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Emissões de origem antrópica dos gases associados ao efeito estufa

3 O MATO GROSSO NA DIMENSÃO AMBIENTAL

3.1 OS IMPACTOS NA ATMOSFERA

3.1.1 Emissões de origem antrópica dos gases associados ao efeito estufa

Sabe-se que naturalmente há a presença de determinados gases na atmosfera que por diversas razões físicas e químicas são produzidos de forma espontânea. Eles acabam formando um “efeito estufa” que nada mais é do que um efeito que retém o calor produzido pelo planeta na superfície do mesmo. Fisicamente se este efeito não existisse, a temperatura média do planeta seria em torno de 30 graus mais frio comprometendo as condições de vida de algumas regiões e não dando condições de produzir plantas e delas serem extraídas sua produção. Se este efeito estufa for comprometido por agressões do ser humano (entre elas a poluição à natureza), há também o comprometimento da vida no Planeta, pois o mesmo teria uma migração de temperatura de 15 graus positivos (média de temperatura do Planeta) para 15 graus negativos.

No entanto, para o IBGE há evidências que a produção de gases antrópicos está aumentando rapidamente e inclusive acrescentando outros gases à atmosfera que acabam provocando uma alteração muito forte no desiquilíbrio do efeito estufa. Tais fatores estão contribuindo para que a temperatura média do planeta venha aumentando rapidamente. Prova disso é que, segundo estudos, as últimas duas décadas tiveram temperaturas mais altas que do último milênio, onde a queima de combustíveis fosseis como carvão, petróleo e gás natural, ou ainda o desmatamento de florestas e a destruição da vegetação natural sejam os principais responsáveis por esta agressão à atmosfera. Evidencia-se que todas elas estão envolvidas fortemente na produção agrícola, atividade fim que concentra no estado de Mato Grosso como fator responsável pela expansão do PIB na participação nacional. Ainda, segundo cientistas,

tais agressões são fatores primordiais para vários eventos climáticos como furacões, inundações e secas produzirem verdadeiras catástrofes climáticas, muitas vezes, devastando por completo todo um processo de desenvolvimento que estava consolidando-se em determinado ciclo histórico.

Para o IBGE estes fenômenos climáticos:

Causarão extinção de espécies (perda de biodiversidade), perdas agrícolas (aumento da fome), subida do nível do mar (alagamento de áreas costeiras), difusão de doenças (entre as quais cólera, malária, febre amarela e dengue) entre outros. Essas mudanças trarão sérios prejuízos materiais (econômicos) e humanos, com o deslocamento forçado de milhões de pessoas, a expansão da fome e o aumento da mortalidade. (IBGE, 2015, p.18)

Hoje temos exemplos disto, entre eles a devastação do Haiti por um forte terremoto forçando uma imigração em condições desumanas.

Desta forma, é elencado a seguir vários indicadores que buscam relações que envolvem o Estado de Mato Grosso. Segundo o Ministério da Agricultura do Brasil, Mato Grosso é no ranking da produção nacional o campeão em produtividade de grãos. Possui grande destaque também como o maior produtor pecuário. O capítulo 8 desta pesquisa, traz detalhes destas informações. Muito disto, deve-se as condições que o Estado possui para tal, entre eles o clima e o tamanho do território geográfico que ocupa: 10,61% do território nacional (3º maior estado, perdendo apenas para Amazonas com 18,31% e Pará com 14,65%). Ainda, deste território 47% é ocupado pela Floresta Amazônica. Com todas estas características, o Estado contribui e muito com os indicadores que serão trabalhados a seguir. Alguns indicadores o IBGE traz as informações somente em nível nacional. Mesmo assim, eles são de extrema importância, pois empiricamente os resultados ao Estado de Mato Grosso podem ser observados com base na produtividade do estado, bem como, em sua dimensão geográfica.

Figura 1 - Estimativa de emissões líquidas de origem antrópica de gás carbônico por setor no Brasil - 1990 a 2010

Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA (2018).

Percebe-se que as mudanças no uso da terra e florestas até o ano de 2005, apresentava- se com grande impacto na produção e emissão líquida do gás carbônico no Brasil sendo superior em quase 200% a energia e em mais de 500% os processos industriais. Neste panorama, é evidente que o impacto do Estado de Mato Grosso frente a sua área territorial de florestas, seu tamanho geográfico no país e sua grande produção agrícola contribuiu em larga escala para tais números. No entanto, observa-se que após a Agenda 21 da ONU, houve uma redução drástica de poluição deste segmento. Em 2010, o uso da terra, já caía em índices abaixo do setor de produção de energia, mesmo com a elevação da produtividade agrícola que o Estado de Mato Grosso apresentou, conforme o capítulo 8 desta pesquisa apresenta. Mesmo assim, a atividade impacta em torno de 50% do total das emissões líquidas de origem antrópica de gás carbônico produzido no Brasil.

Figura 2 - Estimativa das emissões de origem antrópica de monóxido de carbono (CO) por setor no Brasil - 1990 a 2010

Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA (2018).

Observa-se que o setor de mudanças no uso da terra e florestas lidera a emissão produzida pelo homem de um gás poluente (sendo neste gráfico o monóxido de carbono), que quando somado ao setor da agropecuária são responsáveis por mais de 90% do total da emissão. Ambas as atividades estão muito presentes no dia a dia do processo produtivo do Estado de Mato Grosso. Todavia, é perceptível que nas últimas informações estatísticas (que são do ano de 2010) do IBGE, há uma drástica redução nesta poluição. Do ano 2000 para 2005, o Brasil aumentava este indicador em torno de 50%. Já de 2005 para 2010 a redução foi superior a 60%, havendo mais um impacto extremamente positivo da Agenda 21. Os resultados apresentados em 2010 na emissão antrópica de monóxido de carbono, voltaram praticamente à níveis do ano de 1990, mesmo com a expansão das atividades agrícolas em níveis de produtividades impactantes.

Figura 3 - Estimativa das emissões de origem antrópica de gás metano (CH4) por setor no Brasil - 1990 a 2010

Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA (2018).

Frente ao gráfico, entende-se que a contribuição do Estado de Mato Grosso na emissão de gás metano é considerável, visto o Estado contribuir de forma significativa como grande produtor agropecuário. Novamente somando-se as atividades do setor agropecuário com a mudança no uso da terra e florestas há a participação de quase 90% do total de gás metano produzido pelo país. As atividades relacionada com produção de grãos e que impactam no uso da terra, tiveram uma drástica redução de 2005 para 2010. No entanto, o setor agropecuário (no qual o Estado também é destaque nacional) teve um sensível aumento.

No estudo do IBGE constante no caderno 10 de Estudos e Pesquisas, observa-se que a produção de óxidos de nitrogênio, a participação da agropecuária e da mudança do uso de terras e florestas não chega a ser significativa. Já com relação ao óxido nitroso, novamente o Estado de Mato Grosso tem grande participação como agente poluente, visto que o setor agropecuário participa com aproximadamente 90% do total. Isto equivale numa proporção de 20 vezes mais do que o setor de processos industriais polui no Brasil.

Figura 4 - Estimativas anuais de emissões de gás carbônico (CO2), por setores de emissão no Brasil - 2000 a 2014

Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA (2018).

Este gráfico demonstra a agressão produzida principalmente por 2 setores: o setor energético e o uso da terra e florestas. No entanto, observa-se na curva do tempo, uma drástica redução do setor de uso de terras e florestas ao mesmo tempo que o setor energético vem apresentando uma evolução constante. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, de 2005 a 2010, a emissão de gás carbônico teve uma redução superior a 70% pelo uso de terras e florestas, graças ao severo controle de queimadas no país. Novamente neste indicador, pela área ocupada pelo território matogrossense no país, tanto no uso da terra e florestas, como na produção de energia elétrica, torna-se considerável a participação do estado como poluente nacional. Até mesmo por responder com quase 50% da floresta amazônica. No entanto, são avanços positivos o controle e a drástica redução que o país vem apresentando nos indicadores.

Com relação a produção antrópica de gás metano, segundo o IBGE, também o setor agropecuário responde com mais de 90% da poluição, seguido com pequenas participações do setor de tratamento de resíduos e energético.

Figura 5 - Estimativas anuais de emissões de óxido nitroso (N2O) por setores de emissão no Brasil - 1990 a 2010

Fonte: IBGE (2015, p.23).

O gráfico anterior constata novamente a agressão do setor agropecuário para a emissão de óxido nitroso que praticamente responde pelo total deste poluente na atmosfera e vem apresentando um crescimento constante. Observa-se ainda uma pequena participação do setor energético, bem como um controle estatístico do setor de processos industriais.