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É preciso compreender alguns conceitos da linguagemvisual para que se tenha o entendimento de qualquer trabalho gráfico. Munari (1997) expõe que a comunicação visual ocorre pelas mensagens visuais a qual atingem os nossos sentidos, por meio dessas mensagens o receptor há de receber essa emissão de forma bem projetada, para que esta seja filtrada e entendida.

Já Dondis (2007) manifesta que a linguagemvisual é qualquer coisa projetada e feita, composta por elementos básicos visuais, que são apresentados como:

a) Ponto: O ponto é a unidade mais simples da comunicação visual. Para

Dondis (2007) o ponto é um elemento de referência no espaço, a qual possui uma grande atração visual para os olhos. Além disso, os pontos são capazes de dirigir o olhar pela sua intensificação e proximidade criando a ilusão de direção (na figura 31), tom e cor.

Figura 31 - Condução do olhar através dos pontos

Fonte: Dondis (2007, p.55)

Já Gomes Filho (2009, p.42) afirma que o ponto “Na natureza, o arredondamento é sua formulação mais coerente. Geometricamente ele é singular, não possui extensão”. Portanto, o ponto é definido como elemento único e arredondado que funciona como um foco de atenção para o olhar humano.

Para Frutiger (1999) o ponto é denominado como “átomo”, por se tratar de um elemento pequeno. Os pontos quando formados em uma superfície transforma-se em retícula, a qual transmite o efeito de sombra ou meio-tom.

b) Linha: A linha é definida por Dondis (2007) como um conjunto de pontos

que aproximados, torna-se difícil sua identificação, formando assim um novo elemento visual. Já Gomes Filho (2009, p.43) afirma que “A linha pode definir-se também como

um ponto em movimento. A linha conforma, contorna e delimita objetos e coisas de modo geral.” Conforme na figura 32, temos os exemplos de uma linha reta e uma linha em movimento.

Figura 32 - Exemplo de linhas

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

c) Forma: a definição dada por Dondis (2007) é que a partir da linha que

se descreve uma forma, assim possuindo três formas básicas: o quadrado, o círculo e o triângulo equilátero (mostrados na figura 33), a partir dessas combinações são criadas outras formas.

Figura 33 - Formas básicas

Fonte: Dondis (2007, p 57)

Leborg (2006) afirma que a forma é definida pelo seu contorno, sendo ele reto ou curvo. Assim Leborg separa as formas em três grupos: as formas geométricas que são formas básicas, as formas orgânicas criadas a partir das formas da natureza e as formas aleatórias feitas pela intervenção do homem. Na figura 34 estão representadas as formas descritas acima.

Figura 34 - Formas segundo Leborg

Fonte: Leborg (2006, p.28) com modificações.

d) Direção: de acordo com Dondis (2007, p.59):

Todas as formas básicas expressam três direções visuais básicas e significativas: o quadrado, a horizontal e a vertical; o triângulo, a diagonal; o círculo, a curva. Cada uma das direções visuais tem um forte significado associativo e é um valioso instrumento para a criação de mensagens visuais.

Essas direções possuem significados: a horizontal-vertical faz referência ao bem-estar e maneabilidade; a diagonal faz referência a estabilidade; as curvas são associadas à abrangência, à repetição e à calidez. (DONDIS, 2007)

A figura 35 representa as direções descritas por Dondis. Figura 35 - Direção

Fonte: Dondis (2007, p.59)

e) Tom: de acordo com Dondis (2007, p.60) o tom é definido como a

“intensidade da obscuridade ou claridade de qualquer coisa vista”, ou seja, os tons são percebidos pela ausência ou pela presença da luz.

Desta forma, pode-se destacar, como na figura 36, que a variação de luz é o que causa a distinção ótica das dimensões. Dondis (2007, p.61) afirma que “vemos o que é escuro porque está próximo ou se superpõe ao claro, e vice-versa.

Figura 36 - Tom

Fonte: Moreira (2018)

f) Cor: para Heller (2012) a cor é mais do que um fenômeno ótico ao olhar

humano, é um elemento visual que permite captar as percepções humanas conectadas às suas crenças, valores e lembranças. Desta forma, para o designer é um prato cheio ter o conhecimento na área das cores, pois tendo boas escolhas, consegue-se poupar tempo em inúmeros setores.

Na figura 37 apresenta-se o círculo cromático.

Figura 37 - Círculo cromático

De acordo com Dondis (2007, p.65):

Em sua formulação mais simples, a estrutura da cor pode ser ensinada através do círculo cromático. As cores primárias (amarelo, vermelho e azul), e as cores secundárias (laranja, verde e violeta) aparecem invariavelmente nesse diagrama. Também é comum que nele se incluam as mistas adicionais de pelo menos doze matizes. A partir do simples diagrama do círculo cromático (apresentado abaixo), é possível obter múltiplas variações de matizes.

Para Ambrose e Harris (2012) a cor classifica-se em três dimensões: a matiz, o brilho e a saturação.

A matiz corresponde as cores reais de uma imagem, mudando o valor do matiz acaba alterando essas cores (AMBROSE; HARRIS, 2012). O matiz está representado na figura 38.

Figura 38 - Matiz

Fonte: Ambrose e Harris (2012, p.124)

O brilho se refere ao brilho de um matiz, desta forma, quando se ajusta o brilho altera a luz utilizada para produzir as cores, ou seja, quanto mais luz mais brilhante a cor (AMBROSE,2012). A figura 39 representa o exemplo de brilho.

Figura 39 - Brilho

A última das dimensões é a saturação também chamado de croma, se refere à pureza cromática de uma cor e à quantidade de cinza que ela contém. Uma imagem com saturação máxima não contém cinza, por isso se torna mais intensa e brilhosa. Já uma imagem com pouca saturação o cinza é predominante, resultando em cores suaves e opacas (AMBROSE; HARRIS, 2012). A figura 40 mostra o exemplo de saturação.

Figura 40 - Saturação

Fonte: Ambrose e Harris (2012, p.124)

g) Textura: Munari (1997) cria a definição para textura como a

sensibilidade em uma superfície, comparando-a como “grãos” (granulosidade). A textura é formada a partir de elementos iguais ou semelhantes, ordenado por espaços entre si e por seus relevos, como mostrado na figura 41. Há infinitas texturas em nossa volta, sejam elas de aspecto natural formadas pelos elementos da natureza ou artificial criadas pelo homem nas superfícies diversas.

Figura 41 - Tipos de texturas

Dondis (2007) define que a textura são composições com variações mínimas na superfície material, onde é reconhecida pelo tato ou pela visão, ou ainda pela combinação dos dois.

Para Leborg (2006) uma textura pode ser vista ou sentida, sendo construída por linhas ou por objetos, desta forma é encontrada em vários materiais e diferentes aplicações. Na figura 42, Leborg divide os tipos de texturas em: formal, informal, com grades, com rotação e espiral.

Figura 42 – Classificação Texturas segundo Leborg

Fonte: Leborg (2006, p.36) com modificações

h) Escala: todos os elementos são capazes de se modificar, conforme

Dondis (2007, p.72) “a escala pode ser estabelecida não só através do tamanho relativo das pistas visuais, mas também através das relações com o campo e com o ambiente”. Desta forma, verifica-se a importância da escala para mapas e projetos, onde é de suma importância visualizar a distância real, desde que as medidas sejam simuladas. Já para a área do design, a escala é essencial para manter um conforto visual entre os elementos e também, para área de produto e mobiliário, manter as adequações às proporções humanas. (DONDIS,2007)

i) Dimensão: Dondis (2007, p.75) afirma que a dimensão existe no mundo

Não só podemos senti-la, mas também vê-la, com o auxílio de nossa visão estereóptica e binocular. Mas em nenhuma das representações bidimensionais da realidade, como o desenho, a pintura, a fotografia, o cinema e a televisão, existe uma dimensão real; ela é apenas implícita.

Leborg (2006) define que qualquer objeto possui as três dimensões, sejam elas: altura, largura e profundidade. Mesmo possuindo dimensão, os objetos espaciais não podem ser percebidos, apenas imaginado, por ser um objeto abstrato, conforme mostra a figura abaixo.

Figura 43 – As três dimensões do cubo

Fonte: Matemática (2016)

Já para Gomes Filho (2009) a dimensão é expressa como volume, assim definindo como algo com projeção nas três dimensões do espaço, podendo ser físico ou tridimensional. A dimensão pode ser empregada visualmente através da luz, da sombra, do brilho, da cor e etc.

j) Movimento: o verdadeiro movimento é encontrado apenas no mundo

real, através de uma força que age sobre o objeto. Conforme a definição de Leborg (2006) na composição visual é mostrado apenas sua representação.

Dondis (2007, p.81) acrescenta que “o olho explora continuamente o meio ambiente, em busca de seus inúmeros métodos de absorção das informações visuais. A convenção formalizada da leitura, por exemplo, segue uma sequência organizada.” Essa sequência de movimentos é mostrada na figura 44, juntamente com outros comportamentos visuais.

Figura 44 – Movimento

Fonte: Dondis (2007, p.82)

Todos os elementos apresentados acima, são essenciais para o desenvolvimento de uma comunicação visual. Através da junção desses elementos é possível transmitir informações ao receptor, e assim expressar muitas ideias.

Essa fundamentação dará consistência para a etapa criativa do design de identidade e para o desenvolvimento da fase conceitual do projeto.

Após fundamentar todos os conceitos dos [principais elementos] presentes dentro da linguagem visual é importante salientar sobre o segmento em que a Enlace Brigaderia está inserida, neste caso, se encaixa na categoria de serviço alimentício voltado para doces artesanais.

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