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2.1.3 Design gráfico na animação

2.1.3.1 Elementos Visuais

Para desenvolver uma mensagem visual é necessário que haja elementos da linguagem visual, os quais facilitam a compreensão do todo. Os elementos básicos são: o ponto, a linha, a forma, a direção, o tom, a cor, a textura, a escala, a dimensão e o movimento. Cada elemento é composto por unidades informacionais com funções específicas (DONDIS, 2007).

2.1.3.1.1 Ponto

O ponto é a unidade mínima da significação visual, sem massa, sem dimensão. É o encontro de duas retas, podendo ter peso visual, atraindo assim, a percepção. Pode assumir qualquer configuração visual, ou seja, há ponto em formato de estrela, de pixel, entre outros (KANDINSKY, 1970).

É possível visualizar a forma enquanto ponto (Figura 26), através de uma superfície preenchida, sendo assim, o ponto é uma referência de espaço (DONDIS, 2007).

Figura 26 – Exemplo de formas de pontos

Fonte: Kandinsky (1970, p. 40)

2.1.3.1.2 Linha

A linha é criada pelo movimento de pontos e serve par estruturar o espaço. Pode ter diferentes direções, formas e tensões, porém uma única dimensão (Figura 27). “A linha é o meio indispensável para tornar visível o que ainda não pode ser visto, por existir apenas na imaginação” (DONDIS, 2007, p. 56).

Desenhar em linha pode ser uma verdadeira aventura e, quando usada habilmente, pode ser uma fonte de aventuras para milhões de espectadores que veem seu trabalho na tela. A linha não é só uma ferramenta de rastreamento - é uma coisa viva e orgânica, capaz de descrever praticamente qualquer coisa que você possa sonhar.4 (STANCHFIELD, 2007, p. 31, tradução nossa)

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Tradução livre do original: Drawing in line can be a real adventure and, when used skillfully, can be a source of adventure for the millions of viewers who see your work on the screen. Line is not just a tracing tool - it is a living, organic thing, capable of describing just about anything you can dream up.

Figura 27 – Exemplo de linha: direções e formas

Fonte: Point da Arte5 2.1.3.1.3 Forma

A forma é constituída por uma sucessão de linhas, podendo ser plana, que é composta por duas dimensões, altura e largura, ou tridimensional, contendo três dimensões. Esta pode ser física, como um bloco de pedra, ou pictórica, uma arte produzida em plano 2d (Figura 28) com efeito de volume gerado por linhas, cores, reflexos, sombra projetada e texturas (GOMES FILHO, 2009).

Figura 28 – Forma bidimensional e tridimensional pictórica

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

As três formas básicas são: quadrado, o círculo e o triangulo. Cada forma possui valores e característica especifica (DONDIS, 2007).

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Disponível em: https://pointdaarte.webnode.com.br/news/os-elementos-da-linguagem-visual1/. Acesso em: 02 nov. 2018.

2.1.3.1.4 Direção

Há três direções básicas expressas pela forma: circular, perpendicular e diagonal (Figura 29). A direção está associada a significados subjetivos. O significado da direção curva está associado à repetição. O sentido básico do homem é o horizontal-vertical que está relacionado à estabilidade. Já a direção diagonal é mais provocadora, possui uma força direcional mais desequilibrada, ou, menos estável (DONDIS, 2007).

Figura 29 – Exemplo de direção

Fonte: Dondis (2007, p. 60)

2.1.3.1.5 Tom

As diferentes tonalidades (Figura 30) se formam a partir da presença ou ausência de luz. “Entre o pigmento branco e o preto, a escala tonal mais comumente usada tem cerca de treze gradações” (Ibidem, p. 61) as quais tem a função de auxiliar na representação volumétrica e dimensional.

Figura 30 – Exemplo de tom

Fonte: Dondis (2007, p. 62)

2.1.3.1.6 Cor

Cor é a intersecção entre luz e objeto. Cada pessoa visualiza e interpreta as cores de forma diferente, isso ocorre de maneira que as cores, repletas de informações e significados, atravessam a visão e afetam os sentimentos, atuando sobre o emocional, de forma inconsciente (DONDIS, 2007).

Figura 31 – Exemplo de cores

Fonte: 44 Arquitetura6

O elemento cor é medido e definido em matiz, brilho e saturação. No matiz as cores primárias são: amarelo, vermelho e azul; as secundárias são verde, laranja e roxo, e as terciarias são aquelas compostas pela mistura de uma cor primária com uma secundária, sendo assim, todas as cores são matizes. “O amarelo é a cor que se considera mais próxima da luz e do calor; o vermelho é a mais ativa e emocional; o azul é passivo e suave” (DONDIS, 2007, p. 65).

Boyatzis e Varghese (1994) fizeram uma investigação sobre as emoções dos bebês em relações às cores, e descobriram que as cores claras afetam positivamente os bebês, como é o caso do amarelo e o azul, deixando-os felizes e fortes, enquanto que as cores escuras como o preto atingem os bebês com emoções negativas, como por exemplo a tristeza ou raiva. (INÁCIO, 2010, p. 35, tradução nossa)

2.1.3.1.7 Textura

A textura atribui aparência a uma superfície, esta pode ser ótica, ou visual, tátil ou matéria, isto é, ao visualizar ou tocar uma matéria sentimos se sua textura (Figura 32) é lisa, áspera, felpuda, assim como, é visível um esboço produzido em um plano, com tonalidades, pontos, linhas e formas (DONDIS, 2007; MUNARI, 1997).

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Disponível em: <http://44arquitetura.com.br/2017/01/harmonia -das-cores-infografico/>. Acesso em: 23 set. 2018.

Figura 32 – Exemplo de textura

Fonte: Munari (1997, p. 12)

2.1.3.1.8 Escala

O cenário e os elementos que o compõe, influenciam na percepção da escala. A proporção ou tamanho de um objeto relacionado a outro se dá pela escala (Figura 33), podendo ter medida bastante variável. “Aprender a relacionar o tamanho com o objetivo e o significado é essencial na estruturação da mensagem visual” (DONDIS, 2007, p. 75).

Figura 33 – Exemplo de escala

Fonte: Dondis (2007, p. 72)

2.1.3.1.9 Dimensão

A dimensão (Figura 34) tem a função de medir o espaço em relação a um corpo. A dimensão existe no mundo real. Não só podemos senti-la, mas também vê-la, com o auxílio de nossa visão estereóptica e binocular. Mas em nenhuma das representações bidimensionais da realidade, como o desenho, a pintura, a fotografia, o cinema e a televisão, existe uma dimensão real; ela é apenas implícita. (Ibidem)

Figura 34 – Exemplo de Dimensão

Fonte: Dondis (2007, p. 76)

2.1.3.1.10 Movimento

O movimento (Figura 35) é a soma das direções predominantes, e assim como a dimensão, é implícito. As técnicas de ilusão de movimento têm como objetivo a materialização do homem, e “podem enganar os olhos; a ilusão de textura ou dimensão parece real graças ao uso de uma intensa manifestação de detalhes, como acontece com a textura, e ao uso da perspectiva e luz e sombra intensificada, como no caso da dimensão” (DONDIS, 2007, p. 80).

Figura 35 – Exemplo de movimento

2.1.4 Etapas da Animação

Boldrini (2015) exemplifica as principais etapas de um processo de animação conforme é apresentado na figura 36.

Figura 36 – Processo de animação

Fonte: Adaptado de Boldrini (2015)

2.1.4.1 Roteiro

O Roteiro ou script é a primeira parte da produção animada e de extrema relevância. O foco principal é a contemplação do espectador pela ação visual, e não como outros meios visuais em que o diálogo é mais importante. “A melhor animação é conseguida através de uma forma de ação por mímica, onde o diálogo é inexistente e a invenção visual captura a imaginação7” (WHITE, 1988, p. 12, tradução nossa).

2.1.4.2 Storyboard

O processo do storyboard (Figura 37) consiste na sequência de imagens em quadros, sem aprofundamento de detalhes, onde:

[...] podem-se definir movimentos de câmera, cenários e composições de plano. [...] O animador pode avaliar a quantidade de quadros a serem capturados, o diretor de fotografia pode prever que tipos de câmera vai precisar usar, e o diretor e o editor podem conferir se o ritmo do filme está adequado. Mudanças na estrutura narrativa, sejam elas profundas ou apenas superficiais, são feitas durante esse processo, pois

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Tradução livre do original: The best animation is archived through a form of mimed action, where dialogue is nonexistent and the visual invention capture the imagination.

nele se revelam erros não perceptíveis no roteiro. (CASTAGINI; BALVEDI, 2010, p. 24-25)

Figura 37– Storyboard

Fonte: Càmara (2005, p. 48)

O storyboard é importante na animação de um filme animado, pois é ele que contêm de maneira imagética os principais pontos do roteiro, facilitando o entendimento e pré-visualização da animação. De acordo com Don Bluth por meio do storyboard é possível prever o impacto que a animação causa, ou seja, a utilização dessa técnica permite maior chance de sucesso, além do controle de acontecimentos indesejados (BLUTH, 2004). “O importante é transmitir a sequência e o clima de uma cena” (CASTAGINI; BALVEDI, 2010, p. 25).

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