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Dez

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Reunir estudantes, profissionais e professores da área de Secretariado, níveis técnico, tecnólogo e bacharel do país para discutir temas que perpassam a vida acadêmica e profissional, realizar debates técnico-científicos com a apresentação de trabalhos científicos que são elaborados pelos estudantes em parceria com os professores e profissionais de secretariado e outras áreas do conhecimento e publicados nos anais do evento e em periódicos científicos. Espera-se fortalecer a imagem de que estudante de Secretariado sendo engajado com a profissão a partir do seu ingresso na academia poderá ter retorno positivo e alocação no mercado de trabalho. (ENESEC, 2018)

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

Percebe-se que tanto o COINS quanto o CONSEC são eventos que abordam aspectos da atuação profissional da área. O primeiro, realizado pelo Sindicato das Secretarias e dos Secretários do Estado de São Paulo (SINSESP) desde o ano de 2011, direciona os seus objetivos para a atuação do profissional de Secretariado em ambientes empresariais. O segundo, realizado pela Federação Nacional de Secretárias e Secretários (FENASSEC) desde o ano de 1978, estende as discussões para a participação do profissional em diferentes contextos.

Por outro lado, o ENESEC e o ENASEC são eventos que, além de se preocuparem com o exercício profissional, debatem o seu processo de formação e

evidenciam o desenvolvimento acadêmico científico da área. O primeiro é um evento itinerante, quanto a sua organização, realizado desde o ano de 2008, que direciona as suas discussões em torno da formação acadêmica e atuação profissional da área. O segundo teve a sua primeira edição no ano de 2011, sendo, atualmente, um evento promovido pela ABPSEC. Ele possui um cunho acadêmico que visa discutir e fortalecer a pesquisa científica, sendo um dos esforços da ABPSEC em busca do reconhecimento científico da área de Secretariado.

Além de conhecer o sistema de comunicação científica, é salutar compreender qual tipo de conhecimento vem sendo produzido e comunicado e difundido, tendo em vista que a área ainda não possui os aspectos do seu conhecimento bem estruturados e fundamentados. E estas questões são discutidas na próxima seção.

3.3 O CONHECIMENTO EM SECRETARIADO EXECUTIVO: DAS BASES EPSTEMOLÓGICAS À SUA PRODUÇÃO

Com a necessidade da produção e disseminação do conhecimento em Secretariado executivo como condição para o seu acúmulo de capital científico, no contexto do sistema de recompensa discutido na seção 3 deste trabalho, visando o seu reconhecimento junto aos órgãos de pesquisa, é inevitável que haja uma preocupação relacionada com o caráter original do seu conhecimento, a fim de se gerar um processo de estabelecimento/construção, resgate ou identificação das suas bases epistemológicas.

É consenso entre os pesquisadores da área que para que aconteça um destes processos, o cerne do Secretariado precisa ser histórica e epistemologicamente aprofundado (NONATO JÚNIOR, 2008; MAÇANEIRO, 2012; PEREIRA; MOREIRA; BAETA, 2012; NASCIMENTO, 2012), pois esta discussão na área ainda é

permeada por indefinições, indagações e questionamentos. É uma necessidade que está surgindo em contexto de intensas discussões acadêmicas e esforços de poucos, para levar adiante uma ideia de formação enquanto ciência, por meio de crescimento e enquadramento em área de conhecimento (MAÇANEIRO, 2012, p. 75).

Isto permitirá que a área delimite os seus aspectos práticos, metodológicos, teóricos, seu objeto de estudo e seus objetivos, desenvolvendo o que poderá ser considerado a “Teoria do Secretariado Executivo”. Apenas após se obter resultados conclusivos sobre esta discussão, será possível identificar a qual grande área de conhecimento o Secretariado Executivo pertence.

Por isso, algumas propostas acerca do alicerce do conhecimento na área giram em torno do seu aspecto interdisciplinar. Sabino e Marthelli (2009) defendem que a construção de uma teoria do Secretariado está naturalmente alicerçada em outras ciências, o que constitui o seu objeto como interdisciplinar e não autônomo.

Buscando sugerir a natureza do conhecimento em da área, Holler (2006) a discute sob a perspectiva da sua formação acadêmica, uma vez que ela é fundamentada, em seu conteúdo, com base em diferentes áreas do conhecimento, como Administração, Contabilidade, Economia, Direito, Filosofia, Letras, Linguística, Psicologia, Sociologia e outras que também contribuem para a formação deste profissional.

Para o autor, essa construção interdisciplinar do conhecimento em Secretariado Executivo pode levar a área a assumir um posicionamento mais técnico e menos teórico, mais profissional e menos acadêmico, uma vez que a construção curricular da área faz com que o curso ofereça “oportunidades para que o acadêmico obtenha a teoria e a prática e amplie a extensão dos seus conhecimentos, mas sua especificidade, quase sempre, movida pela necessidade de contribuir para fins práticos, de ordem mais ou menos imediata” (HOLLER, 2006, p. 144).

Durante e Pontes (2015) corroboram com esta interdisciplinaridade e também defendem que ela é atestada pela aproximação da área com determinadas áreas do conhecimento, descrita nas grades curriculares dos seus cursos, o que sugere uma base teórica apoiada em áreas como Administração, Economia, Letras, Linguística e Educação. Entretanto, os autores também consideram que, apesar da necessidade de interação com outras áreas de conhecimento que proporcione sustentação – pois não se pode rejeitar a contribuição estrutural que uma ciência proporciona a outra (MORIN, 2000) – “faz-se necessário construir um domínio de conhecimento próprio para que o Secretariado tenha uma identidade científica mais clara, que possibilite diferenciá-lo das demais áreas que dialoga” (p. 28).

Assim, na tentativa de delimitar o domínio da área, Nonato Júnior (2009) partindo do princípio que a área se relaciona e se desenvolve mais fortemente com as questões da assessoria, o autor faz um resgaste histórico nesta perspectiva, para, por fim, propor que seja criada uma Teoria Geral do Secretariado (TGS) e que esta esteja alicerçada no que ele chamou de “Ciências das Assessorias”, a qual deva ser considerada pertencente ao Grupo das Ciências Sociais Aplicadas, definindo-a como a ciência que “estuda as relações, teorias e práticas que envolvem o conhecimento produzido em situação de assessoria, seja de ordem profissional, intelectual ou interdisciplinar" (NONATO JÚNIOR, 2009, p.152).

Quadro 4 – Correntes Teóricas do Conhecimento em Secretariado Executivo baseadas nas Ciências das Assessorias

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