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6 O MATO GROSSO NA DIMENSÃO ECONÔMICA

6.6 INTENSIDADE ENERGÉTICA

Este indicador busca apontar as deficiências que determinado território possui em eficiência no consumo de energia.

Assim, este indicador é muito relevante ao desenvolvimento sustentável, pois:

Até a década de 1980, o crescimento econômico estava atrelado à expansão da oferta de energia. Entretanto com o aumento nos preços da energia e dos problemas ambientais gerados pela queima de combustíveis fósseis, a sustentabilidade energética passa a ser um fator de preocupação constante. Quanto maior a eficiência energética de um país, maiores são os benefícios, tais como a redução do peso da conta de energia nos custos totais de produção, menores impactos e custos ambientais decorrentes do processo produtivo, diminuição ou, em alguns casos, adiamento dos investimentos para a expansão da oferta de energia. Buscar a eficiência energética faz parte do planejamento para melhor aproveitar os recursos energéticos e reduzir os impactos ambientais gerados pelas atividades econômicas. No caso da construção do indicador intensidade energética, quanto menor o valor, maior a eficiência do uso da energia. O aumento da eficiência energética reduz, também, a emissão de gases de efeito estufa para a atmosfera, ao reduzir o consumo de combustíveis fósseis. (IBGE, 2015, p. 214).

Figura 87 - Consumo final de energia e PIB no Brasil de 1996 a 2012

Fonte: IBGE (2015, p. 215).

Segundo o IBGE, o país tem apresentado uma constante entre o período de 1996 a 2012 na intensidade energética. No entanto, como verifica-se no gráfico acima, o consumo final da energia comparado a geração do PIB, demonstra que o primeiro vem crescendo muito

e em 2012 ocorre a inversão destes fatores, ou seja, houve mais consumo do que geração do PIB.

Especificamente no Estado de Mato Grosso, segundo informações da BEEMT (Balanço Energético do Estado de Mato Grosso e Mesorregiões) publicado em 2015, a produção anual de energia primária renovável cresceu 4,9% enquanto a produção da energia secundária cresceu em 7,9% ao ano.

Para a Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e Secretaria do Estado de Desenvolvimento Econômico do Mato Grosso, que desenvolveram conjuntamente um trabalho de pesquisa neste setor, esta série histórica de crescimento se dá pelo incremento do biodiesel, principalmente de 2010 a 2014. Segundo este estudo, as regiões são distintas em sua produção e caracterização social, no entanto, encontram-se distribuídas grandes usinas de açúcar e álcool, bem como nas que respondem por maior produção de grãos no estado (e que são por consequência maior consumidoras de óleo diesel) aparecem as maiores produções de energia elétrica com origem hidráulica e com um maior estoque de energia no estado. São fatores importantes que tornam o estado com suficiência de energia, que muitas vezes não se reproduzem na eficiência das concessionárias distribuidoras do produto e na conseguinte geração de venda da mesma por uma deficiência enorme nas questões de infraestrutura e falta de investimentos no país (como já demonstrado anteriormente). Tal fator traz ameaças em algumas regiões do estado, que muitas vezes não conseguem acolher investimentos significativos (sejam eles de pequeno, médio ou grande porte) por uma “falsa insuficiência de energia”.

6.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os IDS na Dimensão Econômica de Mato Grosso, revelam que ao estudar o PIB per capita, constatou-se que o resultado apresentado pelo Estado de Mato Grosso é satisfatório, visto que se equiparou a resultados obtidos por estados como São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. Na região Centro Oeste perde apenas para o Distrito Federal, que obtém o maior PIB per capita do Brasil, 50% maior em média que o Estado de São Paulo.

Quanto a Taxa de Investimento em nível Brasil, observa-se que o estudo fica prejudicado, pois o indicador é trabalhado pelo IBGE somente em nível nacional. No entanto, entende-se que o desempenho seja insatisfatório, pelo impacto de apenas 1,6% que o Estado

de Mato Grosso tem no PIB nacional, além de necessidade urgente que o Estado carece em infraestrutura, demandas de investimentos em logística, portos, mecanização, automação e recuperação de solos.

No que diz respeito à Balança Comercial, o indicador tem desempenho muito satisfatório, pois é alcançado pelo Estado o segundo melhor desempenho no saldo positivo gerado. O estado perde apenas para Minas Gerais, mas ganha do Rio Grande do Sul que é terceiro colocado.

Quanto ao Grau de Endividamento, o IBGE aponta somente dados nacionais, onde percebe-se uma melhora considerável na redução da dívida nacional. Já ao analisar o Endividamento dos Estados Brasileiros, o resultado do estado é satisfatório, visto alcançar o 18º colocado quanto aos estados que mais devem à Federação. No entanto, a análise de Comprometimento da Folha de Pagamento, mostrou o Estado de Mato Grosso em situação vulnerável. Por isso, considera-se o resultado obtido muito insatisfatório, visto Mato Grosso aparecer em 7º colocado no ranking dos Estados com a maior Folha de Pagamento, comprometendo mais de 60% de sua folha, quando a mediana nacional está em 56,78%.

Já os indicadores de Consumo de Energia Per Capita, bem como de Intensidade Energética não foram possíveis caracterizá-los com resultados positivos ou negativos, pois as informações geradas pelo IBGE são em nível nacional. No entanto, observou-se um aumento brasileiro no consumo de energia per capita, que empiricamente foi gerado pelo aumento da renda através da elevação do PIB. Já quanto a intensidade energética, observou-se que no ano de 2012, o consumo de energia ultrapassa a proporcionalidade do PIB. Entende-se que isto sempre deveria andar em paralelo, visto ser o PIB o responsável pela geração de riquezas produzidos por uma país.

Gráfico 4 - Desempenho do Estado de Mato Grosso em IDS de Desenvolvimento na Dimensão Econômica

Fonte: Dados da Pesquisa.

Observa-se no gráfico anterior, que houve a seleção de 8 indicadores estudados na Dimensão Econômica. Destes, 3 indicadores (37,5%) ficaram sem análise específica por terem sido alcançados os resultados somente em nível nacional. No entanto, justifica-se a permanência destes indicadores no objeto de estudo, visto serem indicadores primordiais ao desenvolvimento com sustentabilidade, como por exemplo, o consumo de energia per capita, a intensidade energética e o Grau de Endividamento Nacional. Ambos, de uma ou de outra forma, acabam afetando a vida cotidiana e influenciando nas perspectivas de desenvolvimento com sustentabilidade pelos Estados.

O gráfico relata também que os resultados obtidos pelo Estado de Mato Grosso na Balança Comercial foram muito satisfatórios (12,5% dos indicadores estudados nesta Dimensão Econômica).

Com indicadores de resultados classificados como satisfatórios, teve-se 2 indicadores (25%). Os indicadores são a apuração do PIB per capita em uma comparabilidade com os Estados da Federação e o Grau de Endividamento dos Estados, onde o Mato Grosso aparece em 18º lugar no ranking nacional.

Um indicador (12,5%) foi avaliado como muito insatisfatório em seu resultado: o comprometimento da folha de pagamento do Estado. Verificou-se que a situação já é

desconfortável, visto que está em 7º colocado no ranking nacional e comprometendo mais de 60% de sua Folha de Pagamento (56,78% é a média nacional de comprometimento).

Avaliou-se como insatisfatório 1 indicador (12,5%), sendo ele a taxa de investimentos. Mesmo sendo um indicador apurado em nível nacional, percebe-se empiricamente a falta total de investimentos em infraestrutura e pesquisas no Estado de Mato Grosso.