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de redes de discussão e fomento do esporte na juventude como instrumentos essenciais de contribuição para garantia dos direitos.

Ações para o período 2009-2011:

toda caminhada começa com o primeiro passo. É nesse sentido que sugerimos abaixo algumas ações prioritárias para o período 2009-2011.

1. Segundo Tempo Jovem

O Programa Segundo tempo atesta vivamente como o esporte na escola educacional é um poderoso fator do desenvolvimento na- cional, de vez que, ao agir sobre a formação física e intelectual dos cidadãos e sobre a melhoria da qualidade de vida do conjunto da sociedade, gera resultados concretos em termos de desenvolvim- ento humano e fortalecimento da identidade cultural, da cidadania e da autodeterminação do povo.

Um dos grandes problemas relacionados ao Segundo tempo reside no fato de que esse programa, apesar de ampliado seu público alvo na elaboração do PPA 2008-2011, na prática encontra-se quase que inteiramente voltado para o segmento da criança e adolescente – focado na faixa etária de 07 a 14 anos. Dessa forma, ele atinge limitadamente o espectro juvenil, ficando ausente desse programa a faixa etária dos 18 aos 29 anos.

A experiência atual enseja a questão de como efetivar políticas capazes de garantir a prática esportiva também no ensino médio e superior, o que poderia ser feito por meio da criação de um Programa “Segundo tempo Jovem”, com núcleos nas escolas de ensino médio e instituições de ensino superior. Para pensar ações nesse sentido, é de fundamental importância o envolvimento de lideranças de grêmios, centros acadêmicos (CAs), diretórios cen- trais estudantis (DCEs) e Atléticas Acadêmicas.

2. Novo formato dos Jogos Estudantis (JEB´s e JUB´s)

Atualmente há um vasto campo de possibilidades de aper- feiçoamento dos jogos estudantis, a começar pelo reforço do caráter de participação desses eventos. Isso poderia ser feito pela transformação do perfil dos JUB’s e dos JEB’s – hoje na prática competições estudantis de alto rendimento, pouco preocupadas com objetivos de ampliação da participação.

Essa transformação poderia ser realizada por meio da separação entre Olimpíadas Escolares / Universitárias – mais relacionadas ao esporte de rendimento e conduzidas pela CBDU e pela CBDE – e Jogos Escolares / Universitários (JUB’s e JEB’s), que seriam transformados em grandes programas de esporte de participação no formato de jogos estudantis, envolvendo tanto as entidades estudantis e juvenis quanto o sistema federado das Atléticas / CBDU / CBDE.

3. Projetos específicos de esporte destinados à juventude

Projetos específicos envolvendo a realização de eventos em mo- dalidades como capoeira, aeróbica, skate e esportes radicais e de aventura, dentre outros. Aqui seria importante envolver entidades relacionadas a essas modalidades, como a Confederação Brasileira de Skate (CBSk), o movimento hip-hop, os departamentos de ju- ventude dos sindicatos, as associações e federações do movimento comunitário etc.

4. Projeto de futebol escolar e universitário não-profissional

O futebol está incorporado à identidade nacional. Os campos de várzeas, as escolinhas e a prática nos clubes, escolas e universi- dades fazem do futebol a modalidade esportiva mais praticada no

país. No entanto, não há um evento organizado que agrupe essa modalidade esportiva a partir das escolas e universidades. A construção de uma liga nacional de futebol estudantil, articu- lando, mesmo que separadamente, os estudantes do ensino médio e superior, seria uma contribuição para o desenvolvimento do fute- bol em nosso país. Essa(s) liga(s) teria(m) sua agenda e calendário próprios e fariam as parcerias necessárias com governos, CBF e outras instituições ligadas ao futebol.

5. Construção / melhoramento de infraestrutura esportiva

Em vários locais não há espaços acessíveis para a juventude praticar esporte. As escolas estão fechadas no fim de semana ou ocupadas du- rante a semana pelas aulas regulares; as praças não tem organicidade para as atividades esportivas, e os locais públicos geralmente estão concentrados em alguns territórios das cidades onde o acesso sofre restrições de diversas ordens.

Para a juventude ter acesso ao esporte devem ser efetivadas a construção e a melhoria da infra-estrutura esportiva das instituições de ensino médio, técnico e superior. Deve-se lutar pela construção das Praças da Juventude como locais privilegiados de integração, recreação e práticas esportivas e culturais.

6. formação da juventude, emprego e renda na área do esporte

O esporte, que movimenta aproximadamente 2% do PIB nacional, também pode ser compreendido como um espaço de geração de emprego e renda. Abrangendo desde a produção de materiais e equipamentos, a formação e ocupação de treinadores, árbitros, empresas de eventos e gente da comunidade na realização das múltiplas iniciativas geradas por um movimento esportivo. A prática esportiva pode oferecer aos jovens o caminho de ser um atleta de competição, e muito mais que isso. O jovem pode optar por uma carreira como técnico, agente esportivo e de lazer, empreendedor, empresário, agente governamental e da sociedade civil, obter formação acadêmica e ser pesquisador e estudioso dos temas do esporte. Enfim o esporte pode ser também uma forma de realização humana e profissional.

7. Juventude e Sistema Nacional de Esporte e lazer

É preciso dar tratamento especial ao tema juventude no processo de construção do Sistema Nacional de Esporte e Lazer. Em particular, é necessário discutir a criação de uma política de esporte estudantil inserida no Sistema, contando com a participação de instituições de ensino médio, técnico e superior; dos ministérios do esporte e da educação e das secretarias de esporte e de educação dos estados e municípios; da UNE, UBES, ANPG e entidades estudantis estaduais, municipais e locais, incluindo as Atléticas Acadêmicas, e do sistema federado da CBDU e da CBDE.

Para garantir a implementação das políticas de esporte para a juventude e a transversalidade do tema na construção do Sistema Nacional do Esporte e Lazer, torna-se imprescindível a revisão dos arcabouços jurídicos e institucionais, em consonância com a con- strução que está sendo efetivada. Nesse sentido propomos: - Ações de esporte para a juventude assinaladas no Plano do Minis- tério do Esporte 2008-2011 e no Plano Decenal 2010-2019 (a ser debatido na 3ª Conferência Nacional de Esporte);

- Constituição de órgão(ãos) interno(s) no Ministério do Esporte voltado(s) às políticas públicas de juventude. transformação da Secretaria Nacional de Esporte Educacional (SNEED), do Ministério do Esporte, em Secretaria Nacional de Esporte Educacional e Juven- tude (SNEEJ). Criação da Diretoria de Juventude no organograma do Ministério do Esporte;

- Elaborar a ajustar a legislação e regulamentação da política de esporte para a juventude.

CONTRIBUIçãO DO CENTRO DE ESTUDOS E MEMóRIA DA JUVENTUDE PARA A ElABORAçãO DE UM PlANO DE ESPORTES PARA A JUVENTUDE 2009-2011

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m outubro de 2007 o mundo relembrou os quarenta anos da morte do coman- dante Ernesto “Che” Guevara, covarde- mente assassinado nas selvas da Bolívia a 9 de outubro de 1967. Pouco mais de seis meses depois, quando se completam, em junho de 2008, os 80 anos de nascimento do Che, uma nova avalanche de artigos, análises e informações volta a inundar os veículos de comunicação de diversas partes do mundo, buscando uma vez mais rememorar essa figura gigantesca, ícone da rebeldia juvenil, e refletir sobre o significado de sua obra para a juventude e os povos de todo o mundo.

Buscando tomar parte neste novo momento de homenagens e reflexões sobre a obra do “Che”,

Juventude.br publica, nesta edição, a continuidade do Dossiê Che. se na primeira parte trouxemos registros biográficos, estudos e crônicas sobre o significado da figura de Che, nesta edição voltamos ao tema através de dois artigos que tratam de suas idéias e de sua herança teórica, bem como de seu legado para o enfrentamento dos desafios atuais, em particular para a construção daquilo que ele chamava de “Homem novo” – tema caro, como sabemos, à juventude de todo o mundo.

Boa leitura!