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Concelhos 1970 1981 1991 81/91 % Freguesia/sede 1991 C.Paiva 16 165 17 026 .. 16274 -4.4 2 049 Felgueiras 41 625 48 015 51 364 7.0 6 8 9 7 Lousada 31 865 37 904 41 936 10.6 2 809 P.Ferreira 33 655 40 687 42 890 5.4 4 2 6 3 Paredes 53 140 67 693 72915 7.7 5 146 Penafiel 53 715 64267 67 635 5.2 8 902 Yale Sou3a 230165 275 592 2 9 3 0 1 4 6.3

Fonte: INE, RGP (1991, Resultados Provisórios)

Nota: Na última coluna consideraram-se as delimitações dos aglomerados urbanos do RGP, 1991.

QUADRO 1.3 - Vale do Sousa: principais especializações industriais. 5 «0 ff> LU Ol Z Pessoa l Serviç o •^ X «D 1— o > o ■o «0 o Madeir a Mobiliári o 321 322 5 324 ° 332 * Concelhos 5 «0 ff> LU Ol Z Pessoa l Serviç o •^ X «D 1— o > o ■o «0 o Madeir a Mobiliári o 321 322 5 324 ° 332 * Concelhos 321 322 324 332 C.Paiva 12 441 Felgueiras 73 6415 1123 3920 ' 78.6 Felgueiras 73 6415 1123 \v*\\\\\s ' 78.6 Lousada 29 2337 1262 609 80 83.5 Lousada 29 2337 s\\\\\\\V\ 609 80 83.5 P.Ferreira 103 3691 247 1161 1511 79.1 . P.Ferreira 103 3691 247 1161

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79.1 . Paredes 136 3424 2425 70.8 Paredes 136 3424 \\\\\\\Vv\V 70.8 Penafiel 31 1308 252 651 69.0 Yale Sou3a 384 17616 1622 3074 4529 4016 75.2

Fonte: INE, Estatísticas Industrias, 1988

À escala global, o modelo urbano concêntrico, fisicamente delimitável, perde, assim, totalmente o seu sentido. Ao mesmo tempo, por mudança de escala e atendendo ao mosaico urbano do conjunto dos seis municípios, a leitura da "cidade difusa" torna-se difícil, quer ao nível analítico, quer, sobretudo, ao nível da busca de uma nova lógica que dê sentido a esse conjunto.

As situações verificáveis são de vária ordem: ora existem tendências de quase coalescência urbana entre aglomerados próximos (caso de Paredes/Penafiel), ora se perdem efeitos de aglomeração e de escala na pequena dimensão de aglomerados urbanos mais excêntricos (Castelo de Paiva, por exemplo); por outro lado, alguns efeitos de "cidade-estrada", sem

solução de continuidade (o alinhamento do comércio de móveis, misturado com unidades industriais, residências, comércio a retalho, cafés,..., ao longo da estrada que dá acesso a Paços de Ferreira), diluem-se na rarefacção de usos mais agrícolas e de um povoamento de malha mais larga. Da análise que foi realizada sobre a dotação ferroviária, rodoviária, acessibilidades e ligações à AMP, deduz-se também uma situação clara, em que as relações de integração com a AMP (sobretudo depois da construção recente do troço da IP4 até Penafiel) se reforçam, em desfavor das ligações longitudinais entre as diferentes sedes e aglomerados urbanos do Vale do Sousa (cf.QUATERNAIRE, 1992, 72).

Nesta mancha urbana e industrial, ao mesmo tempo difusa e rarefeita, a evolução do processo de urbanização tem como resultado um nivelamento "por baixo", isto é, traduzido por modelos urbanos com graves deficiências qualitativas e ambientais (má qualidade das infraestruturas viárias, pouca cobertura das redes de fornecimento de água e, sobretudo, de saneamento e recolha e reciclagem de resíduos, sub-dotação de equipamentos sociais, etc.). Esse tipo de nivelamento explica-se pela dominância de uma base industrial que não proporciona níveis médios de salário/rendimento que permitam sustentar uma oferta mais qualificada de funções, que não fixa quadros e empregos qualificados, que induz comportamentos imediatistas face aos projectos escolares e profissionais dos mais jovens, que enviesa as atitudes face à escola e à formação de base, etc.

Aparentemente, a análise do quadro geográfico do Vale do Sousa insere-se, pois, num contexto local com um estatuto de periferia. A condição local é normalmente entendida como referindo-se a um quadro territorial dotado de uma certa identidade, privilegiando-se a componente endógena do desenvolvimento e da base produtiva, numa perspectiva de valorização das condições e recursos que fazem a especificidade própria dos lugares. Domina, por isso, uma lógica "vertical" da análise, conducente a uma leitura integrada das relações existentes entre as formas de produção, o mercado de trabalho, o quadro de vida, as condições locais de regulação socio- económica e administrativa, etc.. Ao nível da formalização das propostas de intervenção, tende-se para a avaliação e o envolvimento da capacidade empresarial local, das instituições e agentes locais do desenvolvimento, numa perspectiva que parte mais do diagnóstico "compreensivo" das situações, bloqueamentos e potencialidades, "de baixo para cima", do que da tentativa de implementar soluções esteriotipadas, transplantadas de outros contextos e promovidas por agentes exteriores.

Por sua vez, a condição periférica é normalmente conotada com a dependência (neste caso, sobretudo face à AMP), a anomia, a subalternidade hierárquica, a ausência de centralidade, a subdotação em funções, a imagem caótica, incoerente, sub-infrastruturada, ou seja, com uma situação em que a marginalidade económica corresponde também a uma marginalidade social e a uma situação territorial incaracterística e desqualificada. Domina, neste caso, uma lógica de análise "horizontal", em que a realidade periférica é sempre equacionada como uma malha, um nó dependente de um sistema mais alargado e de umas relações exógenas dominantes e estruturantes.

No caso do Vale do Sousa, quer a avaliação do quadro territorial, quer a avaliação do quadro económico, contêm dimensões de uma e de outra condições.

No referente à questão da identificação do modelo económico local, a realidade apresenta-se mais como um mosaico de situações diversas do que como uma homogeneidade. Aos dois sistemas produtivos dotados de uma certa coerência e de uma clara transposição territorial - as fileiras do mobiliário (Paços de Ferreira e Paredes) e do calçado (Felgueiras), (QUADRO 1.2) -, soma-se uma diversidade de situações que vão desde o modelo rural tradicional em declínio pontuado por algumas experiências isoladas de investimento industrial estrangeiro (Castelo de Paiva), até situações menos tipificadas de proliferação de outras indústrias (a confecção em primeiro lugar, mas também a exploração de granitos), que, apesar do dinamismo recente e da importância que detêm ao nível do emprego, não permitem identificar situações cuja lógica de problematização se adapte a um cenário de exequibilidade estritamente local. Estas situações atípicas de industrialização recente não assumem também efeitos sistémicos, ou seja, de organização de relações inter-empresas, tendentes a viabilizar um modelo de fileira coesa e espacialmente inscrita (as duas maiores empresas de confecção que visitámos trabalham numa lógica de sub-contratação internacional, limitando-se a confeccionar peças de vestuário com base em tecidos já cortados e enviados pelo cliente final; a integração local, episódica, faz-se apenas por extensão desta sub-contratação, em períodos de grande produção, a outras pequenas unidades produtivas).

No caso da indústria da madeira/mobiliário, o principal entrave à fixação dos serviços reside na reduzida procura que o sector é capaz de desencadear. Trata-se de um tecido industrial onde proliferam as micro- empresas de base artesanal, familiar e quase informais; predominam tecnologias tradicionais e estruturas organizacionais muito simplificadas; modelos copiados ou adaptados de revistas de decoração, catálogos, de feiras, etc.; culturas empresariais de formação muito empírica e resistentes à mudança; uma orientação quase exclusiva para o mercado interno, etc. A proliferação de grandes estruturas comerciais especializadas na venda de mobiliário (comprando directamente nas empresas locais, contratando a produção de modelos próprios e importando algum mobiliário estrangeiro), vendendo sobretudo a clientes individuais que aqui se deslocam de todo o país, constitui, o único caso da existência de efeitos multiplicadores ao nível da expansão e da especialização da fileira do mobiliário, por inclusão de

actividades de serviços. Promove-se, assim, um serviço especializado a

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