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CAPÍTULO II INOVAÇÃO PEDAGÓGICA EM UMA PERSPECTIVA DE MUDANÇA

3 CONTEXTUALIZANDO PARADIGMAS

3.3 Educação brasileira e inovação pedagógica em caráter emergente

oferecendo novas possibilidades para que o aluno possa construir melhor seu próprio aprendizado e o docente consiga redefinir melhor seu papel como educador.

3.3 Educação brasileira e inovação pedagógica em caráter emergente

Em qualquer sociedade de ordem democrática, a educação é um pilar de sustentação da sociedade. Ao falarmos sobre a educação brasileira, percebemos que as escolas foram se adaptando ao longo das décadas tentando suprir as necessidades sócio-econômico cultural.

Ao recordarmos sobre a educação no Brasil, podemos perceber que, nos primórdios, a educação teve um processo restrito e de acesso apenas a pequenos grupos, sendo ela pouco flexível, quase não se importava com o contexto social do analfabetismo. Passamos muitos séculos na escuridão, ou ainda às cegas, a respeito da educação como direito de todos. Foi somente a partir da década de 1930 que se falou mais sobre uma educação mais democrática e preocupada com questões social. Antes disso, ficamos parados no tempo, aumentando cada vez mais o índice de analfabetismo. Ledes (2011) afirma que as mudanças aconteceram na educação ao longo desses séculos na escola; ela se tornou pública, mas não correspondeu aos anseios da sociedade.

Acredita-se que, mesmo com todas as mudanças ocorridas na educação brasileira desde o período dos jesuítas, ela ainda possui muitos reflexos da educação do paradigma fabril. Depois de todo esse tempo a escola continua a reproduzir com perfeição o que acontecia nas indústrias, objetivando preparar as pessoas para ingressar neste modelo de economia “produção” da época.

Ao longo do tempo, a Educação se tornou o tema central das ciências sociais no Brasil, pois não era possível falar de indivíduo e suas relações sociais sem mencionar a educação. Acreditava-se então que, toda evolução ocorrida na sociedade aconteceu por meio de um processo educativo, ainda que deficitários ou bons. Ainda assim, foram contribuidores da construção social do nosso povo.

social, despertando interesse em vários estudiosos das ciências sociais. Um desses estudiosos foi o Paulo Freire, o qual deu uma grande contribuição à educação com sua proposta educacional. Ele provocou alterações no paradigma social brasileiro, influenciando muitas pessoas com o seu pensamento; tanto professores, como alunos, surgindo assim um novo modelo social de educação.

Atualmente, ao falarmos nos contributos à Educação brasileira não podemos esquecer de citar a colaboração da teoria de Paulo Freire. Pois o mesmo sempre se empenhou na luta pelas transformações sociais; principalmente, por um sonho de uma sociedade igualitária, não somente no ponto de vista político, como também econômico, sexual, racial e educacional.

O pensamento freireano ficou conhecido por ser todo voltado para um processo de educação popular. Na sua teoria, Paulo Freire utilizava-se de vários conceitos, sendo um deles, o de consciência, ou ainda, a necessidade da conscientização que deveria acompanhar o processo educacional das pessoas; pois socialmente falando, uma pessoa conscientizada seria capaz de perceber as dificuldades sociais e analisar sua real causa. Esta conscientização baseava-se no conhecimento do sujeito de sua própria realidade, usufruindo de suas potencialidades para o processo de aprendizagem formal, social e política. Dessa forma, podese observar que Paulo Freire, foi um autor social que se interessou para além da pedagogia, vendo a educação como libertação pessoal e coletiva. Suas ideias se interpõem na atualidade como fonte de conquistas a serem realizadas na educação, por meio de programas de governo e formas educacionais progressistas.

Diante de todo o percurso histórico educacional que o Brasil já passou e vem passando, percebe-se a necessidade emergente de romper com o paradigma tradicional/conservador, ou seja, a cada dia a necessidade de inovar aumenta. As escolas a partir de então, sentem uma necessidade maior de rever suas práticas pedagógicas, rever seus pensamentos e posturas, não só diante dos alunos, mas da própria sociedade. Papert (2008) já dizia que as escolas precisariam cada dia mais desenvolver maior aprendizagem a partir do mínimo de ensino. Logicamente, para isso acontecer precisariam primeiro romper pensamentos ultrapassados.

tarefa fácil. Pois, a nossa cultura escolar ainda se prende muito ao currículo, não aceitando a ideia de ir de encontro ao mesmo, por se tratar de modelos que na maioria das vezes são engessados com poucas flexibilidades, que nos remete ao modelo do paradigma tradicional, limitando o professor a não ir além do que é orientado na execução do educar. Dificultando assim qualquer atitude que valorize a aprendizagem de forma significativa, o que nos leva a concluir que inibe a inovação na prática do docente.

Freire dizia que:

Em todo homem existe um ímpeto criador. O ímpeto de criar nasce da inconclusão do homem. A educação é mais autêntica quanto mais desenvolve este ímpeto ontológico de criar. A educação deve ser desinibidora e não restritiva. É necessário darmos oportunidade para que os educandos sejam eles mesmos. (FREIRE,1979, p.17).

Esta colocação do autor é bastante pertinente e vai de encontro com as ideias de inovação pedagógica, pois como já foi dito, o aprendiz deve produzir seu próprio conhecimento. Sendo assim, não existe uma “receita de bolo” que limite apenas uma forma de aprendizagem, pois se somos seres dotados de personalidades, comportamentos e pensamentos diferentes, então porque todos terão que aprender da mesma forma?!

A verdade é que só precisamos exercer nesse país um modelo de educação em que associe a teoria com a vida do educando, fazendo com que ele perceba o sentido do que estar sendo ensinado. Como já dizia Fino (2011) é preciso apenas “romper com os contextos do passado e criar os contextos de que o futuro necessita o que implica uma redefinição do papel dos aprendizes e dos professores”.

Portanto, a Inovação Pedagógica só pode ocorrer dentro do país quando a educação entender que as mudanças devem acontecer de forma qualitativa e não quantitativa. A educação precisa entender que, não é a cor da sala, desenhos nas paredes, livros chamativos ou ainda cadeiras em formato diferentes que vão mudar/inovar o aprendizado, mas sim, as práticas pedagógicas. Então, podemos dizer que, o paradigma inovador chama o educador a mudar primeiramente a sua visão conservadora, deixando de está acima do aluno e aceitando está ao lado dele no processo de aprendizado, assumindo a partir de então, a postura de mediador ou facilitador na promoção do aprender.

CAPÍTULO III - CURRÍCULO E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NA APRENDIZAGEM