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3.1.1. Caracterização do agrupamento e das escolas do 1º e 2º Ciclo do Ensino Básico

O projeto de intervenção pedagógica foi implementado num agrupamento de escolas pertencente ao concelho de Braga, num primeiro momento, numa escola básica de 1.º Ciclo, e num segundo momento, numa escola básica de 2.º e 3.º Ciclo.

O agrupamento de escolas situa-se no ‘coração’ urbano da cidade, num território com forte densidade populacional e com alto dinamismo socioeconómico e cultural. Esforça-se por ser uma organização educativa local, nacional e internacional de referência, tendo como principal foco o desenvolvimento da cidadania e da interculturalidade para e com a comunidade educativa. Apresenta várias ofertas educativas, tais como Educação Pré-Escolar, 1.º, 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico e, ainda, 1.º, 2.º e 3.º Ciclos do Programa Integrado de Educação e Formação.

As escolas do 1.º Ciclo do agrupamento, genericamente, têm sofrido várias obras de requalificação e ganho inúmeros materiais informáticos e didáticos, o que é uma mais-valia para o processo de ensino e aprendizagem dos alunos. O espaço onde o aluno e o professor estão inseridos pode ajudar em muito o processo de ensino e aprendizagem, isto porque, quando o espaço é didaticamente rico é exequível chegar mais longe.

A escola sede, escola do 2.º e 3.º Ciclo do Ensino Básico, foi totalmente renovada (processo concluído em 2015) tornando-se num estabelecimento educativo moderno com excelentes condições, não só para a aprendizagem dos alunos, mas também para a prática desportiva, facto comprovado na procura e utilização frequentes da escola e do pavilhão gimnodesportivo, seja pelas diversas instituições da cidade seja pela comunidade em geral.

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Insatisfaz Satisfaz Bom Muito Bom

N úm ero de Al un os Níveis de Avaliação

Avaliação dos Alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico

1º Período 2º Período 3º Período

3.1.2. Turma do 1º Ciclo do Ensino Básico

No contexto de 1.º Ciclo do Ensino Básico, o projeto de intervenção pedagógica foi implementado numa turma do 2.º ano de escolaridade, constituída por 22 alunos, 13 raparigas e 9 rapazes, dos quais um apresentava necessidades educativas especiais (NEE), com idades compreendidas entre os 7 e os 8 anos. Tratava-se de uma turma heterogénea, com aptidões e ritmos de aprendizagem distintos, composta por vinte alunos de nacionalidade portuguesa e dois de nacionalidade estrangeira (ucraniana e brasileira).

O projeto de intervenção pedagógica adveio da área curricular de Matemática, por essa razão foi importante conhecer o desempenho dos alunos na mesma, o que é ilustrado na Figura 2.

Figura 2. Classificação obtida pelos alunos do 2.º ano de escolaridade, ao longo do ano letivo, a Matemática.

Da análise da Figura 2 é possível constatar que todos os alunos da turma apresentam classificação positiva, ainda que a classificação “Bom” predomine entre as restantes. É de realçar que o número de alunos que obteve essa classificação desceu ligeiramente do 1.º para o 2.º período, mantendo-se proporcional do 2.º para o 3.º período. Em relação às classificações “Satisfaz” e “Muito Bom”, respetivamente, há um aumento da primeira do 1.º para o 2.º período e uma diminuição da segunda do 1.º para o 2.º período, todavia do 2.º para o 3.º período, em ambas as classificações observa-se uma constante.

No início da minha intervenção pedagógica, antes da implementação do meu projeto, com o intuito de caracterizar a turma, pedi aos alunos que respondessem a um questionário (Anexo 1). Em resposta a esse questionário constatei que cerca de 13 alunos afirmaram que a sua disciplina preferida era Matemática, o que evidencia as notas atribuídas ao longo do ano letivo. Contudo, 6 alunos referiram que a disciplina de Matemática era a que sentiam maiores dificuldades, o que traduz a classificação de “Satisfaz”.

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Não Satisfaz Satisfaz Satisfaz Bastante Excelente

N úm ero de Al un os Níveis de Avaliação

Avaliação dos Alunos do 2º Ciclo do Ensino Básico

1º Período 2º Período 3º Período

No que concerne aos hábitos de argumentação matemática dos alunos, principal problemática do estudo, 18 alunos afirmaram partilhar e discutir com os seus colegas as resoluções das suas tarefas e 20 consideraram importante o debate das mesmas com toda a turma por acharem que facilita a sua aprendizagem. Em termos de exposição dos seus raciocínios, 17 alunos disseram preferir a linguagem oral e 5 a linguagem escrita. Já com o intuito de conhecer a opinião dos alunos quanto ao significado da palavra ‘argumentar’, apenas 7 alunos manifestaram opinião, das quais surgiram várias interpretações, desde defender a Matemática a defender as coisas que se fazem, de proteger as suas respostas a defender as suas palavras, as suas ideias.

Por fim, é de enfatizar que todos os alunos foram identificados por A#, em que # representa um número distinto atribuído a cada aluno, de modo a preservar a sua identidade.

3.1.3. Turma do 2º Ciclo do Ensino básico

No contexto de 2.º Ciclo do Ensino Básico, o projeto de intervenção pedagógica foi implementado numa turma do 5.º ano de escolaridade, constituída por 24 alunos, 12 raparigas e 12 rapazes, dos quais dois apresentavam necessidades educativas especiais (NEE), com idades compreendidas entre os 10 e os 11 anos. Tal como a turma do 1.º Ciclo do Ensino Básico, também esta era uma turma heterogénea, composta por vinte e dois alunos de nacionalidade portuguesa e dois de nacionalidade estrangeira (ucraniana e nepalesa) com aptidões e ritmos de aprendizagem diferenciados.

Tendo em consideração que o projeto de intervenção pedagógica é contínuo e o desempenho dos alunos do 1.º Ciclo do Ensino Básico foi tido em conta, torna-se também pertinente conhecer o desempenho dos alunos do 2.º Ciclo do Ensino Básico, o que é ilustrado na Figura 3.

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Ao analisar a Figura 3 é possível verificar que a classificação obtida pela turma é variável, embora sejam as classificações “Satisfaz” e “Excelente” que mais se sobressaem. Estas classificações apresentam um ligeiro aumento do 1.º para o 2.º período, mantendo-se uniforme do 2.º para o 3.º período, contudo, e ainda assim, a classificação “Excelente” foi predominante no 2.º e 3.º período. É de enfatizar que tanto o número de alunos que obteve classificação negativa no 1.º período como o número de alunos que obteve a classificação “Satisfaz Bastante” reduziu ligeiramente do 1.º para o 2.º período, porém do 2.º para o 3.º período, ambas as classificações apresentam uniformidade.

Assim como no 1.º Ciclo do Ensino Básico, antes da implementação do meu projeto, pedi aos alunos do 2.º Ciclo do Ensino Básico que respondessem a um questionário (Anexo 2) de modo a caracterizar a turma. Em resposta a esse questionário verifiquei que 5 alunos mencionaram a Matemática como sendo a sua disciplina preferida e 6 alunos a indicaram como sendo a que menos gostavam, o que neste último pode justificar a classificação de “Não Satisfaz”. Também notei que a turma, na sua maioria, teve dificuldades em responder ao grupo “Perceções sobre a Geometria” do questionário, cuja finalidade era conhecer as conceções prévias dos alunos sobre esse domínio de conteúdos, pois não estava familiarizada com o significado da palavra. Apesar disso, considero fundamental conhecer as conceções prévias dos alunos antes de qualquer atividade de implementação, pois só assim é possível conhecer as suas ideias iniciais sobre o tema e selecionar um método para o desenvolver.

Em relação aos métodos para aprender tópicos de Geometria, os alunos revelaram

maioritariamente preferência pela realização de trabalhos em pares e/ou grupos e pelas construções geométricas através de materiais manipuláveis.

No que respeita aos hábitos de argumentação matemática dos alunos, 15 alunos afirmaram partilhar e discutir com os seus colegas as resoluções das suas tarefas e 21 consideraram importante o debate das mesmas com toda a turma por acharem que amplia os seus conhecimentos. Relativamente à apresentação dos seus raciocínios, 7 alunos disseram preferir a linguagem oral e 17 a linguagem escrita. Já com o intuito de conhecer a opinião dos alunos quanto ao significado da palavra ‘argumentar’, 18 alunos manifestaram opinião, enquanto 6 não. Dos 18 que se manifestaram, surgiram várias interpretações, como as seguintes: “partilhar estratégias” (A9); “fazer o que a professora pede” (A21); “opinar” (A20); “trabalhar” (A20); “falar sobre o que se faz” (A16); “um documento” (A18); “discutir” (A20); “falar em conjunto” (A14); “explicar as respostas dadas” (A11); e “conversar sobre algo” (A10).

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É de sublinhar, mais uma vez, que todos os alunos foram identificados por A#, em que # representa um número distinto atribuído a cada aluno, de modo a preservar a sua identidade.