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Daniel - Socorro eu vou pedir para você contar um pouco da sua formação, é de como é que você chega aqui na ACTC e começa a trabalhar, qual a função que você desenvolve aqui dentro né, essa questão da organização ,e como é que você encara toda essa questão da organização, é como é você encara toda essa dinâmica de mães e ACTC, o que que a ACTC representa pra você , o projeto Maria Maria e como esses, e o que esse dois representam pra essas mães né, então eu quero que você conte um pouco pra mim aí o que é tudo isso

Socorro - Quando eu cheguei aqui a ACTC, eu vim pra fazer uma segurança de uma festa que teve, depois eu fui embora. No outro dia a Regina me chamou de volta, pra mim vim falar com ela, cheguei aqui ela pediu pra mim trabalhar. Eu comecei a trabalhar como (pausa) faze tipo uma vistoria com as mães, elas fazem os trabalhos da ACTC limpa a casa, fazem comida e eu abastece pra elas tudo que elas fossem precisando (pausa).E nesse período a gente foi aprendendo cada vez mais, eu fui aprendendo também com elas muita coisa. E to aqui até hoje, né levando, no que eu acho que essa casa é que nem uma mãe pra elas, todas pra mim me sinto bem de vim aqui trabalhar,chego aqui, só feliz de tá aqui dentro trabalhando, numa casa que acolhe as pessoa muito bem, tem uma boa educação com as crianças lá em cima, as crianças tem passeio,as mães e assim por diante.

Daniel - Como é que você se enxerga na vida dessas mulheres?

Socorro - A... eu me enxergo como uma mãe delas todas, que assim que elas me trata, elas me faz como eu enxergue que elas sejam uma umas filha que eu adotei e continuo tomando conta de todas elas, e assim o que elas faz, o que elas demonstram pra mim é o que eu sinto. Daniel - E elas demonstram como isso?

Socorro - Elas demonstram muito carinho, muito carinho, muito respeito por mim, elas me ouve, assim que eu enxergo elas.

Daniel - É...e a ACTC assim, na vida dessas mulheres, como é que você encara isso tudo? Socorro - A eu encaro que a ACTC na vida delas seja um, ai como (pausa) como se fosse, acho que a mesma casa delas, porque elas se sentem bem ai, eu acho que elas se sentem como que tão em casa.

Daniel - Então conta pra mim um pouco da dinâmica, né... da chegada delas aqui, como é que elas vem ,da onde elas vem, como é que é o primeiro tratamento,o primeiro contato, daí o encaminhamento para o projeto Maria Maria, como é que você percebe tudo isso?

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Socorro - Quando elas chegam aqui, elas recebem (pausa) cada uma, um kit pra de tudo de quanto elas precisa, desde de du... tudo quanto que elas precisa de ser usado produto de limpeza, higiênico pra elas, tudo, recebe tudo e daí por elas vai conhecendo um pouco a casa.Quando elas vem é incaminhado pro Maria Maria . Lá tem a Bernadete, a Cristina que passa a ensinar pra elas os bordados, elas vão aprendem, depois que elas aprende elas faiz ,é vão pro bazar , é vendido no bazar e é aplicado na casa, com comida,é... tudo que,remédios pras crianças tudo que precisa na casa pra elas é feito com esse dinheiro que elas aprende a borda , lá em cima.

Daniel - Então você acha que o bordado gera renda pra elas se manterem aqui em São Paulo? Socorro - É é... gera renda para que a casa possa manter, possa ser mantida a casa pra que elas continuem aqui.

Daniel - A então a proposta você enxerga como uma proposta maior, que o bordado funciona como fonte de renda pra manutenção do projeto.

Socorro - Pra manutenção do projeto também. Daniel - Por quê sem ele...

Socorro - É assim que eu enxergo, porque sem ele, eu acho que seria um pouco mais difícil né...

Daniel - De manter tudo isso.

Socorro - De manter tudo que elas tem aqui, porque elas tem uma vida na casa como se elas tivessem,elas mesmo as veiz fala pra mim, que as vezes é melhor do que na casa delas, que outras veiz não tem na casa delas e aqui tem.

Daniel - E quando elas estão bordando, assim ao longo do dia, como é que você acha que elas se sentem, o que você consegue perceber quando elas estão bordando?

Socorro - Muito feliz, elas tão bordando e tão se sentindo bem, e cada uma aqui que fazer melhor, cada uma quê fazer seu bordado melhor, e... e não sabe ficar sem.Quando tão sem , tão sempre procurando, a pega o bordado pra fazer (pausa) que mais?

Daniel - Que mais? O que você acha que é relevante falar, do que você observa você é que administra toda rotina da casa, você é que faz a distribuição de trabalho. Quais são essas funções? Quais são as funções que você distribui?

Socorro - Nas funções eu distribui é fazer a vistoria da limpeza, é no almoço que elas faiz, o que tão fazendo de almoço, se ta sendo tudo mantendo limpo, na limpeza depois do almoço,limpeza da casa inteira, total a casa inteira eu tenho que sempre ta fazendo a vistoria com elas, que senão tiver feito conforme tem que ser feito, eu tenho que pedir pra elas faze de

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volta, elas me entende muito bem, quando eu peço, eu peço com jeito e com carinho e elas não recusam de fazer novamente,sempre faizi pra pode manter limpa.

Daniel - E como é que, qual que é o critério que você usa pra distribuição dessas atividades, como é que você resolve , olha você vai... , como é que você escolhe isso?

Socorro - A cada uma delas é escolhida para cada um setor, uma vai limpa a brinquedo teca,outra vai limpa o quarto, outras vai limpa a cozinha, outras limpa a geladeira, outras limpa banheiro, escada e assim por diante, a gente vai distribuindo aquela tarefa de cada uma, de cada uma dessas tarefas eu faço a vistoria.

Daniel - E ai essas tarefas são distribuídas de maneira rotativa ou são sempre as mesmas pessoas?

Socorro - Maneira rotativa, um dia uma ta no banheiro, outra dia , a hoje uma limpa o banheiro, amanha ela já não limpa o banheiro, ela já limpa o quarto, a escada a brinquedoteca, é vai mudando, vai mudando, não pode por todo dia uma só num lugar.

Daniel - Por quê?

Socorro - Porque a gente tem que, que eu tenho que faze uma vistoria pra saber se elas tão fazendo tudo direito, cada um ,um serviço.

Daniel - E se isso ai não é bem feito, tem que se... Socorro - Tem que fazer novamente.

Daniel - A mesma mãe. Socorro - A mesma mãe.

Daniel - E isso não desperta por exemplo, mal estar, assim ,uma vez que por exemplo, um trabalho é mais pesado que o outro?.

Socorro - Não, não elas não faz questão nenhuma disso não. Daniel - Não encaram dessa forma

Socorro -Elas não encaram dessa forma,elas não encaram dessa forma, porque é mudado, hoje é hoje uma faz uma serviço mais pesado amanhã ela já não faz, um mais leve, depois é... vai outra faze o mais pesado, e assim a gente vai fazendo o rotativo, cada dia uma naquele serviço que é mais pesado, a gente põem duas, em vez de uma, quando começa fica muito pesado, da gente, a gente põem duas pra faze três, depende do quantidade de mães que tive na casa. Daniel - Então você aqui na instituição é espécie de copeira ( pausa) pode se dizer assim? Socorro - Não uma espécie de gouvernanta.

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Socorro - È assim que eles me vêem como gouvernanta, que eu faço de tudo, de tudo um pouco, não só pras mães,pra qualquer um, pra funcionário se precisa, eu sempre to , to sempre ali.

Daniel - E ai isso aqui é um trabalho, mas qual que é o vinculo que você estabeleceu com essas pessoas?

Socorro - A eu acho que (pausa )não sei, não sei explicar direito como (pausa) acho que um vinculo de amizade, sei lá de carinho, isso esse tipo assim.

Daniel - E tem alguma coisa assim que você, acha relevante colocar agora sobre rotina, ACTC, bordado, que acho que você queria falar e por acaso eu não perguntei, mas que enfim tem que ser falado também.

Socorro - Não, eu acho que não.

Daniel - Não? É isso, então muito obrigado Socorro. Socorro - De nada ( risos) até as ordi.

Relato 8 – Maria Sn.

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