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Daniel: Então, boa tarde Maria Sn. Maria Sn.: Boa tarde.

Daniel: Vou pedir pra você contar um pouquinho pra mim, da sua historia de vida, da sua infância, da relação com seus pais, do seu estudo, de quando você engravida, e enfim tem o seu filho, descobre da doença, vem pra São Paulo, conhece a A. C. T.C, ai entra no projeto, quero saber um pouco dessa Maria Sn. que passou por tudo isso.

Maria Sn.: A minha vida, depois que eu tive o Carlos,quando descobri que eu tava grávida, fez o pré natal, mas não sabia que ia ter o pobema né, ai depois que eu descobri com três dias de nascido, fiquei na Santa Casa, outro hospital fez tratamento, com dois anos teve que vim em São Paulo pra faze cirurgia, eu vim pra cá pra São Paulo através que os médicos dele me falou que eles vinham faze, ele vinha faze a cirurgia do coração, mas eu não sabia que ele tinha pobema do pulmão, ai aqui que eles foram me explicar no dia em que ele internou. No dia que ele foi fazer a cirurgia, o médico né chamou e me explicou tudinho né, que o pobema dele era poblema no pulmão, tinha atreziapulmonar, ele não tem as artérias no pulmão, o pulmão dele é limpo, então por isso que ele não, não faz mais cirurgia, e pra mim foi um ano, no mesmo que foi uma tristeza e foi uma alegria, porque eu sabia que ia ta lutando com uma pessoa que eu te daqui pra frente, eu vou te um prazer na vida de ver ele como ele ta ainda do meu lado, graças a Deus, a... e apesar da dificuldade que eu tenho, mais eu to lutando com ele né, que o pai não dá muita força, porque eu sou separada do pai dele, já há dois anos, mais to com eles todos dois,então separei. Pra mim a A.C.T.C foi uma casa, é bem dize pra mim é a minha casa, porque aqui eu to fazendo tudo que eu faço em casa, eu faço aqui, tenho minhas amizades, minhas colegas que vem de longe também, dou forças pra outras pessoas que as vezes chega chorando, olha não é assim demora mas a gente consegue né, e pra mim tudo de bom, a minha infância foi boa, perdi meu pai, mais fiquei com a minha mãe, mas graças a Deus...

Daniel: Você perdeu seu pai com, com....

Maria Sn.: Eu tava com oito anos,quando meu pai veio a falecer Daniel: E onde você mora, qual que é a ...

Maria Sn.: Eu moro na cidade de Abaetetuba, Pará.

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Maria Sn.: Lá é uma cidade, não é muito grande, mas é bom de sobrevive, já to estudando ainda, to faz..., to meu período já final pra fazer o primeiro ano, se Deus quiser, to parada esses dias, mais eu vou voltar, vou continuar o Carlos também, mas graças a Deus tá tudo certo, tudo bem.

Daniel: E lá na sua cidade você já trabalhava, trabalhou...

Maria Sn.: Já trabalhei, já trabalhei assim de ajudante de cozinha, trabalhei muito em restaurante entendeu, mas só de ajudante, não deixo assinar carteira porque devido eu vim pra cá de vez em quando com ele, eu não assino carteira, ai só trabalho na diária mesmo ai pra mim é bom.

Daniel: Bom, ai você chegou aqui no hospital, os médicos contaram tudo o que tava acontecendo, e como é que você conhece a A.C.T.C , quem que te mandou pra cá?

Maria Sn.: Foi a assistente social de lá do hospital, do Incor. Daniel: E quando você chegou aqui, qual que foi a sensação?

Maria Sn.: A... eu fiquei um pouco triste, ai depois eu comecei, porque eu conheço muita mãe de lá, como a do Carmo, mãe do Gabriel é de lá, tem a mãe do menino que mora também em Barcarena, du... eu não sei muito o nome dela mais é de lá também do Pará, fica perto de casa é na cidade de Barcarena e pra mim é bom conheço a Noêmia também muitos anos já, já conheço umas quatro,... olha a Elaine aí,ela também, que chegou hoje, já conheço ela também, então pra mim é bem dize, eu tenho eles como uma família pra mim, a Socorro, a assistente social, a Kelly, todo mesmo pra mim é uma família .

Daniel: E aí você chegou aqui na A.C.T.C e foi encaminhada para o projeto Maria Maria, com...

Maria Sn.: Isso

Daniel: Como que você chegou ao projeto, quem te descobriu?

Maria Sn.: As mães que tavam bordando, a do Carmo disse: Maria Sn. porque que tu não aprende a borda, ai foi, eu aprendi i até ontem, até que eu entreguei vinte paninhos, que eu fez, não tenho pouco, tenho né, porque antes eu bordava muito agora eu parei, mais porque devido ao pobema de vista que eu tenho, ai eu parei mais de costura, porque a gente ficava até duas, três da manhã costurando, bordando pra entrega logo, pra não te atraso, então pra mim é bom; foi bom aprende.

Daniel: E ai você recebe pelos bordados que você faz? Maria Sn.: Recebo

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Maria Sn.: Olha essa semana agora que eu peguei, foi eu peguei ... terça-feira, entreguei ontem quarta-feira, ai deu vinte e oito e cinqüenta.

Daniel: Então você ta voltando pra sua casa com vinte oito e cinqüenta.

Maria Sn.: Isso é que não, porque... é mesmo assim ele arrancou o dente, ele extraiu o dente, ai teve que compra umas coisinhas ai pra ele, só que a Kelly ajuda, ela é boa de coração. (risos)

Daniel: É... lá na sua cidade, você trabalha com bordado ou nunca chegou a fazer lá isso? Maria Sn.: A eu faço assim nas minhas roupas, pra mim no que é meu, assim pra borda pra fora não.

Daniel: Não. Maria Sn.: Não.

Daniel: Então você encara o bordado como uma profissão, um trabalho?

Maria Sn.: Aqui eu encaro né, lá também eu encaro, porque eu faço as vezes, tem minha irmã que eu levei daqui uns paninhos, daqui que a gente bordo, ai deram um...; foi num numa festa de São João que teve aqui ai eu ganhei muita coisa aqui, eu levei, ai chegou lá minha irmã viram, ai através disso elas compraram a revista e bordaram também.

Daniel: Começaram a bordar também.

Maria Sn.: É ai elas bordam na roupa, tem tipo as outras pessoas que vem ai mancha né, cai a cândida, assim mancha, ai vem o faz, ai elas a borda, faz o bordado mesmo, normal.

Daniel: E lá eles mandam o bordado pra você ou não, você só pega quando você ta aqui? Maria Sn.: Não, eu só pego quando eu to aqui, porque não tem como eu levar, porque eu só venho uma vez no ano agora.

Daniel: É uma vez por ano só. Maria Sn.: Ai não tem como levar. Daniel: Então eu dei sorte né. Maria Sn.: Com certeza.

Daniel: E agora e só o outro ano?

Maria Sn.: Só dia 27 de abril do ano que vem se Deus quiser em nome de Jesus.

Daniel: E me conta um pouco assim, de como você era lá atrás e depois de ter passado pela A.C.T.C e pelo projeto, mudou essa mulher, mudou?

Maria Sn.: Mudou, mudou muito... Daniel: Mudou como?

Maria Sn.: Porque lá em casa assim, as vezes eu não tinha tanto trabalho pra faze, ai depois que eu vim conhece a A.C.T.C ; pra mim assim mudou bastante porque o Carlos, ele não me

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dá trabalho, ele é uma criança, vai a onde a pessoa convida pra i pro passeio, ele vai não dá trabalho, então eu tenho o período do tempo pra mim tá fazendo o meu bordado aqui sossegada, cabeça fria. O trabalho que tem é só fazer o lanche dele, nem isso ele já não que mais que eu faça, ele já que ele mesmo faze, ai pra mim mudou bastante também, porque eu parei mais de sair, ai eu só vou pro meu estudo, levo ele pro colégio dele e vou busca.

Daniel: E lá você está estudando qual série? Maria Sn.: Eu to fazendo a oitava.

Daniel: A oitava série. Maria Sn.: Isso

Daniel: Você parou de estudar com quantos anos? Maria Sn.: Eu parei de estudar cum catorze anos Daniel: E ai voltou depois de quanto tempo? Maria Sn.: Voltei agora, ano passado. Daniel: O ano passado.

Maria Sn.: Ano passado .

Daniel: Ai quer se formar, terminar o colegial? Maria Sn.: Se Deus quiser.

Daniel: E depois o que você projeta mais pra frente? Maria Sn.: ( hum...)Pra frente acho mais o meu futuro . Daniel: É... e o que você ....

Maria Sn.: Trabalha, dá mais atenção aos meus filhos, dá o que mais o que eles precisam, do que eles já tenho né e levar a vida como Deus quê .

Daniel: Como Deus quê né... Maria Sn.: É verdade, brigado

Daniel: Então queria agradecer Maria Sn., espero te ver lá o ano que vem, tchau... Maria Sn.: Se Deus quiser ( risos)

 

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