de economia de água.

A aquaponia, por ser uma alternativa de cultivo integrado, nos oferta muitos benefícios, em que uma das técnicas aproveita os subprodutos da outra, para seu benefício próprio e do meio (RAKOCY; MASSER; LOSORDO, 2006):

O sistema de produção de aquaponia utiliza apenas 10% da água de um sistema convencional de cultivo de peixes, que pode se tornar uma alternativa de produção sustentável no Brasil, em locais com acesso a pouca água. Por utilizar sistema de hidroponia, ele não requer a utilização do solo para o cultivo de plantas. Assim, ele pode ser utilizado também em locais onde não há solos férteis para a produção de plantas, tais como regiões áridas e semiáridas, como no Centro-Oeste e Nordeste. (SOMERVILLE et al., 2014, p.50)

Segundo o Entrevistado nesta pesquisa, o sistema de aquaponia será bem-vindo em sua pousada, pois tudo o que é sustentável e não usa insumos externos, como por exemplo, agroquímicos, é um sistema apropriado para a sua empresa, que visa produzir alimentos orgânicos. A ideia dele é ter um espaço autossustentável, e, para isso acontecer, ele ainda precisa inserir em sua empresa alguns equipamentos e implementar processos ainda não utilizados pela pousada, para a fabricação de alimentos orgânicos:

Toda técnica sustentável que não exige insumos externos, que não usa químico, ela é bem-vinda aqui, porque esse projeto não parou, ele não acabou, tem muitas outras coisas que eu ainda quero implementar, um biodigestor funcional… Eu tenho uma série de coisas pra correr atrás ainda, entendeu, que minha ideia é ter um espaço autossustentável. (Entrevistado).

Analisando o que os autores citados e o entrevistado sugerem, podemos perceber que a aquaponia é uma técnica favorável para ser utilizada em espaços que visam ser autossustentáveis e procuram oferecer alimentos orgânicos, de modo que seus clientes reconheçam o local por seu cuidado com o meio ambiente.

Ainda foi análisado que, segundo os autores, o sistema de aquaponia proporciona uma maior economia de água por ser uma técnica autossustentável e que necessita somente da colaboração das plantas e dos peixes de dentro do tanque. Porém, surge uma curiosidade em meio a tantas coisas boas: aqui no Brasil essa técnica é relativamente desconhecida por muitas pessoas, portanto, não há tantos estudos sobre o tema como na Europa, onde essa maneira de produzir é bastante difundida, pelo fato de nesses países haver uma grande escassez de água e eles precisam economizá-la.

Ao ser questionado sobre a economia que a aquaponia lhe traria na compra de alimentos e peixes, o Entrevistado afirmou o seguinte:

Vai economizar mais ainda, tá, mas eu acredito que não seja uma grande, por exemplo, um grande impacto financeiro, porque a gente já tem esse sistema autossustentável, entendeu. Só seria uma modernização da nossa técnica. Instalar o seu sistema aqui seria uma modernização da nossa técnica, melhorar o que a gente já tem, que a gente tem um sistema meio autssuficiente. O teu sistema traria, por exemplo, a redução do custo com ração, e o custo com ração, meu, tá em média uns R$ 600,00, R$ 700,00 por mês. Então, ela viria colaborar com esse custo [...] (Entrevistado)

Analisando o que foi citado pelos autores, podemos afirmar que o sistema da aquaponia requer um alto custo para sua implantação na pousada, porém, trará vantagens após sua instalação. Essas vantagens se resumem a um sistema autossustentável de produção de

alimentos orgânicos.

No entanto, o Entrevistado afirma que, para sua empresa, essa redução de custos não será significativa, pois, além do custo para sua instalação, ainda haveria o custo da compra da ração para alimentar os peixes, para que esse processo ocorra de forma correta.

Kodama (2015) afirma que os custos com energia podem inviabilizar o sistema de aquaponia, pois o gerador que seria utilizado para manter o sistema funcionando e os peixes vivos, em uma eventual interrupção de fornecimento de energia elétrica, representariam um investimento inicial muito alto.

Neste caso, quando questionado, o Entrevistado afirmou que seu custo com água é nulo, porém, o gasto com energia elétrica é elevado e, com a instalação do sistema de aquaponia, a despesa mensal com energia aumentaria: “Meu gasto com água é zero, eu só gasto energia elétrica das bombas que puxam a água. Com energia, é alto, R$ 9 mil reais, por aí, bomba, ar condicionado pros hóspedes, câmara fria, que eu tenho, né, que é o freezer, então é muita coisa.”

Na figura 1 pode-se observar o açude já existente na propriedade, onde já se faz a criação de peixes. Com a instalação da aquaponia, o entrevistado terá mais uma opção para aumentar a produção de peixes e vegetais.

(Figura 1 – Açude onde são criados os peixes)

Fonte: Site da Pousada Agroecológica Guata Porã.

Na figura 2 podemos observar que a pousada ainda possui espaço livre para a implantação desta técnica.

(Figura 2 – Área interna da pousada)

Fonte: Site da Pousada Agroecológica Guata Porã.

Portanto, ao analisarmos essas informações, chegamos à conclusão de que a instalação do sistema de aquaponia dentro da pousada é rentável para seu proprietário, além de tornar os peixes orgânicos, pois hoje é um dos alimentos produzidos dentro da pousada que não podemos considerar orgânico. Observando essa oportunidade, a empresa ganhará um maior respaldo de seus clientes, pois estará oferecendo um alimento muito consumido por eles, e de forma orgânica, produzido dentro da pousada, como um alimento fresco e sem o uso de agroquímicos.

5.2 SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

Conforme consta no referencial teórico, para Hundley e Navarro (2013) a sustentabilidade deixou de ser uma questão política e moral e passou a ser uma necessidade. Com isso, a produção de alimentos com economia de recursos naturais, como água e nutrientes, também passou a ser uma necessidade. Como ensina Boff:

Sustentabilidade significa: um conjunto dos processos e ações que se destinam a manter a vitalidade e a integridade da Mãe Terra, a preservação de seus ecossistemas com todos os elementos físicos, químicos e ecológicos, que possibilitam a existência e a reprodução da vida, o atendimento das necessidades da presente e das futuras gerações, e a continuidade, a expansão e a realização das potencialidades da civilização humana em suas várias expressões. (BOFF, 2012, p. 14)

Segundo Dias (2007, p. 44), os principais responsáveis pelo esgotamento e pelas mudanças que vêm ocorrendo no meio ambiente são as empresas, principalmente devido ao uso intenso dos recursos naturais, de onde recebem os insumos para a fabricação de bens que futuramente serão utilizados pelas pessoas. Essa atividade realizada pelas organizações é de grande importância, porém, nos últimos tempos está sendo diminuída, devido aos problemas ambientais ocasionados pelas indústrias, que tornam esses problemas mais visíveis em sua relação com o ambiente natural. Proporcionalmente, são poucas as empresas que se preocupam com o meio ambiente e, mesmo quando alguma toma essa iniciativa, é por resposta à exigência de órgãos governamentais ou da opinião pública, quando elas precisam assumir uma postura de responsabilidade socioambiental. Sendo assim, somente com o avanço da adesão a sistemas de gestão ambientalmente correta, por parte das empresas, teremos a possibilidade de chegar a um desenvolvimento minimamente sustentável.

Ainda segundo Dias (2007, p. 52), a competitividade de uma empresa depende de um agrupamento de fatores, variados e complexos, que são mutuamente dependentes e se inter- relacionam, como, por exemplo: os custos, o nível de controle de qualidade, a qualidade dos produtos e serviços, a tecnologia, a capacidade de inovação e o capital humano.

Acontece que nos últimos tempos a gestão ambiental tem ganhado uma posição de destaque, em termos de competitividade, conforme aos benefícios que traz ao processo produtivo, como um conjunto de fatores em particular, que são potencializados.

O entrevistado relata sobre como os estrangeiros veem a sustentabilidade em sua pousada, pois, em seus países de origem, eles não possuem muitos exemplos dessa técnica:

Eu sou da Booking, o único hotel agroecológico sustentável natural de alimentação natural que existe nas redondezas. [...] Como tem gente que vem aqui, que tem interesse em montar negócios semelhantes, e querem ver como funciona, muita gente, eu recebi gente da Romênia, da Eslovênia, da Croácia, da Sérvia, que vieram aqui pra ver um negócio sustentável, porque tão querendo montar isso lá na Europa e não tem exemplos disso lá, entendeu... Que é assim: a Eslovênia é um país que produz 90% do seu alimento de forma orgânica e eles tão agora num processo de industrialização acelerado pelo neoliberalismo, que tá poluindo os países que não eram poluídos. (Entrevistado)

nascentes dentro da propriedade, pois antigamente uma parte do terreno era um banhado. Este banhado foi recuperado com um sistema de espinha de peixe, que drena a água que brota da terra, e esta é escoada até o rio mais próximo, fazendo assim com que essa água não se perca.

Na figura 3 pode-se observar o escoamento da água, que será direcionada a um rio.

(Figura 3 – Escoamento da água drenada do terreno da pousada)

Fonte: As autoras (2017).

Na propriedade também há diversos tipos de árvores, que formam uma agrofloresta. Essas árvores foram plantadas bem afastadas umas das outras, possibilitando, assim, que entre a luz do sol e seja possível o plantio de outras espécies. Os proprietários utilizam as próprias folhas das árvores e a grama, como matéria verde para adubá-las.

Existem três tipos de árvores nesta propriedade. As primárias, que nascem naturalmente, através de pássaros que deixam cair as sementes na terra, e estas servem para fazer sombras para as outras.

As secundárias são as árvores frutíferas; e as terciárias são árvores nobres como, por exemplo, o Ipê, conforme a figura 4.

(Figura 4 – A agroflorestal)

Fonte: Site da Pousada Agroecológica Guata Porã.

Nesta pesquisa realizada pode-se observar que o proprietário busca a sustentabilidade para sua pousada desde a sua construção, em que utilizou ferro ao invés de madeira, telha de concreto, tijolos não oriundos de queima, até no cuidado com a água, fazendo o tratamento do esgoto através de fossas anaeróbicas – com a finalidade de realizar um tratamento primário no efluente e reduzir sua carga orgânica, a fim de minimizar o impacto ambiental – e recuperando as nascentes da sua propriedade, reciclando os lixos, além de outros hábitos sustentáveis.

Também observamos que, segundo os autores citados, a sustentabilidade é algo que as empresas realizam para respeitar as exigências dos órgãos governamentais, e geralmente não fazem isso por vontade própria, mas pelo receio de serem prejudicadas pela imagem negativa que passarão para os clientes.

Já a pousada Guata Porã trabalha com o conceito de sustentabilidade, pois procura introduzir o cuidado com o meio ambiente em todos os setores do empreendimento. O diferencial da pousada em relação às outras empresas é o fato de que a iniciativa de ser sustentável partiu dos próprios proprietários e isso vem sendo passado de geração a geração, conforme o entrevistado:

A pousada Guata Porã tem como principal característica a relação harmônica entre o homem e a natureza. Aqui a preservação do meio ambiente é levada a sério, e fica muito nítida nas técnicas de bioconstrução e na organização da produção agrícola baseada na pernacultura e na agricultura natural orgânica. Nossa prioridade é atender bem você e cuidar do nosso meio ambiente. (GUATA PORÃ, 2012)

Assim que entramos na propriedade, pudemos observar a grande área verde ao redor da pousada (figura 5). Sendo assim, foi concluido que a propriedade possui espaço suficiente para implantação do sistema de Aquaponia. Também observamos que o proprietário recuperou as nascentes ali existentes, para que estas pudessem ter vida e dar mais beleza ao local.

(Figura 5 – Espaço de área verde nativa)

Fonte: Site da Pousada Agroecológica Guata Porã.

Além de tudo isso, a pousada tem uma variedade de árvores frutíferas e árvores sombreiras, cada uma com sua função dentro do sistema, pois, sem uma pode ser que a outra não tenha serventia ao sistema. Por exemplo: as árvores frutíferas necessitam das árvores sombreiras maiores que lhes façam sombra, de forma a protegê-las do sol, mas, ao mesmo tempo, deixando que alguns raios solares as atinjam, para que seus frutos se desenvolvam saúdaveis.

Nesse sentido, o proprietário da pousada procurou criar uma empresa com o objetivo principal de ser sustentável, tanto que passou a tratar tudo o que ele utiliza, desde as árvores até o lixo, de forma que não degrade o meio ambiente e diminuia o impacto que

esses resíduos costumam deixar na natureza. Como, por exemplo, os dejetos dos animais, que são gerados em sua propriedade, são usados como adubo nas hortas existentes no local (figura 6).

(Figura 6 – Hortas adubadas com dejetos dos animais)

Fonte: Site da Pousada Guata Porã.

5.3 PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

Segundo Mota et al. (2016) os resíduos sólidos são denominados de lixo e dele fazem parte todos os materiais originados das atividades do dia a dia do homem na sociedade. O lixo pode ser detectado em estados líquido, sólido e/ou gasoso.

Segundo Lima (2004) a formação e a origem do lixo urbano estão associadas a vários fatores, como, por exemplo, alterações sazonais, costumes e hábitos, alterações na economia, condições climáticas etc. “É comum definir como lixo todo e qualquer resíduo que resulte das atividades diárias do homem na sociedade” (LIMA 2004, p. 11). No entanto, para Grippi (2006, p. 94), “só é lixo o que não puder ser reaproveitado ou reciclado”.

Grippi (2006) analisa que em nossa sociedade o lixo é considerado um problema permanente e muitas vezes seu mau gerenciamento acaba causando contratempos ambientais para a sociedade, além de prejudicar a qualidade de vida da população:

Nesse sentido, os resíduos devem ser reciclados, e aqueles que não podem ser reutilizados, ou seja, que não poderão ser reaproveitados nem por meio de uma série de processamentos físicos e/ou químicos para a confecção de novos produtos, são descartados.

Com essas informações, podemos concluir que os resíduos sólidos devem ser descartados em lugares apropriados. Porém, a pousada estudada já tem o hábito de separar o lixo descartável ou reciclável, e o lixo orgânico é enterrado em solo, para assim adubar o terreno e prepará-lo para a plantação.

Na pousada em estudo, os resíduos são separados em lixeiras apropriadas, de acordo sua origem e destino, segundo os princípios da ecoeficiência, como mostra a figura 7.

(Figura 7 – Lixeiras destinadas para a separação dos resíduos)

Fonte: Site da Pousada Guata Porã.

Grippi chama a atenção para o fato de que o lixo descartado necessita de um tempo muito longo para sua decomposição:

Após 15 anos, o nível de degradação é praticamente nulo e depende de fatores que não estão disponíveis no aterro sanitário, para que o processo de degradação continue. Nesta questão da degradação de resíduos, verifica-se que nas camadas do lixo há a presença abundante de nitrogênio e metano, gases que surgem naturalmente no processo da decomposição da matéria orgânica sem a presença do oxigênio (processo anaeróbico). (GRIPPI, 2006, p.119).

Nesse sentido, segundo Grippi (2006) a ecoeficiência é uma prática que chegou para fazer uma grande diferença entre as organizações que serão mais bem-sucedidas no mercado consumidor:

A materialização da ecoeficiência nas empresas é evidenciada a partir do momento em que elas introduzem em seus processos um sistema de gestão ambiental. Este, bem implantado, proporciona melhorias nos custos das empresas, face à racionalização obtida no uso dos recursos naturais e na aquisição de insumos e matérias-primas, atenuando impactos ambientais reconhecidos previamente e gerando bons negócios para o empreendimento. (GRIPPI, 2006, p. 61).

5.3.1 Matéria orgânica

Lima (2004) explica que a matéria orgânica é classificada como: matéria orgânica não putrescível, englobando papel, papelão, couro, trapos, estopa, madeira etc., e matéria orgânica putrescível, composta por folhas, animais mortos, carnes, restos de alimentos, verduras etc. E Grippi complementa essa explicação, ensinando que:

O teor médio de resíduos orgânicos presentes no lixo urbano, 70%, favorece a compostagem, que, em geral, se desenvolve em uma área paralela ao local do aterro. Os resíduos orgânicos têm um fator de preocupação especial com relação à sua adequada disposição, tendo em vista que estes resíduos, quando descartados em lixões ou aterros inadequados, entram em estado de decomposição, gerando gases e líquidos altamente poluidores e de odor desagradável, o que atrai vetores como já mencionados, além de liberarem substâncias tóxicas que poluem os recursos hídricos e o lençol freático, através da lixiviação do chorume. (GRIPPI, 2006, p. 94).

Em entrevista para o site Universo Racionalista, Souza (2016) revela, que, em Manaus, onde o lixo orgânico vem se tornando um problema para os locais mais habitados, pesquisadores estão utilizando um método para produzir ração sustentável para peixes a partir de larvas que degradam o lixo orgânico, e que são ricas em proteínas. Essa proposta visa resolver o problema do lixo e lançar um produto novo no mercado.

Ainda segundo o autor, esse lixo orgânico seria destinado a um local de propriedade da empresa, onde será propiciada a criação de larvas de insetos, no caso, moscas que irão degradar o lixo: “As moscas nativas da região vão colocar os ovos e as larvas vão se alimentar desse lixo, com isso, temos o alimento para os peixes” (SOUZA, 2016, p.1). O autor ainda cita que o restante do lixo orgânico será utilizado como adubo nas hortas existentes na empresa. Já as larvas serão desidratadas e processadas para virar ração.

Segundo Mello e Ambrosano (2006), em relação à ração orgânica do setor comercial, há um obstáculo ao crescimento do setor de Aquaponia. Ainda é raro o fornecimento de matéria-prima apropriada e indispensável para a elaboração de ração pelo segmento produtor de dietas animais e se tratando do assunto ingrediente orgânico, esse problema se torna ainda maior. É importante lembrar que a matéria-prima orgânica tem valor mais alto que a comum, e isso aumenta o custo final das dietas comerciais, e assim também o custo dos organismos

produzidos com essa ração.

Para Fancelli (2009), vem crescendo o número de agricultores preocupados com os efeitos que os agroquímicos vêm causando ao meio ambiente e aos alimentos. Dessa forma, estes também estão procurando métodos biológicos, utilizando composto natural e estrume como fertilizantes.

Muitos agricultores também utilizam um sistema chamado de “rotação de culturas”, ao invés de cultivarem sempre o mesmo alimento no mesmo terreno, todos os anos. Dessa maneira, não desgastam o solo nem deixam que as pragas que atacam determinada cultura ou alimento se implantem. Nessas culturas, não são utilizados pulverizadores químicos. Ao invés disso, os agricultores estimulam a “resistência natural” dos alimentos e dos animais às pragas e doenças:

Na pousada em estudo, o proprietário ainda utiliza a ração normal para peixes, pois é inviável a fabricação de ração orgânica. Porém, como já citado, com a decomposição do lixo orgânico e a retirada das larvas que fazem essa decomposição, estas serão processadas para serem servidas aos peixes de maneira orgânica, sem prejudicar o meio ambiente. Nesse contexto, pode ser usado, além das larvas, o estrume de animais, como o da vaca, do boi e dos cavalos, até que o processo de produção de larvas seja finalizado.

Em relação aos agroquímicos, conclui-se que o proprietário veta o uso de qualquer tipo e faz questão de expor que os alimentos produzidos em sua pousada são totalmente orgânicos, pelo fato de não se fazer uso de produtos nocivos à natureza e ao meio ambiente.

Em relação à alimentação orgânica, esta será abordada na próxima seção, inserida no conceito de Responsabilidade Social.

5.4 RESPONSABILIDADE SOCIAL

O argumento fundamental do conceito de responsabilidade social nas empresas está no crescimento de práticas e políticas que transmitem a responsabilidade de efetuar negócios

Documentos relacionados