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CONDIÇÕES DE ANO AGRÍCOLA E SISTEMAS DE SUCESSÃO

Hipótese

O uso de regressões lineares pode determinar a eficiência agronômica do nitrogênio sobre a expressão da produtividade industrial e de grãos, do acamamento de plantas e da qualidade nutricional dos grãos de aveia, nas distintas condições de ano agrícola e sistemas de sucessão. As regressões quadráticas possibilitam a definição da máxima eficiência técnica e econômica do nitrogênio, sobre a expressão da produtividade de grãos. Além disso, modelos quadráticos são eficientes em expressar o comportamento da produtividade industrial e de grãos de aveia, possibilitando a simulação e comparação da expressão destes indicadores de interesse agronômico.

Meta

Obter, por regressão lineares, a eficiência agronômica do nitrogênio sobre a produtividade de grãos, o acamamento de plantas e a qualidade industrial e nutricional dos grãos de aveia. Utilizar regressões quadráticas para definir as doses de máxima eficiência técnica e econômica de uso do nitrogênio em aveia. Pela definição das doses de eficiência técnica e econômica do nitrogênio, simular a produtividade e a qualidade industrial e nutricional dos grãos de aveia, na previsibilidade dos resultados de interesse do agricultor, da indústria e do consumidor.

Introdução

A aveia branca é uma cultura que exerce grande importância para diversificação do sistema econômico nacional e mundial, considerada um cereal de múltiplos propósitos, vem sendo muito utilizada na indústria de alimentos, devido ao seu alto teor de proteínas e fibras solúveis (HAWERROTH et al., 2015a; SATYANARAYANA et al., 2017; RONSANI et al., 2018; VASCONCELLOS et al., 2018). No Brasil, a aveia é o segundo cereal de inverno mais cultivado, chegando a uma área estimada de 398 mil hectares,

resultando numa produção de mais de 943 mil toneladas (CONAB, 2019). A alta demanda de seus derivados exerce forte influência para o desenvolvimento de pesquisas voltadas ao incremento da produtividade com qualidade dos grãos (MANTAI et al., 2015; KRYSCZUN et al., 2017), sendo que a alta produtividade de grãos de aveia é dependente da interação de diversos fatores, tais como qualidade genética, fertilidade do solo, condições meteorológicas e técnicas de manejo (SILVA et al., 2012; MANTAI et al., 2017c; VIAN et al., 2016). Dentre as técnicas de manejo, ganha destaque a adubação nitrogenada, por ser o nutriente mais absorvidos pelos cereais. Assim, conhecer o comportamento do uso de nitrogênio pode contribuir para o incremento da produtividade e qualidade das lavouras de aveia, reduzindo os custos de produção e os riscos de contaminação ambiental (KASPARY et al., 2015; PIMENTEL et al., 2019).

O nitrogênio está diretamente relacionado com o crescimento e desenvolvimento dos cereais, exercendo forte influência no afilhamento, no número de panículas e no número e tamanho dos grãos (FIDELIS et al., 2012; SILVA et al., 2016; KRAISIG et al., 2018a). A deficiência ou o uso inadequado do nitrogênio é um fator que limita a produtividade e a qualidade dos grãos da aveia, alterando a expressão dos componentes diretos e indiretos da produtividade e qualidade dos grãos (HEINEMANN et al., 2006; MANTAI et al., 2015; STEFEN et al., 2015; MAMANN et al., 2017a). No entanto, em anos desfavoráveis ao cultivo, a eficiência de uso do nitrogênio é comprometida, reduzindo a produtividade e aumentando os custos de produção com poluição ambiental (BENIN et al., 2012; ARENHARDT et al., 2015; SCREMIN et al., 2017a). Por outro lado, o incremento das doses de nitrogênio, visando o aumento da produtividade de grãos, combinado com condições meteorológicas favoráveis, aumentam significativamente o crescimento vegetativo da planta, potencializando a ocorrência do acamamento e, além disso, o incremento das doses de nitrogênio favorecem a contaminação ambiental, pelo excesso de nitrito lixiviado no solo ou pela amônia volatizada no ar (FLORES et al., 2012b; SILVA et al., 2015a; PETRY et al., 2019). Nesse contexto, o estudo da eficiência agronômica e da máxima eficiência técnica e econômica do uso de nitrogênio em aveia torna-se uma ferramenta efetiva no incremento da produtividade com qualidade de grãos, além de auxiliar na tomada de decisões quanto a redução dos gastos de produção com reduzida contaminação ambiental. Desta forma, a possibilidade de emprego de modelos matemáticos, desenvolvidos para análise do comportamento do nitrogênio e simulações,

podem qualificar e quantificar as recomendações desta técnica de manejo para a cultura. Além disso, o uso de modelos de regressão possibilita verificar diversos problemas que afetam as mais variadas áreas do conhecimento humano (BUZATO et al., 2014; COSTA et al., 2016; KRYSCZUN et al., 2017). A utilização de modelos de regressão polinomial busca identificar a redução da utilização da adubação nitrogenada combinada com elevada produtividade e qualidade dos grãos. As regressões são os modelos mais utilizados para explicação e avaliação de efeitos de variáveis quantitativas, principalmente, regressões de análise do comportamento e simulações na definição de ponto ótimo, seja este de máxima ou de mínima local (MASSAROTO et al., 2007; TAVARES et al., 2015; SILVA & MATTOS, 2017). Além disso, a análise de regressão tem por objetivo apresentar um conjunto de modelos ajustados, ou seja, dentre os modelos apresentados, cabe ao pesquisador definir aquele que mais representa a relação da variável em estudo (REGAZZI & SILVA, 2010; MAMANN et al., 2017b; ALESSI et al., 2018; KRAISIG et al., 2018b). Mantai et al. (2015) utilizou regressões para estudar o efeito das doses de nitrogênio sobre os indicadores de produtividade da aveia branca. Santos et al. (2018) utilizaram regressões para analisar a dinâmica do uso do nitrogênio em aveia preta, voltada à cobertura de solo em plantio direto. Em outras culturas, como arroz, as regressões são empregadas para analisar o comportamento da produtividade pela Brusone (PRABHU et al., 2003). Em trigo, Brezolin et al. (2017a), mostraram a possibilidade de uso de regressões para simular a produtividade de grãos. Para Heinemann et al. (2006) a biomassa acumulada em duas cultivares de trigo responderam de maneira quadrática às doses de nitrogênio. Mantai et al. (2015), analisando cultivares de aveia branca, verificaram através de regressões polinomiais que as doses de nitrogênio de 66 e 76 kg ha-1 são as mais indicadas para as cultivares Barbarasul e Brisasul, possibilitaram uma perspectiva de simulação de produtividade de grãos aproximada de 3874 e 4360 kg ha-1, respectivamente. Benin et al. (2012) utilizando regressões para analisar o desenvolvimento do trigo em resposta a doses de adubação nitrogenada, obtiveram maior desempenho dos componentes da produtividade, associados a maior dose de adubação nitrogenada (180 kg N ha-1). Entretanto, Penckowski et al. (2009) não identificaram respostas significativas para a produtividade de grãos de trigo, com o uso de nitrogênio variando entre 90 e 225 kg ha-1, em condições favoráveis de cultivo, enquanto que Teixeira Filho et al. (2010), utilizaram equações polinomiais e obtiveram respostas

positivas para o aumento da produtividade do trigo, com doses de nitrogênio de até 70 kg ha-1. De acordo com Prando et al. (2013), a definição da dose ajustada de nitrogênio é dependente do tipo de cultura antecessora (soja ou milho), da cultivar utilizada e das condições meteorológicas. Nesse contexto, o uso de modelos de regressão polinomial possibilita conhecer a dinâmica do comportamento das doses de nitrogênio sobre a aveia, determinando a taxa de variação para cada variável de interesse, além de otimizar a dose que confere a máxima resposta, gerando modelos eficientes que possam contribuir para manejos que promovam sustentabilidade e confiabilidade à produção de aveia.

O objetivo deste capítulo é desenvolver modelos lineares e polinomiais da produtividade de grãos de aveia em função das doses de nitrogênio, para definição da taxa de eficiência agronômica e determinação das doses de nitrogênio voltadas a máxima eficiência técnica e econômica da produtividade de grãos. Além disso, utilizar as doses definidas de nitrogênio para simulação do acamamento e das variáveis de interesse da qualidade nutricional e industrial dos grãos de aveia.

Materiais e Métodos

No desenvolvimento deste capítulo, visando definir funções que proporcionam estimar a eficiência agronômica de uso do nitrogênio, sobre a produtividade e a qualidade industrial e nutricional de grãos de aveia, e a máxima eficiência técnica e econômica, sobre a produtividade de grãos de aveia, foram consideradas como variáveis potenciais a produtividade de grãos (PG), a produtividade industrial (PI), o acamamento de plantas (AC), a proteína total (PT) e a fibra total (FT). Estas variáveis representam o principal interesse do produtor, da indústria e do consumidor. Ao atender os pressupostos de homogeneidade e normalidade via testes de Bartlett, os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, para detectar os efeitos principais e de interação entre os fatores doses de nitrogênio e anos de cultivo. Após, constatada a existência de diferenças significativas nos efeitos principais e de interação, procedeu-se análise de médias pelo teste de Skott-Knott, agrupando de forma homogênea as doses de adubação nitrogenada para cada variável em estudo e classificando por eficiência para condição de ano agrícola e independente da condição de ano agrícola. Além disso, os dados referentes as variáveis estudadas foram submetidas a análise de regressão linear, para elaboração de funções que permitem descrever o comportamento das variáveis em função das doses de nitrogênio, e

posterior estimativa da taxa de eficiência agronômica do uso de nitrogênio em aveia. Os dados de produtividade de grãos foram submetidos a análise de regressão quadrática, visando a elaboração de funções que permitem estimar a máxima eficiência técnica e econômica do uso de nitrogênio. A máxima eficiência técnica é definida como o ponto de máximo da função, enquanto que para a máxima eficiência econômica é necessário a inclusão do preço do produto aveia (w) e o preço do insumo nitrogênio (t) ao modelo. Os valores utilizados representam os preços médios comercializados em dezembro de 2019 na região noroeste do Rio Grande do Sul, sendo o preço do produto aveia de R$ 0,45 kg- 1, equivalente a US$ 0,11 kg-1, e do insumo (ureia) de R$ 1,54 kg-1, equivalente a aproximadamente US$ 0,36 kg-1, portanto, R$ 3,42 kg-1 do insumo nitrogênio ou US$ 0,80 kg-1. As doses de nitrogênio que determinaram a máxima eficiência técnica e econômica da produtividade de grãos da aveia, foram utilizadas para simular as variáveis acamamento de plantas, a produtividade industrial e proteína total, variáveis que apresentaram alterações quando submetidas à diferentes doses de nitrogênio. Portanto, foram desenvolvidas funções para cada variável, que consideram o efeito cumulativo da variabilidade existente entre os anos agrícolas, fortalecendo assim a eficiência de simulação dos modelos e qualificando a análise da eficiência agronômica, técnica e econômica do uso do nitrogênio em aveia.

Os procedimentos da análise de variância, testes de médias e análise de regressão linear e quadrática envolvidas no desenvolvimento deste capítulo, foram realizadas separadamente para o sistema soja/aveia e milho/aveia, com o auxílio do software GENES (CRUZ, 2006), as demais análises e simulações foram realizadas manualmente pelo autor.

Modelos Matemáticos

Para a concretização do objetivo proposto por este capítulo, foram utilizados os seguintes modelos matemáticos:

 Análise de Variância (ANOVA) p. 35  Teste de Médias de Scott-Knott p. 38

 Modelos de Regressão p. 46

 Regressão Linear Simples p. 47

 Teste t-Student p. 40

 Eficiência Agronômica p. 50

 Máxima Eficiência Técnica p. 53  Máxima Eficiência Econômica p. 53

Resultados e Discussão

Na análise da fonte de variação, as condições de ano agrícola e doses de nitrogênio alteram a produtividade e a qualidade química e nutricional dos grãos de aveia, apresentando diferenças entre os efeitos principais e de interação, indicando que a eficiência de uso do nitrogênio é dependente da condição dos anos agrícolas. Estes resultados foram observados independente do sistema de sucessão (dados não apresentados). Assim, na Tabela 8, na análise da produtividade de grãos no sistema soja/aveia, a eficiência agronômica pela relação quilograma de nitrogênio fornecido por quilograma de produto obtido foi inferior apenas em anos desfavoráveis ao cultivo, apresentando os valores de 1,87 e 6,45, em anos intermediários, foi observada os valores de 7,98 e 8,67, enquanto que os anos favoráveis apresentaram uma amplitude variando entre 10,01 e 12,49, tais resultados reportam em um coeficiente angular médio de 8,31. Portanto, independente da condição de ano agrícola, a cada 1 kg ha-1 de nitrogênio fornecido obtemos um incremento médio de 8,31 kg ha-1 de produtividade de grãos. De modo geral, embora a produtividade de grãos mostre uma reduzida variação da eficiência agronômica do nitrogênio, para cada classificação de ano agrícola, os maiores valores de interceptos são observados em anos favoráveis ao cultivo. Além disso, a função geral obtida apresentou coeficiente angular significativo frente ao aproveitamento das doses de nitrogênio e independente da condição de ano agrícola.

Em análise da produtividade industrial, a eficiência agronômica do uso de nitrogênio novamente não se mostra dependente das condições de ano agrícola, reduzindo em mais da metade em comparação com a produtividade de grãos, apresentando variações de 0,52 a 5,49 e uma média de 2,74. Tais valores de coeficiente angular reportam que independente da condição de ano agrícola, a cada 1 kg ha-1 de nitrogênio fornecido possibilita um incremento médio de 2,74 kg ha-1 de produtividade industrial. De modo geral, os coeficientes angulares foram significativos em dimensionar a eficiência agronômica do aproveitamento das doses de nitrogênio, independente da condição de ano

agrícola. Além disso, os valores mais expressivos de intercepto foram obtidos nos anos intermediários e favoráveis ao cultivo, sinalizando que, assim como a produtividade de grãos, a produtividade industrial também é dependente da condição de ano agrícola. Cabe destacar que os baixos valores de coeficiente de determinação (R²) obtidos, tanto para produtividade de grãos quanto industrial, ocorrem porque estas variáveis apresentam comportamento quadrático, enquanto que aqui, para expressar a eficiência agronômica do produto, forçamos as mesmas a apresentar comportamento linear.

Na expressão do acamamento de plantas, a eficiência agronômica apresentou amplitude variando de 0,11 a 0,54 e uma média de 0,36. Portanto, independente da condição de agrícola a cada 1 kg ha-1 de nitrogênio fornecido, retorna um aumento de 0,36 % de acamamento. De modo geral, as funções apresentaram coeficientes angulares significativos frente ao aproveitamento das doses de nitrogênio, independente da condição de ano agrícola, com interceptos mais expressivos em anos favoráveis e intermediários ao cultivo, uma condição antagônica entre o favorecimento da produtividade de grãos, porém refletindo em maior acamamento de plantas, que pode trazer sérios prejuízos na colheita e qualidade dos grãos. Assim, o uso de tecnologias de manejo que promovam a redução do acamamento, principalmente em anos favoráveis ao cultivo, é fator decisivo sobre está espécie.

Em análise da qualidade química dos grãos frente as doses de nitrogênio, a eficiência agronômica pelo uso de nitrogênio não se mostra dependente da condição de ano agrícola, não apresentando variações significativas entre os coeficientes angulares e interceptos. De modo geral, em análise da proteína total, os coeficientes angulares se mostraram significativos frente ao aproveitamento das doses de nitrogênio, com valor médio de 0,18, ou seja, a cada 1 kg ha-1 de nitrogênio fornecido possibilitamos um aumento médio de 0,18 g kg-1 de produtividade industrial independente da condição de ano agrícola. Em análise da fibra total, os coeficientes angulares não apresentaram significância, pelo incremento das doses de nitrogênio, isso significa que independente da condição de ano agrícola o nitrogênio não promove alterações nesta variável.

Tabela 8. Valores médios da produtividade e qualidade industrial e nutricional de grãos de aveia e funções da eficiência agronômica do nitrogênio no sistema soja/aveia

y Ano Classe Valores Médios/Dose N (kg ha

-1 ) Função P R² 30 60 90 120 y = b0+b1x (bix) P rodut iv ida d e de gr ãos (kg ha -1 ) 2012 AI 2591 B 3190 A 3368 A 3329 A 2521+7,98x * 0,73 2013 AF 3537 C 3985 B 4334 A 4422 A 3318+10,01x * 0,93 2014 AD 1453 D 1690 C 1853 B 2044 A 1276+6,45x * 0,99 2015 AI 2618 D 3103 C 3662 A 3299 B 2520+8,67x * 0,59 2016 AF 3551 B 4596 A 4615 A 4612 A 3542+10,67x * 0,61 2017 AD 1086 A 1163 A 1113 A 1290 A 1023+1,87x * 0,64 2018 AF 2940 C 3761 B 4043 A 4096 A 2773+12,49x * 0,82 Geral 2539 C 3069 B 3284 A 3299 A 2425+8,31x * 0,82 Pr o d u tiv id ad e indus tr ia l ( kg ha -1 ) 2012 AI 1243 A 1363 A 1470 A 1429 A 1210+2,21x * 0,75 2013 AF 1984 A 2113 A 2182 A 2299 A 1891+3,38x * 0,99 2014 AD 615 A 669 A 693 A 766 A 566+1,59x * 0,97 2015 AI 1175 B 1217 B 1415 A 1292 B 1137+1,83x * 0,45 2016 AF 2045 B 2571 A 2501 A 2486 A 2087+4,18x * 0,45 2017 AD 334 A 362 A 364 A 386 A 322+0,52x * 0,91 2018 AF 1236 B 1603 A 1758 A 1734 A 1171+5,49x * 0,78 Geral 1233 B 1414 A 1483 A 1484 A 1198+2,74x * 0,81 Aca m am en to (%) 2012 AI 51 C 62 B 73 A 83 A 40+0,36x * 0,99 2013 AF 47 C 62 B 81 A 90 A 33+0,48x * 0,98 2014 AD 28 B 36 B 40 B 57 A 18+0,30x * 0,92 2015 AI 41 B 56 B 72 A 75 A 31+0,39x * 0,93 2016 AF 42 B 50 B 66 A 66 A 38+0,24x * 0,61 2017 AD 7 A 8 A 13 A 17 A 4+0,11x * 0,84 2018 AF 37 C 50 B 61 B 88 A 18+0,54x * 0,95 Geral 36 D 46 C 58 B 68 A 25+0,36x * 0,99 Pr o te ín a to ta l (g kg -1 ) 2012 AI 97 C 105 B 113 A 114 A 93+0,19x * 0,91 2013 AF 96 B 106 A 117 A 112 A 93+0,19x * 0,69 2014 AD 92 D 96 C 99 B 106 A 87+0,15x * 0,97 2015 AI 92 C 101 B 109 A 108 A 89+0,18x * 0,82 2016 AF 94 C 107 B 120 A 110 B 92+0,21x * 0,54 2017 AD 101 D 107 C 112 B 118 A 96+0,18x * 0,99 2018 AF 93 B 104 A 115 A 109 A 91+0,19x * 0,67 Geral 95 C 104 B 112 A 111 A 91+0,18x * 0,83 Fib ra to ta l (g kg -1 ) 2012 AI 133 A 132 A 132 A 130 B 134-0,03x ns 0,89 2013 AF 129 A 129 A 129 A 127 A 130-0,02x ns 0,76 2014 AD 134 A 134 A 134 A 131 B 136-0,03x ns 0,65 2015 AI 129 A 129 A 129 A 127 B 131-0,02x ns 0,59 2016 AF 126 A 126 A 125 A 124 A 127-0,02x ns 0,89 2017 AD 139 A 138 A 136 B 134 B 141-0,06x ns 0,99 2018 AF 128 A 127 A 128 A 126 B 128-0,02x ns 0,59 Geral 131 A 131 A 130 A 128 B 132-0,03x ns 0,79

y = variáveis; Classe = classificação dos anos pela produtividade de grãos; AI = ano intermediário; AF = ano favorável; AD = ano desfavorável; Dose N = dose de nitrogênio; P(bix) = probabilidade do parâmetro de inclinação da reta; * =

significativo a 5% de probabilidade de erro; ns = não significativo a 5% de probabilidade de erro, pelo teste t; R² =

coeficiente de determinação; Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas na linha constituem grupo estatisticamente homogêneo pelo teste de Skott-Knott a 5% de probabilidade de erro. Fonte: próprio autor (2020).

Na Tabela 9, do sistema milho/aveia, na análise da produtividade de grãos , comportamento similar ao sistema soja/aveia (Tabela 8) é observado, evidenciando que independente da condição de N-residual, as doses de nitrogênio mantêm as mesmas características sobre a variável, em todas as condições de ano agrícola. Destaca-se que os anos favoráveis ao cultivo apresentaram os valores mais expressivos de coeficiente linear, isso significa que, independente do sistema de sucessão, soja/aveia ou milho/aveia, as médias de produtividade de grãos, em anos favoráveis ao cultivo, já partem de valores mais elevados. Na análise da produtividade industrial, também se verifica uma menor eficiência de uso do nitrogênio em comparação com a produtividade de grãos, embora os anos favoráveis e intermediários mostrem resultados mais expressivos. O acamamento de plantas mostra os valores mais expressivos de coeficiente linear nos anos favoráveis e intermediários, similar ao observado no sistema soja/aveia (Tabela 8). Em análise da qualidade nutricional dos grãos, a proteína total apresentou resultados mais expressivos em anos favoráveis e intermediários ao cultivo.

O nitrogênio por ser o nutriente mais absorvido pelos cereais, tem papel fundamental no crescimento e desenvolvimento das plantas, responsável pela promoção do crescimento vegetativo com consequente incremento da produtividade de biomassa total (STEFEN et al., 2014; MANTAI et al., 2015; SILVA et al., 2016). Arenhardt et al. (2017b), avaliando a eficiência agronômica do nitrogênio sobre a produtividade de grãos em diferentes cultivares de aveia, destaca que a cultivar URS Taura apresenta a maior eficiência de uso, com incremento da produtividade de grãos de 4,68 kg a cada quilograma de nitrogênio fornecido. Pesquisadores como Cazetta et al. (2007) verificaram que a adubação nitrogenada em cobertura incrementa o rendimento de grãos nas cultivares de trigo e de triticale, com máxima eficiência econômica de, aproximadamente, 38 kg ha-1. Zakirullah et al. (2017) encontraram respostas positivas de aproveitamento do nitrogênio para a produção de palha de trigo, porém, elevadas doses de nitrogênio favorecem a ocorrência do acamamento de plantas, resultando em perdas significativas na produtividade e qualidade final. Em feijão, a eficiência agronômica de nitrogênio diminuiu com o incremento excessivo das doses (SANT’ANA et al., 2011).

Tabela 9. Valores médios da produtividade, qualidade industrial e nutricional de grãos de aveia e funções da eficiência agronômica do nitrogênio no sistema milho/aveia

y Ano Classe Valores Médios/Dose N (kg ha

-1 ) Função P R² 30 60 90 120 y = b0+b1x (bix) (%) P rodut iv ida d e de gr ãos (kg ha -1 ) 2012 AI 2206 C 2831 B 3220 A 3050 A 2097+9,74x * 0,72 2013 AF 3467 C 3628 B 4034 A 4162 A 3200+8,31x * 0,96 2014 AD 1122 C 1445 B 1659 A 1555 A 1067+5,04x * 0,71 2015 AI 2215 D 2686 C 3391 A 2898 B 2108+9,18x * 0,53 2016 AF 3430 B 4487 A 4409 A 4402 A 3473+9,45x * 0,53 2017 AD 719 A 792 A 877 A 857 A 686+1,66x * 0,81 2018 AF 2538 C 3394 B 3753 A 3694 A 2388+12,75x * 0,78 Geral 2242 C 2751 B 3049 A 2945 A 2145+8,02x * 0,75 Pr o d u tiv id ad e indus tr ia l ( kg ha -1 ) 2012 AI 1031 B 1269 B 1532 A 1227 B 1052+2,83x * 0,28 2013 AF 1972 A 1979 A 2119 A 2259 A 1832+3,33x * 0,91 2014 AD 461 A 570 A 668 A 570 A 461+1,42x * 0,42 2015 AI 980 B 1166 B 1678 A 1133 B 996+2,24x * 0,28 2016 AF 1075 A 1395 A 1341 A 1339 A 1103+2,45x * 0,43 2017 AD 229 B 231 B 288 A 268 A 210+0,58x * 0,61 2018 AF 1071 B 1459 A 1675 A 1630 A 985+6,31x * 0,79 Geral 974 C 1152 B 1328 A 1203 B 948+2,87x * 0,58 Aca m am en to (%) 2012 AI 30 D 47 C 56 B 71 A 18+,044x * 0,98 2013 AF 38 C 53 B 73 A 81 A 25+0,49x * 0,97 2014 AD 27 B 37 B 46 A 55 A 18+0,30x * 0,99 2015 AI 42 A 46 A 51 A 48 A 41+0,08x * 0,67 2016 AF 41 A 41 A 46 A 51 A 36+0,11x * 0,89 2017 AD 4 B 4 B 5 B 7 A 3+0,03x * 0,81 2018 AF 43 A 45 A 46 A 51 A 40+0,08x * 0,89 Geral 32 C 39 B 46 A 52 A 25+0,22x * 0,99 Pr o te ín a to ta l (g kg -1 ) 2012 AI 101 A 104 A 108 A 106 A 100+0,03x * 0,57 2013 AF 100 A 104 A 108 A 106 A 99+0,07x * 0,69 2014 AD 96 A 98 A 100 A 103 A 93+0,08x * 0,99 2015 AI 99 A 101 A 104 A 102 A 98+0,04x * 0,55 2016 AF 95 A 107 A 108 A 108 A 94+0,13x * 0,66 2017 AD 97 C 104 B 111 A 114 A 92+0,19x * 0,97 2018 AF 97 A 104 A 106 A 105 A 96+0,08x * 0,67 Geral 98 B 103 A 106 A 106 A 96+0,09x * 0,85 Fib ra to ta l (g kg -1 ) 2012 AI 134 A 133 A 133 A 132 A 135-0,03x ns 0,99 2013 AF 131 A 130 A 129 A 129 A 131-0,02x ns 0,87 2014 AD 135 A 134 A 132 A 130 A 137-0,05x ns 0,98 2015 AI 131 A 130 A 129 A 129 A 132-0,03x ns 0,94 2016 AF 128 A 128 A 127 A 126 A 129-0,02X ns 0,89 2017 AD 138 A 138 A 138 A 135 B 140-0,04x ns 0,76 2018 AF 130 A 129 A 128 A 128 A 130-0,02x ns 0,73 Geral 132 A 132 A 131 A 130 B 133-0,03x ns 0,99

y = variáveis; Classe = classificação dos anos pela produtividade de grãos; AI = ano intermediário; AF = ano favorável; AD = ano desfavorável; Dose N = dose de nitrogênio; P(bix) = probabilidade do parâmetro de inclinação da reta; * =

significativo a 5% de probabilidade de erro; ns = não significativo a 5% de probabilidade de erro, pelo teste t; R² =

coeficiente de determinação; Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas na linha constituem grupo estatisticamente homogêneo pelo teste de Skott-Knott a 5% de probabilidade de erro. Fonte: próprio autor (2020).

Na Tabela 10, na estimativa da máxima eficiência técnica de uso do nitrogênio pela produtividade de grãos, principal variável de interesse, observa-se que a condição de ano agrícola interfere na definição da dose ótima de fornecimento do nitrogênio, independente do sistema de cultivo. No sistema soja/aveia, as funções quadráticas obtidas para os anos

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