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A empresa parceira do projeto é a 'Brotei', especialista em gestão de resíduos orgânicos através da vermicompostagem. Os serviços realizados pela empresa são destinados tanto para usuários residenciais quanto para empresas. Dentre os serviços prestados há a coleta e reciclagem de resíduos orgânicos, composteiras e minhocários de diversos tamanho, oficinas, insumos para horta, entre outros. A empresa possui um modelo de composteira (Figura 06) constituida por três baldes empilhados nos quais ocorre a vermicompostagem.

A Brotei tem a sua sede localizada na cidade de Florianópolis, em Santa Catarina. Seu objetivo é trazer para área urbana a permacultura - planejamento para criação de uma cultura sustentável com base no equilíbrio entre homem e natureza. A ideia é, além de trazer uma opção sustentável para a reutilização de matéria orgânica,

que com o adubo gerado na reciclagem dos resíduos seja possível a fertilização natural de hortas, incentivando assim o consumo de alimentos orgânicos, que trazem inúmeros benefícios ao corpo sendo livres de possíveis toxinas encontradas em alimentos industrializados.

Figura 06: Painel Brotei

Fonte: Brotei, 2017.

Na figura acima (Figura 06) é possível ver os produtos e serviços disponibilizados pela empresa. Os baldinhos empilhados formam o minhocário para a compostagem, já os baldes individuais são utilizados na coleta de resíduos orgânicos, a última foto representa as ações sociais desenvolvidas pela empresa. Caso o usuário opte apenas pelo serviço de coleta de resíduos, ao final do mês terá direito a um vale compras na loja da empresa, onde poderá optar entre adubo e minhocas.

A Brotei não produz os baldes, apenas adapta-os para o reaproveitamento. Furos são feitos na parte inferior do balde para que haja a transição das minhocas e para a formação do adubo. A identidade visual escolhida pela empresa para os

minhocários foi o tecido de algodão caracterizado por cores fortes, a chita (Figura 07).

Figura 07: Painel chita

Fonte: Autoria própria, 2017.

A empresa trabalha com compostagem e possui o minhocário, mas não apresenta nenhum produto destinado ao resultado proveniente do processo de reciclagem, o adubo. Dar um destino para o fertilizante gerado através do processo de vermicompostagem tornaria a ideia de possuir uma composteira mais atrativa pois possibilitaria o usuário explorar todo um ciclo de reciclagem, incluindo a introdução do produto final novamente a um sistema. Acrescentar uma horta com o intuito de fechar o ciclo de reciclagem de matéria orgânica auxiliaria os usuários que não possuem área verde em sua residência utilizar o adubo.

Vê-se como principal oportunidade de projeto a introdução de um produto voltado para o plantio, uma vez que a empresa não possui nenhum tipo de produto destinado ao plantio. Tal produto tornaria mais atrativa a ideia de possuir uma composteira, uma vez que o usuário disporia de todas as ferramentas para ter um ciclo constante de reciclagem de resíduos orgânicos.

3 MÉTODO

O HCD, Human Centered Design, é um processo com diversas ferramentas de uso flexível, uma vez que para uma melhor adequação ao projeto, selecionam-se as ferramentas que mais se encaixam no contexto do projeto que está sendo desenvolvido. Tais ferramentas possibilitam a geração de soluções inovadoras para o mundo, mudando a vida das pessoas. Pode-se usar o HDC em conjunto com outros métodos para complementá-los, servindo como uma espécie de suporte.

Uma vez que o presente projeto volta-se para a geração de uma solução com cunho ambiental, o HCD vem para auxiliar a perceber as necessidades do usuário de forma diferente, e assim programar uma solução viável para o público alvo.

Para poder chegar a uma solução satisfatória utiliza-se a lógica das três lentes (Tabela 01), onde analisa-se as soluções perante cada lente. Tem-se uma função distinta analisada por cada lente, que estuda uma área específica do projeto. As lentes servem para visualizar uma possível realidade em que o projeto se encontra. Não se pode apenas visualizar os desejos do usuário (Lente do desejo), a alternativa gerada deve pensar na efetividade e na acessibilidade da alternativa a ser introduzida. A solução proposta deve estar inserida na intersecção das três lentes (Figura 08) para que contemplem da melhor forma possível os desejos dos usuários, mas também seja praticável e viável.

Tabela 01: Ferramentas das três lentes

Lente do desejo Lente da praticabilidade Lente da viabilidade O processo começa com a

identificação dos desejos dos usuários. A lente do desejo faz uma primeira examinação dos desejos,

necessidades e comportamentos dos

usuários.

Na segunda lente analisa-se a praticabilidade do projeto

diante a realidade do contexto em que o projeto

está inserido. Para isso avaliam-se as possibilidades

técnicas e organizacionais.

Nessa lente faz-se uma análise da parte financeira. As soluções geradas devem ser praticáveis,

mas também financeiramente viáveis aos usuários levando em consideração contexto em

que o projeto está envolvido.

Figura 08: Três lentes do HCD

Fonte: IDEO, 2009.

O processo do HCD divide-se em 3 grandes fases, Hear (Ouvir), Create (Criar) e Deliver (Implementar). A primeira fase é Ouvir (Hear), nessa etapa deve-se coletar dados sobre as pessoas as quais o projeto é destinado, para isso faz-se pesquisas de campo e entrevistas. As histórias dos usuários e comportamento são pontos a serem levados em consideração, já que as próprias pessoas sabem melhor quais as suas necessidades e desejos. Nessa fase ouve-se as pessoas para saber em que contexto o projeto deve se adequar.

A segunda fase é Criar (Create), nessa etapa interpreta-se os dados coletados vindos dos usuários para então iniciar o processo de criação. Faz-se o uso de protótipos nessa etapa para facilitar a visualização da solução. Aconselha-se a abstrair

as informações concretas ampliando o leque de possibilidades, posteriormente apura- se as possibilidades estreitando-as para implementá-las nas soluções a serem criadas.

A última etapa é Implementar (Deliver), é nessa etapa que começa a execução das soluções geradas em conjunto com estimativas de capacitação, custos e receitas.

Cada uma dessas fases do HCD traz processos específicos a serem feitos, e exigem tempos diferentes de projetação. Durante todo o projeto o designer alterna entre pensamento abstrato e concreto dependendo da função a ser executada em cada uma das etapas. Por exemplo, no pensamento abstrato da fase de criação o designer irá utilizar os métodos de criatividade para gerar o conceito.

No esquema a seguir (Figura 09) fica visível que a fase Criar exige mais tempo que as demais e se passa mais no abstrato que no concreto.

Figura 09: Fases HCD

Fonte: IDEO, 2009.

O esquema apresentado acima (Figura 09) auxilia na formulação de um cronograma a ser seguido no desenvolvimento do projeto.

Todas as ferramentas inseridas no método auxiliam o designer a adequar o projeto à realidade do usuário, uma vez que nem sempre o projetista está familiarizado com o contexto em que a solução deverá ser implementada.

No caso desse projeto serão executadas as três fases do HCD até a etapa de prototipagem. A parte de implementação ainda não será realizada, mas todas as diretrizes para um futuro teste de implementação serão elaboradas no projeto.

4 COLETA DE DADOS E RESULTADOS

A coleta de dados foi dividida em três partes: iniciando com a análise de similares, tendo como intuito reunir informações sobre o que existe no mercado atualmente. A segunda parte foi um questionário, executado para filtrar informações dos usuários e ouvir os seus desejos. A terceira parte foi o estudo do público alvo, para entender suas necessidades e estilo de vida, para na próxima etapa desenvolver os requisitos de projeto e assim desenvolver alternativas que melhor se adequem aos usuários alvo.

Após cada análise foram levantados algumas necessidades observadas que formaram os requisitos posteriormente. Cada necessidade destacada foi exemplificada com um símbolo no final da análise.

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