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4. PRODUTOS E TECNOLOGIAS DE GEOINFORMAÇÃO NO ESTADO

4.2 Geoinformação nos Municípios Baianos

4.2.3 Resultados da Pesquisa

Um dos primeiros resultados da pesquisa foi a resistência em colaborar para um levantamento dessa natureza, no qual ficou evidenciado pouco interesse pela maior parte das pessoas contatadas em responder os questionários, enviados por e-mail repetidas vezes, mesmo estando neles impressa a marca da Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS. A pesquisa por telefone resultou em melhor proveito. Por esse meio conseguiu-se atingir os objetivos do levantamento: traçar um perfil da infra-estrutura de Geoinformação e os problemas inerentes ao seu desenvolvimento nos principais municípios do estado. Foram contatados ao todo 27 municípios, inclusive Salvador. Não foi possível contatar os municípios de Eunápolis, Itaberaba, Itamarajú, Luis Eduardo Magalhães e Santa Cruz Cabrália, até o encerramento da pesquisa, realizada no período de setembro de 2006 a abril de 2007. A tabela 7 do anexo mostra os dados da pesquisa nos municípios mapeados pelo aerolevantamento de 1998 e a figura 22 os gráficos correspondentes.

Dos 32 municípios 5 (18,5%) não foram pesquisados por não ter sido possível contato por e-mail ou telefone. As figuras 23, 24, 25, 26, e 27 mostram a distribuição geográfica dos municípios e respectivamente os dados citados a seguir. Dentre os pesquisados apenas 3 (11,11%) possuem núcleo/centro de Geoinformação; 8 (29,6%) possuem pessoal especializado / treinado em TGI 4 (14,8%) usam Geotecnologias; 21 (65,7%) responderam que consideram a Geoinformação como prioridade, 1 (3,1%) não souberam informar; 15

Figura 23. Localização dos Municípios que Possuem Núcleo de Geoinformação. Fonte: (SEI, 2006). (Adaptado).

Figura 24. Localização dos Municípios que Possuem Pessoal Treinado. Fonte: (SEI, 2006). (Adaptado).

Figura 26. Localização dos Municípios que tem Geoinformação como Prioridade. Fonte: (SEI, 2006). (Adaptado).

Figura 27. Localização dos Municípios que tem Interesse em Cooperação Técnica. Fonte: (SEI, 2006). (Adaptado).

(55,5%) responderam que tem interesse em firmar convênio cooperação técnica com universidades e outras instituições, 1 (3,7%) respondeu que não tem interesse e 11 (40,7%) não souberam informar. Alguns resultados em percentuais como se pode observar diferem daqueles apresentados nos gráficos, já estes representam também os municípios não pesquisados.

Os resultados mostram que ainda é pequena a percepção sobre a importância da Geoinformação e seu potencial como ferramenta para auxiliar o desenvolvimento e conseqüentes transformações econômico-sociais nos municípios. Muitas áreas estratégicas para o desenvolvimento local como agricultura, exploração de recursos naturais, atração de negócios, geração de riquezas, conservação ambiental, apoio às comunidades, e turismo, dentre outros, poderiam ser alavancadas por meio do emprego das TGI.

O mapeamento aerofotogramétrico, material cartográfico estratégico do PRODUR, para apoiar projetos e obras de infra-estrutura nos municípios, tem sido empregado principalmente em Infra-estrutura Urbana, Engenharia e Obras, Cadastro, Planejamento Urbano, Licenciamento da Construção, Saúde e outros usos. Em alguns casos seu uso tem sido muito limitado nas secretarias municipais, por falta de visão do seu real potencial, ficando localizado inadequadamente em secretarias de turismo, de comunicação, gabinete do prefeito e outros setores; às vezes utilizado como um fotomapa com a finalidade de mostrar apenas a zona urbana e seus limites; ou como imagem de fundo para vetorização de plantas, por meio de programas de desenho tipo CAD. A tabela 8 no anexo mostra por meio de números, essas ocorrências e a figura 28 os gráficos correspondentes.

Figura 28. Gráficos dos Dados da Pesquisa sobre Geoinformação nos Municípios Baianos (2ª parte).

Na maioria dos municípios pouco se agregou ao acervo cartográfico, além do material produzido pela CAR, embora exista uma necessidade constante de uso desses produtos para apoiar os projetos e planos de desenvolvimento nas áreas urbanas e rurais, inclusive para implantação do plano diretor que por força de lei deve ser realizado por todas as zonas urbanas em questão, em virtude de possuírem acima de 20.000 habitantes.

Nos municípios que possuem profissionais treinados para uso de Geotecnologias encontram-se principalmente: arquitetos, urbanistas, analistas de sistemas, engenheiros civis e técnicos de nível médio; na sua maior parte trabalhando na prefeitura de Salvador (11 arquitetos, 3 urbanistas, 4 analistas de sistemas, 3 engenheiros civis). Em alguns municípios embora exista pessoal treinado, não existe a infra-estrutura necessária para o pleno desenvolvimento da área de Geoinformação, como é o caso de Salvador, Candeias, Catú e Jequié. Somente

nos municípios de Bom Jesus da Lapa, Brumado e Valença existem núcleo/centro de Geoinformação ou Geoprocessamento de acordo com as informações prestadas. As Geotecnologias existentes nos municípios que declararam utilizá-las se resumem a alguns SIG, ao Autocad, imagens de satélite e GPS de Navegação, além do levantamento aerofotogramétrico e a base digital do PRODUR.

A qualificação de pessoal (40%), a atualização cartográfica (20%) com a realização de um novo mapeamento aerofotogramétrico para acompanhar o crescimento das zonas urbanas que em sua maioria passa por uma considerável expansão e a compra de equipamento (14%), foram as principais respostas para a questão que indagava sobre o que poderia ser feito para colocar o município no nível de outros que usam Geoinformação para melhorar a arrecadação, apoiar o desenvolvimento local, a tomada de decisão e o desenvolvimento de projetos.

Geoinformação é necessária ao desenvolvimento local. Seus produtos e tecnologias têm grande potencial para produzir crescimento econômico no município. Esses pontos de vista são compartilhados de um modo geral pelos profissionais envolvidos na pesquisa, que a encaram como uma prioridade e mostram-se interessados em firmar convenio de cooperação técnica com as universidades e outras instituições estaduais e federais para aquisição de Geotecnologias. Algumas prefeituras esperam fortalecer os laços com instituições governamentais como, por exemplo, a Conder, para utilizarem os produtos e tecnologias dessa empresa. Outras têm sido objetos do interesse por parte de empresas particulares que tem oferecido consultoria e serviços para implantação de infra-estrutura de Geoprocessamento.

Na Bahia o governo estadual tem desempenhado um papel fundamental na produção de produtos e tecnologias de Geoinformação: adotando algumas políticas voltadas para esse setor, tomando iniciativas para desenvolver áreas que utilizam Geotecnologias, realizando levantamentos e mapeamentos cartográficos em regiões estratégicas e produzido conhecimento. Essas ações, contudo precisam ser intensificadas e ampliadas de modo que possam abranger todo o

estado. A Conder embora desempenhe um papel importante na produção e disseminação de Geoinformação, tem a maior parte dos produtos e tecnologias relacionados a Cartografia, Geodésia, imagens e dados cadastrais e socioeconômicos, referentes à Região Metropolitana de Salvador.

Ações para aumentar o nível de informações espaciais em regiões do estado têm sido também efetivadas pelo setor privado, principalmente empresas concessionárias de serviços públicos e de utilidades, dentre as quais se destacam a COELBA - Companhia de Energia Elétrica da Bahia e a EMBASA - Empresa de Abastecimento de Água e Esgoto da Bahia. Além disso, fontes importantes de informações são disponibilizadas na WEB por instituições do governo federal, bibliotecas digitais e em geoportais. Essas oportunidades de obtenção de dados, de um modo geral são pouco aproveitadas pelos governos locais, cujas atitudes expressam pouco interesse e desconhecimento sobre Geoinformação.

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