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João Elisio F de Campos Presidente do Banco de Desenvolvimento do Paraná S.A 4) José Mendo Mizael de Souza Diretor Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).

Gráfico 2.4 Variação numérica de Grupos/Firmas no CDES segundo atividade econômica principal (2003-2010)

3) João Elisio F de Campos Presidente do Banco de Desenvolvimento do Paraná S.A 4) José Mendo Mizael de Souza Diretor Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).

5) Luiz Carlos Delben Leite Presidente do BNDES (1993).

6) Mauro Knijnik Vice-Presidente do Banco Regional de Desenvolvimento do

Extremo Sul (BRDE) e Presidente do Conselho de Administração do Banco do Estado do RS - Banrisul; Presidente da Junta de Coordenação Financeira do Estado do RS.

Elaboração própria. Fonte: site do CDES (www.cdes.gov.br) e pesquisas na internet.

O BNDES, sob os governos Lula, ―vem protagonizando dinâmicas de concentração e centralização dos capitais postados no Brasil (...). Um espaço assumidamente dedicado a valorizar o capital despatriado‖, seguindo um modelo de ―inserção competitiva‖ potencializando empresas de capital ―nacional‖.299 O BNDES financiava, em 2003, através de participações acionárias, os seguintes grupos econômicos presentes no CDES: a Petrobrás, a Cia. Vale do Rio Doce, a Telemar, a Klabin, a Iochpe-Maxion, a Gerdau e a Rio Polímeros S/A, empresa da Suzano Holding.300 Considerando que Benjamin Steinbruch, Eduardo Gouveia Vieira e Luiz Carlos Delben Leite tenham assumido posições no Conselho de

297

ZIBECHI, Raúl. Brasil potência... Op. Cit., p. 70. Todos os grupos econômicos e empresas grifadas por mim tiveram representação no CDES.

298

LAZZARINI, Sérgio. Capitalismo de laços: Os donos do Brasil e suas conexões. RJ Elsevier, 2011.

299

NÓVOA, Luis Fernando. O Brasil e seu ―desdobramento‖: o papel central do BNDES na expansão das empresas transnacionais brasileiras na América do Sul. In: IRLS-INSTITUTO ROSA LUXEMBURG SITFTUNG. (org.). Empresas transnacionais brasileiras na América Latina: um debate necessário. SP: Expressão Popular, 2009, p. 190-191.

300

Revista Balanço Anual 2004: a mais completa radiografia dos negócios do País. GAZETA MERCANTIL. SP: Editora JB S.A., 2004, p. 32-82.

Administração do BNDES,301 os grupos econômicos de que faziam parte também estabeleciam laços (indiretos) com aqueles financiados pelo Banco. Segue abaixo figura ilustrativa da constituição de uma rede de grupos econômico-financeiros presentes no CDES durante o período 2003-2010. A importância e o papel do BNDES na transnacionalização de grupos e firmas brasileiras serão retomados mais à frente.

Figura 2.1 – Rede representativa do Capital Financeiro no CDES (2003-2010)

Elaboração própria. Fontes: LAZZARINI (2011); GAZETA MERCANTIL (2004); VALOR GRANDES GRUPOS (2004);

ALMEIDA (2009); ZIBECHI (2012). Sites da internet como o do CDES, do CADE e do BNDES.

Com exceção do Grupo Camargo Corrêa, todos os demais Grupos Econômicos e firmas que compõem a rede corporativa estavam representados no CDES. Seja através de participações acionárias diretas (compra de ações ordinárias), seja por participações acionárias indiretas (por exemplo, Gerdau, CVRD e CSN mantiveram vínculos indiretos resultante de participação acionária conjunta na MRS Logística), seja por conexões advindas da atuação em Conselhos de Administração, havia forte entrelaçamento entre agentes econômicos representados no CDES no mundo corporativo. Três atores de ligação detinham centralidade na rede: o Bradespar, o BNDES e o fundo de pensão PREVI. Eram responsáveis pela conexão com os demais agentes devido às posições estratégicas que ocupavam, ou seja, como

301

Paulo Skaf, ex-empresário do setor têxtil e presidente da FIESP, também compunha o Conselho de Administração do BNDES.

investidores e/ou prestamistas detentores de fabulosos recursos, permitindo-lhes ter mais contatos, laços ou conexões.

As interpenetrações de capitais mostradas pela pesquisa apontam para a consolidação de um autêntico capital financeiro (ou união íntima entre o capital monetário e o capital produtor de valor sob o predomínio do primeiro) representado no Conselho. Dadas as limitações do objeto desta tese, não averiguamos detalhadamente esta ―união íntima‖. Não obstante, vale lembrar que Lênin, em 1916, apanhou com exatidão a constituição da fusão entre o capital monetário e funcionante:

Quanto à estreita relação existente entre bancos e a indústria, é precisamente nesta esfera que se manifesta (...) o novo papel dos bancos. Se o banco desconta as letras de um empresário, abre-lhe conta corrente, etc., essas operações, consideradas isoladamente, não diminuem em nada a independência do referido empresário, e o banco não passa de um modesto intermediário. Mas se essas operações se tornam cada vez mais frequentes e mais firmes, se o banco ―reúne‖ nas suas mãos capitais imensos, se as contas correntes de uma empresa permitem ao banco – e é assim que acontece – conhecer, de modo cada vez mais pormenorizado e completo, a situação econômica do seu cliente, o resultado é uma dependência cada vez mais completa do capitalista industrial em relação ao banco.

Simultaneamente, desenvolve-se, por assim dizer, a união pessoal dos bancos com as maiores empresas industriais e comerciais, a fusão de uns com as outras mediante a posse de ações, mediante a participação dos diretores dos bancos nos conselhos de supervisão (ou de administração) das empresas industriais e comerciais, e vice- versa.302

A definição de Lênin de capital financeiro expressa, a nosso ver, a culminação das interpenetrações de capitais que estamos mostrando ao longo de todo este capítulo. Não se trata apenas de uma interpenetração entre os setores do capital produtivo de valor, mas, principalmente, de como este entrelaçamento está atravessado pela direção e impulsionamento de volumes maciços de capitais das distintas formas de atividades do capital monetário ou portador de juros através de bancos, fundos de pensão, empresas seguradoras, corretoras, de câmbio, de crédito, investimentos em títulos da dívida pública, etc.

2.3.4.3 – As vinculações de conselheiros em associações empresariais não bancárias da sociedade civil

Como vimos, o setor produtivo de valor, neste caso representado por conselheiros cujas atividades de seus grupos e firmas entrelaçavam-se às várias outras atividades para além das principais, se expandia em direção às atividades bancárias e financeiras não bancárias. Esses conselheiros não eram banqueiros par excellence: credenciavam-se como membros ou organizadores dos aparelhos privados de hegemonia empresariais do capital industrial

302

(produtor de valor), mas também se conectavam ao setor bancário e financeiro não bancário, não pela via associativa, mas através da ramificação de seus negócios e/ou investimentos. Onze conselheiros-empresários do capital industrial coligados aos bancos ou a setores financeiros não bancários organizavam nas mais destacadas entidades dos setores industrial e comercial, como mostra o quadro abaixo:

Quadro 2.17 – A presença de conselheiros conectados ao setor bancário e financeiro não bancário em entidades industriais e comerciais

Entidades Industriais e Comerciais

Conselheiros

FIESP/CIESP Antoninho Trevisan; Benjamin Steinbruch; Daniel Feffer; Fernando Xavier Ferreira; Jorge Gerdau; Miguel João Jorge Filho; Roger Agnelli; Viviane Senna; Waldemar Verde Júnior.

9

FIRJAN Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira. 1

CNI Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira; Viviane Senna. 2

ACSP/ACRGS Antoninho Trevisan; Mauro Knijnik (ACRS); Miguel João Jorge

Filho; Raymundo Magliano.

4

Elaboração própria. Fontes: site do CDES e de pesquisas na internet.

A extensão dos vínculos associativos dos conselheiros do setor bancário e financeiro não bancário atingia entidades de natureza e feição diversas. Assim, a pesquisa realizada encontrou-os coligados a várias associações espalhadas na sociedade civil (quadro 2.18) caracterizadas pela organização e difusão de centros de estudos e pesquisas com o objetivo de criar plataformas de políticas públicas com vistas à intervenção no Estado.

Quadro 2.18 – A presença de conselheiros banqueiros e do setor financeiro não bancário em entidades de formulação, doutrinamento e divulgação

Entidades empresariais Conselheiros

IEDI Daniel Feffer; Benjamin Steinbruch; Jorge Gerdau.

Sociedade brasileira pró-inovação tecnológica (PROTEC)

Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira; Luiz Carlos Delben Leite. Movimento Brasil Competitivo Daniel Feffer; Antoninho Trevisan; Jorge Gerdau.

PNBE Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira; Luiz Carlos Delben Leite.

Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável

Benjamin Steinbruch; Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira; Roger Agnelli; Jorge Gerdau.

Instituto Millenium Jorge Gerdau e Daniel Feffer.

Instituto ETHOS de Empresas e Responsabilidade Social

Antoninho Trevisan, Daniel Feffer, Mauro Knijnik, Roberto Egydio Setubal.

Elaboração própria. Fontes: site do CDES e pesquisas na internet.

Não podemos realizar, no âmbito deste trabalho, uma detalhada avaliação de cada entidade acima. Numa abordagem panorâmica, porém, trata-se de associações mais ou menos recentes (IEDI e PNBE, as mais antigas, foram erguidas na virada dos anos 80 para os anos 90), voltadas para a organização da ação empresarial em duas grandes frentes: a) aos

desafios requeridos pelas contínuas e rápidas mudanças no capitalismo brasileiro recente, especialmente no que tange à inserção da economia brasileira no circuito globalizado e suas implicações (políticas de industrialização e de reestruturação do setor, mecanismos de promoção da competitividade, etc) e b) à edificação de uma nova cultura empresarial, uma iniciativa de vontade com fins à unificação de concepções, comportamentos e ações comuns em torno da reanimação do senso de pertencimento à classe por meio do ideário da

responsabilidade socioambiental empresarial. Trata-se de papéis bem definidos e

complementares, na frente econômica e político-cultural, a fim de retroalimentar a coesão interna do empresariado em torno de um projeto que o recoloque numa posição hegemônica no interior do bloco no poder.

A organização empresarial aprendeu a não se voltar apenas para si. As experiências expostas pelas forças políticas populares em luta no período da redemocratização educaram e capacitaram frações das classes dominantes para outras empreitadas. Nelas o empresariado aprendeu que precisa aprimorar o jogo instável do consenso para além de sua própria classe e isto mobiliza engenhosos recursos institucionais, organizativos e culturais. Para tanto, retraduziu aspirações, conceitos e práticas dos setores populares em refluxo nos anos 90, apostando na disseminação mercantil-filantrópica de intervenção social. ONGs, institutos, fundações, entidades ―sem fins lucrativos‖ das mais diversas (alcunhadas de ―Terceiro Setor‖) seriam criadas e/ou readequadas pelo empresariado com vistas ao atendimento (precário) das

necessidades básicas e prementes da população, privatizando a questão social. Os

conselheiros não se furtaram de delas participar, como revela o quadro seguinte:

Quadro 2.19 – A presença de conselheiros banqueiros e do setor financeiro não bancário nas entidades de empresariamento da questão socioeducacional

Entidades Conselheiros

Movimento Todos pela Educação (MTE)303 Fabio Coletti Barbosa; Daniel Feffer; Milu Vilella; Viviane Senna; Jorge Gerdau.

Ação Fome Zero Antoninho Trevisan; Gabriel Ferreira.

Associação Parceria Contra as Drogas Fábio Coletti Barbosa; Fernando Xavier Ferreira; Márcio Artur

303

O Movimento Todos Pela Educação (TPE) faz parte de uma investida empresarial sobre a educação pública e vem sendo efetivada através de alguns destacados aparelhos privados de hegemonia empresariais presentes, alguns presentes no CDES: a) o Instituto Ayrton Senna; b) Fundação Roberto Marinho; c) Fundação Victor Civita; d) Grupo Gerdau, que, por meio de Jorge Gerdau, preside o TPE e que outro foi organizador do

Movimento Brasil Competitivo (MBC) que, em certo sentido, foi o germe do Movimento Todos pela Educação. Ver LEHER, Roberto. Educação no governo de Lula da Silva: a ruptura que não aconteceu. In: Os anos Lula: contribuições para um balanço crítico 2003-2010. RJ: Garamond, 2010, p. 378-380. Afirma ainda o autor que ―Na Exposição de Motivos do PDE, o governo assume explicitamente que a sua elaboração objetiva

implementar a agenda empresarial do movimento ―Compromisso Todos Pela Educação‖, inicitiva que reúne os principais grupos econômicos que constituem o bloco de poder dominante‖ (idem, p. 379). Muitas das empresas e empresários envolvidos com o TPE foram conselheiros do CDES.

Cypriano; Milu Villela; Roberto Setúbal. Sociedade de Cultura Artística Fernando Xavier Ferreira e Milú Vilella.

Elaboração própria. Fontes: site do CDES e pesquisas na internet.

Não são associações dos setores populares, mas voltadas para os setores populares, já que foram fundadas pelo próprio empresariado, na direção de inculcar percepções de mundo do empresariado junto à classe trabalhadora, por meio da educação, e das formas de gestão do alívio precário do sofrimento advindo da exploração capitalista. Confrontando os nomes dos conselheiros, perceberemos que cinco deles aparecem simultaneamente vinculados às entidades do setor bancário (quadro 2.14) e às entidades voltadas ao convencimento e empresariamento da questão socioeducacional da população,304 equivalendo a pouco mais da metade do número de conselheiros do quadro 2.11, o que revela que a fração bancário- financeira presente no CDES estava atenta às novas exigências de seu modus operandi na sociedade civil.

Cabe ressaltar ainda que Roberto Egydio Setubal estava presente em todos os tipos de

associações tratados neste capítulo, com exceção das associações corporativas dos setores

industriais. Trata-se, nos termos de Gramsci, de um exemplar vivo de intelectual orgânico da burguesia brasileira no CDES, ao lado de outros empresários como Jorge Gerdau Johannpeter e Oded Grajew.

Ainda que não seja detentora de um cabedal puramente ―técnico‖, seja na indústria ou nas finanças, Viviane Senna possuía grande imersão no meio empresarial, credenciando-se como ―funcionária‖ das frações empresariais presentes no CDES. O papel de Viviane Senna nos Conselhos de Administração dos grupos bancários (Citibank, Itaú e Unibanco, sendo o Santander sua inserção mais recente – março de 2010) parece pretender lhes atribuir um ―rosto humano‖, inserindo-os e alfabetizando-os no trato das questões sociais, educacionais e culturais no Brasil, imputando-as feição mercantil.

Além disso, é evidente que o Instituto Ayrton Senna (IAS), da qual é fundadora, destina-se, como sabemos, à prestação de serviços nos assuntos pertinentes à área educacional, angariando volumosos recursos junto – principalmente, mas não apenas –às secretarias municipais e estaduais do sistema público de educação, encaminhando uma proposta geral de educação que envolve formulação curricular, gestão e produção materiais didáticos e formação de professores. Trata-se, portanto, de um potente agente empresarial educacional com vinculações a grandes grupos e entidades associativas empresariais, sendo

304

São eles: Fábio Coletti Barbosa, Gabriel Ferreira, Márcio Artur Cypriano, Roberto Egydio Setúbal e Viviane Senna.

que boa parte de suas lideranças e CEO‘s, inclusive, estavam presentes no CDES. Segundo Peroni e Caetano,

Viviane Senna, presidente do IAS, possui uma ampla atuação em empresas e instituições públicas e privadas do Brasil e do exterior. Como empresária, participa de organizações da sociedade civil que se propõem a influenciar o desenho de políticas públicas através da divulgação de novas ideias e da criação de bases de acordo, intelectual e técnico, para reformular os sistemas educativos, identificar novas práticas e participar das reformas educativas. Esses empresários se unem aos tomadores de decisão e formadores de opinião sobre a política educacional e se legitimam perante a sociedade.305

Os laços empresariais de Viviane Senna e do Instituto Ayrton Senna estão evidenciados na figura abaixo:

Figura 2.2 – Laços da conselheira Viviane Senna e do Instituto Ayrton Senna com entidades da sociedade civil e com o meio empresarial306

Elaboração própria inspirada em PERONI, V. M. (2012: 11); Demais fontes: sites do Inst. Ayrton Senna e do CDES. A ilustre filantropa também participava do Conselho de Educação de importantes entidades patronais, tais como CNI, FIESP e FEBRABAN, em empresas e organismos internacionais. Os laços que estabelecia com frações empresariais alargavam e reforçavam

305

PERONI, Vera Maria e CAETANO, Maria Raquel. Redefinições no papel do Estado: terceira via, novo desenvolvimentismo e as parcerias público-privadas na educação. IX Anped Sul, 2012, p. 10.

306

A figura mostra ligações que avançam sobre o corte cronológico deste trabalho tendo em vista que as pesquisamos até o ano de 2010.

tanto a rede corporativa quanto a rede associativa voltada para o convencimento e o

empresariamento da questão socioeducacional. Cumpria desta forma função educativa e

organizativa frente e para o empresariado, credenciando-se como uma intelectual orgânica da burguesia. Às camadas mais pobres da população destinava-se a produção, disseminação e sedimentação de uma cultura burguesa própria, voltada para a formação de uma ―cidadania inclusiva‖ e de uma mão de obra ―participativa‖, atributos adequados aos padrões de sociabilidade vigentes.

2.3.5 – A organização dos conselheiros-empresários nos aparelhos privados de hegemonia empresariais da sociedade civil

Uma visão global das inserções de todos os conselheiros-empresários, das frações do capital (industrial, bancária, comercial e de serviços) nas mais diversas associações burguesas da sociedade civil pode ser visualizado no quadro abaixo:

Quadro 2.20 – A presença dos conselheiros-empresários em suas associações da sociedade civil (2003-2010)

Entidades Conselheiros-empresários e/ou suas entidades da sociedade civil T

Associações Corporativas Setoriais (Industriais, Comerciais, Financeiras e

Agropecuárias)307

ABIQUIM, ABINFINA, APLA, ABBI, ABDIB (5), ABINEE (4), ALADDA, ABIMAQ (2), ABRAS, ELETROS, BRACELPA, ABIT (2), AARS, ASGAV, ANFAVEA (4), ABF, ANPROTEC, AEB, ANDIB (2), ABIEF, ASSOBENS, ABRAD, ANAPECC, ACRISSUL, ASSIMPI, ABECITRUS, ASSUCAL, ACOAG, ABRASCE, ACREFI, ABAD, ACIUB, ANCAB, ADVB, ANAMACO, ANBIMA (2), ASSOBRAVE (2), ANEFAC, ABIGRAF.

54

Associações e Centros Industriais, Comerciais e Financeiros, Nacionais, Estaduais.

ACSP (3), ACRJ (2), ACPA (2), ACRGS, CIERGS (2), CIC, CIEMG, CICI/MG, CIESC, CNC, CNSeg.

16

Federações Comerciais e Financeiros, Nacionais, Estaduais.

FIEC, FIRJAN, FIEPR, FIEMG (5), FIERGS (3), FIEPR, FIESC, FIEBA (2), Fecomércio/SP, FENABRAVE, FENASEG, FIEPA.

19

FIESP Abílio Diniz; Alair Nascimento; Amarílio Macêdo; Antoninho Trevisan; Benjamin Steinbruch;

Daniel Feffer; Eugênio Staub; Ivo Rosset; Horácio Piva; Fernando Ferreira; Jorge Gerdau; José Marques; José Luis Cutrale; Maurílio Biagi Fº; Paulo Skaf; Rodrigo Loures; Roger Agnelli; Sérgio Haberfeld; Viviane Senna; Waldemar Verdi Jr., Paulo Godoy, Rogelio Golfarb, Ivan Zurita, Jackson Schneider, Luiza Trajano, Marcos Jank, Luiz Aubert Neto, Cledorvino Belini, Marcelo Odebrecht.

28

CNI Eduardo Eugênio Vieira; Horácio Piva; José Carvalho; José Mendo Souza; Paulo Skaf; Robson

Andrade; Rodrigo Loures; Sérgio Haberfeld; Viviane Senna, Paulo Godoy, Lincoln Fernandes, Paulo Tigre, Carlos Farias; Luiz Aubert Neto, José Conrado Santos, Olavo Machado Jr..

16

Sindicatos Patronais Sindtrigo, Sinquirj, Simpi/SP, Sindusfarma, Sinditextil (2), Sinduscon/MG, Sinaes/SP, Sindag,

Sinfavea (3), Sinduscon/BA, Semesp, Sincomaco, Singepa, Sinaees.

17

FEBRABAN Fabio Barbosa, Márcio Cypriano, Gabriel Ferreira, Miguel João Jorge Fº, Roberto Setubal, Viviane

Senna, Paulo Godoy, Luiz Eduardo Abreu

8

IEDI Amarílio Macêdo, Benjamin Steinbruch, Carlos Jereissati Fº, Daniel Feffer, Eugênio Staub, Ivo

Rosset, Jorge Gerdau, Marcelo Odebrecht, Roger Agnelli, Sérgio Haberfeld.

10 Fórum de Líderes

Empresariais

Jorge Gerdau, José Carlos Bumlai, Luiz Leite, Luiz Otávio Gomes, Márcio Cypriano, Maurílio Biagi Fº, Raymundo Magliano, Alair Nascimento, Sônia Regina Hess de Souza, Marcelo Odebrecht.

10

307

Instituto Ethos Antoninho Trevisan, Daniel Feffer, Mauro Knijnik, Ricardo Young Silva, Roberto Setubal, Rodrigo Loures, Oded Grajew.

7

PNBE Eduardo Eugênio Vieira, Joseph Couri, Luiz Leite, Ricardo Young e Oded Grajew. 5

PROTEC Eduardo Eugênio Vieira; Paulo Skaf; Rodrigo Loures; Luiz Leite; Luis Aubert Neto. 5

Mov. Brasil Competitivo Jorge Gerdau, Daniel Feffer, Antoninho Trevisan e Adilson Primo. 4

Fórum CEOs Brasil–EUA Jorge Gerdau, José Luís Cutrale, Roger Agnelli. 3

CEAL Cosette Alves, Eugênio Staub, Ivo Rosset, Maurílio Biagi Fº. 4

Cives Oded Grajew, Pedro Luiz Teruel, Gisela Gorovitz. 3

Fundação Dom Cabral Sônia Regina Hess de Souza, Cledorvino Belini, Robson Braga de Andrade. 3

Instituto Liberal Jorge Gerdau, Raymundo Magliano, Sérgio Reze, Sérgio Haberfeld, 4

Instituto Millenium Daniel Feffer e Jorge Gerdau. 2

Movimento Todos pela Educação

Fabio Barbosa, Daniel Feffer, Horácio Piva, Jorge Gerdau, Milu Vilella, Ricardo Young e Viviane Senna.

7 Assoc. Parceria Contra as

Drogas

Horácio Piva, Fábio Coletti Barbosa, Fernando Ferreira, Márcio Cypriano, Milu Villela, Roberto Setúbal, Roger Agnelli.

7

Ação Fome Zero Antoninho Trevisan, Gabriel Ferreira e José Carlos Bumlai. 3

Fórum Nacional /

INAE308

João Paulo dos Reis Velloso 1

Elaboração própria. Fontes: site do CDES (www.cdes.gov.br) e pesquisas na internet, principalmente nos sites das

entidades pesquisadas.

O quadro acima mostra que os governos Lula da Silva continuaram a acionar e reforçar a estrutura sindical e corporativa patronal varguista, que durante décadas foi criticada pelos dirigentes oriundos do novo sindicalismo. As tradicionais estruturas corporativas oficiais do patronato, ao contrário do que se deveria supor para um Conselho que, em tese, deveria traduzir ou se aproximar às formas organizativas mais recentes de atuação e disseminação dos interesses empresariais, continuavam sendo reconhecidas como canais bastante relevantes não apenas de interlocução, mas de intromissão de demandas do empresariado, desde uma perspectiva consensual intraburguesa e em direção aos ―de baixo‖.309

Esse perfil das entidades representativas empresariais no Conselho (não nos esqueçamos que seus conselheiros são nomeados pelo Presidente da República) deriva e

308

Apesar de ser composto nominalmente por intelectuais de distintos matizes do pensamento burguês, o Fórum Nacional / Instituto Nacional de Altos Estudos (INAE) é um fórum que regrupa tradicionalmente largos setores do empresariado, posicionando-se, desde sua criação, como verdadeiro think thank de tais setores. Membros ilustres do governo Lula da Silva também transitavam entre os participantes dos eventos promovidos pelo Fórum Nacional e em suas publicações tendo, inclusive, figurado dentre os membros do Conselho Diretor do Fórum, tais como Aloizio Mercadante, Glauco Arbix e Luciano Martins. Carla Luciana Silva, em sua tese de