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6.5.5. Ensaio de flexão em paredinhas

6.5.5.3. Ensaios finais

A partir das constatações do item anterior, decidiu-se que todas as paredinhas seriam ensaiadas exatamente conforme prevê o processo construtivo. Estas paredinhas compostas de blocos TJ 110 e TJ 111 foram ensaiadas na vertical e com as seguintes dimensões nominais: (i) 880 mm na horizontal e 400 mm na vertical; e (ii) 440 mm na horizontal e 1.000 mm na vertical. As primeiras foram ensaiadas à flexão com cargas horizontais aplicadas em duas linhas verticais e, as segundas foram ensaiadas à flexão com cargas horizontais aplicadas em duas linhas horizontais.

Antes da execução do ensaio de flexão das paredinhas, um conjunto de 12 TJ 110 foi retirado do lote entregue no laboratório, com o objetivo de avaliarem-se os porcentuais de absorção de água em várias condições. Foram avaliadas estas absorções dos blocos

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com a umidade higroscópica (umidade do bloco na pilha) e secos em estufa até constância de massa numa temperatura de 105º ± 5º C. Os resultados podem ser observados e comparados na Tabela 7.

Foram preparadas duas paredinhas por dia e a argamassa tipo II, foi misturada em vários estágios, em argamassadeira planetária com duas velocidades. O material (3 kg) era todo colocado na cuba do equipamento (cimento, areia e água) misturado durante 1,5 minutos na velocidade baixa e 30 segundos na velocidade alta. Antes de liberar a argamassa para a injeção na paredinha, a mistura recebia um aditivo plastificante, misturava-se mais 30 segundos em velocidade alta e depois executava-se o ensaio para controle da fluidez, utilizando-se o cone Marsh. Não se conseguindo a fluidez, adicionava-se mais água até conseguir-se atender à fluidez recomendada. Retiraram-se amostras desta argamassa durante a confecção de todas as paredinhas, objetivando verificar a sua resistência à compressão simples e a tração indireta (método prof. Lobo Carneiro). Para cada paredinha foram preparados 6 cps, os quais foram confeccionados em moldes cilíndricos de 50 mm x 100 mm, mantidos próximos à parede até o dia da ruptura. Dos 6 cps de argamassa, quatro foram rompidos por compressão e dois por tração diametral.

Dispositivos utilizados para transporte e/ou ajuste da paredinha sob o pórtico

Para evitar que as paredinhas sofressem danos durante o seu transporte ou ajuste delas na posição do ensaio, sob o pórtico, duas hastes metálicas em aço, com 10 mm de diâmetro foram utilizadas para comprimir duas peças de madeira entre as extremidades da paredinha, como mostrado na FIGURA 74.

(a) madeira superior, haste e porca (b) madeira superior e olhal de transporte

(c) gancho para transporte da paredinha (d) talha para transporte da paredinha

FIGURA 74 – Dispositivos utilizados para o transporte e/ou ajuste das paredinhas sob o pórtico de ensaio

Sistema de aquisição de dados

Dois foram os sistemas de aquisição de dados: um, desenvolvido por alunos da PUCMinas (oito canais), orientados para esta tese; e o outro, um sistema da Lynx com 18 canais de entrada.

O sistema desenvolvido pelos alunos, doravante TJSIS, apresenta 8 canais configurados para registrar as informações de quatro EE, duas células de carga e dois DTs. A FIGURA 75 mostra os sistemas TJSIS e AqDados da Lynx.

FIGURA 75 – Sistemas de aquisição de dados utilizados para registro de informações colhidas durante os ensaios de flexão nas paredinhas

Nestes ensaios foram registrados os deslocamentos centrais, as deformações na face tracionada e comprimida e as cargas horizontais aplicadas durante o ensaio de cada paredinha. Todos os resultados obtidos nos ensaios das paredinhas são apresentados e analisados no próximo capítulo.

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

7.1- Introdução

Os painéis de proteção de alvenaria de tijolos curvam-se deixando de ser planos quando sujeitos a carregamento lateral devido à pressão de vento ou explosão. A parede deve, portanto, ser suficientemente forte e rígida para resistir a tais forças. Os atuais coeficientes de momento recomendados para o projeto de painel de alvenaria de tijolos da norma britânica BS 5628 foram deduzidos da teoria da linha de escoamento desenvolvida para lajes de concreto subarmadas. Estes coeficientes não são estritamente aplicáveis aos painéis de alvenaria de tijolos. Primeiramente, a alvenaria de tijolos é frágil por natureza, não se comporta de uma maneira totalmente rígido-plástica e, assim, não é capaz de resistir a momento após a fissuração.

Uma vez ocorrida a fissuração, a alvenaria de tijolos perde toda a sua resistência na direção perpendicular à fissura. Em segundo lugar, a norma BS 5628 apenas considera a razão entre as resistências ortogonais, ignorando a ortotropia de rigidez. Por causa desta característica (situação particular), as tensões de ruptura calculadas pela teoria da linha de escoamento são superestimadas na maioria dos casos, conforme já foi demonstrado

por HENDRY (1976); BAKER (1977) e SINHA (1979). Entretanto, em alguns casos considerados por ANDERSON (1976); HASELTINE (1977); e WEST (1977), a teoria da linha de escoamento teria previsto corretamente a resistência de painéis carregados lateralmente, sem aberturas.

No caso específico de painéis compostos por blocos encaixáveis, objeto desta tese, as predições da supracitada teoria sobre as movimentações que ocorrem nos planos horizontais de assentamento, não devem diferir muito das relativas às alvenarias tradicionais. Porém, até o momento, nenhum resultado experimental, ou analítico, sobre o fenômeno tomado como objeto de análise neste trabalho foi apresentado à comunidade acadêmica. Esta é uma das razões pelas quais espera-se que o estudo aqui desenvolvido contribua significativamente para o avanço do conhecimento relativamente à alvenaria, principalmente no que concerne às compostas de blocos encaixáveis.

Neste capítulo, apresentar-se-á os resultados dos ensaios realizados em toda a investigação experimental.

7.2- Investigação experimental

7.2.1- Componentes e elementos ensaiados

Os componentes dos painéis, tais como blocos e argamassa, foram ensaiados visando à determinação das tensões de compressão e tração máximas, absorção de água, e índice de retenção de água. Como, de um modo geral, as normas para alvenaria utilizam as resistências de prismas para a determinação da resistência de uma parede, neste capítulo, apresentar-se-á, também, resultados de ensaios de compressão em prismas.

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