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2 UM RECORTE NO OLHAR PARA O ENSINO RELIGIOSO: SAINDO DA

3.2 A pedagogia da autonomia na formação do perfil do professor do ensino religioso

3.2.2 Ensinar não é transferir conhecimentos

Ao avaliar os saberes necessários à formação docente, Freire afirma que “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para sua própria produção ou a sua construção” (2002, p. 52). Assim, faz críticas ao tipo de educação tradicional, chamada por ele de “educação bancária” onde o aluno, enquanto conta bancária, recebe passivamente todo conteúdo transmitido pelo professor, entendido como o depositante do saber.

Desta maneira, a educação se torna um ato de depositar, em que os educando são os depositários e o educador o depositante.

Em lugar de comunicar-se, o educador faz “comunicados” e depósitos que os educandos, meras incidências, recebem pacientemente, memorizam e repetem. Eis aí a concepção ”bancária” da educação, em que a única margem de ação que se oferece aos educandos é a de receberem os depósitos, guardá-los e arquivá-los. Margem para serem colecionadores ou fixadores das coisas que arquivam. No fundo, porém, os grandes arquivados são os homens, nesta (na melhor das hipóteses) equivocada concepção “bancária” da educação. Arquivados, porque, fora da busca, fora da práxis, os homens não podem ser. Educador e educandos se arquivam na medida em que, nesta distorcida visão da educação, não há criatividade, não há transformação, não há saber. Só existe saber na invenção, na reinvenção, na busca inquieta, impaciente, permanente, que os homens fazem no mundo, com o mundo e com os outros. Busca esperançosa também. (FREIRE, 1987, p.33)

Neste tipo de prática pedagógica o professor, visto como o “sábio” detentor do conhecimento, “doa” seu saber ao aluno, que nada sabe. Assim, a educação não é capaz de promover mudanças, pois tanto o professor enquanto mero transmissor e o aluno como receptor, nada mais são do que depositários de informações de outrem. Freire afirma que o saber acontece na interação das pessoas em permanente relação com o mundo e com os outros. Por isso, o professor ao entender que ensinar é muito mais do que transmitir conhecimentos, deve evidenciar este entendimento em sua prática, na vivencia relacional com seus alunos. Este pensar certo faz com que o professor não se deixe levar por sentimentos de raiva, arrogância ou grosseria, no intuito de minimizar algum aluno, quando este não corresponde ao modelo de aluno ideal que pretende ensinar. Assim Freire afirma que:

Por mais que me desagrade uma pessoa não posso menosprezá-la com um discurso em que, cheio de mim mesmo, decreto sua incompetência absoluta. Discurso em que, cheio de mim mesmo, trato-a com desdém, do alto de minha falsa superioridade. (2002, p.54).

O fato de se deparar com um aluno com deficiência em sala de aula faz com que em algumas situações, por se achar sem formação específica para lidar com tal situação, o professor se sinta despreparado e o encare como um “problema” fazendo com que suas limitações fiquem mais aparentes e tendo dificuldades para visibilizar as potencialidades nele existentes. Diante desta realidade, o professor poderá tanto ressignifcar valores ao reconhecer que o aluno não é um problema mas um desafio a sua prática pedagógica ou manter-se numa postura de superioridade e tratá-lo com desdém não lhe dando a verdadeira atenção que merece. No caso do professor do Ensino Religioso, por ter desde sua formação inicial uma concepção voltada para o respeito à diversidade humana, busca-se neste profissional que ele se mantenha na primeira opção citada.

Ensinar exige consciência do inacabamento diz Freire. Portanto, necessário se faz que o ser humano enquanto ser cultural e histórico tenha ciência do seu inacabamento enquanto experiência vital e por consequência, seja predisposto à mudança e aceitação do diferente.

Por ser inacabado e sempre passível às mudanças, o homem não pode estar demasiadamente certo de suas certezas, apesar de sempre existir um conhecimento prévio que leve à aprendizagem que, por conseguinte já se transforma em conhecimento prévio para as novas aprendizagens que virão. O animal tem o mundo como suporte. O ser humano por sua vez, por possuir a linguagem conceitual e a inteligibilidade que permite a comunicabilidade do inteligido, está no mundo para intervir no mundo, como espaço de criação, de intervenção. Ele compreende o mundo e por isso usa o espaço do mundo ao seu dispor de forma a estar

sempre se refazendo e se recriando através do reconhecimento de ser inacabado. Por isso, pode intervir e lutar contra a exclusão, contra o preconceito e contra tudo que vai de encontro aos direitos humanos e minimização do ser humano em sua dignidade.

Os obstáculos não se eternizam, podem ser minimizados e suprimidos. Um exemplo disso são todas as conquistas já alcançadas pelas pessoas com deficiência ao longo da história no tocante à aquisição de direitos, pois em tempos idos, até o direito à vida lhes era negado. Mas justamente por se saber inacabado é que ainda existe um longo percurso para que todas as conquistas asseguradas legalmente possam ser postos em prática, a exemplo de uma escola verdadeiramente inclusiva onde o aluno com deficiência seja respeitado de forma integral e tendo o direito ao exercício de sua diferença quando for para garantir a igualdade de oportunidades junto aos seus pares. Por esta razão, o professor do Ensino Religioso ao trabalhar com os alunos sobre a consciência do inacabamento, estará ampliando o foco do olhar para a responsabilidade ética.

Capazes de intervir no mundo, de comparar, de ajuizar, de decidir, de romper, de escolher, capazes de grandes ações, de dignificantes testemunhos, mas capazes também de indispensáveis exemplos de baixeza e de indignidade. Só os seres que se tornaram éticos podem romper com a ética. (FREIRE, 2002, p. 57)

Freire fala de uma rigorosidade ética que deve ser inseparável da prática educativa e ao passo que o professor do Ensino Religioso consegue demonstrar a preocupação do exercício da formação básica do cidadão a partir da vivência em sua prática pedagógica, já é uma forma de testemunhar e vivenciar com seus alunos o desenvolvimento dessa ética universal, tão necessária para o fortalecimento de uma sociedade mais que inclusiva, uma sociedade de direitos!

O homem enquanto ser condicionado participa do mundo sofrendo a influencia da herança genética e da herança sócio-cultural e histórica. Mas Freire fala no ir além, pois a presença no mundo não é a de “quem a ele se adapta, mas a de quem nele se insere. É a posição de quem luta para não ser apenas objeto, mas sujeito também da história” (2002, p.61)

Gosto de ser gente porque, mesmo sabendo que as condições materiais, econômicas, sociais e políticas, culturais e ideológicas em que nos achamos geram quase sempre barreias de difícil superação para o cumprimento de nossa tarefa histórica de mudar o mundo, sei também que os obstáculos não se eternizam. (FREIRE, 2002, p. 60) O professor do ER também está condicionado ao lidar com o aluno com deficiência; sente-se condicionado por uma série de fatores, mas não pode ficar limitado sem coragem de ousar ir além com o seu aluno. Não é um laudo que determina o tipo de deficiência que há de limitar as possibilidades e potencialidades inerentes a cada pessoa. Este aluno pode ir além,

quando possui um mediador para não esbarrar nos seus limites, mas vislumbrar o seu potencial. A partir do momento em que o professor se depara com esse aluno e exercita sua curiosidade do ir além, este vai ousando novas práticas metodológicas para chegar a atingir a sua participação em sala. Tanto o professor quanto o aluno devem romper as barreiras dos condicionamentos que os enclausuram em determinismos e seguirem adiante, pois se o ser humano é inconcluso, ele tem sede de querer mais, de ser criativo, de ousar e buscar novas possibilidades. É aí que se buscam novos caminhos.

Uma das coisas importantíssimas que Freire fala é sobre o respeito que o professor deve ter pela autonomia do ser do educando, pois ‘o respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros. (2002, p.66). Assim, o professor do ER deve por sua responsabilidade ética, favorecer que o seu aluno se empodere da condição de ser humano capaz de tomar decisões e de estar no mundo como um agente de construção da comunidade em que vive. Portanto, o professor jamais deve minimizar o aluno com atitudes de superioridade, pois quando age dessa forma, está transgredindo a ética e consequentemente, a natureza humana.

Qualquer discriminação é imoral e lutar contar ela é um dever por mais que se reconheça a força dos condicionamentos a enfrentar. A boniteza de ser gente se acha, entre outras coisas, nessa possibilidade e nesse dever de brigar. Saber que devo respeito à autonomia e à identidade do educando exige de mim uma prática em tudo coerente com este saber. (FREIRE, 2002, p. 67)

É no exercício da vivência, da prática pedagógica diuturna que o professor do ER prova realmente se a teoria inclusiva é vivenciada em atitudes coerentes e decentes com o seu alunado. Não se pode ter uma fala eloquente e dominar cognitivamente uma teoria, se na prática tem atitudes contraditórias. É o exercício diário de sua prática que garante sua fala com autoridade onde quer que esteja.

Por conseguinte, Freire fala que ensinar exige o bom senso de estar sempre se auto avaliando para que consiga exercer uma prática com autoridade e sem autoritarismo, com liberdade, mas sem licenciosidade, com ética, com respeito à autonomia, a dignidade e a identidade do aluno, sem subestimar e minimizar o saber que cada um traz consigo e que não pode ser negado. Assim, o bom senso do professor vai ser de cabedal importância no momento de avaliar até que ponto consegue ser um mediador capaz de incluir o aluno com deficiência em sua aula, junto aos demais colegas de sala e na relação consigo próprio. É o mesmo bom senso que vai fazê-lo sentir a necessidade de buscar formação continuada sobre a educação especial/inclusiva e avançar no estudo teórico no momento em que se depara com um aluno com deficiência em sala, promovendo com isso a sua curiosidade epistemológica.

O professor autoritário, o professor licencioso, o professor competente, sério, o professor incompetente, irresponsável, o professor amoroso da vida e das gentes, o professor mal amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio, burocrático, racionalista, nenhum desses passa pelos alunos sem deixar sua marca. (2002, p.72) É o bom senso que exercita a coerência do professor em fazer do seu discurso, uma realidade vivenciada em sua prática em sala de aula, com seriedade, compromisso, decência e ética, Este docente sabe que cada aluno com o qual cruza o seu caminho, é muito mais do que um número à espera de uma nota na caderneta, mas um ser humano que irá ser marcado por suas atitudes positivas ou negativas.

Freire também afirma que ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos do educadores e a inclusão de alunos com deficiência em sala de aula é um excelente momento para o exercício dessas virtudes. É preciso ser humilde para entender que não se tem todas as respostas às necessidades dos seus alunos e consequentemente deverá buscar parcerias e redes de apoio para que se possa favorecer uma inclusão verdadeira. Deve também possuir a tolerância para aceitar a diversidade humana com a qual se confronta em sala e a competência de lutar por seus direitos, pois um aluno com deficiência irá precisar de determinados apoios ou recursos que podem não existir em sala ou no ambiente escolar. Um aluno surdo irá requerer um intérprete de LIBRAS, um aluno cego irá precisar da tradução em Braile; o aluno com deficiência física irá precisar de recursos de tecnologia assistiva11. Dessa forma, o professor a partir do momento em que se deparara com a necessidade de cobrar materiais e recursos didáticos e humanos para favorecer a garantia efetiva da diferença e da igualdade do aluno com deficiência em relação aos demais, também estará lutando por sua prática docente de forma que obtenha recursos necessários para viabilizá-la da melhor maneira possível.

Ensinar exige apreensão da realidade, diz Freire. E é dessa forma que o professor precisa conhecer os seus alunos, dentre eles o aluno com deficiência. De onde veio? Como sua família o vê? Quais os saberes que traz para a escola? Quais os recursos que a escola dispõe? O que favorece ou prejudica a aprendizagem desse aluno? O que favorece ou limita a prática enquanto professor? Como a disciplina que leciona é vista na escola? Como consegue fazer uma ponte entre os conteúdos ministrados no Ensino Religioso e a realidade que o aluno vivencia? Como trabalhar metodologicamente esta disciplina para que não seja confundida

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Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão. . Disponível em:

http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/publicacoes/livro-tecnologia-assistiva.pdf Acesso em 31/03/2015

com o ensino da religião de forma proselitista? Como trabalhar os conteúdos de forma significativa para que o aluno com deficiência consiga abstraí-los? Como a partir da disciplina do Ensino Religioso trazer as questões do preconceito, do rótulo e do estigma, como temas de estudo e vivencia relacional para o ambiente escolar? A partir do momento em que estas e outras indagações vão surgindo e sendo respondidas, se consegue ter uma visão mais ampliada da realidade em que a escola está inserida e dessa forma, elaborar conteúdos mais atrativos e significantes, não somente para o aluno com deficiência, mas para a turma toda.

O professor do Ensino Religioso que tem uma visão inclusiva de respeito aos direitos humanos, deve possuir as virtudes da alegria e da esperança. Na realidade, a alegria faz com que se tenha esperança no futuro, que saiba que se pode mudar o presente, que não se rende ao determinismo fatalista do “deixa como está”. E estas atitudes são importantes para se trabalhar com a autoestima da pessoa com deficiência e fazê-lo acreditar em suas potencialidades que muitas vezes estão obscurecidas pela visibilidade que se dá aos limites. Assim, o professor esperançoso investe no seu aluno e mostra que as deficiências fazem parte da condição humana, mas a maneira como elas condicionam o ser, depende da própria pessoa e dos limites que a própria sociedade dita como restritores.

Por isso que Freire afirma que ensinar exige a convicção de que a mudança é possível, pois não se pode apenas constatar os fatos no mundo e ficar inerte diante dos fatos desagradáveis como se fossem imutáveis. Freire afirma que o futuro é problemático, mas não é inexorável e que o homem é um ser capaz de promover a intervenção na História, não apenas como um objeto, mas como um sujeito que age e faz. Essa é uma condição sine qua non para o fortalecimento de uma educação para todos, inclusiva, pautada nos direitos humanos. O professor que não se acomoda com todos os condicionamentos e crê que é possível mudar, vai além...

Quando falamos na introdução de mudanças importantes que envolvem a adoção de novas formas de pensar e novas formas de trabalhar na aula, é importante observar que se trata mais de um processo do que de um evento. As idéias fundamentais não mudam num momento preciso, nem se programam novas abordagens num abrir e fechar de olhos. Na realidade, a mudança processa-se de modo gradual. (BRASIL, 1998, p. 207)

É importante frisar que toda mudança demanda a princípio, sentimentos de instabilidade, receios, dificuldades e não acontece de um momento para o outro. A mudança não é um evento estático, finito. É um processo que acontece no decorrer de um período e que se torna determinante para a prática de novas competências, conhecimentos e desenvolvimento pessoal e profissional. Sabe-se que a mudança de uma educação integradora

que preconizava a prontidão do aluno para seu ingresso na escola, para uma educação inclusiva que afirma ser a escola que deve se preparar para receber o aluno, requer uma mudança de paradigmas do professor que é um elemento essencial para a condução desse processo.

Freire fala de uma práxis transformadora realizada a partir de uma rebeldia que não se contenta e denuncia, mas acima de tudo, crítica e esperançosa é capaz de anunciar um novo tempo e de afirmar que a mudança é difícil, mas que é possível. “A mudança do mundo implica a dialetização da denúncia da situação desumanizante e o anúncio de sua superação, no fundo, o nosso sonho.” (2002, p. 88)

Ao se observar o registro da pessoa com deficiência ao longo da história, observa-se que se fez tanto a denúncia da situação de exclusão quanto o anúncio da necessidade de inclusão. Mas a denúncia foi bem mais evidenciada, quando na realidade se deveria ter sido registrado na mesma proporção o anúncio, pois a conquista de direitos ao longo da trajetória histórica foi justamente por conta do acreditar, do não se acomodar e lutar por uma sociedade mais justa e equitativa. Essa sociedade ainda não está pronta, mas como toda mudança é um processo, existe a necessidade de se anunciar em alto e bom som que ela não é uma utopia, mas uma realidade em construção.

Freire afirma que ensinar exige o exercício da curiosidade tanto do professor quanto do aluno. Uma curiosidade capaz de ser livre e ética o suficiente para não tolher e nem invadir a curiosidade de outrem. A curiosidade gera a inquietação da busca, do novo, do desconhecido. E essa curiosidade é necessária para o professor diante do aluno com deficiência para o qual, não se acha preparado para lidar ou ensinar, porque não foi habilitado para a docência com esse público-alvo. É aí que surge a curiosidade espontânea do buscar as competências e se transforma na curiosidade epistemológica de realmente se sentir desafiado, instigado ao exercício de novas práticas pedagógicas e da busca de novos saberes. O aluno com deficiência também se sente desafiado a estudar numa sala de aula heterogênea, com uma diversidade de pessoas, de pensamentos, de conteúdos, mas com um professor capaz de promover uma aula dinâmica, na qual o aluno não se sinta excluído ou minimizado, mas capaz também de se sentir curioso diante de um conhecimento tão vasto que é o Ensino Religioso.

Antes de qualquer tentativa de discussão de técnicas, de materiais, de métodos para uma aula dinâmica assim, é preciso, indispensável mesmo, que o professor se ache “repousado” no saber de que a pedra fundamental é a curiosidade do ser humano. É ela que me faz perguntar, conhecer, atuar, mais perguntar, re-conhecer. (2002, p 96)

O aluno com deficiência não somente tem curiosidades, mas também desperta a curiosidade tanto em seu professor como nos colegas de sala. Todos querem saber algo no tocante ao como lidar e a melhor forma de estabelecer relações. E é nesse momento que o professor tem que exercer sua autoridade, sem autoritarismo e sem licenciosidade para trazer a tona questões inerentes à inclusão, exclusão, rótulo, preconceito, minimização e maximização de limites e possibilidades de todos em sala, a fim de que se possa evitar a construção de alguns estereótipos dos alunos que possuam alguma deficiência e que correm o risco de serem postos de lado, minimizados e excluídos do contexto de uma sala inclusiva.

“Somente nas práticas em que autoridade e liberdade se afirmam enquanto elas mesmas, portanto no respeito mútuo, é que se pode falar de práticas disciplinadas como também em práticas favoráveis à vocação para o ser mais”. (FREIRE, 2002, p. 100). E isso é que deve ser transmitida numa sala inclusiva, onde só professor vê o aluno com deficiência não pela deficiência em si, mas pelo fato de ser humano e assim como os demais, diferente em suas necessidades específicas, mas igual no direito de poder ser respeitado e ser ensinado a respeitar. A autoridade do professor é extremamente necessária em sala de aula e diferente do autoritarismo, que se conquista pelo medo e pela imposição, esta se conquista através de uma prática pedagógica segura, responsável e criteriosa, que não se impõe, mas se delimita normalmente, porque se torna consensual para o bom andamento das atividades em sala e para