• Nenhum resultado encontrado

Capítulo III - Regras de utilização dos equipamentos de trabalho Formação e

3. Informação e formação dos trabalhadores

3.2. Formação

O condutor/manobrador do equipamento de elevação deve estar especificamente habilitado para o efeito, nos termos do art.º 5.º do Decreto-Lei n.º 50/2005, de 25 de fevereiro. A formação referida pode ser desenvolvida pelo empregador, por entidade formadora certificada para o efeito ou por estabelecimento de ensino reconhecido pelo ministério competente e dá lugar a emissão de certificado e registo na caderneta individual de competências nos termos do regime jurídico do sistema nacional de qualificações .47

O Sistema Nacional de Qualificações (SNQ) prevê que a conclusão com aproveitamento de uma ação de formação certificada, não inserida no Catálogo Nacional de Qualificações, é comprovada por certificado de formação profissional, devendo ser certificada através do Sistema de Informação e Gestão da Oferta Educativa e Formativa (SIGO).

O modelo de certificado é emitido através do Sistema de Informação e Gestão da Oferta Educativa e Formativa (SIGO), na área criada especificamente para o registo das ações de formação não inseridas no Catálogo Nacional de Qualificações. Compete às entidades formadoras o dever de manter permanentemente atualizada no SIGO informação sobre os certificados emitidos, designadamente para efeitos de consulta e emissão da caderneta individual de competências de cada trabalhador. Este certificado constitui um meio de comprovação dessa formação, que pode também contribuir para a efetivação do direito individual dos trabalhadores à formação, nos termos previstos nos art. os 130.º a 134.º, do Código do Trabalho. A padronização dos certificados, prevista em Portaria que visa clarificar os

Segurança de Máquinas e Equipamentos de Trabalho

procedimentos exigíveis a todos os operadores de formação certificada, após a conclusão de toda e qualquer ação de formação não inserida no Catálogo Nacional de Qualificações, contribuindo igualmente para a obtenção de um certificado que facilite a valorização e certificação das competências adquiridas.

A criação de um sistema de créditos que possibilite a capitalização coerente de unidades de formação e maior mobilidade e flexibilidade nos percursos formativos, bem como de um instrumento de orientação e registo individual de qualificações e competências (Passaporte Qualifica), que vem permitir não só registar as qualificações obtidas (numa lógica de currículo ou de caderneta), mas também identificar as competências em falta para completar um determinado percurso de formação, por forma a possibilitar a construção de trajetórias de formação mais adequadas às necessidades de cada indivíduo, de entre as diferentes trajetórias possíveis. É também criado o Sistema Nacional de Créditos do Ensino e Formação Profissionais que vem permitir a atribuição de pontos de crédito às qualificações que integram o CNQ, bem como a outra formação certificada não integrada no Catálogo, desde que esta esteja registada no Sistema de Informação e Gestão da Oferta Educativa e Formativa e cumpra os critérios de garantia da qualidade em vigor.

A legislação em vigor vem regular o Sistema Nacional de Créditos do Ensino e Formação Profissionais e o Passaporte Qualifica, com o objetivo de, nomeadamente, promover a flexibilização dos percursos de qualificação, capitalizar percursos individuais de formação e de aprendizagem ao longo da vida e favorecer a legibilidade e reconhecimento do sistema de ensino e formação profissionais por parte dos diversos atores, nomeadamente por parte dos empregadores.

A criação do Passaporte Qualifica vem permitir não só registar as qualificações obtidas (numa lógica de currículo ou de caderneta), mas também identificar o percurso de qualificação efetuado pelo indivíduo. De acordo com o disposto no Código da Estrada, a habilitação para condução de tratores em estrada poderá ser obtida e comprovada por licença de condução ou por carta de condução complementada com a formação habilitante (Conduzir e Operar o Trator em Segurança – COTS de 35 horas ou a correspondente UFCD 9596 de 50 horas, reconhecidos pelo MAFDR). As licenças poderão ser atribuídas por entidades formadoras ou equiparadas, por exemplo através dos Cursos de Operadores de Máquinas Agrícolas (COMA), sob a tutela do Ministério da Agricultura, com conhecimento e autorização do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT, IP).

Segurança de Máquinas e Equipamentos de Trabalho

Nos termos do disposto na Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro, que aprova o Código do trabalho e do art.º 5.º do Decreto Lei n.º 50/2005, de 25 de fevereiro, a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) exige que os condutores e operadores de veículos agrícolas sejam detentores de formação habilitante, que pode assumir a forma de:

Licença de condução válida para a respetiva categoria:

Lic en ça d e c o n d u çã o v álid a

Categorias Veículos agrícolas

Cat. I

Motocultivadores com reboque ou retrotrem e tratocarros desde que a massa máxima do conjunto não exceda 2500 Kg;

Os titulares de licença de condução de tratores agrícolas válida para veículos da categoria I estão habilitados a conduzir e operar máquinas industriais com massa máxima autorizada não superior a 2500 kg.

Cat. II

Tratores agrícolas ou florestais simples ou com equipamentos montados, desde que a massa máxima do conjunto não exceda 3500 Kg;

Tratores agrícolas ou florestais com reboque ou máquina agrícola ou florestal rebocada, desde que a massa máxima do conjunto não exceda 6000 Kg;

Os titulares de licença de condução de trator agrícola válida para veículos da categoria II estão habilitados a conduzir e operar os veículos agrícolas da categoria I, máquinas agrícolas ou florestais ligeiras de massa máxima autorizada não superior a 3500 kg e tratocarros de massa máxima autorizada

Cat. III

Tratores agrícolas ou florestais com ou sem reboque e máquinas agrícolas pesadas;

Os titulares de licença de condução de tratores agrícolas válida para veículos da categoria III estão habilitados a conduzir e operar os veículos agrícolas da categoria I e II.

Carta de condução da categoria B para os veículos agrícolas da categoria II, e das categorias C e D para os veículos agrícolas das categorias II e III, complementadas com curso COTS ou a correspondente UFCD 9596, reconhecidos pelo MAFDR.

C ar ta d e c o n d u çã o v álid a + COT S o u U FCD 9 5 9 6

Categorias Veículos agrícolas

Cat. B + COTS ou UFCD

9596

Tratores agrícolas ou florestais simples ou com equipamentos montados, desde que a massa máxima do conjunto não exceda 3500 Kg;

Tratores agrícolas ou florestais com reboque ou máquina agrícola ou florestal rebocada, desde que a massa máxima do conjunto não exceda 6000 Kg;

Os titulares de carta de condução da categoria B, complementada com o curso COTS ou UFCD 9596 estão habilitados a conduzir e operar veículos agrícolas da categoria I e II, máquinas agrícolas ou florestais ligeiras de massa máxima autorizada não superior a 3500 kg e tratocarros de massa máxima autorizada não superior a 3500 kg.

Cat. C ou D + COTS ou UFCD

9596

Tratores agrícolas ou florestais com ou sem reboque e máquinas agrícolas pesadas;

Os titulares de carta de condução da categoria C ou D, complementada com o curso COTS ou UFCD 9596 estão habilitados a conduzir e operar veículos agrícolas da categoria I, II e III.

Segurança de Máquinas e Equipamentos de Trabalho

O Despacho 3232/2017, de 18 de abril, define os cursos de formação profissional na área da mecanização agrícola e condução de veículos agrícolas, competindo ao Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural (MAFDR), através da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR) e das Direções Regionais de Agricultura e Pescas (DRAP), definir o programa, o regulamento específico, autorizar as entidades formadoras, homologar as ações e reconhecer a formação.

Para as questões ligadas à condução rodoviária de veículos agrícolas deve ser consultada a legislação específica, nomeadamente o Despacho 1819/2019, de 21 de fevereiro.

As licenças de condução de veículos agrícolas emitidas pelas Câmaras Municipais, mantêm‐se em vigor, devendo ser trocadas, por nova licença de condução a emitir pelo IMT, I.P., nos seis meses que antecedem o termo da sua validade ou não tendo averbada data de validade, logo que os seus titulares atinjam o primeiro escalão etário fixado para a revalidação.

A “Carta de condução da categoria F” – emitida pelo IMT, que habilita o seu titular a conduzir veículos agrícolas, obtida antes de 20 de julho de 1998, deve nos termos da legislação em vigor, ser substituída até 31 de dezembro de 2020 pela Licença de Condução de Veículos Agrícolas, pelo que os titulares da mesma devem requerer ao IMT, I.P a troca deste título.

Segurança de Máquinas e Equipamentos de Trabalho

Capítulo IV - Verificações e ensaios por pessoa