• Nenhum resultado encontrado

Para que iniciativas de participação e de controle social na administração pública pudessem traduzir-se em democratização é necessário que os cidadãos representem de fatos os interesses da comunidade e não sejam considerados clientes ou representantes de interesses corporativos. Além disso, a participação não deve ser meramente consultiva, nem focada em questões técnicas ou gerenciais, mas deve compreender a possibilidade de discutir e deliberar sobre questões políticas. Por isso, a participação deve se desenvolver em todos os níveis do governo, desde a formulação das estratégias mais gerais de atuação do Estado até as políticas setoriais e locais, encarregadas de sua implementação.

Para tanto é necessário que surjam na sociedade civil interlocutores coletivos - grupos comunitários, movimentos sociais, e na medida do possível, atores sociais desarticulados, mas motivados para o engajamento em práticas participativas que sejam ativas e representativas, sem dependência administrativa e financeira do Estado. Isto cria, portanto, as condições de romper com as práticas tradicionais do autoritarismo, clientelismo e assistencialismo.

O engajamento social pode ser percebido pela forma com que representantes da sociedade civil se organizam para garantir o reconhecimento de valores diversos e assegurar uma firme articulação com as políticas adotadas e ações resultantes. A participação da sociedade na gestão da coisa pública por meio dos conselhos gestores

36 possibilitam se engajamento civil na formulação de políticas públicas e no controle das ações governamentais e dos negócios públicos.

Desse modo perguntou-se ao entrevistados se o conselho contribui para tornar o cidadão andreense participativo com relação às questões da cidade.

Princípio 2 – Transparência

A transparência é dada por meio da divulgação ampla, inclusive pela internet, mas não exclusivamente, de planos e ações, leis, relatórios de prestações de contas, relatórios resumidos da execução orçamentária e gestão fiscal, bem como pelas versões simplificadas de tais documentos.

A transparência não deve ser a mera divulgação de informações, mas é preciso que essas informações sejam compreendidas pela sociedade e, portanto, devem ser dadas em linguagem clara e acessível. Dessa forma, a transparência tem por objetivo permitir um controle social mais efetivo, partindo do pressuposto de que, conhecendo a situação do município, o cidadão terá muito mais condições de cobrar, exigir, fiscalizar.

Para garantir a transparência, é necessário prever mecanismos de informação à disposição da sociedade, entre os quais pode-se destacar: participação em audiências públicas, estabelecimento de um Sistema de Informação, mecanismos de implementação para monitoramento e avaliação, divulgação das informações gerenciais e auditoria. Ou seja, garantir que a população tenha condições de opinar e participar do planejamento das cidades.

Quanto à transparência foi analisado se a Subprefeitura de Paranapiacaba e Parque Andreendse - SPPA divulgaria os dados importantes para a sociedade e quais informações são necessárias, na opinião do Conselho, para ocorrer essa participação efetiva da sociedade civil na tomada de decisão.

37 Princípio 3 – Prestação de Contas

Prestar contas consiste em reconhecer e assumir com responsabilidade e transparência os impactos das políticas, decisões, ações, produtos e desempenho a eles associados, sejam eles positivos ou negativos. Isto, obriga uma organização a envolver os atores na identificação, na compreensão e também na capacidade de responder aos assuntos e preocupações sobre sustentabilidade, e relatar, explicar e estar disponível para se responsabilizar sobre suas decisões, suas ações e seu desempenho.

Se a sociedade for realmente ouvida, obriga o Estado a dar resposta às suas preocupações, melhorando assim seu desempenho. Tal atitude aumentaria os conhecimentos e a legitimidade das instituições, bem como os valores que se afirmam ou que resultam desse diálogo, melhoria a sua reputação e a sua eficiência.

Assim, perguntou-se aos entrevistados se o conselho contribui para que a prefeitura assuma as consequências de seus atos.

Princípio 4 – Igualdade e inclusão social como gênero, ética, idade, religião.

O envolvimento dos distintos sujeitos sociais garante a legitimidade, a governabilidade e a democratização da gestão dos bens públicos, na medida que engloba diferentes visões e necessidades inerentes dos diversos grupos, classes e realidades sociais.

Perguntou-se, então, se o conselho contribui com a promoção da igualdade participativa, sem distinção de sexo, religião, etnia, entre outros, em Santo André.

38 Princípio 5 – Comportamento honesto e ético

O processo de governança só se aperfeiçoa quando se é guiado por valores éticos como justiça, honestidade, prudência, liberdade, responsabilidade, sinceridade, respeito. Sem ética, o Estado é manipulado por gestores inescrupulosos seja numa democracia autoritária, sejam numa democracia sem controle e a impunidade sobrevém trazendo como conseqüência inevitável a desconfiança do sistema. Nenhuma proposta de gestão pode ser bem-sucedida sem que haja confiança por parte das pessoas nas instituições.

Desse modo, a falta de confiança que os cidadãos tenham na efetividade do Estado em dar solução aos seus problemas, descrendo que o Estado tenha um desempenho satisfatório, leva os cidadãos a recorrerem ao suborno ou outras atividades que envolvam alguma das faces da corrupção.

Assim, perguntou-se aos entrevistados se o conselho contribui para que os administradores de Santo André sejam éticos e honestos.

Princípio 6 – Equidade

A eqüidades está fundamentada nas relações sociais que determinam as chances da população obter acesso aos recursos materiais e aos produtos sociais resultantes daqueles recursos (infra-estrutura, transporte, saneamento, laser, entre outros).

Melhorar a qualidade de vida dos grupos socialmente vulneráveis, buscando romper o ciclo negativo da pobreza, da degradação dos recursos e do meio ambiente, implica em garantir os direitos universais que permitam aos diferentes grupos sociais o desenvolvimento de suas capacidades, proporcionando condições melhores para o desenvolvimento social.

Nesse sentido, perguntou-se aos entrevistados se o conselho contribui para que a vida dos andreenses menos favorecidos melhore.

39 Princípio 7 – Capacidade para competir no ambiente global

Para uma cidade ser considerada global é necessário que ela exerce influência em nível mundial. Segundo FERREIRA (2003) uma cidade global tem as seguintes características: familiaridade internacional, ou seja, todos conhecem sua localização não é necessário citar o país, por exemplo, Londres, Paris e Nova Iorque; influência e ativa participação em eventos organizacionais como, por exemplo, as conferências realizadas pela ONU; população de pelo menos um milhão de habitantes; aeroporto internacional de grande porte; sistema avançado e eficiente de transporte; sedes de grandes companhias multinacionais, bolsa de valores que possua influência na econômia mundial; presença de redes multinacionais e instituições financeiras de grande porte; infra-estrutura avançada de comunicação; presença de instituições de arte como museus. Tendo em vista que esta pesquisa é realizada no âmbito local e que o Município estudado está localizado na Região Metropolitana de São Paulo, considera-se para a análise o Estado de São Paulo, como ambiente global.

Nesse sentido, foi perguntado para os entrevistados se o conselho contribui para que os demais cidadãos do Estado de São Paulo considerem a cidade de Santo André importante, tanto do ponto de vista ambiental como econômico.