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serviços rotineiros, cujas características se orientam mais para o perfil de

instituições como os Centros Tecnológicos e os organismos públicos ou outros

que prestam serviços nas áreas da certificação e homologação de produtos.

A I&D, no sentido convencional e que se ajustaria mais ao relacionamento

com universidades e estruturas de I&D de matriz universitária, é ainda um

esforço que só é viável e perceptível em casos muito pontuais de empresas

que possuem uma estratégia muito clara de investimento em I&D e que

procuram uma selecção criteriosa de parceiros que possam responder aos

seus objectivos nessa área.

2.2 - Estudos do Vale do Ave e do Vale do Sousa

Estes dois estudos tiveram em comum o facto de terem sido solicitados por Associações de Municípios: A AMAVE-Associação de Municípios de Vale do Ave (concelhos de Fafe, Guimarães, St.Tirso, Vila Nova de Famalicão, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Póvoa de Varzim e Vila do Conde) e a AMVS- Associação de Municípios do Vale do Sousa (concelhos de Penafiel, Paredes, Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira e Castelo da Paiva).

2.2.1. A síntese de caracterização do "Estudo sobre o Agrupamento de Municípios do Vale do Sousa" subdividia-se em 7 pontos (cf. QUATERNAIRE,

1992):

1. Caracterização genérica 2. Demografia

3. Ambiente e Recursos Naturais

4. Povoamento, Infraestruturas e Organização do Território 5. Actividades Económicas

6. Recursos Humanos

7. Condições Sociais e Quadro de Vida

A este conjunto de abordagens sectoriais seguia-se uma definição do Modelo de Desenvolvimento e, finalmente, um exercício prospectivo de esboço de Cenários de Evolução Tendencial, que, em relatório seguinte, informaria o conjunto de propostas de linhas de estratégia de intervenção e linhas de desenvolvimento para os anos 90, tendo em conta, especialmente, o Novo Quadro Comunitário de Apoio.

Segundo a estrutura de organização do estudo, o nosso contributo situou-se, fundamentalmente, no 5o ponto. A metodologia utilizada na análise dos

Serviços às Empresas teve como principal pano de fundo o de perceber a dinâmica da base produtiva local, na vertente específica do efeito que esses serviços desempenham enquanto componentes do processo geral de modernização da base produtiva local e de desenvolvimento económico. Assumiu-se, assim, desde o início, que as funções de serviços cumpriam funções estratégicas no processo de modernização produtiva - como veículos da difusão e implementação de novas soluções organizativas, tecnológicas e de inovação dos produtos e estratégias de comercialização -, constituindo-se igualmente como factores de diversificação e qualificação do emprego. Hipoteticamente, o resultado deste tipo de dinâmicas contribuiria também

para o aumento da coesão do tecido produtivo local, e para um generalizado aumento dos seus factores de sustentação e atractividade económicas.

Paralelamente, avançava-se ainda com uma hipótese inicial sobre o efeito da localização dos serviços enquanto agentes activos da afirmação de dinâmicas de aglomeração e de centralidade urbanas. No contexto geográfico do Vale do Sousa, esta última questão revelava-se de especial importância, dado que, uma vez verificada, constituiria um argumento importante no esbatimento da posição dependente, convencionalmente associada à imagem periférica do posicionamento destas manchas industriais excêntricas face ao núcleo da metrópole portuense.

Mais do que um trabalho descritivo e exaustivo do panorama dos Serviços às Empresas no Vale do Sousa (a informação estatística de que dispúnhamos, e a sua qualidade, não contribuía muito para tal objectivo), optou-se por uma abordagem de tipo estratégico, isto é, tendente a identificar as principais potencialidades e bloqueamentos do processo de expansão e diversificação local dos Serviços às Empresas. Nesse sentido, atribuíu-se uma importânica prioritária à informação recolhida no terreno, junto de empresas privadas e instituições (Centros Tecnológicos, Escolas Profissionais, Associações Empresariais, etc.) consideradas importantes pelos diversos informadores a que recorremos (complementarmente, dispúnhamos de informações das Páginas Amarelas, dos Quadros de Pessoal do Ministério do Emprego e Segurança Social e de listagens fornecidas por Associações Empresariais locais e Câmaras Municipais). As cerca de 46 entrevistas que realizámos localmente (36 empresas privadas de prestação de Serviços às Empresas e 11 instituições não privadas) seguiram um quadro de abordagem de tipo funcionalista, tendente a clarificar o tipo de dinâmicas de interrelação dos serviços com o tecido económico local, mais do que uma análise descritiva demasiado centrada nas especificidades de cada instituição (empresarial ou não) contactada.

O quadro économico-territorial do Vale do Sousa revelou-se, no entanto, bastante complexo em termos da sua abordagem. .

O modelo geográfico é caracterizado por uma. grande falta de coesão territorial, num contexto generalizado de urbanização difusa e rarefeita. Genericamente, o quadro global do território caracteriza-se por:

um padrão de urbanização excessivamente fragmentário, resultante de processos espontâneos de construção, donde resulta uma grande ilegibilidade analítica do t e r r i t ó r i o ;

uma má qualidade do suporte viário, especialmente nos casos em que a malha dos caminhos rurais e das estradas municipais funcionou como estruturante de uma urbanização lateral mais ou menos intensa;

uma indefinição de centralidades, dividida entre a estrutura policêntrica assente na pequena dimensão das sedes concelhias, em precipitações pontuiais de aglomerados mais recentes junto dos cruzamentos viários principais e em manchas lineares do tipo "estrada-mercado";

uma situação generalizada de pouca diversificação e qualificação de funções urbanas ao nível da oferta de comércio, serviços e estruturas culturais e de lazer.

QUADRO 1.2 - Vale do Sousa: evolução demográfica e dimensão populacional

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