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Capítulo III - Regras de utilização dos equipamentos de trabalho Formação e

1. Máquinas de Elevação e Transporte de Cargas e de Pessoas

1.5. Empilhadores

Designam-se por empilhadores ou por carros automotores de movimentação e de elevação de cargas, todas as máquinas que se deslocam no solo, possuindo tração motorizada e que são capazes de levantar, baixar, transportar e empurrar cargas. De um modo geral os empilhadores apresentam a seguinte constituição:

1. Chassis; 2. Contrapeso; 3. Eixo motriz; 4. Eixo de direção;

5. Mastro (que serve também como protecção anti-capotamento);

6. Porta garfos ou forquilhas; 7. Cilindro hidráulico elevador; 8. Garfos ou forquilhas;

9. Grade para apoio de cargas, protetora do condutor;

10.Pórtico de segurança; 11.Volante com servo direção;

12.Assento com suspensão e cinto de segurança; 13.Espelhos retrovisores.

Fig. 46 – Empilhador

Os principais riscos com a utilização deste tipo de equipamento são:

a queda e choque com objetos;

a queda de objetos sobre os pés;

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de atropelamentos;

de desrespeito pelos princípios ergonómicos;

de entalamentos e esmagamentos;

de capotamentos;

de incêndios ou explosões.

Somente pessoal que seja devidamente habilitado poderá operar com este tipo de equipamento. Relativamente aos equipamentos de trabalho automotores e, de acordo com o art.º 32.º do DL 50/2005, de 25 de fevereiro, só podem ser conduzidos por trabalhadores devidamente habilitados.

Na sua utilização deve ter-se em conta os seguintes pontos:

verificar, se o equipamento possui um certificado de conformidade CE, se está dotado de estruturas FOPS e ROPS (proteção do operador contra queda de objetos e contra capotamento) e se tem uma placa indicadora da carga máxima de transporte. O empilhador que transporta o operador deve ser adaptado ou equipado de modo a limitar os riscos de capotamento, nomeadamente através de uma estrutura que o impeça, ou uma cabina ou outra estrutura que, em caso de capotamento assegure ao operador um espaço suficiente entre o solo e o empilhador, ou uma estrutura que mantenha o operador no posto de condução e o impeça de ser apanhado por alguma parte do empilhador (art.º 25.º do Decreto-Lei n.º 50/2005, de 25 de fevereiro). Esta função é normalmente assegurada pelo mastro do empilhador;

antes de iniciar os trabalhos, verificar:

o funcionamento da buzina e do “pirilampo” rotativo amarelo;

o estado de conservação dos travões e comandos hidráulicos;

o nível de óleo e/ou combustível quando se tratar de empilhadores movidos com motor de explosão;

carga das baterias quando se tratar de empilhadores movidos com motor elétrico;

a pressão dos pneus.

no layout definido nas instalações deverá ser delimitada a via de circulação dos empilhadores bem como a zona de passagem destinada aos peões;

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manobrar o empilhador sentado e com o cinto de segurança ou barra metálica colocada de forma a evitar acidentes;

equilibrar a carga a elevar, devendo por isso, o manobrador ter conhecimento do respetivo centro de gravidade;

amarrar e calçar os materiais nos suportes de forma a evitar quedas de objetos e esmagamentos;

não ultrapassar a carga máxima prevista, nem permitir a movimentação de cargas com um só garfo;

não movimentar as cargas com os garfos elevados, devendo estes estarem sempre colocados a uma altura aproximadamente de 0,15 m relativamente ao solo;

estar sempre atento e olhar constantemente para a direção da marcha;

manter as extremidades do corpo (mãos, pés e pernas) dentro dos limites da cabina do empilhador;

na descida de rampas, manobrar o empilhador em marcha atrás e com a carga

ligeiramente inclinada para trás;

evitar manobras bruscas, conduzindo com velocidade moderada, abrandando nos locais perigosos (ex.: curvas e locais de pouca visibilidade, cruzamentos, passagens com altura limitada, pavimentos desnivelados, etc.), buzinando sempre que se aproximem peões;

nunca abandonar o empilhador sem colocar os comandos na posição de paragem, acionando o travão de mão e retirando a chave de ignição;

nunca anular qualquer dispositivo de segurança. A título exemplificativo pode referir-se o sensor de peso colocado no assento do operador;

inclinar para trás os garfos, no transporte de cargas que possam escorregar;

ao carregar ou descarregar num camião, verificar se a plataforma de passagem é suficientemente resistente;

proibir o transporte e elevação de pessoas no empilhador (exceto o condutor);

respeitar criteriosamente os sinais de trânsito e/ou sinalização de segurança;

não permitir que as pessoas se coloquem debaixo da carga do empilhador;

após ter terminado o trabalho, estacionar o empilhador em locais próprios (devidamente sinalizados e sem ser superfícies inclinadas), colocar os garfos na posição inferior e desligar o motor.

Os empilhadores devem estar equipados com os elementos relativos à segurança, nomeadamente:

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sinalização luminosa/sonora de marcha a ré;

cinto de segurança no assento;

botão de paragem de emergência;

placas indicadoras de:

identificação e dados do fabricante;

diagrama de cargas;

dados técnicos do equipamento;

pressão hidráulica no caso de equipamentos acionados hidraulicamente;

pressão de ar dos pneus;

freio de imobilização;

dispositivo de encravamento por chave;

extintor.

A estabilidade ou equilíbrio do equipamento está condicionada pela posição do centro de gravidade, que pode variar em função das massas das cargas que são manuseados.

A utilização dos garfos não deve provocar o afastamento da vertical do centro de gravidade da carga. Esta situação pode ser grave, principalmente em terrenos inclinados.

As cargas não deverão ser levantadas ou descidas durante o trajeto e os garfos devem ser sempre colocados o mais baixo possível, mas sem bater nas irregularidades do pavimento. Quando a carga for muito volumosa, o empilhador deverá ser conduzido de marcha atrás, para permitir ao operador a visibilidade do trajeto.

Durante as operações de carga e descarga de camiões, utilizando empilhador, os camiões deverão estar bem travados (de preferência com calces) e as rampas de acesso ao seu interior deverão ser antiderrapantes, evitando ressaltos e encravamentos das

rodas dos empilhadores.

Para facilitar a visibilidade deverão instalar-se espelhos de canto nas esquinas das estruturas (semelhantes aos utilizados na circulação rodoviária). É aconselhável a utilização das buzinas sempre que o empilhador se aproximar de locais com pouca visibilidade, podendo mesmo colocar-se nalgumas situações câmaras de filmar.

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Nos termos do disposto nos números 2 e 3 do art.º 32.º, do Decreto-Lei n.º 50/2005, de 25 de fevereiro, apresentam-se a título exemplificativo, algumas medidas passíveis de aplicação, para melhoria das condições de segurança, nos locais de trabalho onde circulem trabalhadores e viaturas:

Situação a melhorar Exemplo/foto Medida a implementar

Perigo de atropelamento de trabalhador // colisão de viaturas durante inversão de marcha

Definição das zonas de circulação de viaturas e disponibilização de zona de inversão de marcha

Pontos mortos de visibilidade Colocação de espelhos para melhoria da visibilidade dos condutores

Velocidade de circulação de veículos // passagem de empilhadores com carga

Abertura nas lombas de controlo da velocidade de zonas de passagem para as rodas dos empilhadores

Circulação de veículos

Circulação num só sentido, estacionamento de marcha atrás e saída de frente

Delimitação das zonas de passagem de trabalhadores e de viaturas

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Situação a melhorar Exemplo/foto Medida a implementar

Implantação de batente que impede veículo de invadir zona de circulação de peões

Organização do trabalho com depósito de chaves dos veículos e entrega após a carga que impede a realização simultânea de duas tarefas

Circulação de peões

Colocação de barreiras delimitadoras nas zonas de circulação

Marcação das zonas de passagem de peões

Circulação de peões entre as filas de viaturas estacionadas

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