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2.4. Coleta dos dados

2.4.1. Em escuta sensível às entrevistas

As entrevistas foram realizadas no período de 20/4/2012 a 17/7/2012 no curso técnico em Mecânica do Ifes/campus Vitória e seus roteiros encontram-se nos Apêndices A, B e C. As entrevistas com o coordenador, pedagoga e educadores do curso foram realizadas em diferentes horários e espaços, em conformidade com a coordenadoria de ensino, na sala dos professores e nos laboratórios, antecipadamente escolhidos pelos entrevistados, com duração de 1h a 1h30min.

Para o desenvolvimento da técnica com os diferentes sujeitos citados, utilizou-se a entrevista semiestruturada com o objetivo de buscar respostas para os fundamentos teóricos do curso, bem como conhecer o pensamento, a integração da questão ambiental no currículo. É pertinente considerar que os roteiros das entrevistas tanto para os educadores quanto para os gestores foi o mesmo, considerando que o coordenador de curso é também professor da área de Mecânica. Quanto à pedagoga, solicitei que se sentisse à vontade, caso não quisesse responder a alguma pergunta mais específica quanto ao cotidiano de sala de aula, já que a mesma não atua como professora do curso.

Todas as entrevistas foram gravadas, filmadas e transcritas na íntegra com a devida autorização para publicação científica, sem que fossem mencionados os nomes dos envolvidos na pesquisa.

Durante as entrevistas, a pesquisadora preocupou-se em assumir um posicionamento sensível e vigilante quanto às falas, às diferentes emoções e reações pessoais em relação ao tema pesquisado, criando um ambiente favorável ao diálogo e à participação de todos os envolvidos.

As questões orientadoras das entrevistas com os diferentes sujeitos do curso visaram responder sobre:

- a importância da educação ambiental no processo de formação dos educandos;

- os fundamentos teóricos do curso e os projetos desenvolvidos e em desenvolvimento relacionados à educação ambiental;

- as metodologias utilizadas em sala de aula;

- a preocupação com a questão ambiental nas práticas de sala de aula; - a ligação entre educação ambiental e a seleção de conteúdo do curso;

- a ligação entre o Projeto Político-Pedagógico do curso e a educação ambiental; - a formação dos professores quanto à temática socioambiental.

Para dar início ao desenvolvimento da pesquisa de campo, na sala da coordenação de Mecânica do Ifes/campus Vitória, foi realizada uma reunião com os gestores do curso (coordenador e a pedagoga) a fim de solicitar a colaboração de ambos nas decisões quanto aos números de educandos, turmas, módulos, laboratórios e salas disponíveis para desenvolver as sessões com o grupo focal e entrevistas.

2.4.1.1. Dialogando com o coordenador do curso

Como primeiro contato no campo de ação, buscou-se nas respostas do coordenador do curso técnico em Mecânica elementos para traçar a caminhada da pesquisa. Essa pesquisa passou a considerá-lo como interlocutor dos educadores e educandos em relação à educação ambiental. A entrevista ocorreu, conforme programado, no gabinete da coordenação e teve duração em torno de uma hora e dez minutos, em um clima de descontração e harmonia. Mediante o primeiro contato realizado, foi possível traçar os percursos que se sucederam.

2.4.1.2. Dialogando com a pedagoga do curso

Tendo em vista os objetivos e o problema do estudo, após o primeiro contato com o coordenador, a pesquisa se voltou para o setor pedagógico, em busca dos detalhes daquilo que se pretendia estudar.

Para realizar a entrevista com a pedagoga do curso, a pesquisadora dirigiu-se à sala da Coordenação de Apoio aos Educandos do Ifes, com objetivo de conhecer o curso a ser pesquisado, obter mais informações sobre os planejamentos em conjunto com os educadores e identificar traços da educação ambiental no currículo do curso técnico em Mecânica que se alinham com os objetivos da pesquisa.

Optou-se pela realização da entrevista numa sala fechada, em que fosse possível garantir a privacidade da pesquisadora e do sujeito pesquisado.

A entrevista teve duração de uma hora e trinta minutos e não apenas uma hora como fora prevista. O tempo mais longo de duração deveu-se ao número de perguntas e à riqueza de detalhes das respostas dadas pela entrevistada, que, com muito profissionalismo, colaborou e enriqueceu todos os pontos salientados com muita clareza e desenvoltura, embora, como já ressaltado, deixasse a pedagoga à vontade, caso não tivesse condições de responder a questões relativas ao cotidiano de sala de aula.

No entanto, como a mesma acompanha o curso há nove anos, ela consegue perceber os detalhes e práticas docentes com muita clareza e criticidade, o que enriqueceu a entrevista, abrindo possibilidades para outras questões pertinentes e elucidando melhor alguns aspectos da pesquisa.

2.4.1.3. Dialogando com os educadores do curso

Após a realização das primeiras entrevistas, a pesquisadora passou à segunda parte do estudo, que tem um significado importante e privilegiado: ouvir a fala de todos os educadores que lecionam no curso técnico em Mecânica em relação à educação ambiental.

De posse do roteiro da entrevista semiestruturada, elaborado com antecedência e com uma agenda organizada com os locais, os dias e os horários de cada entrevista individual com os educadores, deu-se início à atividade de pesquisa na coordenadoria de Mecânica. Para tanto,

essa estratégia de coleta de dados com os educadores exigiu da pesquisadora muita atenção e esforço especial para compreender e interpretar as respostas apresentadas e obter elementos que esclarecessem a prática ambiental do referido curso.

De acordo com o andamento dos trabalhos, a ordem das perguntas foi alterada, ou seja, utilizou-se da flexibilidade para explorar as informações, e, com intervenções cuidadosas, buscou-se estimular respostas mais centradas nas perguntas do interesse da pesquisa.

O tempo de duração das entrevistas foi aproximadamente de uma hora a uma hora e trinta minutos, e, com a total concordância dos entrevistados, foram gravadas para a transcrição na íntegra para posterior análise.

Registre-se que todos os educadores entrevistados não se opuseram às gravações das respectivas falas. A transcrição não verbal, como sorrisos e gestos, foi traduzida em linguagem verbal, caracterizando nervosismo, estranheza, como também foram aproveitados comentários que antecederam o momento da entrevista, para que pudessem, no momento da transcrição das respostas, colaborar na formação da opinião da pesquisadora, que buscou descrever a transcrição das entrevistas em sua íntegra.