Em Educação

Têm sido empregadas pelas secretarias estaduais e municipais de educação para localizar a escola mais próxima e/ou mais adequada de acordo com as necessidades e perfil escolar dos alunos de todos os níveis, através do sistema de endereçamento geográfico.

Para ajudar os estudantes a descobrir formas que a Geografia afeta suas vidas e faz parte do seu cotidiano. O SIG tem possibilitado aos alunos em todos os níveis escolares, praticar suas habilidades de produzir mapas, coletar e analisar dados, tornando-os mais críticos e capazes de encontrar soluções criativas para os problemas que eles enfrentam. Essa ferramenta, empregada em ensino pode despertar a consciência dos alunos em relação às coisas que estão constantemente ao seu redor e não são normalmente percebidas, levando-os a entender como elas influenciam suas vidas e como o ambiente é afetado pelo que eles fazem.

Citando a experiência da aplicação de um SIG no setor público, Borges e Sahay (2004) discutem como essa ferramenta beneficiou o setor de educação na cidade de Belo Horizonte possibilitando a localização da escola municipal ou estadual mais apropriada para cada estudante de acordo com seu local de moradia; e que através desse recurso, os pais registram seus filhos num posto do correio preenchendo um formulário, para serem informados sobre a escola onde eles podem estudar; evitando que matriculem os filhos em mais de uma escola ou procurem as que não possuem mais vagas. Segundo os autores cada registro tem um endereço geográfico automaticamente localizado permitindo que o estudante decida se aquela escola é mais apropriada para ele de acordo com uma divisão da

cidade em setores escolares e a proximidade física da casa do aluno. Ainda de acordo com os autores esse modelo de matrícula escolar possibilitou o acesso à escola e a repartição da sua capacidade do modo mais democrático, evitando longas filas e a distribuição inadequada dos estudantes.

Numa investigação sobre uso de SIG no ensino secundário, Acheson (2004) cita que existem diversas razões para o interesse por essa tecnologia, e que em virtude da sua capacidade de permitir que os usuários manipulem dados espaciais e conduzam a análise geográfica, é extensamente empregada no ensino e nos setores governamental e privado. De acordo com o autor alguns educadores acreditam que o SIG pode ser um instrumento de reforma educacional secundária porque envolve o uso de dados do mundo real para resolver problemas do mundo real e os que advogam seu uso afirmam que essa ferramenta envolve muitos aspectos que apóiam às teorias de aprendizagem. Os estudantes têm acesso aos conteúdos que são relevantes para eles, e são envolvidos no desenvolvimento de atividades práticas tendo certa autonomia sobre sua aprendizagem, o que envolve a meta-cognição15. Cita ainda algumas dificuldades práticas da implementação de SIG nas escolas secundárias como: hardware e software inadequado; acesso limitado dos estudantes aos computadores; treinamento limitado; e pressão, real ou percebida, para ensinar um determinado conteúdo durante o ano escolar. Refere-se também aos aspectos positivos quando o SIG é implementado, particularmente em aulas de ciências, onde algumas melhorias foram percebidas no desempenho dos estudantes, tais como: senso em relação à ciência, aumento de eficiência, avanços no uso de tecnologia e crescimento na habilidade para resolver problemas.

Referindo-se a aplicação do SIG na educação secundária na Finlândia, Johansson (2003) ressalta que poucas escolas e professores o têm usado nas salas de aula e

15 _{Metacognição é o conhecimento das operações mentais relacionadas a: percepção, atenção, memorização,}

leitura, escrita, compreensão, comunicação, etc., o que são, como se realizam, quando se usa uma ou outra, que fatores ajudam ou interferem na sua operatividade. Burín (1993) apud Brown (1983). Em: http://www.webquest.futuro.usp.br/artigos/textos_rafael.html

para enfrentar o desafio do interesse por essa ferramenta, o Departamento de Geografia da universidade de Helsinque implantou um projeto piloto chamado “SIG na educação do professor” no ano de 2001; tendo como objetivos facilitar o seu uso nas aulas de Geografia da escola secundária e dar treinamento aos professores. O projeto foi desenvolvido em cooperação com a escola secundária do município de Hausjärvi onde os dados foram coletados, processados e testados em lições de Geografia com professores locais. Além disso, o projeto estudou o processo de implementação de educação em SIG e relatou seus resultados na Internet de modo que professores de outras universidades e faculdades na Finlândia pudessem usá-los. O autor aponta vantagens no ensino da Geografia quando o SIG é implementado corretamente e que os professores devem continuamente lidar com os recursos e a disponibilidade de tempo limitados, ao planejar e ao executar suas lições. Relata ainda os principais obstáculos para uso dessa tecnologia nas escolas, tais como: o acesso limitado aos computadores, pouca disponibilidade de hardware e software; restrição de tempo; conhecimento inadequado da tecnologia, do sistema e de dados geográficos por parte dos professores; além da sistemática resistência à inovação.

Estudando a situação atual e as possibilidades da aplicação de SIG em educação do programa K1216 no Japão, Yuda e Itoh (2006) constataram o aumento gradual do seu uso principalmente na Geografia na escola fundamental e secundária onde existem professores motivados em conhecer melhor as funções dessa tecnologia, inclusive relatando suas experiências nas classes da Geografia ou nos estudos integrados, onde usam computadores que possuem software instalado. Os autores registram por outro lado que a utilização dessa tecnologia ainda não é uma norma na educação K-12 em virtude do currículo nacional padrão não ter se empenhado para seu uso nas escolas, por causa das dificuldades relacionadas ao emprego de software e dados, e a qualificação dos professores. Os autores citam que ambiente computacional nas escolas alcançou um nível quase satisfatório,

16 _{O programa K12 combina a tecnologia de ensino online com o conteúdo tradicional de alguns dos melhores métodos} ensino do mundo.

com a solução da maioria dos problemas de uso de computadores e periféricos nas classes, e que o ambiente para uso de SIG melhorou consideravelmente. Concluem mencionando que para resolver o problema dos softwares e dados, de um modo geral caros para as escolas que não tem recursos para adquiri-los, um movimento para o desenvolvimento e provisão de software livre tem buscado soluções junto às organizações governamentais; como foi o caso do ministério de infra-estrutura, terras e transportes, que tem fornecido softwares livres, e do instituto de pesquisa geográfica que fornece mapas topográficos e dados digitais na WEB que podem ser usados sem necessidade de autorização. Além disso, algumas das principais empresas de software de SIG estão distribuindo visualizadores de mapas, dados relacionados e arquivos que elas possuem, pela Internet; e alguns municípios e universidades tem disponibilizado Websites nos quais os usuários podem adicionar seus dados, fazer seus próprios mapas e desenvolver mapas temáticos a partir de dados estatísticos.