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4. METODOLOGIA

4.3 Pesquisa de campo

4.3.1 Elaboração do questionário

Para elaboração do questionário, faz-se necessário em primeiro lugar a caracterização da política pública a ser analisada, por meio da identificação dos seguintes aspectos relacionados à política e aos serviços decorrentes de sua utilização: objetivos da política pública e atribuições normativas. Como resultado, obtém-se uma visão geral da política pública selecionada, seus objetivos e as partes envolvidas na implementação da mesma.

Nesta fase, por meio dos determinantes e atributos definidos, elabora-se um questionário baseado no SERVPERF para mensuração da qualidade percebida em relação à política pública selecionada, com atributos da qualidade definidos dentro de cada determinante da qualidade para o contexto analisado.

Esse questionário configura-se como um instrumento de pesquisa quantitativo, por utilizar informações enumeradas em escalas do tipo likert de 7 pontos, quantificando desta forma os dados qualitativos (Exemplo: nota “1” equivale a “discordo totalmente”).

Para a política pública Sistema Paulista de Parques Tecnológicos, adaptou-se o modelo SERVPERF considerando-se os 5 determinantes da qualidade definidos no modelo desta tese.

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A revisão bibliográfica sobre sistemas de inovação, políticas recentes em inovação no Estado de São Paulo e qualidade no setor público permitiu identificar um conjunto de atributos da qualidade percebidas referentes à política pública SPTec, classificados no Quadro 20.

Quadro 20 - Classificação de atributos da qualidade para mensuração da qualidade percebida na política pública SPTec

Atributo Referência Q ua lid ade do P ro jet o

Proj1 Consulta do Poder Público ao público-alvo durante a formulação da política pública visando as necessidades dos usuários.

Rhee; Rha (2009); Younis, Bailey e Davidson (1996); Gespublica (2014); Guenoun, Goudarzi e Chandon (2015); Sabadie (2003); Banco Mundial (2017); Brinkerhoff e Wetterberg (2013); Fornell (1996); Abelson e Gauvin (2006); Chen, Yu e Chang (2005)

Proj2 Localização do parque tecnológico próximo a universidades, institutos de pesquisa e centros de conhecimento.

Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (2006; 2015)

Proj3 Instituição do parque tecnológico de acordo

com as vocações econômicas regionais. Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (2006); Guenoun, Goudarzi e Chandon (2015); Brinkerhoff e Wetterberg (2013); Chen, Yu e Chang (2005)

Proj4 Alinhamento da política pública a outras

Leis de incentivo à inovação. Rhee e Rha (2009); Younis, Bailey e Davidson (1996)Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (2006); 2015); Gespublica (2014); Banco Mundial (2017); Brinkerhoff e Wetterberg (2013)

Q ua lid ade do P ro ce sso

Proc1 Oferta de espaço físico suficiente e adequado para a instalação de empresas.

Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (2016); Gespublica (2014); Guenoun, Goudarzi e Chandon (2015); Callahan e Gilbert (2005) Proc2 Facilitação do acesso a pesquisadores e

profissionais de P&D. Figueiredo (2011); OCDE (2005); Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (2006; 2015); IBGE (2013); Meynhardt e Bartholomes (2011) Proc3 Facilitação do acesso a serviços tecnológicos

relevantes à empresa (laboratórios de ensaio e testes, certificações, treinamentos, escritórios de patentes etc.).

Figueiredo (2011; 2014); Tigre (2014); Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (2006; 2015); IBGE (2013); Guenoun, Goudarzi e Chandon (2015)

Proc4 Facilitação do acesso aos equipamentos da

universidade e/ou institutos de pesquisa. Figueiredo (2011; 2014); OCDE (2005); Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (2006; 2015); Meynhardt e Bartholomes (2011) Proc5 Facilitação da formação de parcerias para

inovar. Nelson (2006); Figueiredo (2011); Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (2006; 2015); IBGE (2013)

Proc6 Facilitação da incubação de ideias. Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (2006)

Proc7 Provimento de linhas de financiamento para

realização de atividades inovativas. Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (2006; 2015); IBGE (2013) Proc8 Provimento de acesso à Tecnologia de

Informação e Comunicação de alto nível. Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (2006; 2015); Guenoun, Goudarzi e Chandon (2015); Chen, Yu e Chang (2005)

Proc9 Facilitação do acesso a oportunidades internacionais de pesquisa conjunta ou a investimento estrangeiro direto.

Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (2006; 2015);

Proc10 Provimento de capacitação referente à

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Lei.

Proc11 Captação de recursos financeiros não

reembolsáveis junto à Agências de Fomento. Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (2006; 2015);

Q ua lid ade da re la çã o

Rel1 Quanto à realização de pesquisas de

satisfação e ao tratamento de reclamações. Guenoun, (2015);Brinkerhoff and Wetterberg (2013); Goudarzi e Chandon Gespublica (2014); Sabadie (2003); Fornell (1996); Im e Lee (2012); Meynhardt e Bartholomes (2011) ; Abelson e Gauvin (2006); Chen, Yu e Chang (2005)

Rel2 Quanto à transparência na utilização e

distribuição de recursos para inovação. Pinho e Sacramento (2009); Radin, (2006); Guenoun, Goudarzi e Chandon (2015); Sabadie (2003); Banco Mundial (2017); Brinkerhoff and Wetterberg (2013); Im e Lee (2012); Meynhardt e Bartholomes (2011) ; Bovaird e Löffler (2003); Abelson e Gauvin (2006)

Rel3 Realização da coordenação necessária (mitigação da assimetria de informação) entre as agências, instituições, sociedade civil e órgãos públicos.

Rhee e Rha (2009); Gespublica (2014); Brinkerhoff and Wetterberg (2013); Bovaird e Löffler (2003); Abelson e Gauvin (2006)

Rel4 Participação de representantes da indústria no planejamento de Ciência, Tecnologia & Inovação em conjunto com a prefeitura.

Rhee e Rha (2009); Younis, Bailey e Davidson (1996); Saravia e Gomes (2008); Radin, (2006); Sabadie (2003); Brinkerhoff and Wetterberg (2013); Bovaird e Löffler (2003); Abelson e Gauvin (2006)

Rel5 Utilização de mecanismos virtuais de interação e provisão de serviços visando facilitar o atendimento ao usuário.

Rhee e Rha (2009); Younis, Bailey e Davidson (1996); Saravia e Gomes (2008); Radin (2006); Brinkerhoff and Wetterberg (2013); Brinkerhoff e Wetterberg (2013)

Rel6 Provimento de uma “atmosfera” ideal para a inovação (em termos de resolução de conflitos, proximidade entre os agentes, governança e burocracia).

Rhee e Rha (2009); IBGE (2013); Gespublica (2014); Radin, (2006); Brinkerhoff e Wetterberg (2013) Q ua lida de do re sulta do

Res1 Facilitação do amadurecimento da capacidade tecnológica de inovação da empresa.

Nelson (2006); Figueiredo (2011; 2014); Gespublica (2014)

Res2 Incremento do número de projetos de P&D

conduzidos pela empresa. Figueiredo (2011; 2014); Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (2006; 2015); Gespublica (2014)

Res3 Facilitação da realização de inovações de

produto. Nelson (2006); Nelson; Winter (2005); OCDE (2005); IBGE (2013); Gespublica (2014) Res4 Facilitação da realização de inovações de

processo.

Nelson (2006); Nelson; Winter (2005); OCDE (2005); IBGE (2013); Gespublica (2014)

Res5 Promove a geração de empregos Rhee e Rha (2009); Gespublica (2014)

Co

nfia

bil

ida

de

Conf1 Diminuição dos riscos financeiros para

inovar. OCDE (2005); Nelson (2006); Conf2 Provimento de recursos necessários à

inovação em tempo ideal e com regularidade.

Parasuraman et al. (1988); Gespublica (2014); Guenoun, Goudarzi e Chandon (2015); Abelson e Gauvin (2006)

Conf3 Presença de funcionários atenciosos e capacitados para explicar eventuais dúvidas sobre as Leis de Inovação.

Parasuraman et al. (1988); Gespublica (2014); Guenoun, Goudarzi e Chandon (2015); Mugion e Musella (2013); Im e Lee (2012); Abelson e Gauvin (2006); Chen, Yu e Chang (2005); Callahan e Gilbert (2005)

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O Apêndice C apresenta o modelo SERVPERF adaptado para mensuração da qualidade da potítica pública SPTec.

Assim como o modelo SERVPERF original, esta tese também utiliza uma escala likert de 7 pontos, que varia entre “Discordo Totalmente” a “Concordo Totalmente”. São realizadas afirmações referentes aos atributos da qualidade.

Para a mensuração ponderada da qualidade da política pública SPTec, adicionou-se uma escala ao questionário proposto para que os usuários da política atribuam, em uma escala de “pouco relevante para a inovação”, “relevante para a inovação” e “muito relevante para a inovação”, a relevância de cada um dos atributos da qualidade percebida em relação à política pública.

Ademais, esta tese propõe que o nível de satisfação do usuário está associada ao nível de maturidade do sistema de inovação. Desta forma, foi adicionada uma pergunta no instrumento de pesquisa referente à satisfação geral com a política pública. O respondente poderá avaliar a política pública em 7 níveis de satisfação, sendo eles: a) (1) totalmente insatisfeito, (2) insatisfeito e (3) um pouco insatisfeito, que teriam como efeito de análise a consideração do sistema de inovação como imaturo; b) (4) neutro: que estaria relacionado aos atributos que não possuem excelência na sua realização mas que também não possuem desempenho inadequado. Também podem estar inseridos aqui atributos que não agreguem valor para o usuário; c) (5) um pouco satisfeito, (6) satisfeito e (7) totalmente satisfeito, que teriam como efeito de análise a consideração do sistema de inovação como maduro.