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7.5 - Efeitos relevantes da regulação estatal nas atividades

7.5 Efeitos da regulação estatal sobre nossas atividades

(a) necessidade de autorizações governamentais para o exercício das atividades e histórico de relação com a administração pública para obtenção de tais autorizações

Relacionamento com o Poder Público

Procuramos manter relacionamento constante e aberto com as diversas esferas do Poder Público para, assim, nos qualificar a participar das discussões de temas ligados ao nosso negócio. O objetivo é fazer com que sejamos reconhecidos como interlocutores relevantes no debate de políticas públicas.

Nosso relacionamento com o Governo Federal e Estadual e com as associações e entidades de classe se dá por meio de uma área de “Relações Governamentais”, que conta com uma equipe de profissionais, responsáveis pelo diálogo com esses públicos. Na convergência entre o planejamento estratégico da Natura e a agenda política nacional, identificamos os principais focos de atuação para cada ano.

Em 2008, a nossa Companhia apoiou a iniciativa da Abihpec/Sipatesp de levar ao Governo Federal um posicionamento formal e sugestões para a nova lei de acesso a recursos genéticos e conhecimento tradicional associado. Defendemos, há alguns anos, a necessidade de uma nova legislação, que proteja o patrimônio genético nacional e o conhecimento tradicional associado, ao mesmo tempo em que garanta condições de pesquisa e desenvolvimento de produtos com base em nossa biodiversidade.

Em 2009, nos dedicamos principalmente a contribuir com os esforços governamentais em torno das seguintes questões: estabelecimento de um novo marco regulatório de acesso à biodiversidade brasileira; política tributária; política industrial e de venda direta; e ambiente regulatório do setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos.

Também atuamos junto ao Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN), instância que regula o tema no País, para que os termos da atual legislação de acesso aos recursos genéticos e conhecimento tradicional associado não comprometessem a pesquisa e o desenvolvimento em biodiversidade. Nossos principais interlocutores, nessa questão complexa, foram os Ministérios de Meio Ambiente, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, da Ciência e Tecnologia e suas agências, bem como a Casa Civil da Presidência da República.

Em 2010 novamente nossos principais esforços estiveram voltados à promoção de um novo marco regulatório de acesso à biodiversidade brasileira e ao conhecimento tradicional associado, que garanta condições de uso sustentável do patrimônio genético nacional e das manifestações tradicionais a ele associadas.

Com relação às políticas tributárias, trabalhamos para nos ajustar, sob a liderança da Abihpec/Sipatesp e da ABEVD, ao regime de substituição tributária implantado em 2008 no Estado de São Paulo. Através da ABEVD, dialogamos com as secretarias Estaduais de Fazenda sobre a política tributária da Federação.

7.5 - Efeitos relevantes da regulação estatal nas atividades

No que diz respeito ao ambiente regulatório, estivemos empenhados, ao longo dos últimos anos, no aprimoramento dos procedimentos e exigências do órgão regulador, a ANVISA, de modo que nosso setor possa ter um marco regulatório moderno, que promova a pesquisa e o desenvolvimento e fortaleça a indústria, consolidando a posição do país entre os três maiores mercados do mundo. A tabela abaixo indica os benefícios fiscais e incentivos que recebemos do Governo Brasileiro nesse sentido:

Ajuda Financeira Significativa Recebida do Governo (em R$

milhões) 2010 2009 2008

Financiamento da FINEP destinado à pesquisa e desenvolvimento ... 2,1 1,2 0,6 Incentivos fiscais de apoios e patrocínios (1) ... 8,5 6,1 5,2 Lei do Bem (dedução adicional de 60% de despesa relacionadas a projetos

inovadores) ... 19,0 10,0 14,0 Subvenção de ICMS de Itapecerica da Serra ... 6,0 3,1 1,8

Outros (2) 0,6 0,0 0,0

Total ... 101,5 101,5 40,1

(1) Incentivos fiscais de IRPJ relacionados à Lei Rouanet, Audiovisual, Fundo dos direitos da Criança, Programa de alimentação do trabalhador e Incentivo Fiscal ICMS-MG, referente à Natura Musical.

(2) Incentivo fiscal IPTU referente à devolução do IPTU pago em Itapecerica da Serra por conta de investimentos feitos na região. Isenção de IPTU de Itapecerica da Serra e de Cajamar.

Com o objetivo de fortalecer ainda mais o canal de diálogo que mantemos com agentes públicos, e cumprindo um compromisso assumido em 2008, publicamos, em 2009 e 2010, nossos Princípios de Relacionamento com o Governo; nossa Política de Integridade contra Corrupção e Suborno, na qual reafirmamos o afastamento de quaisquer práticas ilícitas; nossa Política de Doações de Campanha, em que esclarecemos a opção de nossa Companhia em não realizar doações a candidatos ou partidos

políticos, dentro ou fora de período eleitoral; e nosso Posicionamento sobre a prática de lobby político, no

qual nos alinhamos àqueles favoráveis à prática exercida com ética e transparência.

Vale destacar que não temos nenhum litígio relevante envolvendo matéria de direito concorrencial. Com o objetivo de contribuir para o aumento da competitividade da indústria e do setor, a empresa participa da discussão de temas específicos relacionados a seu negócio, por meio de entidades setoriais às quais está associada, como a Abihpec/Sipatesp e a ABEVD.

Regulação dos nossos negócios

A indústria de cosméticos brasileira é regulada pela ANVISA, que foi criada pela Lei n.º 9.782, de 26 de janeiro de 1999. Nossas operações estão, deste modo, sujeitas à obtenção de autorizações da ANVISA e fiscalização por esta agência. A ANVISA também indica padrões sanitários para a fabricação, estocagem e transporte de cosméticos, fragrâncias e produtos de higiene pessoal.

Quanto à regulação de vendas diretas de bens de consumo, não há legislação consolidada no Brasil. A Lei n.º 6.586, de 6 de novembro de 1978, regulamenta a condição de contribuinte individual autônomo das Consultoras Natura e a legislação tributária prevê a substituição tributária das Consultoras Natura pela nossa companhia no recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS.

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Obtenção da certificação NBR ISO 9001

Em 2005 a Companhia foi certificada na NBR ISO 9001. A certificação é resultado do nosso contínuo comprometimento com a qualidade de nossos processos, produtos e serviços, que buscamos aprimorar no dia-a-dia. Assim, nos últimos anos sempre obtivemos a recertificação, inclusive em 2009 e 2010.

Regulação de Vigilância Sanitária

De acordo com a Constituição Federal brasileira, o Governo Federal, os estados e municípios têm o poder de regular os assuntos relacionados à saúde e vigilância sanitária, a fim de eliminar, reduzir e prevenir problemas sanitários decorrentes da fabricação de produtos e da prestação de serviços relacionados à saúde dos indivíduos. O Governo Federal dispõe de leis e regulamentos para aplicação genérica, os quais são reforçados e complementados por ações dos estados e municípios. Dessa forma, a vigilância sanitária é realizada pelas autoridades federais, estaduais e municipais, que agem de forma integrada em busca da proteção da saúde da população.

Nos termos da Lei Federal n.º 6.360, de 23 de setembro de 1976, as companhias que pretendem extrair, produzir, fabricar, transformar, sintetizar, purificar, fracionar, embalar, re-embalar, importar, exportar, armazenar ou expedir medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, produtos de higiene, cosméticos, perfumes e saneantes domissanitários devem possuir uma autorização de funcionamento junto à ANVISA, que verificará a atividade industrial, natureza e espécie dos produtos e comprovação da capacidade técnica, científica e operacional da Companhia, bem como outras exigências aplicáveis. Além da autorização federal, é necessário que as companhias tenham o licenciamento na respectiva autoridade sanitária local, para todos os estabelecimentos industriais e/ou comerciais que exerçam as atividades de fabricação e comercialização dos produtos acima citados.

A operação de companhias sem os registros mencionados acima ou sem a presença de um profissional responsável pela operação técnica, bem como qualquer violação às leis e aos regulamentos relativos à vigilância sanitária federal, estadual ou municipal, sujeita a companhia infratora a penalidades como advertência, multa, suspensão das atividades e cancelamento da permissão ou registro junto às autoridades de vigilância sanitária.

Para detalhes sobre os nossos ativos imobilizados relevantes, vide alínea “a” do item 9.1 deste Formulário de Referência.

Adicionalmente, detemos registros de nossos estabelecimentos e responsáveis técnicos junto aos Conselhos Regionais de Química e/ou Farmácia dos respectivos estados, devidamente acompanhados das anotações de responsabilidade técnica para as nossas seguintes unidades: Castanhal, Jundiaí, Matias Barbosa, Jaboatão dos Guararapes, Uberlândia, Simões Filho, Benevides, Cajamar, Canoas e Itapecerica. Já obtivemos a renovação da inscrição nos conselhos de todas as empresas da Natura para o ano de 2011.

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Registro de Cosméticos, Produtos de Higiene, Perfumes e outros

De acordo com a Lei Federal n.º 6.360/76, o registro dos cosméticos, dos produtos destinados à higiene pessoal, dos perfumes e demais de finalidade congênere, deverá se enquadrar na relação de substâncias declaradas inócuas, elaborada pelo órgão competente da ANVISA e publicada no Diário Oficial da União, a qual conterá as especificações pertinentes a cada categoria, bem como às drogas, aos insumos, às matérias-primas, aos corantes, aos solventes e aos demais permitidos em sua fabricação. Não se enquadrando na relação referida anteriormente, deverá ter reconhecida a inocuidade das respectivas fórmulas, em pareceres conclusivos, emitidos pelos órgãos competentes do Ministério da Saúde.

Os cosméticos, produtos de higiene pessoal de adultos e crianças, perfumes e congêneres poderão ter alteradas suas fórmulas de composição desde que as alterações sejam aprovadas pela ANVISA, com base nos competentes laudos técnicos.

Para detalhes sobre os nossos registros e depósitos, vide alínea “b” do item 9.1 deste Formulário de Referência.

Registro de Alimentos

Todo e qualquer alimento fabricado, preparado, beneficiado, acondicionado, transportado, vendido ou depositado no Brasil, definição que inclui nossos produtos, deve ser previamente registrado na ANVISA, exceto quando a própria regulamentação dispensar tal registro. O Decreto-Lei n.º 986, de 21 de outubro de 1969, e regulamentações posteriores estabelecem regras e padrões para rotulagem dos alimentos que observamos integralmente.

Os registros de alimentos são válidos por um período de cinco anos, em todo o território nacional, sendo que somos obrigados a solicitar a revalidação do registro no prazo de até 60 dias antes da data de seu vencimento. A autoridade sanitária terá um prazo de 60 dias, a contar da data da comunicação da empresa para proceder à inspeção sanitária na unidade fabril que, dependerá, isoladamente ou em conjunto, da natureza, do risco associado ao produto, da data da última inspeção e do histórico da empresa. No caso de sermos reprovados na referida inspeção, seremos notificados para (i) suspender a produção, e (ii) recolher o(s) produto(s) no mercado, quando a autoridade sanitária julgar necessário com base na legislação pertinente, hipótese na qual arcaremos com os custos da divulgação e notificação da população, sem prejuízo da aplicação de outras penalidades previstas na legislação.

A análise do processo de pedido de registro do produto é realizada pela Secretaria de Vigilância Sanitária (“VISA”) do Estado, do Distrito Federal ou do Município, de acordo com os Regulamentos Técnicos, as Resoluções, as Portarias e outros instrumentos legais pertinentes ao produto, inclusive os de rotulagem. A VISA encaminhará à ANVISA parecer conclusivo e fundamentado sobre a aprovação ou indeferimento do pedido de registro do produto. A ANVISA é responsável por deferir ou indeferir, com as devidas justificativas, as solicitações de registro previamente analisadas pela VISA. Cabe à ANVISA, ainda, cancelar o registro do produto a pedido, por irregularidade ou por erro de publicação.

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Possuímos uma linha de alimentos chamada “Frutífera” e mantemos autorização da ANVISA para distribuição de alimentos em nossa controlada localizada em Cajamar (SP).

Licenças e Autorizações Ambientais

A legislação ambiental brasileira determina que a instalação de empreendimentos e atividades que de qualquer forma causem, ou possam causar, degradação do meio ambiente está condicionada ao prévio licenciamento ambiental. Esse procedimento é necessário tanto para as fases de instalação inicial do empreendimento, quanto para as ampliações nele procedidas, sendo que as licenças emitidas precisam ser renovadas periodicamente.

A competência para licenciar, no que se refere aos empreendimentos de impacto ambiental nacional ou regional é do IBAMA. Nos demais casos, a competência é dos órgãos ambientais estaduais ou municipais. O processo de licenciamento ambiental compreende, basicamente, a emissão de três licenças, todas com prazos determinados de validade: licença prévia, licença de instalação e licença de operação. Cada uma destas licenças é emitida conforme a fase em que se encontra a implantação do empreendimento e a manutenção de sua validade depende do cumprimento das condicionantes que forem estabelecidas pelo órgão ambiental licenciador. Quando obrigatória, a ausência de licença ambiental, independentemente de a atividade estar ou não causando danos efetivos ao meio ambiente, consiste em crime ambiental, além de sujeitar o infrator a penalidades administrativas, tais como multas de até R$ 10,0 milhões e a interdição da atividade cuja licença não foi obtida.

Na data-base deste Formulário de Referência a Companhia detinha todas as licenças ambientais necessárias à manutenção de suas atividades.

Obtenção da certificação NBR ISO 14001

Nos últimos anos, a nossa Companhia obteve a recertificação segundo a NBR ISO 14001, com base na qual mantemos o Sistema de Gestão Ambiental Natura. Por meio desse sistema, estabelecemos um acompanhamento dos riscos ambientais.

Assim, detentores da certificação NBR ISO 14001, destinamos recursos e esforços permanentes à melhoria das condições ambientais de nossa produção.

Nesse sentido, vale ressaltar que temos normas e procedimentos claros para a seleção de nossos fornecedores em relação ao seu desempenho ambiental, conforme os requisitos da NBR ISO 14001. Exemplificadamente, os nossos fornecedores são avaliados no mínimo a cada dois anos, por meio de uma análise de sua documentação legal e de uma auto-avaliação ambiental.

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Responsabilidade em Matéria Ambiental

A legislação ambiental brasileira prevê a imposição de sanções penais e administrativas a pessoas físicas e jurídicas que praticarem condutas caracterizadas como crime ou infração ambiental, independentemente da obrigação de reparar os danos ambientais causados. As sanções que podem vir a ser impostas pela prática de eventuais crimes e infrações ambientais incluem, dentre outras:

 a imposição de multas que, no âmbito administrativo, podem alcançar até R$50,0 milhões, de

acordo com a capacidade econômica e os antecedentes da pessoa infratora, bem como com a gravidade dos fatos e antecedentes, as quais podem ser aplicadas em dobro ou no triplo em caso de reincidência;

 a suspensão ou interdição de atividades; e

 a perda de benefícios, tais como suspensão de financiamentos e não habilitação para licitações

públicas, e incentivos fiscais.

Na esfera civil, os danos ambientais implicam responsabilidade solidária e objetiva, direta e indireta. Isso significa que a obrigação de reparar a degradação causada poderá afetar a todos os direta ou indiretamente envolvidos, independentemente da comprovação de culpa dos agentes. Como consequência, a contratação de terceiros para proceder a qualquer intervenção em nossas atividades, incluindo, por exemplo, o tratamento e a destinação final de resíduos sólidos, não exime a nossa responsabilidade por eventuais danos ambientais causados pela contratada.

Adicionalmente, a legislação ambiental prevê a possibilidade de desconsideração da personalidade jurídica, relativamente ao controlador, sempre que esta for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.

Regulamentação Brasileira de Biodiversidade

Em 16 de março de 1998, a Convenção sobre Diversidade Biológica, ou CDB, foi introduzida no sistema jurídico brasileiro através do Decreto n.º 2.519, de 16 de março de 1998. A CDB foi elaborada por líderes mundiais em 1992 na Eco 92 ocorrida na Cidade do Rio de Janeiro, estabelecendo três objetivos principais: (i) a conservação da diversidade biológica; (ii) o uso sustentável de seus componentes; e (iii) a divisão justa e equitativa dos benefícios derivados do uso de recursos genéticos. A CDB estabeleceu princípios gerais que podem ser implementados por cada uma das partes signatárias com a intenção de promover os objetivos da convenção, as quais incluem a elaboração e promulgação de legislação apropriada, a realização de campanhas de educação pública e de conscientização, o monitoramento periódico de recursos disponíveis e a cooperação financeira entre as partes signatárias.

A CDB também obriga os estados signatários a regular o acesso aos seus recursos genéticos e ao conhecimento tradicional associado à biodiversidade. Não obstante o conteúdo da CDB, a legislação brasileira referente ao acesso e exploração da biodiversidade brasileira é incipiente. Em 2000, o Governo Federal iniciou a regulamentação ao acesso de recursos retirados da biodiversidade brasileira e do conhecimento tradicional associado à biodiversidade com a Medida Provisória nº 2.052 -1, sendo que o

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atual marco legal é a Medida Provisória n.º 2.186-16, publicada em 23 de agosto de 2001, que, inclusive, criou o Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN) para regular as políticas do Ministério do Meio Ambiente com respeito às matérias indicadas na referida medida provisória. A medida provisória estabelece, de maneira genérica, os conceitos de acesso ao patrimônio genético e ao conhecimento deste patrimônio, com o objetivo de viabilizar pesquisas científicas, tecnológicas e de desenvolvimento, bem como o desenvolvimento de processos biológicos e suas metodologias para utilização em atividades industriais e em outras aplicações, além de diversas condições pelas quais tais atividades podem ser realizadas.

Destacamos que defendemos, há alguns anos, a necessidade de uma nova legislação, que proteja o patrimônio genético nacional e o conhecimento tradicional associado, ao mesmo tempo em que garanta condições de pesquisa e desenvolvimento de produtos com base em nossa biodiversidade. Atualmente, temos práticas para gestão do acesso do patrimônio genético e conhecimento tradicional associado para repartir benefícios, inclusive, refletidas na nossa Política de Uso Sustentável da Biodiversidade e do Patrimônio Cultural.

Em 2008, 2009 e 2010 foram assinados, respectivamente, 18, 4 e 2 Contratos de Utilização do Patrimônio Genético e repartição de benefícios (Curb) e 18, 5 e 2 Termos de Anuência Prévia (Tap).

A maior parte dos processos relacionados à repartição de benefícios da Natura permanece em avaliação no CGEN. Por orientação do órgão, realizamos os pagamentos de todos os contratos protocolados, que incluíam processos iniciados em 2004 – em alguns casos, os pagamentos de repartição de benefícios estavam vinculados a produtos lançados em 2001. Portanto, o aumento expressivo nos valores de repartição de benefícios está relacionado ao fato de que, até 2007, a nossa Companhia pagou apenas os contratos autorizados pelo CGEN. A partir de 2008 passamos a efetuar pagamentos referentes a contratos protocolados e pendentes de avaliação pelo CGEN.

Distribuição de Recursos para Comunidades

Fornecedoras (em R$) 2010 2009 2008

Uso de imagem ... 76.500 14.532 10.248 Fundos e apoios ... 1.551.700 1.137.694 671.868 Repartição de benefícios por acesso ao patrimônio

genético ou conhecimento tradicional associado ... 1.480.100 1.056.260 1.136.017

Situação legal de nossas Consultoras Natura

As Consultoras Natura são revendedoras autônomas com as quais a empresa mantém um relacionamento comercial que as autoriza a revender, de modo não exclusivo, seus produtos por sua conta e risco. As Consultoras Natura não recebem qualquer espécie de remuneração. Adicionalmente, não existe subordinação no relacionamento com as Consultoras Natura (outro elemento caracterizador da relação de emprego). Além disso, as Consultoras Natura gozam de grande flexibilidade na maneira em que revendem os produtos e não se submetem a qualquer ingerência da empresa as revendas por elas realizadas, podendo, inclusive, encerrar o relacionamento comercial mediante envio de aviso com dez dias de antecedência, sem justificativa.

7.5 - Efeitos relevantes da regulação estatal nas atividades

As Consultoras Natura são obrigadas a contribuir para o Instituto Nacional de Seguro Social – INSS de forma independente e a empresa não possui obrigação de recolher o INSS em seus nomes. De outro lado, a empresa se responsabiliza pelo pagamento em regime de substituição do ICMS das Consultoras Natura, que é calculado com base em pesquisa e estudo de apuração da margem realizada pela entidade de classe que representa a venda direta ABEVD ou uma margem de agregação presumida por cada Estado da federação.

Historicamente, já foram propostas 14 reclamações trabalhistas por ex-Consultoras Natura, sendo que em 8 discutiu-se possível vínculo empregatício. Destas, em 7 o julgamento reconheceu a inexistência do vínculo e a ausência de qualquer responsabilidade por parte da empresa com relação às obrigações trabalhistas e respectivos benefícios sociais e 1 caso foi arquivado sem análise do mérito.

Na data-base deste Formulário de Referência, a nossa Companhia era ré em 9 reclamações trabalhistas movidas por ex-Consultoras Natura Orientadoras nas quais se discute o reconhecimento de vínculo empregatício com a Companhia, sendo que no julgamento de 4 dessas ações foi reconhecida a inexistência de vínculo de emprego em primeira instância, aguardando julgamento de recurso, 3 já