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2.2.1 Pedagogo

Qual conceito atual de educar é pertinente? De acordo com Freire (2011), vivemos uma educação bancária em que os educadores apenas preenchem vazios dos educandos, sem contudo fazê-los pensar, raciocinar, evitando a educação como processo de busca, oportunizando assim a absolutização da ignorância. Ontologicamente, o homem busca humanizar-se e, como educador, é um ser que busca e estimula o pensar autêntico, que valoriza seu poder criador e não “depositário” do saber apenas; busca ser companheiro de seus educandos, fazendo de cada um, um ser pensante, capaz de desenvolver sua capacidade mental.

[...] a narração os transforma em “vasilhas”, em recipientes a serem “enchidos” pelo educador. Quanto mais vá enchendo os recipientes com seus “depósitos”, tanto melhor educador será. Quanto mais se deixem docilmente “encher”, tanto melhores educandos serão”. (FREIRE, 2011, p. 80)

O pedagogo recebe em sua formação superior subsídios suficientes para adentrar às salas de aula de forma a estimular seus educandos a questionar e criar, de maneira autêntica, o processo do pensar, desenvolver e realizar, habilitando de maneira autônoma, suas capacidades humanitárias, pessoais e laborativas. Vale lembrar que os profissionais que atuam em processos de aprendizagem, processos pedagógicos e também aos processos de desenvolvimento educativo em geral, são oriundos do profissional formado em pedagogia, ou seja, o pedagogo, que adentra o mercado de trabalho em plenas condições de desenvolver, com qualidade, sua capacidade laborativa, conquistada e adquirida ao longo dos 4 anos do período da graduação.

Após sua graduação, este profissional está apto a operacionalizar projetos, identificar a realidade do educando, principal usuário do sistema escolar, bem como buscar soluções às dificuldades dos alunos e demais componentes escolares, sejam estes de cunho material físico ou humano, bem como desenvolver práticas didáticas e pedagógicas, traçar métodos e sistemas das instituições escolares, sempre prezando a manutenção do nível educacional, embasado em sua capacidade

criativa. Após esse período, o profissional pode ainda especializar-se em diversas áreas afins à pedagogia, como por exemplo, a administração escolar, educação especial e em deficiência, educação escolar, formação de recursos em educação infantil, especialização em pedagogia empresarial, etc.

Apesar do trabalho do pedagogo estar intimamente relacionado com a docência, além do ambiente escolar, este profissional pode ainda laborar em diversas áreas empresariais, em que poderá operacionalizar projetos, métodos e sistemas pedagógicos das instituições escolares que visem o desenvolvimento do processo de aprendizagem assim como identificar as dificuldades (individuais e coletivas) dos indivíduos participantes daquela sociedade. Dentro de uma instituição de ensino é o pedagogo que instrui os educadores e auxilia o corpo docente, sendo também responsável pela parte documental, organização de reuniões, pautas, congressos, inovações, desenvolvimento de práticas e didáticas pedagógicas, em que busca manter o nível elevado do conteúdo educacional aliado à satisfação pessoal de sua equipe.

Segundo o Projeto de Lei 4746/98, o pedagogo pode ainda desenvolver projetos educacionais com o objetivo de contribuir para a ampliação do profissional de educação, identificando os óbices à realidade, podendo contribuir com a ampliação do campo do profissional de educação, que busca solucionar, de forma favorável, os problemas identificados anteriormente. Cabe identificar o passo a passo das funções e áreas de atuação do pedagogo, segundo o Projeto de Lei supra citado, que consiste em:

1) Desenvolver projetos educacionais de modo a contribuir com a profissionalização e crescimento dos educadores.

2) Liderar em sistemas educacionais, em níveis de coordenação, supervisão ou ensino.

3) Implementar, planejar, e acompanhar a qualidade e o desenvolvimento do ensino.

4) Auxiliar o corpo docente conferindo-lhe maior criatividade na aplicação das disciplinas, implementar técnicas de estudo, buscar a integração da escola com a comunidade.

5) Organizar os métodos de ensino, sempre almejando inovar, formar grupos de professores competentes e motivados, tendo como consequência uma instituição de ensino moderna e referencial.

6) Identificar áreas mais “fracas” ou com resultados pobres, entrando com medidas apropriadas para sanar tais problemas.

7) Construir e qualificar equipes de ensino.

8) Orientar estudantes em processo de aprendizagem, utilizando-se de métodos psicológicos e pedagógicos.

9) Orientação vocacional, ou seja, orientar jovens na escolha da profissão

10) Desenvolver programas de treinamento empresarial em recursos humanos

11) Assessorar pedagogicamente em serviços de comunicação de massa (jornais, revistas e outros) e difusão cultural (museus, feiras, etc.) 12) Atuar no terceiro setor (ONG‟S), na coordenação de programas em saúde, trânsito, meio-ambiente, etc.

2.2.2 Mercado

Abundância e carência. Oferta e demanda. Estes conceitos são fenômenos do mercado que estão em polaridades opostas. Desde os primórdios, o ser humano supre suas necessidades básicas (oferta e procura) de alimentação e vestimenta, através de seu próprio esforço e em conjunto com o de sua família. É verdade que, algumas técnicas de manufatura bem como o plantio de determinados alimentos eram transmitidas aos entes familiares, fazendo com que um determinado clã tivesse abundância de um alimento, por exemplo, mas carência de outro. Para suprir essa necessidade e o desejo de se obter novidades para o núcleo familiar principalmente, o ser humano passou a realizar trocas daquilo que produziam com outros clãs, que igualmente desejavam o que lhes faltava. Iniciou-se assim o comércio à base do escambo, que era a troca de mercadorias, bens e/ou serviços, por itens que eram avaliados em sua quantidade ou pela força de trabalho gasta para produzir determinado item.

A substituição da mercadoria em seu estado natural pelo material dinheiro, como o conhecemos hodiernamente, é fruto de um longo processo evolutivo. As dificuldades naturais de avaliação de mercadorias, por peso e transporte, por exemplo, e posterior permuta por objetos necessários, de valor equivalente ao produto oriundo do escambo, colaboraram para seu surgimento. Desta forma, surge a moeda-mercadoria, que tendo assumido a função de moeda, circulando como elemento valorativo, passou a ser amplamente aceito pela sociedade. Com o passar do tempo, a moeda-mercadoria, tornou-se inconveniente às transações comerciais, por não serem fracionáveis e seu valor oscilar entre os mercadores.

Necessidade x desejo. Essa equação, que faz parte da vida em sociedade do ser humano, aponta para o amplo desenvolvimento do comércio, em que a oferta e a procura de determinados itens, fizeram com que a sociedade se organizasse e buscasse um ambiente social propício às condições de compra, venda, troca de mercadorias, bens ou serviços, originando o que conhecemos como mercado. Este

ambiente proporcionou ao indivíduos expor e comercializar os itens que produziam bem como de adquirir o que necessitavam e/ou desejavam, estabelecendo assim relações mercantis, acordos ou trocas comerciais, articulando o mecanismo de oferta e procura.

2.2.3 Trabalho

O trabalho sempre fez parte da vida do Homem. Foi através do trabalho que as civilizações se desenvolveram e atingiram o nível atual. Há pouco, a partir de meados do século XIX, após a escravidão ter sido considerada ilegal no Brasil, a execução de atividades compreendidas como trabalho, passou a ser remunerado, ou seja, o esforço realizado por um indivíduo para que uma determinada atividade chegasse ao seu objetivo, passou a ser retribuído com a contraprestação econômica, o que caracteriza legalmente, o conceito de emprego.

Compreender, de maneira equânime os termos trabalho e emprego neste estudo, faz-se necessário para que haja coesão entre os conceitos individuais e para que estes sejam abraçados juntamente com o conceito legal. Segundo a Consolidação das Leis Trabalhistas, CLT, promulgada em 01/05/1943, que rege as relações trabalhistas no Brasil, considera-se trabalho o conjunto de atividades e ocupações, físicas ou intelectuais, exercidas pelo ser humano que tenha um determinado objetivo, um determinado fim. Filosoficamente, o trabalho é o esforço feito pelo indivíduo com o objetivo de atingir uma meta, possibilitando o homem a concretizar seus sonhos materiais e objetivos de vida. Além disso, o trabalho é uma atividade social, que permite ao homem conviver com outras pessoas e interagir com suas culturas, formas de pensar e agir.

Muitas são as formas de trabalho, que confunde-se largamente com o conceito de emprego. O primeiro pressupõe a realização de ações, de atividades físicas ou intelectuais, exercidas por alguém para um determinado fim, que pode ocorrer de maneira voluntária, inclusive. Já o emprego abrange, além da execução da atividade proposta pelo termo trabalho, que abarca a geração de conhecimentos, de prestação de serviços, interações pessoais e interpessoais, satisfação pessoal e tolerância, o trabalho gera também o desenvolvimento pessoal e social através da contraprestação econômica, atualmente percebida em papel-moeda, ou seja, em dinheiro, que permite ao homem satisfazer suas necessidades e desejos.

As relações trabalhistas no Brasil tiveram que se adaptar à necessidade crescente da população, que pressionava o Estado para que as relações trabalhistas tivessem melhor tratamento. Foi então que um conjunto de leis que consolidava as leis trabalhistas foi elaborado e promulgado pelo então presidente Getúlio Vargas em 01 de maio de 1943, no estádio de São Januário, no então Distrito Federal, atual Rio de Janeiro. As relações trabalhistas passaram então a ser regidas pelo Decreto- Lei nº. 5452/43, conhecida como CLT, que, além de assegurar direitos, caracterizava legalmente a condição de trabalhador, que abrange características como alteridade, subordinação, pontualidade, pessoalidade, onerosidade e não eventualidade da ação, ou seja, deve haver a habitualidade do trabalho desenvolvido.

Vale lembrar que desde então, as relações de empregabilidade no Brasil são regidas pela Consolidação das Leis Trabalhistas, CLT, e abrange os pressupostos de uma relação laboral x patronal, que, sujeitas às leis de nosso país, ressaltam esta relação, legalmente determinada como hipossuficiente, entre o empregado e o empregador, diferentemente do trabalho que, sendo voluntário, por exemplo, desobriga qualquer contraprestação de cunho oneroso. Em tempo, assume-se no contexto desta pesquisa, o termo trabalho como equivalente a emprego, uma vez que a práxis utilizada no país assim os equipara.

2.2.4 Mercado de trabalho

Compreende-se o termo mercado de trabalho como o conjunto de oportunidades de empregos oferecidos por empresas de uma sociedade. Neste contexto, compreende-se empresa como o vínculo patronal da relação, seja esta pública, privada, de economia mista ou através de pessoas físicas, todos com regras estabelecidas dentro da lei, ou seja, da CLT.

Competitividade é uma palavra que norteia o mercado de trabalho, cada vez mais exigente, que procura profissionais policapacitados e mais bem estruturados para executar com maior domínio e dinamismo, a realização do trabalho proposto. O fenômeno da globalização econômica e a disseminação das inovações organizacionais e tecnológicas são fatores impactam na configuração atual do mercado de trabalho, exigindo do profissional, atualização constante de suas habilidades e competências.

As sociedades atuais abarcam sua população economicamente ativa, ou seja, a maioria das pessoas sai de suas casas em busca de trabalho para com isso, suprir as necessidades e desejos pessoais e/ou familiares. Esse conjunto de indivíduos de variadas fases humanas, juventude, idade adulta e longevos, constitui a mão-de- obra disponível para suprir as demandas apresentadas pelo mercado de trabalho, mais dinâmico, exigente e ativo.

O mercado de trabalho referente a pedagogia docente no Brasil, mais especificamente em Brasília, atual Distrito Federal, é bastante exigente, pois as relações econômicas de oferta e procura em relação aos profissionais mais bem preparados desta área de atuação, que busca unir conceitos para abarcar a necessidade filosófica desta profissão com as atividades realizadas em sala de aula, é parte prática e realista deste desafio, que obriga o egresso a buscar continuamente o aperfeiçoamento de sua condição docente.

Este profissional deve buscar atualizações constantes em sua área de atuação em seminários, congressos e palestras, como participante e/ou ouvinte, inovando e adquirindo novas experiências e conhecimentos pois, por tratar-se de um setor em constante expansão, é bastante concorrido, mas com muitas portas a serem abertas constantemente, em nível nacional.

A pedagogia permite ao profissional qualificar-se continuamente após o período da graduação, uma vez que, além de vislumbrar as especializações em várias áreas, como a administração escolar, educação especial e em deficiência, formação de recursos em educação infantil, educação escolar, especialização em pedagogia empresarial, dentre outras inúmeras ofertadas atualmente. Sua inserção no mercado docente está cada vez mais associada à sua formação continuada e prática profissional, uma vez que o mercado de trabalho de escolas particulares do DF está mais atento e exigente frente às novas contratações.

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