Os agentes envolvidos no processo de produção da informação contida no acervo Serpa Pinto tiveram que ser reconhecidos. Nomes que se repetem, associações que se desconhecem e que deveriam ser conectadas. As tarefas realizadas conduziram-nos a um processo reconstitutivo da biografia dos personagens, uma aproximação às suas vidas. Esta fase é fulcral para “colocar” a informação correspondente às sucessivas gerações (ver Anexo 7).
A informação compulsada permite-nos recuar ao avô paterno de Rui Corrêa de Serpa Pinto, António Araújo de Serpa Pinto. Nasceu na freguesia de São Miguel de
89
Regulamento do Museu de História Natural da Universidade do Porto (2011). Disponível na Internet <http://sigarra.up.pt/fcup/pt/conteudos_geral.ver?pct_pag_id=1019988&pct_parametros=p_pagina=1019 988&pct_grupo=35623#35623>
90
DELICADO, Ana (2006). Os Museus e a Promoção da Cultura Cientifica em Portugal in Sociologia, Problemas e Praticas, nº51, p.53.
47
Bustelo concelho de Penafiel. Era filho de Bento Cardoso da Cunha e Serpa Pinto e de Maria de Jesus Araújo.91
Foi fundador e sócio da casa comercial Mattos & Serpa Pinto localizada na Rua Sá da Bandeira nº 200, Porto, segundo informação encontrada no Arquivo Municipal do Porto relativa a licenças de abertura e fotografias da loja tiradas no Carnaval de 1905.
Foi sócio efetivo da Associação Comercial do Porto com o nº 24 no ano de 1903.92
Contraiu matrimónio com Júlia Adelaide das Graças Pereira Pinheiro na freguesia de São João do Souto a 30 de Outubro de 1875.93
Júlia Adelaide das Graças Pereira Pinheiro nasceu na freguesia de São João do Souto no concelho de Braga a 27 de Abril de 1851 e faleceu na freguesia de Santo Ildefonso no concelho do Porto a 14 de Março de 1917. Era filha de Jerónimo José Pereira Pinheiro e de Cândida Rosa do Rosário Gomes.94
91
AMP- Registo do testamento com que faleceu António de Araújo Serpa Pinto, proprietário. Documento/Processo, 1928/01/30 – 1928/01/3. Cota: A-PUB/5222 - f. 26-34v
ADB- Paróquia de São João do Souto. Casamentos 1865-1877. Código de Referencia: PT/UM- ADB/PRQ/PBRG41/002/0060
92 FERRARIA, Maria José de Sousa (2000). Percursos burgueses na cidade do Porto (1910-1926). Tese
de Mestrado em História Contemporânea. Faculdade de Letras – Universidade do Porto, Porto, 247 pp. Disponível na Internet < http://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/77338>, p.214.
93 ADB- Paróquia de São João do Souto. Casamentos 1865-1877. Código de Referencia: PT/UM-
ADB/PRQ/PBRG41/002/0060
94 Idem.
Imagem 4 Casa Mattos e Serpa Pinto, Rua de Sá da Bandeira 200-210, engalanada. Carnaval de 1905. Disponível AMP.
48
Deste casamento surgiram quatro filhos António Pinheiro de Serpa Pinto, Aida Pinheiro de Serpa Pinto, Rogério Pinheiro de Serpa Pinto95 e Hernâni Pinheiro de Serpa Pinto.96
Hernâni Pinheiro de Serpa Pinto era filho de António Araújo de Serpa Pinto e de Júlia Adelaide das Graças Pereira Pinheiro. Contraiu matrimónio com Aurora Laurinda Basto Corrêa. Tiveram dois filhos: Rui Corrêa de Serpa Pinto e Mara Regina Corrêa de Serpa Pinto.97
Rui Corrêa de Serpa Pinto, mais conhecido, academicamente, como Rui de Serpa Pinto, nasceu no Porto mais precisamente na freguesia de Santo Ildefonso a 6 de Agosto de 1907.98
Era filho de Aurora Basto Corrêa de Serpa Pinto e de Hernâni de Serpa Pinto que faleceu durante a sua infância, tendo sido, juntamente com sua irmã, criado por sua mãe.99 A sua irmã Maria Regina Corrêa de Serpa Pinto100 nasceu no Porto a 13 de Março de 1910.101
95
Rogério Pinheiro de Serpa Pinto morreu novo, no entanto desconhece-se a data do seu falecimento, não tendo assim oportunidade de constituir família. Tal informação encontra-se patente em: AMP-Registo do testamento com que faleceu António de Araújo Serpa Pinto, proprietário. Documento/Processo, 1928/01/30 – 1928/01/3. Cota: A-PUB/5222 - f. 26-34v.
96AMP-Registo do testamento com que faleceu António de Araújo Serpa Pinto, proprietário.
Documento/Processo, 1928/01/30 – 1928/01/3. Cota: A-PUB/5222 - f. 26-34v
97
Idem.
98 ADP- Registos de baptismo 1907-01-01/1907-12-29. Código de Referencia:
PT/ADPRT/PRQ/PPRT12/001/0096
99 GONÇALVES, António A. Huet B. (1983) Rui de Serpa Pinto – O Homem e a Obra in Portugália
volume IV/V Actas do Colóquio Inter-Universitário de Arqueologia do Noroeste. Homenagem a Rui Serpa Pinto. Porto, 10-12 de Novembro de 1983. Porto: Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, p. 9.
100 Contraiu matrimónio com Augusto Spratley Pinto da Silva Júnior a 10 de Agosto de 1936 no Porto.
Deste matrimónio nasceram três filhos: Maria Adelina Spratley Pinto da Silva, Maria João Spratley Pinto da Silva e Maria da Graça Spratley Pinto da Silva. Faleceu no Porto a 23 de Maio de 1994. In Geneall.
Imagem 5 Rui Correia Serpa Pinto (1907-1933)
49
Desde muito cedo mostrou ser dotado de uma grande inteligência, acabando o Curso Liceal no Liceu Alexandre Herculano com altas classificações e ingressou em 1923, com apenas 16 anos102, na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto para estudar Matemática, obtendo, em 1927, a sua licenciatura, altura em que contava 20 anos de idade.103
Logo de seguida tomou a decisão de cursar Engenharia Civil na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e, em 1930, concluiu o mesmo. Ainda durante o mesmo ano, depois do concurso documental, foi nomeado Assistente do Grupo de Ciências Geológicas da Faculdade de Ciências, grupo no qual já prestava colaboração.104
Estudou a cadeira de Antropologia na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e a partir de 1924 foi colaborador dedicado do Instituto de Antropologia principalmente da secção de arqueologia.105
Realizou a sua primeira descoberta científica identificando as indústrias líticas de tipo asturiense na região de Vila Praia de Âncora em 1925.106
“Ainda estudante, fez a primeira descoberta em Portugal da cultura prehistórica chamada asturiense, elaborando um trabalho modelar e vários pequenos estudos sobre o assunto. Dedicou-se à geografia prehistórica, traçando cartas novas a tal respeito e estudando a origem de várias matérias-primas de indústrias prehistóricas de Portugal.”107
Em 1928 publicou a sua descoberta com o título "O Asturiense em Portugal". Este seu trabalho foi amplamente aceite pela comunidade científica nacional e internacional transformando-se num sucesso.108
[consult. 2015-01-17 17:27:00] Disponível na Internet: <URL:http://geneall.net/pt/nome/1223195/mara- regina-correa-serpa-pinto/>
101 ADP- Registos de baptismo 1910-01-01/1910-12-31. Código de Referência:
PT/ADPRT/PRQ/PPRT12/001/0099
102
Livro de Registos das inscrições e exames na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. [Consult. 2014-11-06 21:26:07] Disponível na Internet <URL:http://hdl.handle.net/10405/31366 >
103 GONÇALVES, António A. Huet B. (1983). Rui de Serpa Pinto – O Homem e a Obra in Portugália
volume IV/V Actas do Coloquio Inter-Universitário de Arqueologia do Noroeste. Homenagem a Rui Serpa Pinto. Porto, 10-12 de Novembro de 1983. Porto: Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, p. 9.
104 Idem, Ibidem, p.10. 105
Anais Da Faculdade De Sciências Do Porto. Vol. 18. Nº 1. Porto: Imprensa Portuguesa, 1933, p.130.
106 GONÇALVES, António A. Huet B. (1983). Rui de Serpa Pinto – O Homem e a Obra in Portugália
volume IV/V Actas do Coloquio Inter-Universitário de Arqueologia do Noroeste. Homenagem a Rui Serpa Pinto. Porto, 10-12 de Novembro de 1983. Porto: Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, p.10.
107 Na Sociedade de Antropologia e Etnologia. «Primeiro de Janeiro». (24/03/1934). 108
GONÇALVES, António A. Huet B. (1983). Rui de Serpa Pinto – O Homem e a Obra in Portugália volume IV/V Actas do Coloquio Inter-Universitário de Arqueologia do Noroeste. Homenagem a Rui
50
Foi um Católico praticante, chegando a frequentar, enquanto estudante, a Congregação Mariana de Santo Ildefonso e foi vice-presidente da Juventude Católica, na qual criou o núcleo académico de S. João Crisóstomo.109 Pertenceu à Confraria do Santíssimo Sacramento e Senhor Jesus onde ocupou o cargo de mesário e Vice-Juiz110. Fez parte da Confraria de Nossa Senhora da Piedade ocupando o cargo de mesário da Confraria111 como podemos confirmar através da correspondência destas mesmas confrarias no Arquivo.
Foi sócio de diversas instituições científicas, nacionais e internacionais das quais se destacam a Associação dos Arqueólogos Portugueses112, o Grupo Alcaides de Faria113, a Sociedade Portuguesa de Estudos Musicólogos, Científicos e Artísticos, o Instituto Histórico do Minho114, o Seminário de Estudos Galegos (SEG), o Instituto Internacional de Antropologia, a Sociedade Pré-Histórica Francesa, Société Belge d'Etudes et d'Expansion, a Sociedade dos Antiquários de Londres e da Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia (SPAE) sendo mesmo mencionado em algumas das Atas das Reuniões da SPAE115.
Serpa Pinto. Porto, 10-12 de Novembro de 1983. Porto: Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, p.10.
109
In Antigos Estudantes Ilustres da Universidade do Porto [consult. 2015-01-13 22:43:05] Disponível na Internet:http://sigarra.up.pt/up/pt/web_base.gera_pagina?P_pagina=1007318
110 ARSP- Cartas da Confraria do Santíssimo Sacramento e Senhor Jesus para Rui Serpa Pinto. Códigos
de Referência: PT/FCUPMHN/ARSP-SC03-SSC03.02-SSSC03.02.02-SSSC03.02.02(g)-pt04/05/01; PT/FCUPMHN/ARSP-SC03-SSC03.02-SSSC03.02.02-SSSC03.02.02(g)-04/05/03;
PT/FCUPMHN/ARSP-SC03-SSC03.02-SSSC03.02.02-SSSC03.02.02(g)-pt04/05/04; PT/FCUPMHN/ARSP-SC03-SSC03.02-SSSC03.02.02-SSSC03.02.02(g)-pt04/05/05; PT/FCUPMHN/ARSP-SC03-SSC03.02-SSSC03.02.02-SSSC03.02.02 (g) -pt04/05/06.
111 ARSP- Cartas da Confraria de Nossa Senhora da Piedade de Santo Ildefonso para Rui Serpa Pinto.
Códigos de Referência: PT/FCUPMHN/ARSP-SC03-SSC03.02-SSSC03.02.02- SSSC03.02.02(f)- pt04/05/01; PT/FCUPMHN/ARSP-SC03-SSC03.02-SSSC03.02.02- SSSC03.02.02(f)-pt04/05/03.
112 A entrada para a Associação dos Arqueólogos Portuguese de Rui Serpa Pinto deu-se exatamente na
mesma altura do que a entrada do Doutor Mendes Correia, em 1929. Tal encontra-se relatado por escrito no Relatório do Secretário-geral 1928-1929 onde são mencionados os seus nomes juntamente com outros e lhes são dadas as boas vindas. In ASSOCIAÇÃO DOS ARQUEÓLOGOS PORTUGUESES (1929).
Arqueologia e Historia. Volume VII. Lisboa: Associação dos Arqueólogos Portugueses, p.134.
113
O Grupo Alcaides de Faria é uma associação de pesquisa e investigação histórica e arqueológica tendo sido criado em 1929 e sediado em Barcelos mantem atividade até aos nossos dias. Uma das suas intervenções mais importantes foram as escavações realizadas nas Ruinas do Castelo de Faria em 1930, 1932, 1936 e 1946 que permitiram identificar vestígios de um povoado fortificado da Idade do Ferro. In Património e Cultura. [consult. 2015-07-23 22:13:05] Disponível na Internet:<http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-
patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70488/>
114 O Instituto Histórico do Minho foi criado em Viana do Castelo em 1916, tendo suspendido as suas
atividades em 1939. In Actas do Congresso Internacional de estúdios sobre Rosália de Castro e o seu
tempo, Santiago, 15-20 de xullo de 1985. Santiago: Universidade de Santiago de Compostela, 1986,
p.273.
115 MATOS, Patrícia (2012) Mendes Correia e a Escola de Antropologia do Porto: Contribuição para o
estudo das relações entre antropologia, nacionalismo e colonialismo (de finais do século XIX aos finais da década de 50 do século XX). Lisboa: Universidade de Lisboa Instituto de Ciências Sociais, p.71.
51
Tal facto faz com que encontremos evidências de que em 1919 “Rui Correia de Serpa Pinto foi o 2.º vogal bibliotecário e organizador da biblioteca”116
da Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia onde, na seu direção podemos encontrar nomes como “Freitas Viegas (presidente), Bento Carqueja (vice-presidente), Mendes Correia (secretário), engenheiro José da Rocha Ferreira (tesoureiro) e Abel de Lima Salazar (vogal)”117
. Também num relatório de 1928 da mesma sociedade, Rui Serpa Pinto vê o seu trabalho exultado pois é referido que “a biblioteca se encontrava toda catalogada, tendo-se pedido números de revistas nacionais e estrangeiras que faltavam nas coleções e conseguido novas permutas”118
. Tornou-se sócio efetivo desta sociedade a 17 de Dezembro de 1926, como se encontra expresso em carta enviada a 12 de Janeiro de 1927 pela dita Sociedade119.
Foi nomeado sócio correspondente do Instituto Histórico do Minho a 31 de Maio de 1929120 e foi convidado pela Sociedade Portuguesa de Estudos Musicólogos, Científicos e Artísticos a fazer parte da mesma a 11 de Janeiro de 1930 factos expressos em cartas presentes no Arquivo121.
Como membro ativo do Seminário de Estudos Galegos (SEG), participou, juntamente com outros membros de grande importância como Fernando Castro, Pires de Lima, Armando Mattos, Sérgio de Sousa, Alberto Vieira Braga, Mário Cardoso Vasconcelos, Mendes Correa, Jorge Dias e Santos Júnior, na organização das Xornadas Luso-Galaicas de Vigo e do Porto que se realizaram entre 1933 e 1935.122
Pertenceu à Société Belge d'Études et d'Expansion desde 1931, no entanto, devido a incompatibilidades de ordem científica, as quais não se encontram especificadas, é-lhe
116 MATOS, Patrícia (2012). Mendes Correia e a Escola de Antropologia do Porto: Contribuição para o
estudo das relações entre antropologia, nacionalismo e colonialismo (de finais do século XIX aos finais da década de 50 do século XX). Lisboa: Universidade de Lisboa Instituto de Ciências Sociais, p.71
117 Idem, Ibidem, p.71 118 Idem, Ibidem, p.78 119
ARSP- Carta da Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia para Rui Serpa Pinto. Código de Referência: PT/FCUPMHN/ARSP-SC03-SSC03.02-SSSC03.02.02-SSSC03.02.02(i)-pt04/05/01
120 ARSP- Carta do Instituto Histórico do Minho para Rui Serpa Pinto. Código de Referência:
PT/FCUPMHN/ ARSP-SC03-SSC03.02-SSSC03.02.02- SSSC03.02.02(k) -pt04/05/01
121 ARSP- Carta da Sociedade Portuguesa de Estudos Musicólogos, Científicos e Artísticos para Rui
Serpa Pinto. Código de Referência: PT/FCUPMHN/ARSP-SC03-SSC03.02-SSSC03.02.03- SSSC03.02.03 (c.5)-pt04/05/01
122 RIAL, Nel Rodríguez; ROMERO, María Xosé Agra (2003). Galiza e Portugal: identidades e
fronteiras: actas do IV Simposio Internacional Luso-Galaico de Filosofía. Santiago: Universidade de
52
pedido que apresentasse a sua demissão, atendendo a uma carta de 26 de Junho de 1932123.
Foi informado da admissão como membro da Sociedade Francesa de Mineralogia por carta de 8 de Dezembro de 1932124.
Foi colaborador do Serviço Geológico de Portugal e também da Sociedade de Meteorologia e Geofísica125, de que era sócio, criando o Núcleo Portuense de Meteorologia e Geofísica de Portugal, do qual foi membro da direção126.
“…colaboração dada pelo sr. Dr. Rui de Serpa Pinto á Sociedade de Metereologia e Geofísica, de cujo núcleo portuense ele foi sócio fundador; enalteceu as suas múltiplas e omnímodas faculdades de trabalho, a curiosidade nunca satisfeita do seu espírito, o seu extraordinário espírito observador e, sobretudo, aquele fluido de vitalidade criadora que o caracterizava e que comunicou ao Núcleo Portuense de Metereologia e Geofísica de Portugal.”127
Fundou no Porto a Sociedade Engenheiros Reunidos 128 cuja sua sede se encontrava na Rua de Passos Manuel no número 33129. No entanto, a sua atividade de Engenheiro Civil não se ficou por aqui, uma vez que se encontra referenciado em muitas licenças de obra, como por exemplo a Licença de obra n.º: 125/1932130, referente à construção de dois prédios na rua de Santa Catarina.
123 ARSP- Carta da Société Belge D'Etudes et D'Expansion para Rui Serpa Pinto. Código de Referência:
PT/FCUPMHN/ARSP-SC03-SSC03.02-SSSC03.02.03-SSSC03.02.03(c.8)-fr01/17/03
124 ARSP- Carta de admissão da Sociedade Francesa de Mineralogia para Rui Serpa Pinto. Código de
Referência: PT/FCUPMHN/ARSP-SC03-SSC03.02-SSSC03.02.03-SSSC03.02.03(c.7)-fr01/17/01
125 A Sociedade de Meteorologia e Geofísica de Portugal foi criada em Coimbra nos anos 30 do século
XX e teve como um dos principais fundadores Raul de Miranda. O rasto desta Sociedade perdeu-se após a criação do Serviço Meteorológico Nacional, em 1946. Em carta de Raul de Miranda para Rui Serpa Pinto de 05/05/1932 menciona a intenção de criar a Sociedade de Meteorologia e Geofísica de Portugal e pede a sua colaboração. A 13/08/1932 envia os Estatutos da Sociedade. A 21/10/1932 informa que os estatutos foram aprovados pelo Governo Civil. A 10/12/1932 diz que a Sociedade entrara em funcionamento em Janeiro. Teve como sede provisória a Redação da Revista “A Terra”. In ARSP- Carta de Raul de Miranda para Rui Serpa Pinto. Código de Referência : PTFCUPMHNARSP-SC03-SSC03.02- SSSC03.02.01-SSSC03.02.03(a)-pt02/16/130 ; PTFCUPMHNARSP-SC03-SSC03.02-SSSC03.02.03- SSSC03.02.03(c.1)-pt02/16/19. ARSP- Bilhete postal de Raul de Miranda para Rui Serpa Pinto. Código de Referência : PTFCUPMHNARSP-SC03-SSC03.02-SSSC03.02.01-SSSC03.02.03(a)-pt02/16/131.
126 Anais Da Faculdade De Sciências Do Porto. Vol. 18. Nº 1. Porto: Imprensa Portuguesa, 1933, p.132. 127 Na Sociedade de Antropologia e Etnologia. «Primeiro de Janeiro». (24/03/1934).
128 GONÇALVES, António A. Huet B. (1983) Rui de Serpa Pinto – O Homem e a Obra in Portugália
volume IV/V Actas do Coloquio Inter-Universitário de Arqueologia do Noroeste. Homenagem a Rui Serpa Pinto. Porto, 10-12 de Novembro de 1983. Porto: Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, p.10.
129 AMP- Licença de obra n.º: 125/1932 in Arquivo Municipal do Porto [consult. 2015-01-13 23:32:01]
Disponível na Internet: <URL:http://gisaweb.cm-porto.pt/units-of-description/documents/106462/>
53
Ainda nesta atividade pertenceu à Associação dos Engenheiros Civis do Norte de Portugal, tornando-se sócio efetivo da mesma, na reunião de 30 de Outubro de 1930, como prova a carta enviada a informar do seu novo estatuto nesta Associação131.
No ensino universitário, foi docente na Universidade do Porto, assim como no ensino secundário, o que o fez ter ligação, em 1931, à fundação do Colégio Brotero na Foz do Douro onde não só foi fundador como também professor e diretor.132 A sua localização, segundo correspondência presente no Arquivo, seria Avenida do Passeio Alegre, 928, Foz do Douro, Porto.
Em 1930 foi nomeado, depois de concurso documental, assistente de Ciências Geológicas da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Como professor é descrito, na homenagem a si feita, um “Cumpridor rigoroso dos seus deveres, estimulava, com as suas lições e com o seu exemplo, a curiosidade científica dos seus alunos, que, como os seus colegas, encontravam sempre nêle um auxiliar e um informador prestante e leal.”133.
Foi fundador e secretário do Grupo dos Amigos do Museu Municipal do Porto134 e um dos fundadores do Centro Académico de Estudos Coloniais.
Rui Corrêa de Serpa Pinto deu uma grande contribuição para o enriquecimento das coleções da Universidade de Porto, factos estes que se encontram na
131 ARSP- Carta da Associação dos Engenheiros Civis do Norte de Portugal para Rui Serpa Pinto. Código
de Referência: PT/FCUPMHN/ARSP-SC03-SSC03.02-SSSC03.02.03-SSSSC03.02.03(d.1)-pt04/05/04
132
Anais Da Faculdade De Sciências Do Porto. Vol. 18. Nº 1. Porto: Imprensa Portuguesa, 1933, p. 131
133 Idem, Ibidem, p. 130.
134 ARSP- Carta de Pedro Vitorino para Rui Serpa Pinto. Código de Referência: PTFCUPMHNARSP-
SC03-SSC03.02-SSSC03.02.02-SSSC03.02.02(q)-pt04/03/02.
ARSP- Bilhete-postal de Pedro Vitorino para Rui Serpa Pinto. Código de Referência: PTFCUPMHNARSP-SC03-SSC03.02-SSSC03.02.02-SSSC03.02.02(q)-pt04/03/05;
PTFCUPMHNARSP-SC03-SSC03.02-SSSC03.02.02-SSSC03.02.02(q)-pt04/03/06.
ARSP- Cartão de visitas de Pedro Vitorino para Rui Serpa Pinto. Código de Referência: PTFCUPMHNARSP-SC03-SSC03.02-SSSC03.02.02-SSSC03.02.02(q)-pt04/03/10;
PTFCUPMHNARSP-SC03-SSC03.02-SSSC03.02.02-SSSC03.02.02(q) -pt04/03/11.
54
correspondência recebida de diversos professores e funcionários da mesma universidade, elementos valiosos para a compreensão da constituição das coleções do Núcleo de Arqueologia e Antropologia Mendes Corrêa do Museu de História Natural da Universidade do Porto. Veja-se, a título de exemplo, o pedido de troca de peças paleontológicas e pré-históricas feitas por Alfred Bastin135 de 21 de Junho de 1931136. Mas a sua contribuição para o espólio de museus no estrangeiro se pode provar. Veja-se, como exemplo, a carta do Conde de la Vega del Sella137, enviada a Rui Serpa Pinto a 28 de Março de 1928, acusando a receção dos picos asturienses de Ancora e informando que os mesmos foram colocados em vitrinas no Museu de Ciências Naturais de Madrid138.
Quando atentamos no Arquivo Pessoal de Rui Serpa Pinto vimos que os seus interesses e atividades eram bastas, uma vez que manifestava interesses pela Pré- História, a Proto-História, a Arqueologia, a Numismática, a Paleontologia, a Mineralogia, a Geologia, a Epigrafia e a Bibliografia.
“Fez trabalhos valiosos sobre documentos arqueológicos existentes em vários Museus, procedeu a pesquizas nalguns castros e dolmens. (…) Consagrou-se a investigações de prehistória das nossas colónias africanas, matéria tão atrazada ainda, sendo de lamentar que a morte prematura o viesse interromper nêsses estudos.
Procedeu também, fóra da prehistória e da antropologia, a muitas investigações, em que revelava a mesma capacidade e os mesmos méritos. Em geologia, ocupou-se de estudos no Lima, da contribuição do geólogo inglês Sharpe para a fundação da geologia portuguesa, de meteoritos, de tectites, etc. Ainda conseguiu tempo para trabalhos bibliográficos, colecção de exlibris, estudos numismáticos, folclóricos, etc.”139