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Instrumentos de recolha de informação para a avaliação do ensino ministrado

3.2. ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO

3.2.2. Instrumentos de recolha de informação para a avaliação do ensino ministrado

Os métodos de recolha de dados são estratégias que consentem aos investigadores obter dados empíricos que os ajude a responder às suas questões de investigação. Os dados daí

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resultantes devem ser analisados e interpretados de forma a poderem ser transformados em resultados e conclusões.

Assim, centrando-me no meu projeto de intervenção pedagógica supervisionada é de evidenciar os métodos de recolha de dados utilizados, nomeadamente, as produções dos alunos; as questões aula; as gravações áudio das aulas e os questionários, tendo por base as questões de investigação a que me comprometi dar resposta (Quadro 3).

Quadro 3. Questões de Investigação e consequentes Métodos de Recolha de Dados

Produções dos alunos. As produções dos alunos são um bom instrumento de recolha de dados, uma vez que traduzem a resolução das tarefas que foram propostas ao longo das aulas que lecionei. Este instrumento permitiu-me recolher informações escritas para uma análise futura, assim como permitiu aos alunos ficarem com o registo daquilo que foi abordado ao longo das sessões como resultado das suas aprendizagens. De modo a preservar a identidade dos alunos, as produções realizadas pelos mesmos foram identificadas por A# em que # representa um número distinto atribuído a cada aluno.

Questões aula. As questões aula possibilitam uma recolha de informação mais perspicaz e contextualizada. Este instrumento de recolha de dados é pertinente, uma vez que as respostas enunciadas pelos alunos me permitiram reter dados para, posteriormente, dar resposta às questões de investigação a que me predispus.

Gravações áudio. As gravações áudio das aulas são um bom instrumento de recolha de dados, se bem aplicadas, já que permitem salvaguardar informação para poder mais tarde ser utilizada. Ao longo das aulas procurei usar este instrumento para captar momentos de discussão

Questões de Investigação

Métodos de Recolha de Dados

Produções

dos Alunos Questões Aula Gravações de Áudio Questionário Final

1

Que tipos de argumentos os alunos recorrem nas atividades de aprendizagem de tópicos de

Geometria?

2

Que dificuldades manifestam os alunos quando têm de argumentar matematicamente as suas atividades?

3

Que perceções têm os alunos sobre a argumentação matemática na

aprendizagem de tópicos de Geometria?

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dos alunos após a resolução das tarefas que lhes atribuí, assim como das aulas em geral, porque o registo conseguido reflete a dinâmica desenvolvida e viabiliza a transcrição dos diálogos mais relevantes das aulas lecionadas.

Questionários. Os questionários, segundo Quivy e Campenhoudt (2008) são instrumentos de recolha de dados que se tornam adequados quando se pretende formular as mesmas questões a um elevado número de pessoas e recolher as suas respostas, de forma anónima, com a maior brevidade possível. Contudo, os questionários não permitem ao implementador perceber de que forma a pessoa questionada procedeu para responder às questões colocadas.

Durante o meu projeto de intervenção pedagógica supervisionada, os questionários que implementei apresentavam questões de resposta aberta e fechada, embora a maioria fossem de resposta aberta para que os alunos pudessem expressar a sua opinião, sem que a mesma fosse condicionada por um conjunto de opções. Desta forma, em cada um dos ciclos do Ensino Básico, decidi realizar dois questionários, um no início e outro no final da minha intervenção pedagógica. Os questionários iniciais (Anexos 1 e 2) e os questionários finais (Anexos 10 e 11) tiveram diferentes propósitos, sendo o objetivo dos primeiros caracterizar a turma em questão e o objetivo dos segundos avaliar o ensino ministrado.

Em síntese, posso sublinhar que não há um método melhor do que outro, que permita que a informação seja recolhida com maior ou menor sucesso, mas que a escolha do mesmo deve ter em atenção a informação que pretendemos recolher e o destino que lhe queremos dar.

41 CAPÍTULO 4

DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DA INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

Neste capítulo consta a descrição e a interpretação da informação recolhida ao longo da minha intervenção pedagógica no 1.º e no 2.º Ciclo do Ensino Básico. Contempla cinco secções, sendo a primeira e a segunda relativas à intervenção pedagógica, a terceira à discussão dos resultados obtidos e a quarta e a quinta à avaliação do ensino ministrado no 2.º e 5.º ano de escolaridade, respetivamente. Na primeira e na segunda secção pretende-se evidenciar os aspetos mais significativos da prática. Na terceira secção pretende-se discutir os resultados obtidos, em cada uma das tarefas propostas, no 1.º e no 2.º Ciclo. Na quarta e na quinta secção pretende-se averiguar as perceções dos alunos, de cada um dos ciclos, face às estratégias de ensino utilizadas.

Assim, e de modo a expor o que foi concretizado nas duas turmas, apresenta-se na seguinte tabela os tópicos desenvolvidos, as sessões de intervenção ordenadas e os objetivos pré-estabelecidos.

Tabela1. Síntese da Intervenção Pedagógica no 1.º e 2.º Ciclo do Ensino Básico

1º Ci cl o do E ns in o si co

Tópicos Intervenção Sessão de Objetivos

Linhas poligonais e linhas não

poligonais. Polígonos. 1.ª

Distinguir linhas poligonais de linhas não poligonais e polígonos de figuras planas não poligonais. Identificar em desenhos as partes interna e externa de linhas planas fechadas e utilizar o termo «fronteira» para designar as linhas.

Classificação de polígonos. 2.ª Classificar os polígonos quanto ao número de lados. Identificar e representar triângulos, quadriláteros,

pentágonos e hexágonos. Classificação de triângulos e

quadriláteros 3.ª Classificar triângulos e quadriláteros quanto aos lados.

Classificação de polígonos

através do Tangram. 4.ª

Classificar os polígonos quanto ao número de lados. Identificar e representar triângulos, quadriláteros, pentágonos e hexágonos. 2º Ci cl o do E ns in o si co

Soma dos ângulos internos de

um triângulo. 1.ª Deduzir que a soma das amplitudes dos ângulos internos de um triângulo é igual à amplitude de um ângulo raso.

Desigualdade triangular. 2.ª

Saber que num triângulo a medida do comprimento de qualquer lado é menor do que a soma das medidas dos comprimentos dos outros dois e maior do que a respetiva diferença.

Relação entre lados e ângulos

de um triângulo. 3.ª

Depreender que num triângulo a lados iguais opõem-se ângulos iguais, e reciprocamente, e que ao maior lado opõe-se o maior ângulo e ao menor lado opõe-se o menor ângulo, e vice-versa.

Relação entre lados e ângulos de triângulos

geometricamente iguais. 4.ª

Inferir que em triângulos geometricamente iguais a lados iguais opõem-se ângulos iguais e vice-versa.

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De modo a explicitar a minha intervenção pedagógica descrevo e interpreto momentos da 1.ª, 2.ª e 3.ª sessão do 1.º Ciclo do Ensino Básico (Anexos 3, 4 e 5) e da 1.ª, 2.ª, 3ª e 4.ª sessão do 2.º Ciclo do Ensino Básico (Anexos 6, 7, 8 e 9).