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2.2 Educação

2.2.1 Educação no Brasil

A história da educação no Brasil não é das melhores, nem mesmo na época em que os missionários jesuítas começaram sua evangelização aos índios e escravos, pois já tinham como principal objetivo, além de "ensinar-lhes”, torná- los submisso aos seus patrões e Igreja.

Percebe-se que a educação não vem de encontro às necessidades das massa, pois desde seus primeiros educadores direcionavam os conhecimentos aos burgueses, preparando-os de forma ampla para o domínio cada vez maior de

seus empregados, fossem escravos ou não, tornando-os mais opressores e dominadores.

“No período imperial, os escravos eram inclusive proibidos de ir à escola, e os professores eram vitalícios e deveriam capacitar-se às suas custas e em curto prazo, nas escolas das capitais”. (Costa apud Baretta, 2000).

Vários projetos apresentados aos poderes governantes, por representantes populares, ou preocupados com a "massa”, mas, infelizmente eram esquecidos ou arquivados ou ainda, de alguma forma, não entravam em ação.

Felizmente, segundo Costa (apud Baretta, 2000) a grande massa nem sempre ficou calada e foi, através de movimentos e entidades representativas da classe estudantil, como a UNE (União Nacional dos Estudantes), dentre outras, que brigam pela qualidade de ensino e por ensino para todos na Reforma Universitária, onde desde final da década de 40, intensificando-se nos anos 60, conseguem incluir tal reforma entre as reform as de base, propostas por João Goulart, no entanto, as conquistas sempre foram um pouco modificadas, podando parte dos direitos dos cidadãos.

No governo de Getúlio Vargas, ocorreram algumas conquistas, como;

“...a criação do Ministério da Educação, tornando assim educação como algo que preocupasse um pouco mais o governo. Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos e Instituto Nacional do Livro, além de serem Fundados o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) ” . (COSTA, 1999: 28, In: Baretta, 2000).

Tais conquistas de tal forma trazem os conhecimentos ao cidadão, mas destinando-o ao trabalho e não ao poder, administração. Várias foram as reformas, apresentadas por diferentes personagens na História da Educação

Brasileira, no entanto, sennpre de uma forma ou de outra eram alteradas, para que continuassem privilegiando a burguesia, os dominadores e governantes do povo, pois sabiam que se houvesse a possibilidade de ingresso às Universidades com igualdade de condições, correriam riscos, pois a massa oprimida quer ter seus representantes para que lutem por seus direitos e trabalhem por seus objetivos.

Percebe-se que sempre, desde os primórdios da educação brasileira, o trabalhador era destinado cada vez mais ao trabalho, distanciando-se do poder, pois os burgueses eram quem definiam como e onde seriam instaladas as escotas, desde as mais simples até e, principalmente, as mais qualificadas, sendo que estas deveriam ser exclusivamente do poder burguês. Ainda hoje, ao se analisar o que acontece, não é muito diferente, pois a classe que se diz oprimida, torna-se cada vez mais oprimida porque o ensino a eles oferecido é apenas para formação profissionalizante, não se preocupando com o lado humano e cidadão neles existente. (Baretta, 2000).

Foi em dezembro de 1930, com a instituição do Ministério dos Negócios da Educação, que a educação deixou de ser privilégio apenas das elites. O ensino público começava a ser, de fato, um direito de todos, questão fundamental e primária da existência humana livre. Os ventos da República Nova varreram de vez o modelo herdado da época da Coroa, que parecia condenar o grosso da população ao eterno analfabetismo. A Constituição de 1824, promulgada por Dom Pedro I, já estabelecia a gratuidade da instrução primária. Mas nunca saiu do papel. Nem mesmo na Primeira República. (Baretta, 2000).

O Ministério surgiu num momento conturbado da política brasileira. O Presidente Getúlio Vargas^ acabara de assumir o Poder, com a Revolução de 1930 e jogava com dois grupos políticos antagônicos: os constitucionalistas liberais, que defendiam eleições livres e plenas liberdades civis; e os tenentes, nacionalistas, semi-autoritários, cujas preocupações principais eram a

^ Seu reduto e base política são do estado do Rio Grande do Sul - período de alteração no quadro da Política Café com Leite (SP/MG).

moralização e a modernização do País. Político muito habilidoso e maquiavélico sabia governar e procurava fazer concessões estratégicas a todas as forças atuantes. O próprio ministério foi criado para atender a uma composição com o ex-governador de Minas Gerais, Olegário Maciel, que adotou, a princípio, uma posição ambígua diante da Revolução, mas não resistiu.

O primeiro ministro dos Negócios da Educação e Saúde Pública foi o deputado Francisco Luís da Silva Campos, correligionário de Olegário Maciel, que propôs as reformas que lançaram as bases da moderna Educação brasileira. O ministro defendia a prioridade para o ensino primário, como forma de combater o grande número de analfabetos, dentro da concepção da descentralização administrativa. E estabeleceu as normas para começar a estruturar as universidades e o ensino secundário.

Até então, o povo continuava à margem da Educação. O número de escolas era insuficiente. Mesmo na primeira República, o acesso á Educação permaneceu restrito. Ainda imperava a época do “Coronelismo”, e os chefes políticos não tinham interesse em perder seus “currais eleitorais”. Era mais fácil manipular a população analfabeta.

Mas a situação começava a mudar. O grupo que sentia mais profundamente estar superada a política de elite no Brasil, antes de 1930, concentrava-se na população urbana, pequena mas em crescimento. Era a classe média, numa posição econômica mais próxima dos padrões de comportamento classista da Europa Ocidental no século XIX, embora bem, distanciada destes padrões pela mentalidade política. O reduto dessa burguesia em ascensão era o Estado de São Paulo.

O Ministério da Educação tem suas origens no Decreto 19.402, de 14 de novembro de 1930, que institui a Secretaria de Estado de Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública, Em 05 de janeiro do ano seguinte, pelo Decreto 19.560 foi aprovado o regulamento que organizava a Secretaria do

Estado do Ministério da Educação e Saúde Pública. Seis anos depois, surgia o Ministério da educação e Saúde.

A denominação de Ministério da Educação e Cultura data de 1953. Em 1967, a competência do Ministério foi estabelecida em Educação, ensino e magistério; cultural, letras e artes; patrimônio histórico e arqueológico; patrimônio cientifico, cultural e artistico; e desportos. Em 1990, houve uma reorganização estrutural e o Ministério ficou responsável pela politica nacional de Educação, ensino civil, pesquisa e extensão universitária, magistério e Educação Especial. Hoje, finalmente, a pasta é apenas da Educação.