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Em relação à prevalência e faixa etária

RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.5 Caracterização da amostra quanto às variáveis pesquisadas: sangramento, profundidade de sondagem e perda óssea

5.5.2 Profundidade de sondagem

5.5.2.1 Em relação à prevalência e faixa etária

De acordo com Oh, Eber, Wang (2002) as diversas formas de DP também ocorrem em crianças e adolescentes. Charlier, Barcelos, Vianna (2002) afirmam que as DP, de um modo geral, são divididas em gengivite e periodontite, sendo na criança, a gengivite a condição de maior prevalência. Autores como Albandar e Tinoco (2002) e Albandar (2002), corroboram essas afirmativas e atestam que a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento das DP são de extrema importância.

A AAP, em 1992, criou o PSR, o qual foi desenvolvido a partir do INTPC, como um instrumento para determinação e registro do estado periodontal dos pacientes. Este método de triagem pode ser utilizado não somente em adultos mas também em crianças e adolescentes (CHARLES & CHARLES, 1994). Entretanto, Cassingham (1993) e Melkers (1994) ressaltam que o PSR não é um sistema que deva ser utilizado em pacientes com menos de 18 anos de idade devido à troca e erupção de dentes que podem superestimar a DP com a presença de falsas bolsas.

Entre os indivíduos do grupo 1; 98,5% apresentaram PS≤3,5mm enquanto 1,5% apresentou PS >3,5mm. Já nos indivíduos do grupo 2, 96,2% apresentaram PS ≤3,5mm e 3,8% apresentaram PS >3,5mm, conforme TAB. 14.

TABELA 14

Prevalência de alteração nos pacientes avaliados, considerando-se a faixa etária Alteração ≤3,5mm >3,5mm Faixa etária n % n % 7 a 10 anos 268 98,5 4 1,5 PS 11 a 14 anos 250 96,2 10 3,8

Costa (1995) em um estudo envolvendo 360 indivíduos na faixa etária de seis a 15 anos encontrou PS igual a 3,5 mm em 20% da amostra e PS maior que 3,5mm em 10% dos pacientes.

5.5.2.2 Em relação à renda familiar

De acordo com Albandar (2002), indivíduos de baixo poder econômico apresentam um risco maior de desenvolver DP do que pessoas com maior poder econômico. Esse risco aumentado para os indivíduos de baixa renda é atribuído a fatores comportamentais e ambientais.

Albandar & Rams (2002) relataram uma prevalência maior de inflamação gengival, presença de cálculo, higiene bucal deficiente e necessidades de tratamento periodontal em indivíduos de baixo poder aquisitivo.

Na presente pesquisa não foi observada uma correlação significativa entre PS e renda familiar. PS>3,5mm estiveram presentes em 15,3%, 23,1%, 38,5%, 15,4%, 7,7% dos indivíduos provenientes respectivamente de famílias com renda mensal de até ½ salário mínimo, até 1 salário mínimo, de 1 a 2 salários mínimos, de 2 a 5 salários mínimos. Nenhum indivíduo proveniente de família com renda mensal de mais de 10 salários mínimos apresentou PS>3,5mm. Esses resultados podem ser examinados na TAB. 15.

TABELA 15

Avaliação da influência dos dados sócio-demográficos no resultado da profundidade de sondagem

PS

Dados ≤≤≤≤ 3,5 mm > 3,5 mm

Renda mensal n % n % Total P

Até ½ SM 18 3,7 2 15,3 20 0,258* Até 1 SM 115 23,9 3 23,1 118 De 1 a 2 SM 189 39,2 5 38,5 194 De 2 a 5 SM 135 28,0 2 15,4 137 De 5 a 10 SM 23 4,8 1 7,7 24 Mais de 10 SM 2 0,4 0 0,0 2 Total 481 100,0 14 100,0 495

Nota: O valor de p refere-se ao teste Qui-quadrado. *Teste exato de Fisher

5.5.2.3 Em relação à escolaridade dos pais/responsáveis

Quando o parâmetro PS foi analisado em relação ao nível de escolaridade dos pais/responsáveis não foi encontrada nenhuma correlação significativa. Observou-se que pais/responsáveis analfabetos não tinham filhos que

apresentassem PS >3,5mm. 57,1% dos indivíduos com PS>3,5mm tinham pais/responsáveis com ensino fundamental incompleto. Pais/responsáveis que possuíam ensino fundamental completo, médio incompleto e superior incompleto tinham, respectivamente, as seguintes porcentagens de filhos com PS>3,5mm: 21,4%, 14,3% e 7,1%. Nenhum indivíduo proveniente de família cujo pai/responsável possuía ensino médio completo ou ensino superior completo apresentou PS>3,5mm. Os dados podem ser examinados na TAB. 16.

TABELA 16

Avaliação da influência da escolaridade dos pais/responsáveis no resultado da profundidade de sondagem Dados PS ≤≤≤≤ 3,5mm >3,5mm Instrução escolar do pai/responsável n % N % Total P Analfabeto 9 1,8 0 0,0 9 0,293* Fundamental incompleto 314 62,8 8 57,1 322 Fundamental completo 93 18,6 3 21,4 96 Médio incompleto 26 5,2 2 14,3 28 Médio completo 46 9,2 0 0,0 46 Superior incompleto 9 1,8 1 7,1 10 Superior completo 3 0,6 0 0,0 3 Total 500 100,0 14 100,0 514

Nota: O valor de p refere-se ao teste Qui-quadrado. *Teste exato de Fisher

Os resultados obtidos demonstram que as crianças examinadas necessitam de cuidados periodontais específicos e que o exame PSR é eficaz na triagem de pacientes.

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6.

CONCLUSÃO

Baseado nos resultados obtidos pôde-se concluir que:

a. todos os indivíduos do G1 e G2 apresentaram alguma necessidade de tratamento, sendo que os códigos 0 e 1 foram os mais prevalentes (23,49% e 66,54%, respectivamente, no método PSR parcial e 18,6% e 68,79% no método PSR total). Os códigos menos prevalentes foram 3 e 4, exibidos por 1,5% e 0,2%, respectivamente no método parcial e 2,44% e o,2% no PSR total; b. a concordância entre os métodos PSR total e parcial foi excelente no geral (k=0,830; p<0,001), indicando que não houve diferença estatisticamente significativa entre o PSR total e parcial;

c. houve concordância entre os dois métodos, o que denota que o PSR parcial pode ser utilizado com eficiência na triagem e determinação das necessidades de tratamento periodontal em crianças e adolescentes;

d. as condições periodontais do grupo estudado se assemelham às reportadas na literatura para indivíduos não monitorados, o que denota a necessidade da implementação de programas específicos para a prevenção das doenças periodontais.

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